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sábado, 12 de outubro de 2013

8 de novembro

08 de novembro

1861 - Padre usa mão de obra escrava



Denúncia de utilização de mão de obra de índios terenas na construção da paróquia de Miranda, macula o currículo e a imagem de benfeitor do frei Mariano de Bagnaia. A notícia,omitida pelos biógrafos do padre, foi publicada pelo Diário do Rio de Janeiro, como fato corriqueiro, com a seguinte redação:

De uma correspondência de Miranda de 13 de junho extraímos os seguintes trechos:

No dia 23 do corrente mês e ano tendo sido enviado à aldeia dos índios terenas o soldado Francisco Leandro a entender-se com os respectivos capitães, para aquele trazer alguns índios de ordem do Rvm.diretor padre mestre frei Mariano, a quem estes foram exigidos pelo doutor juiz de direito, para os serviços de edificação da matriz de que se encarregou, voltou o dito soldado dizendo que alguns índios que trazia foram tomados dele por uma porção de outros índios, que o cercaram no caninho quando já vinham munidos com diferentes qualidades de armas, tentando contra sua vida.

No dia 6,chegaram a esta vila às 5 horas da tarde cerca de 20 índios (terenas) manietados, conduzidos, assim como um feixe de armas fulminantes, que também apreenderam uns 4 a 5 soldados entre os quais também foi Leonardo, que disse, não viera dos resistentes, mais  de um. Esta força foi munida de ordem do delegado delegado de polícia João Pacheco de Almeida, a quem o Rvm.diretor comunicou o sucesso, porém apresentados os ditos índios a este, depois de os ter repreendido pública,verbal e asperamente, os mandou por à disposição do dito delegado, que no dia seguinte mandou, sob sua direção, castigar alguns com 60, 80, 100 e mais pancadas com varas especiais sem que fossem alimpadas, de modo que, além do golpe, ainda faria os pacientes de cada vez com duas ou quatro farpas, que cada uma delas tinha. E isto teve lugar no pátio interno do quartel militar. 


FONTE: Diário do Rio de Janeiro, 8 de novembro de 1861.


8 de novembro
 
1903 – Fundado hospital de Corumbá


Santa Casa de Corumbá em foto do início do século XX


Por iniciativa do farmacêutico Manuel da Silva Pereira é criada a Sociedade de Beneficência Corumbaense:

Aos oito dias do mês de novembro de 1903 a convite do farmacêutico Manuel da Silva Pereira, reuniram-se os abaixo assinados no salão da Câmara Municipal desta cidade e exposto pelo referido farmacêutico o fim da reunião, a qual consistia na fundação de um hospital de misericórdia foi essa idéia unanimimente aprovada, prometendo todos cooperarem para a realização de tão humanitária instituição. Pelo sr. Manuel da Silva Pereira, que presidiu a reunião, foi apresentada uma subscrição que previamente aberta por ele, a qual já monta mais dois contos de réis, tudo ainda a arrecadar. Deliberou-se em seguida para início dos trabalhos fosse organizada uma comissão de três membros, sendo aclamados os nomes seguintes: comendador Henrique Augusto de Santana, coronel Salvador Augusto Moreira e Manuel da Silva Pereira, os quais aceitaram a incumbência. Nada mais havendo a tratar lavrou-se a presente ata, que é assinada por todos os presentes, servindo de secretário Artur Josetti. Manoel da Silva Pereira, Artur Josetti, Santiago Solari, Otávio Pitaluga, Francisco Cândido Peredes, Virgílio Carneiro Leão, Hipólito Rondon, Manuel José Nunes Dias, Eduardo Celestino Martins, Carlos Ferrari, Raymundo Por Deus, Salvador Augusto Moreira, Francisco José de Souza, Luis da Costa Pinto, Henrique Santana, João Antônio Rodrigues, Salvador Paes de Campos, Alfredo Martins, Antonio G. de Medeiros, João Pedro Cavassa, Salustiano Antunes Maciel, Rafael Cavassa, Manoel Cavassa e Mariano Cavassa.


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 247

FOTO: Album Graphico de Matto-Grosso



08 de novembro

1960 – Morre o arquiteto Frederico Urlass





Falece em Cuiabá, aos 58 anos o primeiro arquiteto que residiu e trabalhou em Campo Grande, segundo seu biógrafo Ângelo Arruda. Alemão da Saxônia, Frederico chegou ao Brasil em 1925. Trabalhou em São Paulo com Hipólito Pujol, onde desenvolveu vários trabalhos, destacando-se cálculos e detalhes do Teatro Pedro II em Ribeirão Preto. 

Em Mato Grosso desde 1931, “foi contratado pela empresa Thomé & Irmãos para executar as obras da igreja matriz dos padres redentoristas em Miranda-MT, onde chegou a ocupar o cargo de secretário de Obras municipal. (...) Mudou-se para Campo Grande em 1932 e residiu na cidade até 1940.
Em Campo Grande atuou como arquiteto e responsável técnico da empresa Thomé & Irmãos Ltda, de Manoel Secco Thomé, em 1933, na época a maior construtora da cidade. Nos mais de dez anos que ficou em Campo Grande deixou uma grande produção de projetos e obras executadas”.


Entre seus trabalhos em Campo Grande, Arruda cadastrou os seguintes:


Edifício José Abrão, atual Hotel Americano, na rua 14 de Julho, “um dos mais bonitos edifícios em estilo Arte Déco de Campo Grande” (foto); projeto de reforma do Rio Hotel, um dos maiores de Campo Grande nos anos 30, localizado à rua Cândido Mariano, entre a 14 de Julho e a 13 de Maio, demolido em 1993; Colégio Dom Bosco, na esquina da Mato Grosso com a 13 de Maio, “até hoje, é um dos mais belos edifícios Art Déco de Campo Grande;” a Casa de Saúde Santa Maria, do médico e ex-prefeito Ari Coelho de Oliveira, projetado em 1938, construído por Alexandre Tognini, na avenida Afonso Pena, esquina com a rua José Antônio, demolido nos anos 80; e os cines Santa Helena e Alhambra, durante muitos anos as principais casas de espetáculos da cidade.


Em 1948 mudou-se para Cuiabá, onde trabalhou na Comissão de Estradas de Rodagem do Estado de Mato Grosso, dedicando-se à construção de estradas, “estando à frente desde os levantamentos preliminares de exploração até o projeto executivo e a construção da obra, incluindo-se obras de arte, principalmente pontes em madeira. Alguns de seus projetos continuam a ser utilizados até os dias presentes, conforme depoimento de engenheiros do órgão, tendo obtido referência no Anuário do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, de 1960, pela construção de mais de 24 mil metros de pontes em madeira”. 

FONTEÂngelo Arruda, Pioneiros da Arquitetura e da Construção em Campo Grande, Uniderp, Campo Grande, 2002, página 291


sábado, 5 de outubro de 2013

8 de outubro

8 de outubro

 
1836 – Iniciado intercâmbio Cuiabá-Uberaba

A estrada do Piquiri, esboçada em 1808, sem resultado, aplicou, em 1832, os seus esforços construtivos o brigadeiro Jerônimo Joaquim Nunes, afazendado em Pindaival. A picada respectiva, porém, só se ultimou em 1835. Fraldejava a serra de São Lourenço, transpunha o Piquiri, donde rumava para as cabeceiras do Sucuriu, de cujo vale buscava o Paranaíba, que, atravessado, permitia a continuação até Uberaba.
Por essa via, melhorada por Antonio José Garcia Leal, dos primeiros povoadores de Santana do Paranaíba, entraram pela primeira vez em Cuiabá, a 8 de outubro de 1836, os suínos tangidos de Uberaba, em vara de 70 cabeças, além da tropa de bestas de Manuel Bernardo que, em troca, de torna viagem, conduziu boiadas dos fazendeiros cuiabanos, assim inaugurando o intercâmbio que se intensificaria mais tarde.” 


FONTE: Virgilio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994, 562



8 de outubro


1906 – Inaugurada estrada Campo Grande-Porto XV de Novembro

Ficheiro:Manoel da Costa Lima.jpg
É inaugurada a estrada entre Campo Grande e Porto 15 de novembro, atualmente trechos da BR-163 (Campo Grande - Nova Alvorada do Sul) e BR-262 (Nova Alvorada do Sul - Rio Paraná).


Foi uma verdadeira odisseia a construção dessa estrada boiadeira. Seu incorporador foi Manoel da Costa Lima, o Manoel Cecílio, que a abriu para tirar o Estado do isolamento e transportar o vapor Carmelita, lancha a motor, adquirida no Paraguai, com a qual iniciaria o serviço de travessia do rio Paraná. De Concepcion a Campo Grande, “navegara rio Paraguai acima, penetrando no rio Miranda e depois no rio Aquidauana, ancorando na fazenda Sto. Antonio na barra do Taquarussu. Com 200 bois de carro emprestados e 20 peões escolhidos a dedo, praticamente desmontaram a lancha e distribuídas suas partes nos referidos carros, encetaram grande epopeia de leva-la até às barrancas do rio Paraná, na divisa com São Paulo.

Sem dispor de qualquer das ferramentas e máquinas que hoje conhecemos, mas tão somente da força física de homens e animais, de coragem e vontade férrea, serra de Maracaju acima, serra abaixo, brejos e atoleiros, pedreiras e areal, travessias em fundos de vales, viagem lenta e morosa por mais de 60 dias até o arraial de Sto. Antonio de Campo Grande. A lancha fazia parte de seu sonho, a construção de uma estrada boiadeira; era sonho e determinação, teimosia e coragem deste homem, obstinado de realizar uma obra que foi fundamental para o futuro de Mato Grosso e do Brasil".


A estrada era um projeto que Manoel da Costa Lima acalentava há vários anos, até conseguir autorização do governo estadual e ajuda de colegas fazendeiros.


Em Campo Grande reuniu nova comitiva e partiu para a empreitada:

A abertura foi feita com traçadores, machados, enxadas e facões, de 325 km de caminho bravo de Campo Grande às barrancas do grande rio Paraná. Pagou com sua própria fazenda Ponte Nova, na barra do Inhanduizinho, os serviços do agrimensor francês Emílio Ravasseau.


Manoel da Costa Lima fez novamente penosa viagem, partindo de Campo Grande, buscando a barra do ribeirão do Lontra com o Inhanduí, onde chegaram após 15 dias de trabalho duro e sofrido, transportando a lancha destinada a rebocar as balsas-currais que mandara construir para a travessia do rio Paraná. Nesse local providenciaram a instalação de uma oficina para a remontagem da lancha Carmelita para seu posterior prosseguimento por hidrovia.


Chegando com a abertura da estrada até às margens do grande rio, junto à barra do rio Pardo, ali organizou-se o acampamento com alguns ranchos: o local foi denominado Porto XV de Novembro.


No dia 8 de outubro de 1906, era inaugurada a ligação comercial Mato Grosso-São Paulo, uma estrada boiadeira desbravada entre 1900 e 1906. Depois de pronta, o governo do Estado resolveu oficializar a estrada a qual foi recebida pelo agrimensor José Paes de Faria.” 
 


FONTE: Edgard Zardo, De Prosa e Segredo Campo Grande Segue seu Curso, Funcesp/ Fundação Lions, Campo Grande, 1999, página 35





sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

8 de maio

8 de maio


1867 - Guerra do Paraguai: começa a retirada da Laguna

A retirada da Laguna, composição de Álvaro Marins


Encurralado e fustigado pela forte cavalaria inimiga, com insuficiência de munição, falta de víveres e tendo como justificativa, retroceder à fronteira para "aguardar algumas probabilidades de nos abastecer e gozar de pequeno repouso", a força brasileira de ocupação ao norte do Paraguai, inicia em 8 de maio de 1867, a célebre retirada da fazenda Laguna, ocupada em 6 de maio. O episódio foi descrito pelo tenente Taunay, escriba da expedição e seu mais ilustrado protagonista:

Quando no dia seguinte, o sol se levantou (era um dia dos mais serenos) já estávamos em ordem de marcha com as mulas carregadas, os bois de carro nas cangas e tudo quanto restava do gado encostado ao flanco dos batalhões, de modo a seguir todos os movimentos da coluna.


Às sete da manhã, o corpo de caçadores desmontados, a quem competia o turno da vanguarda, abriu a marcha, tendo a seguir bagagens e carretas, circunstância que nos impediu de transpor facilmente um riacho avolumado pelas chuvas dos dias antecedentes. (...)


Avançávamos em boa ordem quando subitamente viva fuzilaria se fez ouvir: era a nossa vanguarda que renteando um capão de mato fora atacada por uma partida de infantaria, ali emboscada. Tinham algumas balas vindo cair por cima das fileiras num grupo de mulheres que marchavam tranquilamente ao lado dos soldados; tal algazarra provocaram que não sabíamos o que poderia ter sucedido. Pouco durou este terrível tumulto; investindo resolutamente com o inimigo, nossa gente o desalojou impelindo-o até o primeiro declive do planalto, onde estava a fazenda da Laguna. Mas ali formaram-se os paraguaios, novamente resistindo algum tempo, achegando-se logo depois, passo a passo, dos cavalos; afinal enquanto alguns, já montados, disparavam a todo dar de réguas, outros fingiam resistir para proteger os camaradas que fugiam a bom fugir, inteiramente derrotados.


Os combates duraram praticamente o dia inteiro, com baixas nos dois lados, conseguindo as tropas de Camisão mover-se penosamente até às margens do Apa-Mi, onde acamparam ao entardecer:


Caíra a noite, profundamente escura. Estávamos estrompados de cansaço, a vista escura e o espírito abalado por tantas e tão variadas impressões cujas imagens acabavam por se confundir. Não houve quem armasse tenda ou barraca. Dormimos em grupos, formados quase ao acaso, de três, quatro ou mais, conchegados uns aos outros, cobertos em comum por capotes, ponchos, mantas, com quanto encontráramos; cada qual com o fuzil, o revólver ou a espada ao alcance da mão e o chapéu desabado sobre os olhos, para se resguardar do orvalho, tão copioso que tudo encharcava.




FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 71.


8 de maio

1873 - Estabelecidos os limites do município de Corumbá

Pela resolução n° 2 do presidente da província, José Miranda da Silve Reis, são estabelecidos os limites do município de Corumbá:

"Art. 1° - A divisa da freguesia de Santo Antonio do Rio Abaixo com a de Corumbá será o rio São Lourenço acima, desde a sua confluência com o rio Cuiabá até a embocadura do rio Piquiri, daí por este acima até onde nele deságua o rio Correntes.

Art. 2° - A divisa da freguesia com a Herculânia, novamente criada, será a linha tirada da confluência dos rios Correntes e Piquiri, que cortando o rio Taquari vá até às cabeceiras do rio Capivari; e com a freguesia de Miranda pelo Capivari abaixo até este desaguar no rio Mondego, e por este abaixo até sua embocadura no rio Paraguai.

Art. 3° - Também fará parte da freguesia de Corumbá todo o território da extinta freguesia de Albuquerque e bem assim a ilha forma pelos rios S. Lourenço o braço denominado Cracará".

FONTE: Coleção das leis da província de Mato Grosso, 1835 a 1912, página 6.


8 de maio

1910 - Iniciadas obras o hospital de caridade deCorumbá

Criada em 8 de novembro de 1903, iniciam-se as obras de construção do hospital de caridade de Corumbá, uma iniciativa da sociedade local, saudada pela imprensa da cidade:

"Realiza-se no dia 8 de maio próximo, no respectivo local, o início das obras do Hospital de Caridade desta cidade, sendo amplamente festejado esse auspicioso acontecimento. 

A festa será presidida pelo nosso distinto amigo tenente-coronel Américo Augusto Caldas, presidente da Sociedade de Beneficência Corumbaense, sendo para ela convidados os representantes de todas as classes nacionais e estrangeiras de Corumbá.

Essa data, que já é gloriosa para o Brasil, vai-se tornar mais cara aos corumbaenses, porque será doravante o marco que há de registrar a consecução de uma de suas mais nobres aspirações.

Aos esforços da Sociedade de Beneficência Corumbaense, cujo estado financeiro é dos mais prósperos, pois possui um pecúlio de 56.000$000, devemos, fato de tanta relevância, qual o início das importantes obras da bela casa de caridade".

FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 30 de abril de 1910.

 


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

8 de fevereiro

8 de fevereiro

1863 - Goiás denuncia invasão de Mato Grosso ao seu território



Em longo ofício enviado ao marquês de Olinda, ministro do império, o presidente da província de Goiás reclama da invasão de Mato Grosso ao seu território. Argumentando com um acordo firmado em 1771 entre os governadores das duas províncias, José Vieira Couto Magalhães defende os limites originais entre as duas províncias e reclama a posse de Coxim e Santana do Paranaiba. Ironicamente, Couto Magalhães seria nomeado para o governo de Mato Grosso, no ano seguinte, vindo a permanecer na chefia do executivo estadual durante a guerra do Paraguai e, naturalmente, abandonado a ideia de anexar parte do território de Mato Grosso ao vizinho, sem deixar, entretanto, de alimentar o sonho goiano de apoderar-se de significativa parcela leste da província, que durou até recentemente. 


A seguir, íntegra do longo ofício da Couto Magalhães ao ministro do Império:















FONTE: Presidente José Vieira Couto de Magalhães, Relatório apresentado à Assembleia Legislativa de Goiás, 1° de junho de 1863.

FOTO: presidente Couto Magalhães. Acervo Prefeitura Municipal de Várzea Grande (MT).








8 de fevereiro



1892 - Sediciosos derrubam autoridades em Nioaque e Miranda



Em relatório ao general Ewbank, logo em seguida ao fracassado golpe militar contra o governo de Manoel Murtinho, Jango Mascarenhas, chefe da resistência no Sul do Estado, destaca esse incidente:

Na vila de Nioaque, residência do 7º Regimento de Cavalaria Ligeira, onde me achava no exercício do cargo de presidente da municipalidade, os oficiais todos em companhia do caudilho major David de Medeiros, Filadelfo de Campos Machado, Manuel Guilherme Garcia e quatro ou cinco homens sem importância social, precedidos da banda de música militar, no dia 8 de fevereiro, e secundando os movimentos sediciosos de Corumbá, fizeram solene manifestação, alegando representarem o povo, depuseram as autoridades constituídas e os intendentes, os quais lavraram solene protesto que ficou consignado na ata da sessão desse dia, firmado por mim e mais membros presentes.


Na vila de Miranda fizeram o mesmo e ainda a soldadesca desenfreada, ao mando do alferes José Joaquim de Azevedo Saldanha e capitão Hermenegildo, que seguiam para Corumbá às ordens do coronel Barbosa, tendo-se encontrado com o cidadão João Rodrigues de Sampaio, onde exercia o cargo de substituto do juiz de direito, e nessa circunstância de regresso da capital do Estado, castigaram-no desapiedadamente com palmatória e obrigando-o a passar recibo. 



FONTE: Miguel Palermo, Nioaque evolução política e revolução de Mato Grosso, edição do Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 74.




8 de fevereiro


1934 - Rondon contra a divisão do Estado de Mato Grosso


Rondon, o general contra a divisão do Estado


Em entrevista ao Diário de S. Paulo, o general Rondon manifesta-se contra a ideia separatista, apontando as seguintes razões:

a) o movimento secessionista só é amparado pelos filhos de outros Estados, que não votam verdadeiro amor a Mato Grosso; b) o Norte do Estado é o mais próspero e não tem interesse em retardar o progresso do Sul; c) O Sul não tem elementos para se constituir em Estado da Federação, não possui recursos econômicos suficientes, estando ainda em fase pastoril; d) os divisionistas não estão apoiados em razões de ordem moral ou material”.


Os divisionistas responderam ao general através de um folheto de março seguinte, datado de Maracaju. 



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, S.Paulo, 1985, pagina 146.




8 de fevereiro


1955 - Nasce em Corumbá, Delcídio do Amaral




Filho de Miguel Gómez e Rosely do Amaral Gómez, nasce em Corumbá, Delcídio do Amaral Gomes. Estudou o primário em sua cidade natal, o secundário no Colégio São Luís, em São Paulo e formou-se em Engenharia Elétrica. Na profissão trabalhou no Brasil e no exterior nas seguintes empresas: General Eletric do Brasil (1976/1977), Themag Engenharia Ltda. (1978/1982), e Eletrosul (1991/1994). Ingressou na vida pública em 1994, como secretário executivo do Ministério de Minas e Energia. Em setembro de 1994 é nomeado ministro de Minas e Energia pelo presidente Itamar Franco. Em Mato Grosso do Sul conduziu o processo de privatização da Enersul e, no governo Zeca do PT, foi secretário de Infra-Estrutura e Habitação.  Em 2002 ingressa na política partidária e elege-se o primeiro senador do PT de Mato Grosso do Sul. No Congresso celebrizou-se como presidente da CPMI dos Correios, que apurou o escândalo do mensalão. Em 2006, candidata-se ao governo do Estado e perde a eleição para André Puccinelli (PMDB). Em 2010 é reeleito senador da República.

Em 2014 tenta novamente o governo do Estado e é derrotado, no segundo turno, pelo deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB).

Em 2015 é escolhido líder do governo Dilma no Senado. Em 25 de novembro de 2015 é preso por ordem do ministro Toeri Zavasky, relator da Operação Lava Jato no STF, acusado de tentativa de obstrução às investigações da citada operação. 87 dias em regime fechado, é transferido para o regime domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica, tendo, em 14 de março de 2016, homologado o seu acordo de delação premiada. No dia 10 de maio de 2016 teve seu mandato cassado pelo Senado, com 74 votos a favor e nenhum contrário.


FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Delc%C3%ADdio_do_Amaral




quarta-feira, 9 de novembro de 2016

06 de novembro

06 de novembro 

1872 – Coxim é elevada à freguesia

Com a denominação de São José de Herculânea e subordinada ao município de Corumbá, a povoação de Coxim, às margens do rio Taquari, é alçada à condição de freguesia:

“Sustentando o seu crescimento, apoiado no comércio pujante, o povoado adquiriu importância, acabando por conquistar um avanço, com a sua elevação à categoria de freguesia, proporcionando a sua primeira organização jurídica, com a implantação do Juizado de Paz e a criação de seu primeiro Cartório de Notas, em 1893.” 

FONTE:  Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Prefeitura de Coxim, 1995, página 31




06 de novembro

1909 - Fazendeiro demarca área para a cidade de Porto Esperança

Porto Esperança em 1947, durante cheia do rio Paraguai


Entusiasmado com a expectativa da transformação de Porto Esperança, em grande metrópole, o fazendeiro Deoclécio Leite Moreira, comunica ao governador do Estado em Cuiabá a decisão de incumbir-se do traçado da nova cidade e a disponibilidade de lotes aos interessados em se estabelecer no lugar, que, até 1953, foi o terminal da ferrovia Noroeste do Brasil:

Tenho a subida honra de comunicar à v. exc. que, por minha incumbência foram iniciados pelo engenheiro Brandão Júnior os trabalhos de organização do projeto da futura povoação de Porto Esperança, junto ao ponto terminal da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Tomando a iniciativa de franquear ao público fácil aquisição de lotes de terrenos na mencionada localidade e futura grande cidade do nosso amado torrão, não tive em vista senão concorrer na medida de minhas forças para o progresso do Estado, a que tanto me ufano de pertencer.

Julgo assim contribuir de alguma forma com o meu pequeno contingente para a prosperidade de Mato Grosso, na vigência da brilhante administração de v. exc. Saudações

Deoclécio é reconhecido como fundador de Porto Esperança. Seu sonho de construir uma grande cidade à margem esquerda do rio Paraguai, entretanto, naufragou na voracidade das frequentes e incontroláveis cheias do rio.


FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 6 de novembro de 1909.


FOTO: O Estado de S. Paulo, 8 de outubro de 1947.



06 de novembro

1916 - Caetanada: presidente do Estado é acusado pela Assembleia


É lida na Assembleia Legislativa, excepcionalmente reunida na cidade de Corumbá, a acusação ao presidente Caetano de Albuquerque, aprovada por unanimidade na sessão do dia 4 de novembro.

São estes os termos:

"A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso decreta a acusação do presidente do Estado, general Caetano Manoel de Faria e Albuquerque, pelos crimes de prática de atos contra o livre exercício dos poderes políticos, opondo-se diretamente e por fatos, a execução de uma lei da Assembléia Legislativa, obrigando à mesma Assembleia a deixar de propor uma resolução e obstando a sua reunião constitucional, e de prática de atos contra a guarda de aplicação legal dos dinheiros públicos, criando comissões remuneradas, sem autorização legal, abrindo créditos sem as formalidades e fora dos casos estabelecidos em lei, e o pronuncia incurso alínea e 36 in fine da lei no. 23 de 16 de novembro de 1892, deixando de o pronunciar na pena de incapacidade por oito anos para exercício de emprego do Estado por ela ser inconstitucional. Paço da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso em Corumbá, 6 de novembro de 1916. Francisco Pinto de Oliveira, presidente; Otávio Pitaluga, 1º secretário; Pilade Rebuá, 2º secretário”.
  


FONTERubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 108.


6 de novembro

1921 - Lançado o "Diário de Corumbá"

Tendo como principal objetivo defender a candidatura do Artur Bernardes para presidente da República, passa a circular o "Diário de Corumbá", bem recebido por seu congênere carioca:

"Surgiu a 6 do corrente o Diário de Corumbá que, sob a direção do conhecido jornalista Carlos de Mello e com brilhantes editoriais, está defendendo as candidaturas nacionais dos Drs. Arthur Bernardes e Urbano Santos, à presidência e vice-presidência da República.

Esses editoriais demonstram que as candidaturas, por consultarem de perto as aspirações do povo brasileiro, vão sendo unanimimente aceitos em todo o Estado de Mato Grosso".

Em uma de suas edições, "transcreve o artigo do Rio-Jornal, relativo ao assassinato do saudoso general Pinheiro Machado. Esse artigo, denunciando a coparticipação do Dr. Nilo Peçanha, no assassinato do eminente estadista brasileiro, causou a mais profunda impressão nesta capital".

FONTE: O Paiz (RJ), 11/11/1921.


6 de novembro

1952 - Morre o deputado Aral Moreira, de Ponta Porã





Morre no Rio de Janeiro, vítima de fulminante ataque cardíaco, o deputado Aral Moreira (UDN), representante da bancada de Mato Grosso na Câmara dos Deputados. Político de Ponta Porã, Aral Moreira relevou-se como defensor dos produtores de erva mate na região fronteiriça. 

Em sua homenagem, não houve sessão deliberativa na Câmara, dedicando o expediente aos discursos de exaltação, proferidos por vários parlamentares de todos os partidos, entre eles, Afonso Arinos, Dolor Ferreira de Andrade, João Ponce de Arruda e Flores da Cunha.

Foi também aprovado requerimento dos deputados Filadelfo Garcia (PSD-MT) s Benjamin Farah (PSP-SP) "solicitando inserção em ata de um voto de profundo pesar" à sua família e ao governo de Mato Grosso. Antes de levantar a sessão o presidente da Câmara, Nereu Ramos, em nome da Mesa, associou-se às manifestações de pesar, tendo salientado que "o deputado Aral Moreira era um homem forte, altivo e de atitudes corajosas, inspiradas sempre no desejo de bem servir à Pátria".¹

Aral Moreira nasceu em Ponta Porã no dia 12 de agosto de 1898, filho de Manuel Moreira e Josefina Trindade Moreira.

Bacharelou-se em Direito. Advogado, industrial, comerciante, pecuarista e especialista em cooperativismo, foi subchefe de polícia, promotor público e membro da junta governativa do Instituto Nacional do Mate.

Na eleição de 1950 elegeu-se deputado federal na legenda da UDN, União Democrática Nacional, Assumiu em fevereiro de 1951 e faleceu em pleno exercício do mandato.² Foi substituído pelo primeiro suplente da UDN, Lúcio Medeiros, prefeito de Corumbá.

Aral Moreira deu nome a um município em Mato Grosso do Sul.

FONTE: ¹Correio Paulistano, 7 de novembro de 1952, ²CPDOC da Fundação Getúlio Vargas.

FOTO: reprodução do livro biográfico.





domingo, 6 de fevereiro de 2011

8 de abril

8 de abril

1719 – Fundação de Cuiabá



Monumento a Pascoal Moreira Cabral em Cuiabá

É oficialmente fundada a cidade de Cuiabá, atual capital do estado de Mato GrossoTermo firmado nessa data pelo bandeirante paulista, Pascoal Moreira Cabral e seus comandados dá notícia do descobrimento de ouro no Coxipó e do surgimento do arraial:

Aos oito dias do mês de abril de mil setecentos e dezenove anos, neste arraial de Cuiabá, fez junta o capitão-mor Pascoal Moreira Cabral com seus companheiros e lhes requereu a eles este termo de certidão para a notícia do descobrimento novo que achamos no rio Coxipó, invocação de Nossa Senhora da Penha de França, depois que foi o nosso enviado, o capitão Antônio Antunes, com as amostras que levou do ouro ao Senhor General com a petição do dito capitão-mor, fez a primeira entrada onde assistiu um dia e achou pinta de um vintém, de dois e de quatro vinténs e meia pataca, e a mesma pinta fez na segunda entrada, em que assistiu sete dias, e todos os seus companheiros, às suas custas, com grandes perdas e riscos, em serviço de sua Real Majestade e como de feito tem perdido oito homens, fora negros, e para que todo o tempo vá isto a notícia de Sua Real Majestade e seus governos para não perderem seus direitos e por assim ser verdade nós assinamos neste termo, o qual eu passei e fielmente a fé do meu ofício como escrivão deste arraial. Pascoal Moreira Cabral, Simão Rodrigues Moreira, Manoel dos Santos Coimbra, Manoel Garcia Velho, Baltazar Ribeiro Navarro, Manoel Pedroso Louzano, João de Anhaia de Lemos, Francisco de Siqueira, Ascenso Fernandes, Diogo Domingos, Manoel Ferreira, Antonio Ribeiro, Alberto Velho Moreira, João Moreira, Manoel Ferreira de Mendonça, Antonio Garcia Velho, Pedro de Góes, José Fernandes, Antonio Moreira, Ignácio Pedroso, Manoel Rodrigues Moreira, José da Silva Paes.

 
No mesmo dia, mês e ano atrás nomeados, elegeu o povo em voz alta o capitão-mór Pascoal Moreira Cabral por seu guarda-mór regente até a ordem do Senhor General para poder guardar todos os ribeiros de ouro, socavar, examinar, fazer composições com os mineiros e botar bandeiras, tanto aurinas como aos inimigos bárbaros, e visto elegerem ao dito lhe acatarão o respeito que poderá tirar autos contra aqueles que forem régulos, como é amotinador e aleves, que expulsará e perderá todos os seus direitos e mandará pagar dívidas e que nenhum se recolherá até que venha o nosso enviado, o capitão Antônio Antunes, o que todos levamos a bem hoje, 8 de abril de 1719 anos, e eu Manoel dos Santos Coimbra, escrivão do arraial, que o escrevi. – Pascoal Moreira Cabral.


A bandeira de Pascoal Moreira Cabral fez o trajeto Porto Feliz, Tietê. (São Paulo), Paraná, Pardo, Anhanduí, Aquidauana, Paraguai e Cuiabá. Este caminho seria trocado mais tarde pela passagem por Camapuã.



FONTE: Virgílio Correa Filho, Mato Grosso, Coeditora Brasílica, Rio, 1922, página 43.




8 de abril

1928 – Matte empresta dinheiro ao Estado de Mato Grosso



Matte Larangeira do Sul de Mato Grosso para o mundo


É efetuada a segunda operação do gênero. Desta vez o empréstimo foi de mil contos de réis, com as seguintes condições:

Prazo máximo para a liquidação (...) de quatro anos; juros oito por cento anuais cobrados semestralmente. Garantia terras que serão escolhidas dentro da área arrendada à Companhia, pelo preço estipulado atualmente em lei. Os juros serão elevados à taxa de dez por cento ao ano em caso de mora.

 
A propósito, Odélia da Conceição Deniz Bianchini comenta:

 
Ora, não é difícil avaliar-se a forma pela qual, a Matte Larangeira fora se transformando de arrendatária em proprietária, de direito e de fato, das terras arrendadas. Um Estado como Mato Grosso, quase sempre em dificuldades financeiras, encontrava na Matte uma forma de sair delas ou pelo menos de atenuá-las e a Companhia por sua vez, como empresa particular, tratava de procurar os meios que lhe garantissem o retorno dos investimentos.



FONTE: Odaléia C. Denis Bianchini,  A Companhia Mate Larangeira e a ocupação da terra do Sul de Mato Grosso (1880-1940) Editora da UFMS, Campo Grande, 2000. Página 144.


IMAGEM extraida de Luiz Alfredo Marques Magalhães, Retratos de uma época (2a.edição), Gráfica e Editora Alvorada, Campo Grande, 2013, página 52.

8 de abril

1943 - Morre em Campo Grande o ex-prefeito Manoel Taveira

Manoel Inacio de Souza (o Manoel Taveira)

Faleceu aos 67 anos em Campo Grande, Manoel Inácio de Souza, (Manoel Taveira). Em Campo Grande desde os 14 anos de idade, dedicou-se à sua profissão de carpinteiro e ao comércio de secos e molhados. Político, fez parte da primeira legislatura da câmara municipal, tendo como companheiros de bancadas os vereadores Joaquim José de Santana, João Correa Leite, José Vieira Damas e João Antonio da Silva. Não chegou a exercer o mandato porque o legislativo municipal viria a reunir-se somente em 1905.
Em 1903, elege-se intendente geral do município (prefeito municipal), tendo assumido em 1° de novembro de 1904 e exercendo até 1° de janeiro de 1909. É o segundo intendente eleito. Na sua gestão a prefeitura funcionou em sua casa à rua 26 de Agosto. A intendência teria o seu prédio próprio somente em 2013. Iniciou as primeiras providências para o alargamento da rua Velha (atual 26 de Agosto), única artéria da vila, com cerca de 50 casas, sem o devido alinhamento.
É de sua iniciativa o primeiro código de posturas e do plano de alinhamento das ruas do povoado, iniciado em 1905 e interrompido, com reinício e conclusão na administração de seu sucessor em 1909. 
Em 1913 volta a ser vereador na 4ª legislatura tendo como colegas Clemente Pereira Martins, Sebastião da Costa Lima, José Marcos da Fonseca, João Alves Pereira e Amando de Oliveira. O Taveira, sobrenome como ficou conhecido, vem de seu padrasto José Alves Taveira. Em dois casamentos, teve 15 filhos.

FONTE: Maria Emilia Souza Paes de Barros Mesquita, Manoel Inácio de Souza, o administrador e político hábil que deu início ao planejamento da cidade, in Série Campo Grande Personalidades, Funcesp/Arca, Campo Grande, 2004, página 11.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...