segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

17 de abril

17 de abril

1867 - Vanguarda das tropas brasileiras chega à fronteira




Primeiro destacamento da força expedicionária brasileira de combatentes ao exército paraguaio, alcança, finalmente, a fronteira Brasil-Paraguai. O momento é descrito por Taunay:

Quem comandava este destacamento era um capitão da guarda nacional do Rio Grande do Sul, Delfino Rodrigues de Almeida, mais conhecido pelo apelido paterno de Pisaflores, homem enérgico a cuja bravura todos prestávamos homenagem. Vimo-lo olhar fixamente para o oeste; de repente, partido de diferentes pontos reboou um grito: A fronteira! Da elevação onde se achava o destacamento avistava-se com efeito a mata sombria do Apa, limite das duas nações.

Momento solene este, em que entre oficiais e soldados não houve quem pudesse conter a comoção! O aspecto da fronteira que demandávamos a todos surpreendeu. É que realmente era novo. Podiam alguns já tê-la visto, mas com olhos do caçador ou do campeiro, indiferentes. A maior parte dos nossos dela só haviam ouvido vagamente falar; e agora ali estava à nossa frente como ponto de encontro das duas nações armadas, e como campo de batalha.


FONTE: Taunay, A Retirada da Laguna (16ª edição brasileira), Edições Melhoramentos, São Paulo, 1963, página 51.

FOTO: imagem meramente ilustrativa.


17 de abril

1917 - Nasce em Cuiabá, Roberto de Oliveira Campos
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Roberto de Oliveira Campos, economista, diplomata e professor, nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, em 17 de abril de 1917 e faleceu no dia 09 de outubro de 2001, no Rio de Janeiro, RJ.
Filho do professor Waldomiro Campos e de D. Honorina de Campos, casou-se com Stella e teve três filhos - Sandra, Roberto e Luís Fernando. Formou-se em Filosofia em 1934 e em Teologia em 1937, nos Seminários Católicos de Guaxupé e Belo Horizonte. Ingressou no Serviço Diplomático Brasileiro em 1939, por concurso. Mestrado em Economia pela Universidade George Washington, Washington D. C. Estudos de pós-graduação na Universidade de Columbia, Nova York. Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova York, NY, 1958. Doutor Honoris Causa pela Universidade Francisco Marroquim, Guatemala, 1996. Ex-deputado Federal pelo PPB - RJ por duas legislaturas (1990 / 1998), após cumprir oito anos de mandato como senador (1982 / 1990) por Mato Grosso, sua terra natal. Foi embaixador em Washington e em Londres. Participou, ao lado de Eugênio Gudin, do Encontro de Bretton Woods, que criou o Banco Mundial e o FMI - Fundo Monetário Internacional, negociou os créditos internacionais do Brasil no pós-guerra (origem da Companhia Siderúrgica Nacional - Volta Redonda), coordenou as ações econômicas do Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek e foi ministro do Planejamento e Coordenação Econômica durante o Governo Castelo Branco. Defensor incondicional das liberdades democráticas e da livre iniciativa durante mais de 40 anos, em palestras, conferências, livros e artigos, defendeu a inserção do Brasil no contexto da economia internacional, com base na estabilidade monetária, na redução do tamanho e da influência da máquina administrativa nas atividades produtivas e na modernização das relações entre o Estado e a sociedade.
No seu ideário, estiveram as reformas da Constituição, da Previdência Social, fiscal e partidária, além da aceleração do processo de privatização das empresas estatais. Criador do FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço -, da Caderneta de Poupança, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (posteriormente com o apêndice Social) e do Estatuto da Terra, que se adotado na década de 70, teria evitado os conflitos posteriores. Crítico ferrenho do dirigismo estatal, irônico nos comentários sobre as teses e diatribes esquerdizantes e profundo observador das transformações sócio-político-econômicas do mundo, Roberto Campos foi, também, um juiz de si mesmo.
Em seu mais comentado livro, A Lanterna na Popa, fez uma auto-avaliação da trajetória como diplomata, economista e parlamentar, descrevendo detalhes da convivência com John Kennedy, Margareth Thatcher, Castelo Branco, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Jânio Quadros.
Atividades Profissionais:
Conselheiro Econômico da Comissão de Desenvolvimento Econômico Brasil-Estados Unidos (1951 / 1953).
Diretor, Gerente Geral e Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (1952 / 5 / 9).
Secretário-geral do Conselho de Desenvolvimento Econômico (1956 / 1959).
Professor das cadeiras de Moeda e Crédito e Conjuntura Econômica da Faculdade de Economia, Universidade do Brasil (1956 / 1961).
Embaixador itinerante para negociações financeiras na Europa Ocidental (1961).
Delegado a Conferências internacionais, inclusive ECOSOC e GATT (1959 / 1961).
Embaixador do Brasil nos Estados Unidos (1961 / 1961).
Ministro de Estado para o Planejamento e Coordenação Econômica (1964 / 1967).
Membro do Comitê Interamericano para a Aliança para o Progresso, representando o Brasil, Equador e Haiti (1964 / 1967).
Presidente do Conselho Interamericano de Comércio e Produção (CICYP) (1968 / 1970).
Embaixador do Brasil na Corte de Saint James (1975 / 1982).
Senador da República, representando o Estado de Mato Grosso (1983 / 1990).
Deputado Federal pelo Estado do Rio de Janeiro, eleito em outubro de 1990 e reeleito em 15 de novembro de 1994.
Membro da Junta de Governadores do Centro de Pesquisas de Desenvolvimento Internacional (Canadá).
Membro da Junta de Diretores da Fundação de Recurso para o Futuro (USA).
Membro do Grupo dos Trinta, sobre reforma monetária (USA).
Membro do Conselho consultivo do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade de Stanford (USA).
Presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento - COMUDES - da Cidade do Rio de Janeiro (1999).
Membro do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES (1999).
Roberto Campos foi o sétimo ocupante da Cadeira 21, eleito em 23 de setembro de 1999, na sucessão de Dias Gomes e recebido pelo Acadêmico Antonio Olinto em 26 de outubro de 1999. Foi o segundo imortal de Mato Grosso. O primeiro foi D. Aquino Correa, também cuiabano.
FONTE:  Academia Brasileira de Letras.

16 de abril

16 de abril

1884 - Nasce Arlindo de Andrade, primeiro juiz de Campo Grande






Nasce em Timbaúba, estado de Pernambuco, Arlindo de Andrade Gomes. Filho de Manuel da Cunha Andrade Gomes e Maria Cavalcanti de Andrade, aprendeu a ler com a mãe em sua cidade natal. No Recife fez os preparatórios e ingressou na faculdade de direito. Para manter os estudos entrou no Diário de Pernambuco onde tornou-se comentarista político. Colou grau em ciências jurídicas em 5 de dezembro de 1907. 

Imediatamente após a formatura decide mudar-se para Cuiabá, curiosamente, na primeira década do século passado, maior que São Paulo em número de habitantes: 35.987 contra 31.385 moradores. Na capital de Mato Grosso, Arlindo de Andrade lecionou Botânica no tradicional Liceu Cuiabano, tendo sido professor de Arnaldo Estevão de Figueredo, futuro prefeito de Campo Grande e governador do Estado. 

Em 10 de junho de 1909 foi nomeado inspetor escolar de Cuiabá pelo presidente Pedro Celestino. Em outubro do mesmo ano é nomeado procurador fiscal da Delegacia do Tesouro Federal do Estado de Mato Grosso pelo presidente Nilo Peçanha. No ano seguinte aceita o convite do presidente do Estado, Pedro Celestino para ocupar a comarca de Nioaque no Sul de Mato Grosso, em vaga deixada por seu colega advogado Eduardo Olímpio Machado.

Em 1911 assume a recém criada comarca de Campo Grande, permanecendo no cargo por apenas 50 dias. Exerce a advocacia e funda em 1913 o semanário "O Estado de Mato Grosso," o primeiro jornal da cidade, cuja primeira edição circulou no dia 22 de junho. 

Em 1919 lidera em Campo Grande a campanha de Rui Barbosa para a presidência da República contra Epitácio Pessoa o candidato oficial. Na defesa da bandeira oposicionista fundou o jornal "Rui Barbosa", que se editou durante a campanha, onde o baiano candidato foi derrotado pela terceira vez. 

Ainda em 1919 participa da organização da biblioteca pública de Campo Grande, cuja pedra fundamental é lançada no dia 21 de abril na avenida Afonso Pena.

Em 1921 assume a intendência municipal de Campo Grande. Como prefeito construiu o grupo escolar (atual escola Joaquim Murtinho) na avenida Afonso Pena. No setor urbanístico, com sua paixão pelas plantas, arborizou as ruas e cuidou das praças e jardins e também de seu arruamento.

Importante: de sua própria chácara, na rua Marechal Rondon (hospital do Câncer) saíram, gratuitamente, mudas das árvores que hoje ornamentam a cidade. Os "ficus" das avenidas Mato Grosso e Afonso Pena, bem como os dois principais jequitibazeiros da praça dr. Ari foram plantados em sua gestão.

Em 1930 integrou a Aliança Liberal, responsável pela chegada de Getúlio Vargas ao poder e em 1932 rompeu com Getúlio e apoiou os paulistas, chegando a compor o secretariado do governo provisório de Mato Grosso, à frente Vespasiano Barbosa Martins.

Mudou-se para Campinas na década de 50 e faleceu em São Paulo, em 20 de agosto de 1975, aos 91 anos.

FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade primeiro juiz de direito de Campo Grande, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1988.

16 de abril

1892 - Jornal europeu comenta independência de Mato Grosso

De pouca ressonância no Brasil, a proposta de independência de Mato Grosso, feita por militares de Corumbá e Cuiabá, em rebelião que derrubou o governo constitucional de Manoel Murtinho, teve enorme repercussão na imprensa européia. O Economist, em longo editorial "faz considerações sobre a separação provável da maior parte dos estados que hoje formam a República do Brasil. Diz que era natural que se quebrasse a coesão que unia as províncias do antigo império, que tinha sua força no respeito geral votado à familia imperial e que só o orgulho dos brasileiros pelas vastas dimensões do seu país era talvez a única força que ainda ligava os estados da República. Não considera como muito grande a perda material causada pela separação de Mato Grosso; diz que as imensas florestas, situadas à tão grande distância do litoral, nunca poderão, nem o poderão ser tão cedo, utilizadas como fonte de riqueza, que embora esse estado possua minas minas de quase todas as espécies de minerais, as distâncias, a escassez de trabalho e a falta de meios de comunicações, fazem-nas completamente inúteis. O Brasil poderá pagar, se quiser, as suas dívidas, tanto com o Mato Grosso como sem ele, e com a sua separação trará alívio às dificuldades da autoridade central, cuja força seria mais sentida se o território sobre o qual a exerce fosse menor. Para um Estado importante como o Brasil não há talvez ônus mais enfraquecedor do que um excesso de território que não produz renda alguma, que não pode, entretanto, ser completamente negligenciado, mas que antes, pelo contrário, está sempre custando dinheiro do tesouro, com melhoramentos de vias de comunicação."

"Todavia - prossegue o articulista - a separação de Mato Grosso da União Brasileira deve ser sentida por causa das consequencias resultantes. Os estados tem poucos interesses comuns e em alguns casos, os interesses são até divergentes e opostos. Não falando das diferenças de população, os estados marítimos ressentem-se do Rio de Janeiro, e os do interior, que não têm ligação natural com a capital, só sofrem com as suas constantes revoluções. O Rio nada pode fazer para lugares tão longiquos e inacessíveis, e só faz sentir pela influência do fisco que cobra direito de trânsito sobre todas as mercadorias que para lá vão, e que está continuamente a exigir-lhes impostos, a opor-se a elevação das notabilidades locais, que, consciente ou inconscientemente, querem querem governar as suas províncias, por si, sem responsabilidade a um poder distante e moroso".

Mais adiante o editorial destaca que os "estados querem dispor das suas pequenas forças públicas, querem fazer leis que lhes convenham às suas circunstâncias e cobrar e gastar toda a sua renda do melhor modo que acharem. As suas tendências são, pois, para a autonomia, e se a República houvesse sido governada com sabedoria, ela teria com toda a probabilidade, conservado as províncias mais remotas presas por algum vínculo frouxo, mas o governo do Marechal Fonseca geriu tão mal as finanças, e aquele que lhe sucedeu mostrou-se instável, que cada uma das províncias há de, sem dúvida, ir marchando para uma independência formal, esforçando-se o Rio por manter apenas autoridade sobre as suas vizinhas imediatas".

Discorrendo sobre uma reação à eventuais atos de independência dos estados, o periódico londrino explica que o "exemplo foi dado e não há coisa alguma que torne impossível a imitação, por ser o Rio, embora o mais rico dos estados e o melhor armado, incapaz de guerras de conquistas. É possível qie consiga operar por mar contra as províncias marítimas, mas não possui nem dinheiro nem as forças para expedições, e como no caso especial de Mato Grosso, através de vastas florestas, em que um punhado de homens familiarizados com o terreno pode derrotar qualquer força armada".

Ainda no mesmo raciocínio, entende o artigo que um "grande estado europeu poderia dificilmente conservar o Brasil contra a vontade dos provincianos, e o governo do Rio não o pode certamente fazê-lo. Quando de posse de todo o Império e do poder de fazer empréstimos, conquistou dificilmente o pequeno estado de Paraguai".

É de opinião o escritor do Economist que só haverá dano para o mudo com a mudança, se algum dos nossos estados independentes restabelecer a escravidão; mas, pensa que isso não será provável, porque os negros resistirão; e como não é provável que se guerreiem entre si, hão de produzir tantos como agora. Um grande perigo seria um levante dos negros livres como estão nada terão a ganhar com uma revolta. Os Estados Unidos não permitirão que a Europa se aproveite das dissenções entre os estados, e que se confinarão a questões de limites, que se resolverão pacificamente. Os credores estrangeiros pouco sofrerão com isso, porque a sua verdadeira garantia está na renda da alfândega do Rio, e como este continuará a ser o porto de abastecimento para o interior, as suas rendas aduaneira não diminuirão.

Finaliza o editorial o jornal londrino, preconizando:

Este Estado e os seus vizinhos imediatos é provável que continuem a se chamar Brasil, e se souberem abster-se de revoluções e ter uma polícia decente, poderão ser mais ricos e mais felizes do que, quando perdidos dentro de República, que é antes uma expressão geográfica de um Estado sólido de qualquer categoria. 

FONTE: Jornal do Commercio (RJ) 7 de maio de 1892.


16 de abril

1921 - Peste bovina: produtores de Corumbá pedem providências

Em ofício enviado ao deputado Aníbal de Toledo, no Rio de Janeiro, produtores rurais e políticos de Corumbá, pedem interferência do parlamentar junto ao governo federal, no sentido de autorizar inspeção sanitária do governo, de modo a atestar a saúde dos animais do município, a fim de evitar a paralisação das exportações, impostas pela peste bovina em São Paulo:

"Os poderes municipais, os criadores e os industriais aqui residentes, alarmados pela notícia de que a peste bovina dizima o gado em São Paulo e Minas, reuniram-se ontem na Intendência Municipal e deliberaram pedir à V.Ex. conseguir do Sr. Presidente da República a nomeação de um veterinário que examine neste município o estado do gado abatido nos saladeiros e ateste a sua saúde, sendo a sua firma legalizada pelo Cônsul britânico, afim de evitar a paralização da exportação, que será feita via Santos, visto a Argentina e o Uruguai haverem proibido o trânsito de produtos bovinos brasileiros.

Esta medida se impõe pelo receio dos fazendeiros de uma possível invasão da peste, desejosos de reduzir e aproveitar o gado enquanto sadio. Outras providências foram resolvidas, tendentes ao isolamento das fazendas, as quais comunico ao presidente do Estado, aos intendentes dos municípios, em grande parte ignorantes ainda das terríveis ocorrências. Atenciosas saudações - Christão Carstens, Intendente Municipal".

FONTE: Jornal do Commercio (RJ), 19/04/1921


16 de abril

1952 - Fundação de Naviraí




Um grupo de fazendeiros do interior de São Paulo constitui a Colonizadora Vera Cruz - Mato Grosso, lançam um núcleo fundiário no Sul de Mato Grosso e para sediar a área rural, fundam a cidade de Naviraí, a princípio Vera Cruz. O projeto visava a exploração da terra por um processo de integração, ou seja, a convivência harmoniosa entre grandes e pequenas propriedades. Daí, intermeando fazendas com pequenas parcelas, deu-se início à ocupação econômica do cone sul de Mato Grosso.

Os pioneiros da exploração foram Virgilio Fioravante, Florêncio Fioravanti, Vanher Fioravanti, dr. Renato Fioravanti, Irio Spinardi, Vicente Ottoboni, Luiz Ottoboni, Batista Ottoboni Neto, João Nicolau, Vicente Scarabotolo, Ariosto da Riva, Ismael Ferreira Coimbra, Carlos Alberto de Souza Brito, Mário Belonhesi, José Marques Guimarães, Everaldo Marchioni, Homero Ferreira e João Batista Menin.*

Município em 11 de novembro de 1963, desmembrando-se de Caarapó, Naviraí era em 2019, a principal cidade do extremo Sul do Estado de Mato Grosso do Sul.

FONTE: *Correio Paulistano (SP), 12 de abril de 1953.





16 de abril

2000 - Morre o professor Celso Müller do Amaral




Nascido em 31 de agosto de 1920,na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, faleceu em Dourados, o professor e ex-deputado Celso Müller do Amaral. Em Dourados desde os 12 anos, em 1935 inicia o curso primário no colégio Dom Bosco. Estudou Ciências e Humanidades no Seminário Seráfico SãoLuis de Tolosa, no Paraná e formou-se em Química, na Faculdade Mackenzie de São Paulo em 1949. Na política,elegeu-se vereador várias vezes e deputado estadual em dois mandatos, antes da divisão do Estado.
Sua carreira política esteve ligada ao seu interesse pelo ensino. Como vereador, fundou o primeiro ginásio de Dourados - o Ginásio Oswaldo Cruz - do qual foi diretor e liderou entre 1957 e 58 o movimento político pela implantação do ensino público em seu município, a partir da implantação do Colégio Estadual Getúlio Vargas. Na Assembleia Legislativa em Cuiabá, bateu-se pela criação da Universidade Estadual de Mato Grosso, com sede em Dourados e pela criação da Escola de Agronomia em Dourados.
Em sua homenagem o governo do Estado dedicou-lhe a denominação de uma escola na cidade e, por iniciativa do deputado Geraldo Resende o campus da Universidade Federal da Grande Dourados passou a ter o seu nome.

FONTE: Deputado Geraldo Resende, Justificação do projeto de lei 5.949/2005, Câmara dos Deputados, Brasilia.

15 de abril

15 de abril

1881 - Imperador comuta pena de morte de condenados em Corumbá

Dois escravos, condenados à morte, pela morte de Firminiano Ferreira Cândido,¹ têm a pena capital comutada em galés perpétuas, por decreto do imperador D. Pedro II, nos termos da seguinte comunicação, do governo da província:

"Ao dr. juiz de direito da comarca de Santa Cruz de Corumbá. - Transmito a v. s. para a devida execução, cópia do decreto de 15 de abril último, pelo qual sua majestade o imperador houve por bem comutar em galés perpétuas a pena de morte a que foram condenados por esse juízo, em 29 de março de 1879, os réus escravos José e Benedito por crime de homicídio, mencionados na relação também junta por cópia".² 

FONTE: ¹O Iniciador (Corumbá), 26/05/1881; ²A Província de Matto-Grosso (Cuiabá), 17-07-1881.



1892 – Independência de Mato Grosso aparece em jornal de Londres







Tem repercussão na capital da Inglaterra, a notícia da proclamação do Estado Livre de Mato Grosso, por militares rebeldes de Corumbá, encabeçados pelo coronel João Dias Barbosa. Deu no Daily Telegraph:

Acredita-se que a proclamação da independência de Mato Grosso foi favorecida e preparada pelos argentinos, que são beneficiados pela separação de Mato Grosso porque essa província não mais pertencendo ao Brasil, este último país não mais tem alguma razão para interferir nas repúblicas do Prata, as quais, agora, dominarão inteiramente os rios Paraguai e Uruguai. É sabido que o governo da república Argentina tem ultimamente estado a comprar armas da Alemanha a fim de preparar-se para um possível conflito com o Brasil, o que pode ser ocasionado pelo problema de Mato Grosso.


O assunto voltaria à imprensa londrina nos dias 16 e  20 de abril.



FONTE: Paulo Cimó Queiroz, As curvas do trem e os meandros do poder, Editora da UFMS, 1997, Campo Grande, página 89.

FOTO: capa (com texto inelegível) do The Dayle Telegraph, de Londres



15 de abril

1933 - Jornal O Progressista inicia circulação em Campo Grande



Arthur Jorge:médico, político e jornalista


Órgão bi-semanal do Partido Progressista, passa a circular em Campo Grande, o jornal O Progessista, fundado pela cúpula partidária, Vespasiano Barbosa Martins, Arthur Jorge Mendes Sobrinho, Luiz da Costa Gomes, Arlindo de Andrade Gomes, Nicolau Fragelli, Dolor Ferreira de Andrade e os irmãos Victor e André Pace. Seu primeiro diretor foi Luiz da Costa Gomes. 

Demósthenes Martins, que o dirigiu de 1938 a 1939, descreve-o:

Jornal do interior e, ademais, jornal de partido, em uma época de exacerbação política, era coisa difícil de conduzir, a começar pelo ônus de sua manutenção. Os correligionários consideravam-no seu, devendo ter suas publicações nele inseridas isentas de pagamento, bem como as assinaturas. Se o jornal era do partido, a que tudo davam, deviam merecer uma compensação - argumentavam. E o adversários julgavam-se até insultados pelo garoto, vendedor ambulante, quando lhe oferecia um jornal, repelindo-o sob ameaça de uns cascudos - É um desaforo, saia de minha frente, seu atrevido, com essa porcaria! esbravejavam.

A principal bandeira d'O Progressista foi a campanha pela divisão do Estado.

FONTE: Demosthenes Martins, A Poeira da Jornada (Memórias), edição do autor, Campo Grande, sd., página 124.



15 de abril


1943 - Morre em Corumbá, o poeta Pedro Medeiros


Nascido a 25 de novembro de 1890 na cidade onde viveu, morre Pedro Medeiros. Autor de grande inspiração, foi considerado um dos maiores poetas de Mato Grosso do seu tempo. É de sua autoria a célebre Lenda Borôro:

 Deus atirou no espaço um punhado de estrelas.../ Uma caiu à terra.Outras tardaram ainda.../ A que desceu, por certo a mais luzentes d'elas,/ Veio e se transformou em uma cidade linda;/ Desceu porque do alto o Paraguai parece/ neste ponto uma jóia: escreve em prata um S/que a estrela imaginara,um prendedor ideal,/ ligando à serrania o imenso Pantanal;/E como a muita estrela o céu azul não baste/ caiu, como um brilhante à procura do engaste./E Corumbá surgiu por sobre a terra branca,/na alegria sem par, do gentil casario,/ - entre o verde dos montes - no alto da barranca, debruçada, a sorrir, para o espelho do rio...  

FONTE: Rubens de Mendonça, Poetas Mato-Grossenses, edição do autor, Cuiabá, 1958, página 53

14 de abril

14 de abril

1867 – Expedicionários deixam a colônia de Miranda rumo ao Apa






Em direção à fronteira e invasão da república paraguaia, os expedicionários brasileiros deixam a colônia de Miranda às margens do rio Miranda. No dia anterior, o coronel Camisão, comandante da força brasileira, dirige aos seus soldados a seguinte proclamação:

Camaradas! Amanhã sairemos para o Apa! Nas margens daquela divisa do território brasileiro flutuará pela primeira vez o Pavilhão Nacional! Seja a sua aparição saudada pelo clamor uníssono dos peitos patriotas, mantida constância e coragem, sustentada pela dignidade do militar. – Os exércitos do Sul alcançando a glória que Deus distribui aos homens inflamados pelo amor da Pátria, traçarão a linha que deveis seguir. – Cercando a bandeira, emblema de nossa civilização, de nossa constituição política, de nossa honra, levantai-a tão alto que o Brasil em peso nos atire as bênçãos de reconhecimento e que o mundo declare haveis bem merecido de vosso país. – Confiai sempre em vós, nos vossos chefes, na Estrela do Império. O Deus das Batalhas nos protegerá e o anjo da Vitória, adejando sobre vossas frontes, arrebatará à imortalidade os mártires, coroando aos vitoriosos.

- Carlos de Moraes Camisão, coronel comandante.

Conforme

O alferes Amaro Francisco de Moura, Secretário Militar.

Taunay detalha o evento, ressaltando a ausência de cavalos para a tropa:

Já a vanguarda, contudo, devia dar-lhe motivos para reflexão, composta como era de nossa cavalaria desmontada. E com efeito já relatamos que não tínhamos mais cavalos, todos vitimados na região de Miranda por uma epizootia do gênero de paralisia reflexa que a nós mesmos, tão cruelmente, viera provar. Quando muito pudera o serviço de faxina conservar alguns muares. Faltava-nos o elemento primordial da guerra nestes terrenos, a cavalaria; e não havia quem com isto não se impressionasse.

"Mal grado a diferença de feição - continua o historiador da marcha - a que se rinham de resignar, nada perderam os nossos caçadores do aspecto marcial. Após eles marchava o 21º batalhão de linha, precedendo uma bateria de duas peças raiadas; depois o 20º batalhão, outra bateria igual à  primeira, acompanhada pelo 17º de Voluntários da Pátria; e afinal as bagagens, o comércio, com a sua gente e material, e as mulheres dos soldados, bastante numerosas.

Ocupava o gado o flanco esquerdo, com as carretas de munições de guerra e de boca, massa confusa protegida por forte retaguarda".





FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 16a. edição, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1942, páginas 150 e 49.

FOTO: Ilustração da capa da 16a. edição do livro Retirada da Laguna, de Taunay.






14 de abril

1969 – Entra em operação a usina de Jupiá



Jupiá a primeira usina do complexo hedrelétrico do rio Paraná
Iniciada em 1961, no governo do presidente Juscelino Kubitscheck, passa a funcionar a primeira unidade geradora da hidrelétrica de Jupiá, a pioneira do complexo energético de Urubupungá, no rio Paraná. “A construção ao longo de treze anos – atesta Jesus H. Martin – representou a conquista de uma tecnologia integralmente nacional para a edificação de grandes barragens, propiciando ao mesmo tempo a formação de um canteiro industrial. Em virtude de sua localização, distante cerca de 670 quilômetros da capital, foi necessária a construção de um linhão que atravessa todo o Estado. Este linhão transportava a energia gerada até a Grande São Paulo, considerado o maior centro consumidor da América Latina”.

O último dos 14 geradores, entrou em operação em 30 de junho de 1974.




FONTE: Jesus H. Martin, A História de Três Lagoas, edição do autor, Três Lagoas, 2000, página 72.


14 de abril

1977 - Corumbá faz companha contra a divisão do Estado


Cássio Leite de Barros, vice-governador de Mato Grosso

Menos de um mês antes do anúncio oficial da divisão de Mato Grosso, ocorrida em 3 de maio de 1977, era intensa a campanha de políticos e população corumbaense contra a separação. Na verdade, a cidade branca acalentava o sonho de ser transformada em terceiro estado, como capital de uma unidade federativa juntando os municípios do Pantanal do Norte e do Sul. A contestação de Corumbá foi registrada pelo Jornal do Brasil (Rio) com nota encimada pelo título Corumbá contesta divisão:

"Cuiabá - A população de Corumbá, que na década de 60 acalentou o sonho de pertencer a um território independente ou mesmo um Estado, teme que a anunciada divisão de Mato Grosso prejudique o desenvolvimento do município, quase todo encravado na bacia do Pantanal e cuja maior riqueza é a pecuária.

A preocupação que deu origem ao slogan Nem com o Sul, nem com o Norte, como Estado Corumbá será mais forte, é também das autoridades estaduais, como o vice-governador Cássio Leite de Barros, que reside em Corumbá, onde, além de outros interesses, possui uma das maiores criações de gado da região pantanosa".

FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 14 de abril de 1977.

FOTO: Governo do Estado do Mato Grosso.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

13 de abril

13 de abril

1892 - República de Mato Grosso na imprensa europeia

A independência de Mato Grosso, proclamada por militares de Corumbá e Cuiabá, ganha espaços em jornais londrinos, entre eles o Times, que em sua edição desta data, publica duas notas sobre o episódio. A primeira, um telegrama procedente de Buenos Aires:

A República Transatlântica, como agora se denomina o Estado de Mato Grosso, estabeleceu um governo independente, tomando o coronel Barbosa o comando em chefe das forças de terra e fluviais. Além de muitos fortes bem armados, o coronel Barbosa tem 1.200 homens de tropa e uma flotilha fluvial; e ele tomou posse do Arsenal de Ladário. A nova República hasteou uma bandeira verde-carregado com uma estrela amarela ao centro.

A segunda, o seguinte editorial:

A notícia que recebemos esta manhã de que a Legislatura de Mato Grosso, uma das antigas províncias do Império do Brasil, agora incorporada aos Estados Unidos do Brasil, proclamou a independência completa de seu território, e anunciou a sua separação da União, causará pequena surpresa a todos aqueles que, nos últimos tempos, têm lido com atenção os telegramas da América do Sul. No Brasil, como na República Argentina, os limites respectivos dos direitos dos governos central e provincial constituirão sempre a questão mais ardente de política popular. Mesmo no tempo do império a inveja entre as duas autoridades já era fonte e foi simplesmente natural que a revolução de novembro de 1889, a queda do vitorioso ditador Fonseca dois anos mais tarde e a série de grandes mudanças sociais, econômicas e que produzirão e se seguirão aqueles acontecimentos, deram novo impulso ao movimento em prol dos "Direitos do Estado". Mato Grosso que um simples olhar ao mapa mostrará, é uma vasta província interior, afastada da capital, inacessível por mar e limite a leste com a fronteira da Bolívia. Pode ter bem poucos interesses em comum com as províncias do Atlântico, das quais está separada por muitas centenas de milhas de territórios incultos, e agora que o velho respeito tradicional pela Casa de Bragança foi desperdiçado, não há razão aparente para que ele tenha interesse em permanecer como parte congerie ingovernável de estados, sobre negócios dos quais ele nunca poderá esperar exercer nenhuma influência importante. É de presumir que o Brasil seja constrangido a declarar guerra contra os rebeldes e que venha mesmo a fazer um esforço decidido para chamá-los à obediência.

Qual o exito que advirá à semelhante tentativa e quais os benefícios que poderão provir para o Brasil se ele sair vencedor e subjugar mais uma vez os seus cidadãos revoltados, - é outra coisa. Mas é claro que, se os habitantes de Mato Grosso estão resolutos, gozam de vantagens de posição que podem tornar a invasão e a redução do seu território, tarefa árdua para um governo que deve a sua própria origem a uma revolução recente e que não está ele próprio muito solidamente firmado. 

FONTE: Jornal do Commercio (RJ) 7 de maio de 1892.



13 de abril

1867 – Prisioneiros de guerra brasileiros escapam do Paraguai



Parte do coronel Camisão, em Miranda, antes de partirem as forças brasileiras para a fronteira, anuncia que “apresentaram-se neste acampamento dez brasileiros, que se achavam prisioneiros desde agosto do ano passado com numerosas famílias no lugar chamado Capela Orcheta a doze léguas da vila paraguaia de Conceição. Fugiram no dia 25 de março, escapando por este meio à ordem do governo republicano que chamava às armas todos os estrangeiros residentes no território paraguaio e brasileiros, ali retidos, não só nas vizinhanças de Conceição como no Serro Leon, São Joaquim e outros lugares. As notícias que me forneceram os fugitivos são de pouca importância e sobretudo certeza, visto como era absolutamente proibido aos naturais do país conversarem com eles em negócios relativos à guerra; entretanto, contam que já começa a fazer sentir os seus efeitos o desânimo que lavra geralmente na República e que os recursos dela já se acham quase de todo exauridos. Informam ainda que a fronteira do Apa está em alvoroço com a aproximação destas forças, havendo já o comandante do forte de Bela Vista mandado pedir ao presidente Lopez reforço para se opor ao ataque da força brasileira que eles supõem ser muito numerosa.”


FONTE: Taunay, A Retirada da Laguna, 14ª edição, Edições Mehoramentos, São Paulo, 1942. Página 149.




13 de abril

1921 – Iniciada a circulação do Jornal do Comércio de Campo Grande







Fundado pelo advogado Jaime Ferreira de Vasconcelos e tendo como redator-chefe Amintas Maciel, circulou em Campo Grande a primeira edição do Jornal do Comércio. Trazia a seguinte apresentação:

Nas palavras que se lêm no cabeçalho deste jornal se resume o seu programa.
Trabalhar, trabalhar sem cessar pelos legítimos interesses do comércio e das classes produtoras, tal é o nosso principal escopo.
Sem ligações ou dependências partidárias que nos obriguem a apoiar incondicionalmente quaisquer abusos, procuraremos sempre, de acordo com essa orientação, dar aos atos dos poderes públicos, municipal e estadual, a colaboração franca da nossa crítica desapaixonada e serena ou do nosso apoio desinteressado e sincero.
Aliás, o simples título desta folha, - que evoca uma das mais brilhantes tradições da imprensa brasileira, nos dispensaria de traçar normas à nossa ação jornalística. Sem o acentuado brilho que ao grande órgão do Rio de Janeiro empresta o talento fulgurante de Felix Pacheco, nós procuraremos seguir, neste afastado mas futuroso rincão do território pátrio, os nobres exemplos do eminente homônimo da Capital da República, de acordo com os quais nos hevemos de esforçar sempre por manter em tom elevado e impessoal as discussões ou polêmicas a que o dever profissional nos venha a arrastar.
Todas as iniciativas de progresso partam de onde partirem, terão o nosso decidido apoio, que também não será jamais recusado à ação das autoridades legalmente constituídas, sem que esta ação se exerça dentro das normas estabelecidas nas leis.


Em 1964, o Jornal do Comércio passou a pertencer à Missão Salesiana de Mato Grosso. Deixou de circular no início da década de 70. Entre seus redatores, nomes conhecidos do nosso jornalismo: Francisco Escobar Filho, , Dauto de Almeida Santiago, Antônio Chaves e J. Barbosa Rodrigues, que mais tarde viria a dirigir o Correio do Estado.



FONTE: Rubens de Mendonça, História do Jornalismo em Mato Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1963, página 69.
FOTO: Acervo do Arquivo Público de Campo Grande (Arca)



13 de abril

1923 – Inaugurada usina hidrelétrica de Campo Grande






Campo Grande recebe sua primeira hidrelétrica. Trata-se de pequena usina montada no córrego Ceroula a dez quilômetros da sede do município. O ato solene de início de suas atividades contou com a presença de Álvaro de Carvalho e Altino Arantes, por algum tempo responsável pela iluminação da vila.(1)

Poucos dias antes da inauguração, a convite da direção da empresa concessionária, a reportagem do Jornal do Comércio esteve no canteiro de obras e deu detalhes sobre o relevante investimento:

"Para darmos aos nossos leitores uma boa ideia geral do adiantamento dos importantes serviços que para este fim estão sendo executados pela Companhia Matogrossense de Eletricidade Limitada, aproveitamos a gentileza do convite do ilustrado e competente advogado da companhia, sr. dr.Alindo Lima, para uma visita às grandes obras que estão sendo ultimadas no ribeirão Ceroula.

Assim, às nove horas de quinta-feira última, chegávamos no automóvel da empresa, ao posto em que foram feitos os serviços de barragem, um trabalho sólido e perfeito. Desse posto, percorremos a pé o longo canal que conduz a água da represa à usina, numa extensão aproximada de um quilômetro. Nesse canal fez a empresa construir uma comporta para a descarga da areia acumulada, verdadeira obra de arte, elegante e de custo apreciável. Mais adiante fomos encontrar a caixa d'água que despeja canalizada, de uma altura de 75 metros, a água para a enorme turbina, de força de 400 H.P. Há ainda no trecho compreendido da grande caixa d'água à usina, o plano inclinado mandado construir especialmente para a condução de materiais.

Descemos, por fim ao ribeirão, onde, na sua margem direita, foi construída a usina que está recebendo os últimos retoques. Lá encontramos já assentados todos os aparelhos necessários ao seu funcionamento, como sejam: gerador, turbinas, reguladores automáticos, transformadores monofásicos com capacidade de 100 klw cada um, para 2.300 a 11.000; um grande quadro para transformadores com interruptores para o gerador, quadros de distribuição com interruptores automáticos, voltímetros e demais aparelhos, para-raios, telefone,etc. Vimos ainda uma grande galeria subterrânea para a descarga da água das turbinas.

A empresa não se descuidou da instalação de seus empregados. Para isso ela fez construir três confortáveis casas, de estilo moderno, para os encarregados dos serviços da futura usina.

Só mesmo através de uma visita como fizemos, poder-se-á avaliar o esforço, a capacidade de trabalho e o dispêndio da nossa Companhia de Eletricidade, que, digamos de passagem, não tem medido sacrifícios para levar avante o vultoso empreendimento. Para isso, é verdade, que a companhia conta verdadeiros abnegados como o dr. Arlindo Lima, que vem desenvolvendo a sua conhecida atividade, providenciando tudo quanto necessário à importante obra, e um grupo de dedicados auxiliares como os senhores Constantino Junqueira, gerente, Feliciano Pinheiro e o eletricista-chefe Virgílio Polo, da Companhia Francana.

Podemos assegurar, pelo que nos foi dado ver, que a nossa cidade terá um serviço de luz e força perfeitas, capaz de atender as suas maiores necessidades".(2)

Era prefeito de Campo Grande, o advogado Arlindo de Andrade Gomes. Dados de 1922, estimavam uma população de 8.200 pessoas na sede do município, que contava com 950 casas, sendo mais de 100 casas comerciais, 4 farmácias, 58 automóveis e 325 veículos diversos.(3)

Veja o vídeo com as ruínas da hidrelétrica do Ceroula, produzido em 2011, por grupo de cinegrafistas de Campo Grande.


          


FONTE: (1)Virgílio Correa Filho, Mato Grosso, Coeditora Brasílica, Rio, 1939, página 155. (2) Jornal do Comércio, 21 de fevereiro de 1923. (3) Arlindo de Andrade Gomes, O município de Campo Grande, IHGMS, 2004, página 80.


13 de abril

1927 - Criada a guarda noturna de Campo Grande  

Av. Afonso Pena, em frente à atual praça Ari Coelho, final da década de XX


Por sugestão do delegado de polícia e iniciativa da associação comercial é criada a guarda noturna de Campo Grande. O evento, por sua importância na época, mereceu notícia com desta na primeira página do Jornal do Commercio, o diário da cidade:

"A ilustrada e progressista Associação Comercial de Campo Grande, atendendo à solicitação do delegado de polícia, reuniu-se em sessão especial, segunda-feira última, para tratar da organização de um corpo de guarda noturna afim de por um paradeiro à roubalheira que vem alarmando a nossa população.

Às nove horas da noite, sob a esclarecida presidência do ilustre dr. Eduardo Olímpio Machado e com a presença de quase todos os seus membros, tiveram início os trabalhos daquela importante associação.

Depois de lida a ata da sessão anterior e de sobre ela haverem deliberado, o presidente expôs o fim daquela reunião extraordinária, dando em seguida, a palavra ao adv. Sabino Costa, que a solicitara. Este, dirigindo-se aos circunstantes discorreu com clareza e síntese acerca este importante assunto, demonstrando a imperiosa necessidade que tinha o comercio local de se prevenir contra os ladrões que infestam a cidade. Terminou pedindo à progressista associação o seu apoio material para a realização de tão útil empreendimento.

Submetida à votação a proposta, pelo sr. presidente, os membros da Associação, à uma, deram o seu parecer favorável à criação do Corpo de Vigilância Noturna de Campo Grande, autorizando ao delegado de polícia a sua organização provisória, de acordo com a necessidade do momento, até que fosse, com mais amplos estudos e discussão, assentado em definitivo e vazado nos moldes dos seus congêneres do Rio e São Paulo.

Assim é que no dia imediato - 13 do corrente - sob os auspícios da Associação Comercial de Campo Grande e a direção da polícia inaugurou-se entre nós, o serviço de vigilância noturna, cuja lacuna, de há muito, se impunha de preenchê-la".

FONTE: Jornal do Commercio (Campo Grande), 17 de abril de 1927.  

FOTO: acervo do Arquivo Publico de Campo Grande (Arca) 

 
13 de abril

2020 - Coronavírus: a primeira morte em Campo Grande

Campo Grande registrou a primeira morte por Covid-19, a terceira de Mato Grosso do Sul. A paciente tinha 71 anos e estava internada no Hospital Regional de Campo Grande. Além de idosa, tinha problemas cardíacos e tinha diabetes. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), esse quadro pode ter contribuído para o agravamento do caso.

A mulher deu entrada ontem na unidade depois de passar pelo Centro Regional de Saúde do Tiradentes (onde já tinha passado várias outras vezes). Diante da gravidade, foi levada ao Hospital Regional, tendo rápida evolução até o óbito.. O resultado positivo do exame para o novo coronavírus saiu no mesmo dia.

FONTE: Secretaria de Saude MS, Campo Grande, 13/04/2020.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...