domingo, 20 de fevereiro de 2011

16 de junho

16 de junho


1867 - Dom Pedro II homologa Tratado de La Paz

Lagoa Mandioré e serra do Amolar nos limites em Brasil e Bolívia

O imperador Dom Pedro II homologou o Tratado de La Paz, firmado em 27 de março de 1867, pelos representantes diplomáticos do Brasil e Bolívia, na capital boliviana. Entre os pontos aprovados pelos dois países, regularam-se nos 30 artigos do acordo o seguinte: 

Criação de comissão para em seis meses demarcar a fronteira entre os dois países, tendo por base o uti possidetis, e por referência de limites na província de Mato Grosso, partindo do rio Paraguai na latitude de 20° 40°, onde deságua a baia Negra, seguindo pelo meio desta até o seu fundo e daí em linha reta à lagoa de Cáceres, cortando-a pelo seu meio, indo daqui à lagoa Mandioré e a cortando pelo seu meio, bem como as lagoas Gaíba e Uberaba, em quantas retas quantas forem necessárias, de modo que fiquem do lado do Brasil as terras altas das Pedras de Amolar e da Insua, do extremo norte da lagoa Uberaba, seguindo em linha reta ao extremo sul da Corrixa-Grande, salvando as povoações brasileiras e bolivianas, que ficarão respectivamente ao lado do Brasil e da Bolívia, do extremo sul da Corrixa-Grande em linha reta ao morro da Boa Vista e aos Quatro Irmãos, destes, também em linha reta, até as nascentes do rio Verde, baixando por este rio até a sua confluência com o Guaporé e pelo meio deste e do Mamoré até o Bene, onde principia o rio Madeira.

Livre comércio e navegação nos rios comuns aos dois estados; tratado e extradição.

Proibição a ambos os países de empregar no seu serviço indivíduos que desertarem de mar ou de terra, devendo ser presos e entregues os soldados e marinheiros desertores. 


FONTE: Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro 1844 - 1885, página



16 de junho

1868 -  Governo de MT torna obrigatória a vacinação




O presidente da província de Mato Grosso, Barão de Aguapey, através da sanção da lei 574, torna obrigatória a vacinação em Cuiabá, nos seguintes termos:

Artigo 1º -Nenhuma pessoa, ainda mesmo com residência temporária dentro da município da Capital, é isenta da vacina, Excetuam-se desta regra:

§ 1° - Os indivíduos que já houveram sido vacinados e provarem a sua vacina com atestado do respectivo comissário.

§ 2° - Os que tiverem sofrido de varíola, e os que seu estado valetudinário não quiserem sujeitar-se a essa operação.

Artigo 2° - Os pais de família são responsáveis não só pela vacina de suas mulheres e filhos, como também pela de seus domésticos.

Artigo 3° A disposição do artigo antecedente entendem-se também com os tutores e curadores de menores púberes e impúberes.

Artigo 4° - A pessoa que for encontrada sem ser ainda vacinada, e aquela que tendo sido não apresentar mo oitavo dia, depois de verifica a vacina, ao respectivo comissário para a extração do pus, fica sujeito a multa de 10$000 que será cobrada na forma dos Regulamentos fiscais, além da pena de prisão por três dias, que será imposta, mediante as formalidades legais, pela autoridade competente.

Artigo 5° - O comissário vacinador será obrigado a fornecer aos vacinados o atestado de que trata o artigo 1°.

A obrigatoriedade da vacina passou a dispor de todos os códigos de posturas municipais da província.

FONTE: Coleção de leis da Provincia de Mato Grosso de 1825 a 1912, página 3 (1868)
FOTO: meramente ilustrativa.

16 de junho

1892 Fim do golpe: coronel Barbosa abandona Corumbá



Derrotado em todas as frentes, a partir da reação armada do coronel Generoso Ponce em Cuiabá e de Jango Mascarenhas em Nioaque e região Sudoeste, e abandonado por seus próprios camaradas de rebelião, em Corumbá, o coronel José Barbosa (foto), que chefiou o golpe contra o governo de Manoel Murtinho, a partir de Corumbá, perde o comando militar de Mato Grosso e deixa o Estado:

...compreendeu que não tinha mais remédio o mal, e depois de ter consultado a oficialidade, resolveu finalmente abandonar Corumbá, o que efetivamente fez no dia 16 às dez horas da noite, sob um segredo conhecido somente por ele, a oficialidade e o cidadão Cibilis, proprietário da lancha que o levou até Assunção.


Antes de assumir o comando militar do Estado, em Corumbá, o coronel Barbosa foi comandante do 7° Regimento em Nioaque. Em 1897, como general de brigada serviu na Bahia na guerra de Canudos contra Antonio Conselheiro.




FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque, evolução histórica e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1982,página 101.






16 de junho


1911Batalha de Areias entre Gomes e Bento Xavier



O major Gomes (foto), comandante de polícia de Bela Vista e das tropas legalistas no Sul do Estado trava sua última batalha com a coluna de Bento Xavier, o revolucionário que defendia a divisão do Estado. Este choque ficou conhecido como o combate de Areias. O relatório oficial é do comandante legalista:

A 16, pelas duas horas da manhã, prossegui a marcha ao encontro do inimigo e às 9 horas da manhã do mesmo dia descobri-os pela fumaça dos fogões dos rebeldes, acampados na cabeceira das Areias, lugares estes cobertos por espessos cerrados e brejos que lhes dava seguro apoio pelos dois flancos. Em seguida mandei os Alferes Irineu Mendes e Rodrigues Peixoto com dois piquetes em comum, fazer o devido reconhecimento do terreno para entrar em ação, a que já foi feito a vivo fogo. Nos primeiros disparos, mandei toda a força avançar, deixando uma retaguarda muito bem organizada. O choque da nossa força foi tão impetuoso que dentro de 10 minutos estabeleceu-se a confusão na força inimiga, fugindo os desta espavoridos pelas matas deixando no campo de ação 5 mortos, 3 feridos graves, 200 cavalos (quase todos arreiados), quarenta e poucas armas muito inutilizados, mais de 50 bolsas com balas, 60 lanças com bandeirolas, a bandeira revolucionária, alguns revólveres, mais de 80 ponchos e palas, muitos “parelhos” de roupa nova e diversos insignificantes objetos. Caíram prisioneiros 30 homens, todos recrutados por Bento Xavier, entre eles os fazendeiros Gabriel de Almeida, Manoel Jorge das Neves, Frederico de Almeida e Adamastor de Carvalho, nossos correligionários. Dos nossos, saíram somente feridos o bravo Alferes Rodrigues Peixoto e o Sargento de Polícia Cavalheiro Dantas. 


Seguindo no mesmo momento a força em perseguição dos fugitivos da horda Bentista, os encontramos a uma légua de distância do teatro da luta em uns brocotões de serra e mataria, feriu-se novo tiroteio infrutífero por se terem embrenhado nas matas. Regressando nossa força ao acampamento, para cuidar dos feridos, reunir a cavalhada extraviada, etc., acampamos.




FONTE: Relatório do major Gomes ao governo do Estado, Bela Vista, 11/09/1911.

FOTO: acervo de Paulo Coelho Machado.




15 de junho

 15 de junho


1867 Cólera na retirada da Laguna: o pior inimigo


Retirada da Laguna, quadro de Ruy Martins Ferreira



O médico Cândido Manuel de Oliveira Quintana libera relatório sobre a epidemia de cólera-morbo durante a retirada das tropas brasileiras do Apa:

Havendo V.S. exigido de mim uma parte sobre a epidemia e ferimentos havidos na expedição de Mato Grosso, passo muito profunctoriamente a expender o seguinte: Que no dia 10 de maio, na Bela Vista, foi-me trazido à consulta um índio que sofria de diarréia abundante e que no dia seguinte faleceu. Este doente, por causa da longa marcha e dos muitos outros que tínhamos a tratar, faleceu, sem que tivéssemos bem observado sua enfermidade. No dia 17, as 11 horas da noite, pouco mais ou menos, entraram mais dois enfermos para a enfermaria, os quais atraíram a atenção pelos grandes gritos que davam em conseqüência de câimbras e pela semelhança dos sintomas de ambos que eram: grande sede, supressão de urina, vômitos, evacuações alvinas abundantissimas, resfriamento das extremidades; e no dia seguinte, os que morreram estavam desfigurados pela magreza de rosto, então julgamos que tínhamos em presença a horrenda epidemia da cólera-morbo, que no dia subseqüente tornou-se pela entrada de muitos atacados com o sintomas seguintes: vômitos, evacuações alvinas abundantes de uma matéria semelhante à água de arroz, grande sede, dispnéia, pulso pequeno freqüente, supressão de urinas, mudança extrema no metal da voz e mesmo afonia, pele fria, cianose, magreza e desfiguramento rápido de rosto, etc. A falta de víveres, de barracas e roupa suficiente na estação do inverno, muito deveria concorrer para aumentar o número de atacados, os quais, entrando nas enfermarias, também aí não achavam abrigo contra as intempéries. Os medicamentos no fim de poucos dias estavam todos acabados. As marchas muitas vezes o dia inteiro, algumas vezes de noite, a péssima condução em carros puxados a bois, em que os doentes comprimiam-se mutuamente, pela exigüidade de espaço, deviam ter grande parte no acréscimo da mortalidade, que era de quase todos os atacados. Afinal todos os carros foram queimados por necessidade: os doentes eram conduzidos em padiolas por soldados enfraquecidos pela fome, estropiados, que se recusavam a carregá-los e que os deixavam atirados no caminho sempre que o podiam fazer. Os são já mal eram suficientes para carregar os doentes, sendo preciso caminhar com presteza, pois já nenhum alimento tínhamos além das poucas reses que puxavam a Artilharia. À vista disto, foram os doentes da cólera-morbo deixados no pouso por ordem superior, no dia 26 de maio. Até o dia 1º de junho a epidemia ainda não tinha cessado. Nesse dia tendo as forças começado a marcha, quase à noite, debaixo de chuva fortíssima, caminhou seis léguas. Durante este trajeto, que terminou no dia 2 à tarde, morreram alguns coléricos e no dia 3, o último doente grave dessa enfermidade que ainda restava.. Nesse dia a epidemia cessou.¹


Para o inimigo a epidemia de cólera foi um castigo de Providência contra os invasores de seu território. As considerações sobre a peste foram estampadas em amplo artigo sobre a retirada da Laguna, publicado no jornal oficial do governo paraguaio:



E para o auge do desastre, Deus havia reservado a esses infames, para espiar seu crime, um castigo maior. O cólera, essa terrível peste que havia assomado as povoações dos aliados e arruinado o exército inimigo, apareceu entre eles com todos seus horrores, fazendo o mais espantoso estrago.

Expiação justa que a Providência descarregou sobre a cabeça dos infames que queriam escravizar um país cristão e livre.

A princípio enterravam seus cadáveres, mas depois já não puderam fazê-lo por ser muito grande o número e abandonavam seus mortos, entre os quais se encontraram muitos oficiais e mulheres.

A mortandade foi acrescentando dia-a-dia em suas fileiras, sem embargo marchava constantemente, sempre conduzido por nossa cavalaria que formava um círculo de ferro ao seu redor.

O inimigo que em todo seu vigor e força havia sido imponente para competir com nossos soldados, enfermo e débil não teve a resolução de fazer a mínima tentativa  de ataque. Seguiu seu destino, vencido e resignado à mercê de nossas armas.

Nossos soldados clamavam por levar sobre aqueles restos um ataque, seguro de encontrar uma vitória barata. Seus chefes não lhes permitiram, não era necessário, iria derramar-se sangue inutilmente e, quando se pode vencer o inimigo sem ele, é mais glorioso, é mais conforme com a humanidade que sempre temos tido enquanto é compatível com a guerra.

O resto da coluna seguia adiante, deixando grande número de desertores e cadáveres. Chegou às margens do Mbotetey que atravessou a nado e teve que permanecer ali cinco dias. Aqui foi onde a epidemia fez mais estragos em suas fileiras e aqui foi também o chefe da expedição Camisão morreu,  seguindo-lhe no sepulcro, seu segundo, o tenente-coronel Galvão. O major José Tomas  assumiu o comando das forças que passaram o Mbotetey e seguiram para as serras. Ali caíram centenas de cadáveres e outro tanto de moribundos, armamentos de todas as classes, carros, etc. Cada dia aumentava entre eles a fome e a peste. Mesmo assim marchava adiante. Nossa cavalaria o pastoreava dia e noite.²

FONTE: El Semanário (PY) Assunção, 13 de julho de 1867.



FONTE: ¹Taunay, A retirada da Laguna, 14a.edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 173. ²El Semanário (PY) Assunção, 13 de julho de 1867.








15 de junho



1915Criado o município de Três Lagoas



Antonio Trajano, o fundador de Três Lagoas




Pela lei n° 706, sancionada pelo governador Augusto da Costa Marques, é criado o município Três Lagoas, desmembrado de Paranaíba. Seu primeiro intendente geral foi capitão Afonso Garcia Prado. Iniciada em 1911 com a chegada da estrada de ferro, em área doada por Antonio Trajano dos Santos e pelo governo do Estado, Três Lagoas teve seu plano urbanístico traçado pelo engenheiro Oscar Teixeira Guimarães e sua demarcação executada pelo agrimensor Justino Rangel de França. Pela lei 656 de 1914 é elevada a condição de distrito. Com o intendente foram empossados os primeiros vereadores: Antonio de Souza Queiroz, Generoso Alves Siqueira, Oscar Guimarães, Bernardino Mendes e Sebastião Fenelon Costa. Antonio de Souza Queiroz é eleito presidente do legislativo municipal. 

Três Lagoas é o principal polo industrial de Mato Grosso do Sul e, segundo dados do IBGE (2013) tem cerca de 110.000 habitantes, sendo a terceira cidade do Estado.



FONTE: Jesus H. Martin, A história de Três Lagoas, edição do autor, Três Lagoas, 2000, página 57.

FOTO: acervo da prefeitura municipal de Três Lagoas.





15 de junho

1957Dourados sede de bispado






É criada pelo papa Pio XII a diocese de Dourados, abrangendo todo o extremo-sul do Estado de Mato Grosso com uma área de 68.300 km2. A notícia foi recebida com júbilo pela comunidade católica do município e foi o destaque da "Coluna Religiosa" do jornal "O Progresso" de 1° de setembro de 1957:

No dia 22 de agosto esteve entre nós, em rápida visita, Sua Excia. Revmo. Dom Ladislau Paz, administrador apostólico de Corumbá. Sua Excia. veio especialmente a Dourados para trazer-nos a notícia oficial da criação pela Santa Sé, do novo Bispado de Dourados. A nova diocese, com 74.000 quilômetros quadrados e 140.000 habitantes, compor-se-á de 7 municípios e 9 paróquias: Dourados (com Colonia Federal), Itaporã, Rio Brilhante, Bataguassu, Maracaju, Ponta Porã e Amambai.

Reunidas na noite do dia 22 de agosto, no salão nobre do convento franciscano às pessoas de destaque do mundo católico de Dourados, comunicou Dom Ladislau, que a nomeação do Bispo de Dourados se fará em breve, provavelmente já neste mês de setembro. A posse do novo bispo realizar-se-á então no fim deste ou no começo do outro ano, devendo vir nesta ocasião para dar a posse, o Exmo. e Revmo. sr. Núncio Apostólico, embaixador da Santa Sé, junto ao governo brasileiro e representante do Santo Padre, o Papa. A atual igreja matriz será eleva a Pró Catedral. Sua Excia. fez ainda uma ligeira exposição das vantagens decorrentes da criação do Bispado de Dourados, significando a mesma uma grande vitória da causa católica da nossa cidade e em toda a nova Diocese, devendo, porém, os católicos do lugar colaborar eficazmente na instalação do mesmo bispado, mormente no que diz respeito à residência do bispo. Sendo franqueada a palavra a todos os presentes, uso dela primeiro o rvmo. Pe. vigário da paróquia de Dourados, oferecendo o convento franciscano para moradia provisória do bispo. Foi bem aceita esta proposta, concordando depois todos os presentes em organizar uma campanha afim de prover o novo bispo com o mais necessário para a sua instalação. Resolveu-se promover para este fim, umas sessões de cinema, um chá com desfile de bonecas, uma ou outra rifa, um livro de ouro, etc. Sugeriu-se também providenciar, desde já, a aquisição de um terreno para a futura catedral de Dourados, ideia essa que foi bem acolhida. Terminando a reunião, usou da palavra o exmo. sr. Walmor Borges, DD. coletor federal e presidente da Câmara Municipal, que em seu próprio nome e no de todos os presentes, agradeceu ao exmo. e revmo. sr. administrador apostólico a visita e lhe prometeu irrestrito apoio à grande obra, prestes a se realizar na nossa cidade. Dom Ladislau Paz, que com suas maneiras amáveis conquistara logo a simpatia de todos, ao despedir-se, expressou o seu contentamento em verificar o entusiasmo e a prontidão com que os católicos de Dourados souberam receber a decisão da Santa Sé, criando o Bispado de Dourados para maior glória de Deus, para o bem das nossas almas e também para o progresso da nossa cidade.

Seu primeiro bispo foi D. José de Aquino Pereira, do clero secular, sacerdote desde 1944, ex-cura da da catedral de São Carlos, no estado de São Paulo. Sua nomeação no "Osservatore Romano", deu-se em 1° de fevereiro de 1958. 


FONTE: Frei Pedro Knob, A missão franciscana do Mato Grosso, Edições Loyola, São Paulo, 1988, página 216.

FOTO: D. José de Aquino Pereira, primeiro bispo de Dourados. Acervo da Diocese de Dourados.


15 de junho

2016 - Metraficante morre em emboscada na fronteira

O megatraficante brasileiro Jorge Rafaat Toumani morreu fuzilado em um tiroteio, emboscado no centro de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia onde vivia como suposto empresário de segurança privada, na fronteira com Ponta Porã.

O bando motorizado que o atacou usou armamento de guerra e artilharia anti-aérea: fuzis e uma metralhadora Browning M2. 50, escondida dentro de uma caminhonete para parar o veículo blindado do narcotraficante. Uma intensa troca de tiros entre quadrilhas chamou a atenção da Polícia Nacional do Paraguai, não conseguiu abortar o objetivo da operação.

Segundo as autoridades policiais, tudo começou as 18h45, quando Rafaat foi emboscado em uma cena de proporções cinematográficas nas principais ruas de Pedro Juan Caballero. O traficante não teve tempo de reagir. Seus guarda-costas estavam em outros veículos e perseguiram os rivais por algumas quadras.

Conforme o jornal ABC Color, Rafaat recebeu dezesseis tiros disparados por um bando de pistoleiros. Morreu na hora, sentado ao volante da Hammer. Um vídeo capturado por câmeras de segurança e divulgado pela imprensa mostra parte do confronto no trânsito. Um Toyota de cor clara passa à frente do comboio que protegia a Hammer de Rafaat e inicia os disparos de metralhadora, logo após o cruzamento, enquanto as pick-ups de sua segurança ficaram paradas. Em seguida, os homens do traficante descem armados com fuzis, disparam algumas vezes e correm. Mas o carro do chefe já estava fuzilado adiante.

Segundo a imprensa paraguaia, ele já havia sido alvo de um atentado anterior, cometido pela facção brasileira do PCC. Rafaat teria assumido nos anos 2000 rotas do tráfico antes operado por Fernandinho Beira-Mar. Ele já era alvo da justiça brasileira em ao menos cinco ações penais, crimes como tráfico internacional, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O corpo de Rafaat foi sepultado no cemitério de Ponta Porã.


FONTE: Veja (online), 16/06/2016.

14 de junho

14 de junho


1783Governador decide explorar rio Miranda


Planta do presídio de Miranda, de autoria de Rodrigues do Prado




O governador Luiz de Albuquerque, ordena nova exploração do rio Mondego (Miranda) à montante do ribeirão Salobra. Essa exploração, segundo Mendonça, “deveria completar a de 1776, por ele mesmo organizada e dirigida por João Lemes do Prado, tendo por objeto averiguar quais os pontos mais inacessíveis à inundação periódica. O pensamento de Luiz de Albuquerque era o de colocar à margem do rio Mondego, o mais próximo possível do forte de Coimbra, um estabelecimento militar destinado a guardar a fronteira por aquele lado, e ao mesmo tempo prestar a Coimbra o necessário socorro no caso de uma agressão imprevista”.

O projeto de Albuquerque viria a se concretizar somente em 1797, no governo de Caetano Pinto de Miranda Montenegro, com a fundação do presídio de Miranda. 



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 292


14 de junho

1957 -  Nasce Ângelo Arruda, o historiador da arquitetura moderna

Nasce em Penedo, Alagoas, Ângelo Arruda, o arquiteto que escreveu a história da chegada da moderna arquitetura e construção civil em Campo Grande. Estudou o primário e o secundário em Caruaru, Pernambuco, onde diplomou-se em arquitetura e urbanismo na universidade federal do Recife.

Em 1978, mudou-se para Campo Grande, onde, onde iniciou a militância como diretor cultural da novel Associação de Engenheiros e Arquitetos de Campo Grande, embrião do Sindicato dos Arquitetos de Mato Grosso do Sul, o qual fundara em 1993. Em 1982, integrou a do Instituto de Arquitetos do Brasil. Ainda em 1982, participou dos movimentos pela redemocratização do país, da anistia e defesa do Pantanal. Em 1983, inicia a carreira de professor, no curso de Arquitetura e Urbanismo do Cesup (atual Uniderp).

Em 1987, a convite do prefeito Juvêncio César da Fonseca (PMDB), passou a integrar o Conselho Municipal de Desenvolvimento e Urbanização (CMDU), ocupando a presidência do recém-criado Planurb, Unidade de Planejamento Urbano de Campo Grande. No Planurb, elaborou a Nova Lei do Uso do Solo da capital. 

Em 1989 foi nomeado Secretário Adjunto do Trabalho, do governo Marcelo Miranda (PMDB). Em 1991, atuou na Coordenadoria de Turismo, da Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. 

Historiador, Ângelo Arruda, é autor , entre outras, de duas obras sobre as origens e evolução da arquitetura e urbanismo em Campo Grande e uma sobre a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. 



14 de junho


1965 – Polícia Federal em Campo Grande


Atual sede da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul em Campo Grande
Como parte do aparelho repressivo do regime militar implantado no país em 1964, comunica-se a instalação em Campo Grande da Delegacia Regional do Departamento Federal de Segurança Pública, que mais tarde passaria a denominar-se Polícia Federal. Funcionou inicialmente numa das dependências do QG da Polícia Militar. O primeiro delegado foi o capitão Mário de Silveira Campos, da PM do Distrito Federal, tendo como comissários Aluísio Pinto dos Santos e Odenir Cícero de Sá.

Em seguida, a PF mudou-se para a rua Dom Aquino e 14 de Julho onde funcionou, até mudar-se para sua sede própria. Um de seus mais conhecidos titulares dos tempos da ditadura militar foi o General Amadeu Anastácio.



FONTE: Boletim Interno da PM, n° 125.


14 de junho

2013 - Hidrelétrica de São Domingos entra em operação



Iniciada em 2009 entra em operação a primeira unidade geradora da Usina Hidrelétrica São Domingos. A Eletrosul, responsável pela obra, registrou o evento:

Usina São Domingos recebeu mais de R$ 485 milhões em investimento
A Eletrosul colocou em operação comercial, nesta sexta-feira (14), a primeira unidade geradora da Usina Hidrelétrica São Domingos, no Leste do Mato Grosso do Sul. Aproveitando o potencial hidrelétrico do rio Verde, nos municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, o empreendimento conta com duas unidades geradoras com capacidade instalada total de 48 megawatts (MW), suficiente para atender ao consumo de aproximadamente 550 mil habitantes.
"A Usina São Domingos foi um projeto difícil, com muitos desafios técnicos, que conseguimos superar. O início da operação da primeira unidade geradora é muito gratificante. Estamos bastante otimistas com o desempenho operacional da primeira máquina e trabalhando no comissionamento do segundo conjunto gerador para colocá-lo em operação comercial ainda em 2013. Este é o ano da consolidação da Eletrosul como geradora de energia", avaliou o diretor de Engenharia e Operação, Ronaldo dos Santos Custódio.
Com investimento na ordem de R$ 485 milhões, a Usina São Domingos é o maior empreendimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Mato Grosso do Sul. Somente em projetos socioambientais, foram investidos cerca de R$ 14 milhões.
Nos próximos 30 anos, os municípios da área de abrangência da usina receberão uma compensação financeira, no valor de R$ 21,5 milhões, pela utilização dos recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica. O Estado recebe a mesma quantia e a União, R$ 4,7 milhões, totalizando R$ 47,7 milhões. Com o início da operação da usina, a expectativa é de que novos investidores se instalem na região, favorecendo o desenvolvimento socioeconômico das cidades do entorno do empreendimento. Durante as obras, foram gerados aproximadamente 2 mil empregos diretos e indiretos.
O empreendimento
Com 32 metros de altura, a barragem da usina forma um reservatório com área de aproximadamente 19 quilômetros quadrados e volume de 131 milhões de metros cúbicos. O canal, de 400 metros de comprimento por 6 metros de profundidade, e todo o barramento são revestidos em manta de polietileno de alta densidade (PEAD), dando um aspecto exclusivo à obra.
"Diferente de empreendimentos que utilizam métodos convencionais com concreto ou solo argiloso protegido por rochas, a São Domingos é a primeira usina hidrelétrica do Brasil a adotar essa técnica no barramento, que viabilizou a construção do reservatório em terreno arenoso, característico da região", detalha o engenheiro responsável pela obra, André Batistela Ribeiro. O escoamento da energia é feito por uma linha de transmissão (138 kV) de 53 quilômetros até a Subestação Água Clara, pertencente à Enersul, conectando a usina ao Sistema Interligado Nacional (SIN).


FONTE: Eletrobrás

FOTO: Maricleyde Vasques.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

13 de junho

13 de junho


1866 Morre o brigadeiro Galvão



Morre às margens do rio Negro, o brigadeiro José Antonio Fonseca Galvão, comandante da força expedicionária brasileira, que no ano seguinte protagonizaria a célebre retirada da Laguna.


Taunay, o escritor da expedição, registra o lamentado ocorrido em seu diário de campanha:

A 13 do mesmo mês, soltou o último suspiro o comandante das forças o brigadeiro graduado José Antônio da Fonseca Galvão. Em idade avançada, debilitado pelo mal passadio a que todos se viram sujeitos, acabrunhado de desgostos, não resistiu à invasão do mal que, em poucos dias, o atirou ao leito da morte. A divisão expedicionária fez as honras fúnebres ao chefe que a guiara desde o Rio dos Bois até aquele ínvio ponto, dando as salvas do estilo o parque de quatro peças de artilharia que chegara então a 8 daquele mês. A cruz que protege os seus restos levanta-se à margem esquerda do rio Negro, e tosca inscrição declara a hierarquia da pessoa que ali descansa para sempre, em melancólico e deserto sítio, na paz dos sertões.



FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Edições Melhoramentos, São Paulo, sd. página 71




13 de junho


1867Retomada de Corumbá


Tendo à frente o tenente-coronel Antônio Maria Coelho, corpo expedicionário, organizado pelo presidente da província Couto de Magalhães, retoma Corumbá aos paraguaios que a ocupam desde 3 de janeiro de 1865. O Boletim de Mato Grosso em Cuiabá, deu a notícia:

O tenente-coronel Antonio Maria Coelho, que desta capital partiu a 10 do passado, atacou e enxotou de Corumbá nesse dia os inimigos invasores.


Entretanto, pelo caminho das Piraputangas, ao chegar no antigo acampamento das forças paraguaias, o tenente-coronel Antonio Maria Coelho, do 1º corpo da vanguarda das forças expedicionárias, deu vivas à S. M. o Imperador e toda a tropa partiu em marche-marche.

A ala direita, ao mando do capitão Joaquim José de Pinho, escalou a ponta da trincheira, do lado do rio, por onde o fosso não estava concluído.
O tenente-coronel, com a 6ª companhia, avançou sobre 2 bocas de fogo colocadas do outro lado da trincheira e os demais avançaram para a ponta do morro, a fim de ofender os vapores.


Após grande e renhido combate em terra, onde infelizmente sucumbiram como heróis o capitão de comissão Cruz, um cadete e seis soldados, sendo também vítimas, inclusive o coronel Cabral, o Padre e o valente tenente Roa.
Perdidas as esperanças de defesa, os dois vasos tomaram águas acima e refugiaram-se na volta do rio, onde os não podiam perseguir nossas artilharias, e daí regressaram em fugida para Assunção, às 4 horas da madrugada.
Contam-se vinte e sete paraguaios prisioneiros, e reduzidos ao seu estado de liberdade quinhentos e tantos brasileiros, entre homens e mulheres, os quais não se farão muito aqui esperar.


Como despojos deixaram-nos os inimigos oito bocas de fogo, muito armamento, munições de guerra e depósito de víveres.

O tenente-coronel Hermogenes Cabral, comandante paraguaio da vila ocupada, morreu em combate, o que não impediu que fosse responsabilizado pela derrota e acusado de traidor da pátria por seus comandados e superiores.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 287. 




13 de junho

1912 - Emancipação de Porto Murtinho


Porto Murtinho, às margens do rio Paraguai

Desmembrado do município de Corumbá pelo Decreto Estadual nº 310, de 02-04-1912, é instalado o município de Porto Murtinho. O povoado nasceu nos primórdios de 1892, pela necessidade da criação de um porto de embarque de erva-mate, às margens do rio Paraguai, na altura de 50 quilômetros a montante da barra do rio Apa, em terras das fazenda Três Barras, 3600 hectares, adquiridos pela Companhaia Mate Larangeira. Murtinho é homenagem ao ministro Joaquim Murtinho, diretor do Banco Rio e Mato Grosso, controlador da citada empresa. Com área de 16.000 quilômetros quadrados.

FONTE: IBGE.



13 de junho

1959Divisão do Estado discutida na Assembléia


Discurso do deputado Edson Brito Garcia, de Aquidauana, sobre a questão divisionista tumultua a sessão da Assembléia Legislativa, em Cuiabá, onde se homenageava a retomada de Corumbá. O deputado sulista analisava expediente das câmaras municipais de Campo Grande e Dourados, defendendo a idéia separatista e discutia requerimento de sua autoria, apoiando a divisão. Posto em votação a proposição foi derrotada por 13 votos a 11. Votaram a favor:

Edson Brito Garcia, Reis Costa, Oliveira Lima, Olivia Enciso, Edil Ferraz, Ranulfo Marques Leal, Salvador Roncisvale Filho, Alarico Reis d’Ávila, Francisco de Barros Por Deus, Pedro Luiz de Souza e Waldir dos Santos Pereira, todos do Sul. Votaram contra: Augusto Mário Vieira, Manoel José de Arruda, Ubaldo Monteiro da Silva, Clóvis Hugueney, Fauze Gattass (de Corumbá), João Franchi, Licínio Monteiro da Silva, Mário Vand den Bosch, Sebastião Nunes da Cunha (de Aquidauana), Vicente Vuolo, Wilson Dias de Pinho (de Dourados), Lourival Fontes e Edmir Moreira Rodrigues (de Corumbá).


FONTE: Rubens de Mendonça, Historia do poder legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 128.



13 de junho

1979Mato Grosso do Sul ganha sua carta





Numa manhã fria, tendo como plenário uma dependência da universidade federal, sob quente clima político, com os rumores da demissão do governador Harry Amorim Costa, dá-se em Campo Grande a promulgação da primeira constituição estadual. Na cerimônia simples, falaram o presidente da Assembléia, Londres Machado e os líderes da Arena, Waldomiro Gonçalves e do MDB, Sergio Cruz. Subscreveram a Carta os seguintes deputados constituintes: da Arena, Londres Machado, Walter Benedito Carneiro, Horácio Cerzósimo de Souza, Waldomiro Alves Gonçalves, Alberto Cubel Brull, Ary Rigo, Oswaldo Ferreira Dutra, Paulo Roberto Capiberibe Saldanha, RamezTebet, Rudel Espíndola Trindade e Zenóbio Neves dos Santos e pelo MDB, Cecílio de Jesus Gaeta, Getúlio Gideão Bauermeister,Odilon Nakasato, Onevan José de Matos,Roberto Moaccar Orro, Sergio Manoel da Cruz e Sultan Rasslan.


FONTE: anais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.


13 de junho


2020 - Primeiro posto  público para abastecimento de carros elétricos



Reportagem do jornal Correio do Estado dá conta da ativação em Campo Grande, da primeira estação solar para abastecimento de carros elétricos em Mato Grosso do Sul. Trata-se de iniciativa da empresa Solar Energy, cujo objetivo, segundo seu diretor Heverton Martins, "é criar uma rota de postos solares que chegue até São Paulo, para dar autonomia aos viajantes".

Trata-se de "de um estacionamento coberto com painéis solares e é público. Qualquer viajante que passar por ali pode abastecer e acessar o WI-FI gratuitamente". Ainda segundo o proprietário da estação, "a ideia a gente vem amadurecendo há dois anjos. Fomos à Alemanha e aos Estados Unidos para saber qual a tecnologia mais viável e acessível aqui. É o primeiro posto gratuito, está na rua e é público, o que já existe aqui em Campo Grande é particular e de uso privativo".

Segundo o jornal as "vendas de carros elétricos e híbridos tem participação discreta no mercado brasileiro, representando 0,2 do total de emplacamentos feitos no Brasil em 2019. De acordo com a Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVB) até o ano passado, o Brasil registrou 15 mil unidades de veículos elétricos circulando pelo país". 

A empresa está de olho no mercado futuro, segundo seu proprietário: "Nos trabalhamos há dez anos com energia solar fotovoltaica, hoje já temos tanto os equipamentos quanto oferecer a manutenção. Queremos fazer uma rede de abastecimento, criando uma rota que chegue até São Paulo. Alguém que tem um hotel ou restaurante, por exemplo, pode criar uma estação para atender seus clientes".

FONTE: Susan Benites, Correio do Estado, Campo Grande, 13 de junho de 2020.

FOTO: Valdenir Rezende, Correio do Estado.



OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...