11 de janeiro
1836 - José Garcia Leal é nomeado líder de Paranaíba
É nomeado o capitão de milíacias José Garcia Leal para o cargo de diretor da povoação de Santana do Paranaíba, localidade de 30 casas no vão dos rios Sucuriu, Paraná e Paranaíba. "Homem de ânimo decidido, empreendedor e inteligente - constata Estêvão de Mendonça - exercendo imensa preponderância sobre a família Garcia Leal, que era numerosa, a sua deliberação, estabelecendo-se no ângulo formado formado pelos rios Paranaíba e Aporé, atraiu para o mesmo lugar seus irmãos Januário, Pedro e Joaquim Garcia Leal."
FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 34.
FOTO: Hildebrand Campestrine, Santana do Paranaíba de 1700 a 2002 (segunda edição), Insituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2002,página 123. "Foto atribuída pela tradição oral a José Garcia Leal."
11 de janeiro
1867 - Retirada da Laguna: tropas brasileiras mudam-se de Miranda para Nioaque
As forças brasileiras aquarteladas em Miranda, sob o comando do coronel Camisão, levantam acampamento com destino a Nioaque, escala para a fronteira, onde teve início a trágica retirada da Leguna. Correspondência da época, detalha o episódio:
Levantamos acampamento para Nioaque, a 11 de janeiro último, apesar do grande desarranjo que havia para condução do cartuchame e mesmo falta de outros recursos para transportar-se os enfermos mais perigosos!
Tivemos precisão de falhar daí a três léguas, porque a maior parte da bagagem reuna ficara espalhada pela estrada, sendo, pois necessário reunir-se tudo.
A demora foi de três dias, quando o gado que trazíamos estava calculado para a marcha regular até Nioaque!
Seguimos viagem no dia 15 do mesmo mês e somente a 24 deste mês é que chegamos extenuados e em completa desordem a Nioaque, 25 léguas distantes de Miranda e havendo-se gasto 14 dias de viagem!!!
Chegadas que foram as forças a este ponto militar tivemos de mandar buscar grande ou a maior parte do cartuxame deixado em Miranda, sob a guarda apenas de 20 praças e sujeito a qualquer surpresa dos paraguaios, subindo o rio!...isso também não admiraria nesta província, porque está acostumada a ver entregar tudo sem o menor escrúpulo de consciência a responsabilidade militar!
FONTE: Correio Mercantil (RJ), 25 de junho de 1867.
1900 – Morre José Antônio Pereira
Homenagem de Campo Grande ao seu fundador |
Aos 74 anos, morre José Antonio Pereira, o fundador de Campo Grande. Foi sepultado no cemitério, localizado no atual bairro Amambaí. Em seguida seus restos mortais foram trasladados para o cemitério Santo Antônio. Nascido em Barbacena, Minas Gerais, casou com Maria Carolina de Oliveira em São João Del-Rei e fixou residência no arraial de São Francisco das Chagas do Monte Alegre, em meados do século XIX. Em 4 de março de 1872 deixa Monte Alegre e na trilha dos soldados da guerra do Paraguai, alcança em 21 de junho o Campo Grande, descrito por Taunay, da comissão de Engenharia dos retirantes da Laguna, em seu retorno ao Rio de Janeiro. Na confluência dos córregos Prosa e Segredo, plantou a primeira roça, onde nasceria o povoado dos mineiros, Santo Antonio de Campo Grande.
FONTE: Eurípedes Barsanulfo Pereira, História da fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001..
11 de janeiro
1950 - Aumento abusivo em tarifa de energia revolta população de Corumbá
Tendo por fonte o semanário Atualidade, de Corumbá, imprensa cuiabana dá destaque â "violenta reação que encontrou na cidade branca uma descabida e odiosa medida tomada pela Cia. Matogrossense de Eletricidade, que fornece luz e energia àquela cidade: a de aumentar em mais de 100% os preços de luz e força cobrados ao povo corumbaense, os quais já eram bem altos. Assim, de acordo com a nova tabela, que por sua vez se apoia em estranha portaria do ministro da Agricultura, baixada à revelia da prefeitura daquele município, os preços de energia deverão passar, ali, Cr$ 120,00 a Cr$ 250,00! Corumbá deverá dessa forma, ter a energia mais cara do mundo"!
O primeiro impacto da medida é que o "aumento foi feito abruptamente, sem qualquer estudo ou aviso, tendo apanhado o povo, o prefeito e as demais autoridades completamente desprevenidos. Por isso mesmo dia em que se teve da absurda medida, o povo foi para a praça pública, onde improvisou, com a adesão das autoridades um comício monstro de protesto contra o inominável assalto".
"Ao mesmo tempo, foi organizada uma comissão tendo à frente o presidente da Câmara Municipal, e constituída de elementos de todas as classes e representantes de todos os partidos políticos, que já seguiu para o Rio, afim de fazer entrega ao presidente da República de um memorial de protesto contra o aumento absurdo, que o povo não está em condições de suportar".
A notícia é finalizada com trechos do editorial do semanário corumbaense:
"Foi contra essa providência tomada tumultuariamente, sem uma prévia e necessária consulta à nossa municipalidade e ao povo de Corumbá, procedimento esse que processou-se intra-muros, num verdadeiro e condenável sigilo, que o nosso povo saiu à praça pública, numa justa manifestação de repulsa a ofensa aos seus mais sagrados direitos, lançando o seu veemente protesto contra mais esse assalto que a desmantelada Cia. Matogrossense de Eletricidade, uma entidade mal dirigida e mal orientada nesta cidade, pretende consumar, zombando das cláusulas do contrato que firmou com a nossa municipalidade para a execução de seus serviços que, de longo tempo a esta parte, descambaram para um verdadeiro caos sob um incrível descaso e mistificações de toda sorte".
FONTE: O Estado de Mato Grosso (Cuiabá), 11/01/1950.
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