segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

22 de maio

22 de maio


1867 - Tomada de Bela Vista: coronel Camisão presta contas


Rio Apa, fronteira Brasil - Paraguai




A caminho de volta a Nioaque, na retirada da Laguna,o comandante das forças brasileiras na fronteira, coronel Carlos Camisão,  apresenta breve relatório sobre a tomada de Bela Vista, ocorrida em 21 de abril:

O programa que apresentei às forças, ao partir da Colônia de Miranda, acha-se concluído em toda a sua brilhante plenitude. O inimigo fugiu aos primeiros passos da briosa força brasileira e nos abandonou seus entrincheiramentos, incendiando as suas propriedades e devastando brutalmente o trabalho de longos anos. - O conflito em que devia patentear-se a coragem que é própria do soldado brasileiro, não se deu: bastou a simples demonstração de sua placidez e energia. - Deus, em sua resplandecente justiça permitiu a completa reação da injusta invasão do distrito de Miranda, tocando-nos a glória imensa de executá-la em todo o seu elastério. - Orgulhoso por me achar à testa de tão distinta expedição, louvo em extremo, nesta ocasião, aos empregados do quartel deste comando, srs. engenheiros, médicos, oficial pagador, comandantes dos corpos de caçadores e de cavalo, provisório de artilharia, dos batalhões ns. 17, 20 e 21, todos os srs. oficiais e praças pelo entusiasmo no desejo de encontrar o inimigo e alegria ao marchar ao seu encontro, que se manifestaram em todas as ocasiões, desde a saída de Miranda, não só nos corpos que formavam a vanguarda, os quais desenvolveram muita atividade e vigilância, como nos demais, o que patenteou-se na passagem do rio Apa, o qual apesar de seu péssimo vau foi em poucos minutos transposto, ainda mesmo pela artilharia, cujo trem pesado faria crer em longa demora, dando-se o mesmo com o cartuchame. Ainda merece os meus elogios o bravo e denodado guia dessas forças José Francisco Lopes, o qual, impelido pelos sentimentos de pai e cidadão, pois tem a sua família prisioneira nesta República, nunca se esquivou a trabalhos e perigos, assim como os mais paisanos e fugitivos que ora me acompanham.




FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14ª edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 154. 



22 de maio

1888 - Abolicionistas de Corumbá festejam lei Áurea

A Sociedade Abolicionista Corumbaense publica anúncio convocando a população para ato de comemoração à assinatura da Lei Áurea que a 13 de maio, extinguiu a escravidão humana no Brasil:

"SOCIEDADE ABOLICIONISTA CORUMBAENSE - A diretoria desta sociedade convida a todos os sócios e abolicionistas em geral a comparecerem em casa do vice-presidente Luiz Esteves no  dia da chegada do paquete às seis horas da tarde para tomarem parte nos festejos que se hão de realizar em regozijo pela extinção dos escravos no Brasil; outrossim convida a mesma diretoria a todos os habitantes desta cidade, para que na noite em que se realizar o programa da festa da liberdade iluminem as frentes de suas casas.

PROGRAMA

1° - A Sociedade abolicionista subirá da casa de residência do vice-presidente e dirigir-se-á à casa da Câmara Municipal.

2° - Far-se-á a entrega do arquivo da sociedade à mesma ilustríssima Câmara, e entregues serão também na mesma ocasi~]ao os objetos oferecidos por senhoras de Montevideo em benefício à escravidão, os quais são agora destinados pela diretoria \á casa de caridade de Corumbá.

3° - Seguir-se-á depois em MARCHE FLAMBEAUX às residências dos Srns. Dr. Juiz de Direito, coronel comandante da Fronteira, Dr. Juiz Municipal e aos consulado.

4º - Percorridas todas as ruas da cidade estarão terminados os festejos e com estes a missão da Sociedade Abolicionista Corumbaense.

Corumbá, 22 de maio de 1888. A DIRETORIA.

O paquete, com a notícia oficial da sanção da Lei Áurea chegou a Corumbá em 27 de maio.

FONTE: Oasis (Corumbá), 27 de maio de 1888.

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