terça-feira, 1 de março de 2011

12 de julho

12 de julho

1924 - Oficiais de Bela Vista sublevam 10 R.C.I. e prendem o comandante


Quartel do 10 R.C.I de Bela Vista


Aderindo à revolta chefiada em São Paulo pelo general Izidoro Dias Lopes, oficiais do 10° RCI de Bela Vista,tenentes Riograndino Kruel, Pedro Martins da Rocha, Jorge Lobo Machado e o médico Umberto Peretti, revoltaram aquela unidade do Exército, com a prisão do comandante tenente-coronel Péricles de Albuquerque.

Segundo Pedro Ângelo da Rosa, "no mesmo dia, à hora da revista, os sargentos David Guimarães, Bernardo Duprat, Samuel Duprat, Eneas de Vasconcelos, Oscar Rodrigues de Araujo, Heitor Pereira, Jonas Vasconcelos, Altino Vasconcelos, Vitor Vascoelos e Januário Magalhães, tendo entrado em combinação prévia, promoveram a contra revolta, soltando o comandante, que foi reintegrado no seu posto e prenderam os oficiais revoltosos, que seguiram para a sede da Circunscrição Militar em Campo Grande. Aqueles sargentos foram elogiados pela sua ação e comissionados ao posto de segundos tenentes, pelo Presidente da República, fato que contribuiu desfavoravelmente para a revolução, em todo o País."¹

A revolta dos militares, no pouco tempo que durou, estendeu-se à área civil, com a deposição por ordem dos rebeldes do intendente geral do município Militão Loureiro de Almeida. Em seu lugar assumiu a prefeitura o vereador Accyndino Sampaio, que enviou ao presidente da Câmara Municipal o seguinte ofício:

Levo ao vosso conhecimento que tendo-se hoje revoltado parte da oficialidade do 10° Regimento de Cavalaria, e que tendo sido eu e o Dr. Armando de Almeida Barros, intimado por uma praça armada a comparecer na Intendência Municipal e ali fui intimado pelo Sr. Tenente Lobo Machado que estava naquela repartição com força armada, a assumir o cargo de intendente, apesar de minha recusa, foi pelo mesmo Sr. determinado que tinha de assinar uma ata, e como se tratava de uma situação anormal em que nossas vidas poderiam correr perigo, pois que já se achava preso o vereando comandante coronel Péricles, tive que aceder bem como todos os presentes que assinamos a referida ata. Exigindo o referido tenente do secretário da intendência um livro ele trouxe da Câmara, que pelo mesmo Lobo Machado foi lhe determinado que lavrasse a ata onde fomos obrigados a assinar todos os presentes. Me foi determinado que recebesse o arquivo da Tesouraria o que não o fiz. E aconselhei o Sr. Tesoureiro e intendente que continuassem em seus cargos e que procurasse acautelar algum dinheiro que por ventura tenha na Tesouraria. E para que não apareça qualquer exploração a meu respeito levo este fato ao vosso conhecimento. pedindo mandar cancelar a referida ata, por ter minha assinatura a consequência de uma coação. Peço dar conhecimento a essa ilustre câmara na sua primeira reunião deste meu protesto e desse esbulho que foi pretendido de fazer pelos revoltosos. Respeitosas saudações. (a) Accyndino Sampaio.²

 



FONTE: ¹Pedro Ângelo da Rosa, Resenha Histórica de Mato Grosso (Fronteira com o Paraguai) Livraria Ruy Barbosa, Campo Grande, 1962, página 71. ²Sydney Nunes Leite, Bela Vista uma viagem ao passado, edição do autor, Bela Vista,1995, página 235.



12 de julho 

1932 - Para comandar a revolução, General Klinger chega a São Paulo


General Klinger recebido por revolucionários na capital paulista
Havendo deixado Campo Grande em composição de trem especial, chega a São Paulo de manhã, o general Bertoldo Klinger, depois de uma viagem frequentemente interrompida por manifestações favoráveis à revolução constitucionalista, da qual o oficial era um dos comandantes militares:

Em São Paulo o general teve acolhida triunfal e, após encontros com os governantes civis, dirigiu-se ao Quartel-General da Região onde Figueiredo aguardava para passar-lhe o comando da Região e da revolução. Figueiredo, compreensivelmente, estava ansioso para saber da tropa que deveria vir de Mato Grosso, mas quando indagou, Klinger retrucou abruptamente, ‘Essa não precisará vir.’ Ao mesmo tempo, Klinger fez outro comentário ainda mais perturbador: antes de os exércitos entrarem em choque, seria de bom alvitre, ‘tentar a vitória pela conciliação.’ Evidentemente Klinger estava muito preocupado. E a pergunta que sem dúvida se fazia era simples: onde estão os aliados de São Paulo? 

FONTE: Stanley Hilton, 1932 A guerra civil brasileira, Editora Nova Fronteira, Rio, 1982, página 88.

11 de julho

11 de julho

1867 - Brasileiros batem paraguaios no combate de Alegre

Flotilha brasileia que retornava de Corumbá, onde aconteceu a retomada em 11 de junho, é abordado por vapores paraguaios nas águas do rio São Lourenço, entre Corumbá e Cuiabá e repete a heroica façanha de 28 dias atrás, infringindo ao inimigo mais uma fragorosa derrota. O relato é do comandante em parte ao presidente da província:

"Larguei o aterro do Bananal no dia 10 do corrente mês com os vapores Antonio João, Corumbá e Jauru, a fim de dar reboque à força que se retirava da vila de Corumbá, sob o comando do tenente-coronel Antonio Maria Coelho, que, segundo comunicações que me havia feito, devia achar-se nesse dia no rio São Lourenço.

Havendo, porém, o vapor Corunbá sofrido grande desarranjo em uma das rodas ao passar uma das mil dificuldaveis voltas do bracinho do Bananal, segui águas abaixo com os dois outros até o Sará, onde encontrei na madrugada do dia seguinte o tenente-coronel Antonio Maria Coelho com o 1° batalhão provisório, achando-se já no Alegre os corpos comandados pelos majores Costa e Nunes da Cunha.

Dando o vapor Antonio João reboque a quatro embarcações e o Jauru a duas, em que se achavam as praças infectadas de varíola, subimos até o Alegre e reunimo-nos à força que aí se achava, amarrando-se o Jauru à margem direita para evitar o contato com a força acampada em terra.

Às 3 e meia da tarde desse mesmo dia 11, recebi aviso de que se aproximava um vapor inimigo, e mandando imediatamente tocar a postos vi, momentos depois, subindo rapidamente o rio, um elegante vapor de grande força, que me pareceu ser o Salto de Guairá, e dirigindo-se ao vapor de meu comando rompeu contra ele um nutrido fogo de metralha, que foi muito bem respondido pela artilharia e mosqueteria do Atonio João, tanto que o obrigou a voltar-se para o Jauru, do qual apossou-se por abordagem, sem contudo deixar de responder ao fogo que, sem cessar, lhe fazia o Antonio João e a força que se achava em terra.

Destroçada a guarnição do Jauru e substituída por Guayrá ocupar posições avante do Antonio João, donde metralhava-o e a força de terra.

Vendo depois que o Jauru já descia o rio abandonou o combate e foi esperá-lo embaixo, evitando por sua superior marcha, a abordagem que então lhe propunha o Antonio João, e havendo eu perdido a esperança de alcançá-lo, voltei-me contra o Jauru, que foi abordado e retomado tão depressa que nem tempo teve o inimigo de içar seu pavilhão e nem usar a artilharia do navio.

A maior parte da guarnição paraguaia foi morta, inclusive o oficial comandante, o resto lançou-se ao rio ou foi entregar-se à força de terra.

Enquanto o inimigo dirigia-se para o Jauru ouvi os gritos do comandante Antonio Maria da Costa que me chamavam a receber mais força para abordagem, o que fiz com perda de terreno, embarcando o capitão de comissão Feliciano Caliope Monteiro de Melo com os alferes José Luiz Moreira Serra, João Luiz Pereira, Joaquim Ferreira da Cunha Barbosa, todos do 1° corpo de guardas nacionais destacados, com 55 praças desse corpo e 3 do 1º batalhão provisório de infantaria.

FONTE: Jornal do Comercio (RJ), 20 de outubro de 1867.



11 de julho


1900Nasce em Cuiabá Filinto Muller 



Militar e político, foi uma das mais controvertidas figuras de nossa história nos meados do século passado. Como militar participou do movimento tenentista de 1922, da revolução paulista de 1924 e da resistência de Catanduva, no Paraná, sob o comando do general Isidoro. Trabalhou desde a fase conspiratória da revolução de 30, que levaria Getúlio Vargas ao poder. Em 1932 é nomeado chefe de polícia do Distrito Federal, onde permaneceu por dez anos. Nesta função, o seu ato mais notável foi a entrega ao regime nazista de Adolf Hitler na Alemanha, da judia Olga Benário, mulher do líder comunista Luis Carlos Prestes, episódio celebrizado nos livros “Falta alguém em Nuremberg” e “Olga”, dos jornalistas David Nasser e Fernando Moraes, respectivamente.

Como político, foi nos últimos tempos de seus quatro mandatos de senador por Mato Grosso, um dos mais influentes do país, alcançando a liderança do governo militar e a presidência do Senado. Sua primeira eleição para o Congresso foi em 1947, reeleito sucessivamente, em 1954, 1962 e 1970. Morreu em 1973, dia de seu aniversário, em desastre de avião em Paris. Seu domicílio eleitoral sempre foi em Campo Grande.




FONTES:(1) Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Matogrossense, edição do autor, Campo Grande, 1971, página 116. (2) Philadelpho Garcia, A versão e o fato, Editora Branco e Preto, Londrina, 1994, página 23. 



11 de julho

1931 - Sargento rebelde é promovido post mortem

Notícia do Correio da Manhã, do Rio, dá conta da promoção concedida pelo presidente Getúlio Vargas ao sargento Aquino, fuzilado em Corumbá, por ordem do comandante do 17° BC, onde servia, por liderar um motim, em 1925:

O governo federal praticou um ato de elevada justiça e humanidade, promovendo ao posto de 2° tenente, post mortem, o malogrado sargento Antonio Correa de Aquino, criminosamente fuzilado pelas forças da feroz legalidade bernardesca, em Mato Grosso, durante o estado de sítio de Bernardes, o tirano doublé em revolucionário, que, ao que já se sabe, anda agora metido a conspirador contra o novo estado de coisas.

Assim procedendo, a administração federal ampara os que a morte daquele martir da revolução deixou na miséria e homenageia um servidor da causa nacional, que não poderia ter ficado esquecido, principalmente quando o governo passado teve todo o empenho em amparar o oficial que ordenou o seu bárbaro fuzilamento, ocorrido em condições já bastante divulgadas.

FONTE: Correio da Manhã (RJ), 11/06/1931.



11 de julho

1932Vespasiano Martins toma posse


Vespasiano Barbosa Martins e o general Bertold Klinger
Deflagrada a revolução paulista no dia 9, com a adesão dos militares de Campo Grande e demais cidades do Sul, menos Corumbá e Ladário, assume a chefia do governo revolucionário de Mato Grosso, com sede em Campo Grande, o prefeito Vespasiano Martins, nomeado pelo general Klinger, o comandante militar do movimento paulista. 

Demosthenes Martins, que participou da rebelião, depõe:


A 11 de julho, entre entusiásticas demonstrações de rigosijo popular, se instalava em Campo Grande o governo civil constitucionalista de Mato Grosso, empossado no cargo de governador o Dr. Vespasiano Barbosa Martins, nomeado pelo general Klinger, chefe do movimento no Estado. Este ato foi presidido pelo coronel Oscar Saturnino de Paiva, comandante da Circunscrição Militar, estando presentes as mais altas patentes militares da guarnição, grande número de pessoas representativas da cidade, autoridades civis e populares.


Os primeiros atos do governador, empossado inicialmente como interventor, foram as nomeações do dr. Arlindo de Andrade Gomes, secretário geral do Estado, do major do Exército Sebastião Rabelo Leite, sub-chefe de polícia, do dr. Artur Mendes Jorge Sobrinho, prefeito da cidade, de Ladislau Lima, delegado de polícia do município. Posteriormente, outras nomeações foram feitas, como a do dr. Dolor Ferreira de Andrade, para secretário do governador e do sr. Francisco Bianco Filho, para diretor da Imprensa Oficial.



FONTE: Demósthenes Martins, História de Mato Grosso, edição do autor, Campo Grande, sd., página 108.






11 de julho


1980Marçal fala ao Papa



Num dos momentos mais marcantes da primeira visita do papa João Paulo II ao Brasil, o cacique guarani Marçal de Sousa, da aldeia Campeste de Antônio João, faz discurso de improviso em solenidade em Manaus, abordando temas de interesse das nações indígenas:

Santidade João Paulo II eu sou representante da grande tribo Guarani, quando nos primórdios, com o descobrimento dessa grande pátria, nós éramos uma grande nação e hoje eu não poderia como representante dessa nação, que hoje vive à margem da chamada civilização, Santo Padre, não poderíamos nos calar pela sua visita nesse país.
Como representante, porque não dizer de todas as nações indígenas que habitam este país que está ficando tão pequeno para nós e tão grande para aqueles que nos tomaram esta pátria.


Somos uma nação subjugada pelos potentes, uma nação espoliada, uma nação que está morrendo aos poucos sem encontrar o caminho, porque aqueles que nos tomaram este chão não têm dado condições para nossa sobrevivência, Santo Padre.
Nossas terras são invadidas, nossas terras são tomadas, os nossos territórios são diminuídos, não temos mais condições de sobrevivência. Pesamos a Vossa Santidade a nossa miséria, a nossa tristeza pela morte de nossos líderes assassinados friamente por aqueles que tomaram o nosso chão, aquilo que para nós representa a nossa própria vida e a nossa sobrevivência nesse grande Brasil, chamado um país cristão.


Represento aqui o Centro-Sul desse grande país, a nação kaingang que recentemente perdeu o seu líder; foi assassinado Pankaré, no nordeste. Perdeu o seu líder porque quis lutar pela nossa nação. Queriam salvar a nossa nação, trazer a redenção para nosso povo, mas não encontrou redenção, mas encontrou a morte. Ainda resta uma esperança para nós com a sua visita, Santo Padre, o senhor poderá levar fora dos nossos territórios , pois nós não temos condições, pois somos subjugados pelos potentes. A nossa voz é embargada por aqueles que se dizem dirigentes desse grande país. Santo Padre, nós depositamos uma grande esperança na sua visita ao nosso país. Leve o nosso clamor, a nossa voz por outros territórios que não são nossos, mas que o povo, uma população mais humana lute por nós, porque o nosso povo, a nossa nação indígena está desaparecendo no Brasil. Este é o país que nos foi tomado. Dizem que o Brasil foi descoberto, o Brasil não foi descoberto não, Santo Padre, o Brasil foi invadido e tomado dos indígenas do Brasil. Esta é a verdadeira história. Nunca foi contada a verdadeira história do nosso povo, Santo Padre. Eu deixo aqui o meu apelo. Apelo dos 200 mil indígenas que habitam, lutam pela sua sobrevivência nesse país tão grande e tão pequeno para nós, Santo Padre. Depositamos no Senhor como representante da igreja católica, chefe da humanidade, que leve a nossa esperança e encontre repercussões no mundo internacional. Esta é a mensagem que deixo para o Senhor.


Marçal foi assassinado na farmácia onde trabalhava como enfermeiro, em Antônio João, a 25 de novembro de 1983.



FONTE: DOSSIÊ MARÇAL TUPÃ I, 12.


10 de julho

10 de julho

1724 - Governador de São Paulo anuncia visita a Cuiabá

Recém empossado no governo da Capitania de São Paulo, da qual fazia parte o atual território de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Rodrigo Cezar de Menezes comunica a Pascoal Moreira Cabral, sua visita às minas de Cuiabá:

“Recebi de Vmce. pelo padre André dos Santos, a qual me deixa muito satisfeito pela certeza de sua boa saude e tambem pela boa noticia que me dá do novo descoberto, que permitta Deus se augmente para que El-Rei Nosso Senhor tenha accrescimo na sua Real Fazenda e Vossamercê os bens e fortunas que eu lhe desejo. Mando ao capitão Fernando Dias Falcão e João Antunes Maciel com ordens que a Vossamercê constarão, encaminhando tudo ao socego e união destes moradores, e assim Vossamercê, como os mais, concorrerá com tudo o que pudér para que se execute o que ordeno, encaminhando tudo a melhor conservação de Vossasmercês e augmento das minas emquanto eu não chego a ellas para dispôr com approvação de todos, Vossasmercês, o que for mais conveniente ao Real Serviço e util a todos. “Eu parto sem falta no principio de Junho para essas minas e serei portador dos papeis de Vossamercê, que remetti a El-Rei Nosso Senhor, como também de mais alguma mercê, pois me não descuidei de por na Real Presença os bons serviços e merecimento de Vossamercê para por elles ser attendido, e assim espero que Vossamercê obre de sorte que me faça me recedor de mais e eu tenha que agradecer-lhe. Fico para servir a Vossamercê com boa vondade. Guarde Deus a Vossamercê muitos annos. – S. Paulo dez de Julho de mil setecentos e vinte e quatro. – Servidor de Vossamercê. – Senhor Paschoal Moreira Cabral. – Rodrigo Cezar de Menezes.” 

FONTE: Anaes do Senado da Câmara do Cuiabá (1719-1830), página 51.


10 de julho 


1852 Nasce em Cuiabá Generoso Ponce


Generoso Ponce, o grande líder político da 1a. República



Nasce em Cuiabá, Generoso Ponce, filho do sargento José Ponce Martins e Corsina Romana. Herói de guerra aos quinze anos, combateu os paraguaios em 1867, na retomada de Corumbá, como comandado do coronel Antônio Maria Coelho, de quem mais tarde, viria a ser adversário político. No império chegou à presidência da Assembleia Provincial de Mato Grosso. Na República, foi a mais expressiva figura da história do Estado, no início do novo regime.

Liderou a primeira eleição de 28 de maio de 1891 para a Assembleia Constituinte, da qual foi seu presidente, tendo Manoel Murtinho, como presidente do Estado; comandou o contragolpe de 1892, devolvendo o poder ao presidente Murtinho, deposto em janeiro por militares ligados ao general Antônio Maria Coelho; comanda, em 1906, a partir de Corumbá, a rebelião que derrubaria o presidente Totó Paes, morto nessa ocasião. Presidente do Estado, deputado federal e senador da República, Ponce morreu no Rio de Janeiro a 7 de novembro de 1911. 





FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce, um chefe, Pongetti, Rio, 1952, página 126.



10 julho


1862Albuquerque Velha vira Corumbá, oficialmente





Decreto n. 8, do presidente Herculano Ferreira Pena, eleva à categoria de município a povoação de Albuquerque, mudando-lhe a denominação para  Corumbá oficial e definitivamente, nos seguintes termos:

"Art. 1° - Fica elevada à categoria de vila a povoação de Corumbá com a denominação de - Vila de Corumbá - e pertencerá como até aqui à 3a. comarca.

Art. 2° - É criada para a mesma vila uma freguesia com a invocação de Santa Cruz, a qual se denominará - Freguesia de Santa Cruz da Vila de Corumbá - com os seus limites, por uma desmembração razoável da freguesia de Albuquerque serão marcados pelo presidente da província.

Art. 3° - A nova vila funcionará depois que os seus habitantes derem pronta, à sua custa, a casa para as sessões da Câmara e do juri e o seu município compreenderá a sua mesma freguesia e a de Albuquerque".¹

Há muito tempo a população havia deixado o Albuquerque de lado, mantido apenas formalmente, por resistência dos governadores, que insistiam em manter para o povoado o sobrenome de seu fundador. Augusto Leverger, com o peso de seu prestígio, foi o maior defensor desse ponto de vista, chegando a proibir o uso de Corumbá nas correspondências oficiais, quando era ele o presidente da província.

Corumbá, segundo alguns autores, deriva-se o nome do étno indígena "Curupah", "curu" significando "rugoso", "empolado", palavra com a qual os aborígenas designavam a aroeira, em virtude do aspecto de sua córtex, e "pah", abundância, Curupá viria a se transformar em Corumbá, nome pela qual eram conhecidas as serras que se estiram pela margem direita do Paraguai.
Querem outros que Corumbá significa ‘banco de cascalho, por causa das margens calcárias do rio no trecho em que atravessa a cidade. "Corumbaíba" seria banco de cascalho ruim.

No ‘Novo Dicionário Aurélio’, o autor registra o verbete como sinônimo de "lugar esquecido, desprezado ou distante", o que bastante se coaduna com a situação da localidade naquela difícil fase de sua existência.


Aventam uns poucos a hipótese de haver o vocábulo se originado por apócope, de ‘corumbatá’, peixe sobremodo abundante nos rios de Mato Grosso.²




FONTE: ¹Coleção das leis provinciais de Mato Grosso, 1862, ²Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd., páginas 50 e 54.

FOTO: reprodução de planta da cidade de Corumbá, em 1875, de João Severiano da Fonseca, do Livro História de Corumbá, de Lécio G. de Souza.




10 de julho

1927 - Prefeitos pedem ligação rodoviária do Sudoeste

Prefeitos dos três principais municípios do Sudoeste do Estado reunem-se em Nioaque para reivindicar do governo federal a abertura de uma estrada de rodagem ligando Aquidauana, Nioaque e Bela Vista:

"Reunião importante - Com a presença dos intendentes de Bela Vista, Aquidauana e presidida pelo nosso, realizou-se nesta vila uma importante reunião para resolver pedir ao governo da União a abertura de uma estrada ligando praticamente os três municípios vizinhos.

Ideia aventada pelo sr. Jorge Bodstein Filho, teve desde logo o mais decidido aplauso e encontrou por parte dos dirigentes uma acolhida promissora que os fatos vieram, afinal, concretizar".

A estrada reivindicada pelos prefeitos é atualmente trecho da BR-419.


10 de julho


1967 Oposição pede anulação dos atos do Pedrossian

 
Governador Pedro Pedrossian



A crise entre o governador Pedro Pedrossian e sua oposição na Assembleia Legislativa, surgida com o pedido de impeachment em 18 de fevereiro, é agravada por uma representação do deputado Júlio de Castro Pinto, dirigida ao procurador geral da República, Haroldo Valadão, requerendo junto ao Supremo Tribunal Federal, a declaração de nulidade dos atos praticados pelo chefe do executivo, a partir de 28 de fevereiro de 1967, data do decreto firmado pelo presidente da República e pelo ministro da Viação que o demitira “a bem do serviço público”, do cargo de superintendente da Noroeste do Brasil.

O governo reduz sua maioria na Assembleia
com a retirada de sua base de apoio dos deputados sulistas Cleômenes Nunes da Cunha, Valdevino Guimarães e Sebastião Cunha. 





FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso (II), Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967. Página 321.

9 de julho

9 de julho


9 de julho

1786 - Exploradores do Pantanal chegam ao forte Coimbra



A primeira expedição técnica, destinada à exploração do Pantanal, chega ao forte de Coimbra, numa viagem de cem dias, desde Vila Bela da Santíssima Trindade, capital da capitania de Mato Grosso. A missão composta pelo engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra, que mais tarde comandou o referido forte e os geógrafos e astrônomos Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida, mapearam praticamente toda a região. Sobre Coimbra, Francisco José de Lacerda e Almeida fez em seu diário a seguinte anotação:

9 - Com cinco minutos de navegação chegamos a este destacamento, onde fomos bem recebidos do comandante dele e dos seus desgraçados soldados; porém muito mal hospedados por ser tão estéril e áspero aquele pequeno monte, que só produz pimenta; e os morcegos são tantos que não deixam criar uma só galinha e já chegaram a extinguir as cabras matando a mais de 60. Desde a boca do Taquari corre o rio a SSO. Demoramo-nos neste destacamento até o dia 10 e saímos no dia 11, tendo achado a sua Lat. A. 19° 55' Long. 320° 1' 45" Var. NE 10°  39'.


FONTE: Francisco Jose de Lacerda e Almeida, Diário da viagem pelas capitanias do Para, Rio Negro, Matto-Grosso, Cuyaba, e S. Paulo, nos annos de 1780 a 1790, Typ. da Costa Silveira, São Paulo, 1841, página 40.

FOTO: 


1921
Morre Dom Luis, bispo de Cuiabá




Aos 80 anos, falece na capital de Mato Grosso, Dom Carlos Luis D’Amour, primeiro arcebispo de Cuiabá:

“Decreto n. 552
D. Francisco de Aquino Correa, Bispo de Prusiade, Presidente do Estado de Mato Grosso.


"Tendo ciência de haver falecido hoje, nesta capital, às 11 horas antemeridianas o venerando Dom Carlos Luiz D’Amour, decano do episcopado nacional;
Considerando que o ilustre antístite governou durante quarenta e três anos, com admirável zelo e firmeza apostólica a igreja matogrossense e considerando os inolvidáveis serviços que através desse longo pontificado, à custa das maiores abnegações e sacrifícios, prestou desinteressadamente a Mato Grosso, cuja vida no antigo como no atual regime político, acompanhou sempre com intensa dedicação e carinho nas suas crises mais agitadas;


"Considerando as importantes obras pias por ele promovidas ou fundadas e mantidas neste Estado, a bem da educação da juventude, da catequese dos selvícolas e da caridade para com os pobres; considerando que todo esse passado cheio de benefícios ao povo, sagra-o incontestavelmente benemérito da nossa coletividade, cujos sentimentos cabe a este governo interpretar oficialmente na infausta solenidade do atual momento:


"DECRETA

Art. 1o – Fica suspenso de 9 a 12 do andante o expediente da repartições públicas estaduais, devendo-se guardar durante esses dias, luto oficial como demonstração de pesar pela morte e homenagem de gratidão à memória do arcebispo dom Carlos Luiz D’Amour.


"Art. 2o – Os funerais serão realizados às expensas dos cofres públicos, correndo as despesas pela verba competente.


"Art. 3o – Revogam-se as disposições em contrário.


"Palácio da Presidência do Estado em Cuiabá, 9 de julho de 1921, 33 da República.


"+ Francisco de Aquino Correa, Bispo de Prusiade.
Henrique Florence."


Dom Luiz foi o primeiro bispo a visitar a região Sul do Estado, começando sua missão em Corumbá e encerrando em Campo Grande. 



FONTE: Luiz-Philippe Pereira Leite, Bispo de Império, edição do autor, Cuiabá, sd., página 316.




9 de julho

1932Estoura a revolução de São Paulo e Sul de Mato Grosso





São Paulo, com o apoio de Campo Grande e as guarnições militares do Sul de Mato Grosso (à exceção de Corumbá e Ladário) inicia a guerra civil brasileira contra o governo provisório de Getúlio Vargas, que chegou ao poder com a revolução de 30. A revolução paulista, como ficou conhecida, teve o comando militar do general Bertoldo Klinger, às vésperas reformado e substituído do comando da Circunscrição Militar de Mato Grosso, em Campo Grande pelo coronel Oscar Paiva. O Estado passou a ter dualidade de poder, ao Norte um governo legalista à frente Leônidas Antero de Matos e ao Sul, governo revolucionário, exercido pelo médico Vespasiano Barbosa Martins.

O movimento fracassou porque Minas Gerais e Rio Grande do Sul que haviam prometido aderir, na última hora, decidiram apoiar Getúlio Vargas.



FONTE: Stanley Hilton, 1932 A guerra civil brasileira, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1982, página 73. Demosthenes Martins, História de Mato Grosso, edição do autor, sd., página 107.


9 de julho

1935 - Fundado o Centro Paulista em Corumbá

Presidido por W. Jeffery e secretariado C. Leloth, é fundado o Centro Paulista de Corumbá, "para rememorar a epopeia bandeirante de 1932":

"Tem essa associação por fim intensificar o intercâmbio cultural, artístico e comercial, além de estreitar a afetividade que sempre existiu entre paulistas e matogrossenses.

O centro dispõe de uma sede, de uma sala de leitura, com revistas de São Paulo.

Pretende o Centro Paulista organizar estatísticas demonstrando a pujança dos municípios do nosso Estado."

FONTE: Correio Paulistano, 06/09/1935.


8 de julho

8 de julho


1865Comenda para os heróis da resistência


É criada pelo governo da província de Mato Grosso, a medalha militar do Forte de Coimbra, “a fim de galardoar os oficiais, praças e paisanos que tomaram parte na defesa daquele ponto, em dezembro de 1864,” por ocasião da invasão do exército paraguaio ao território brasileiro. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, 1973, página 20.



8 de julho



1867 - Taunay se despede do território sulmatogrossense


Margens do rio Paranaíba (desenho a crayon de Taunay)

Egresso da célebre retirada da Laguna, depois de viajar vinte e cinco dias entre Porto Canuto, no rio Aquidauana e Paranaíba, a pequena comitiva do tenente Taunay despede-se do Estado de Mato Grosso. O registro está em seu diário de viagem:

Às 3 horas da madrugada estávamos de pé, acordado pelo sino da matriz, que anunciava a missa encomendada de véspera por nós ao vigário, e envolvidos em ponche à luz da lua,que então brilhava serena, para lá nos dirigimos acompanhados de nossos camaradas.

Eram os primeiros expedicionários ao norte do Paraguai que diante do altar de Deus agradeciam a Ele a quase milagrosa salvação, e podemos asseverar que todos nós seguimos o santo sacrifício da missa com a emoção com que assistiríamos ao mais solene Te-Deum. Era, a um só tempo, um hino de gratidão, de júbilo, uma expressão de tristeza e de luto pelos companheiros que a fatalidade nos havia roubado, por esses que ficaram cobertos da terra estrangeira ou cujas ossadas ainda branqueiam insepultas.

Às 11 horas da manhã deixamos a vila e depois de uma e meia légua de marcha passamos pela lagoa que dá nome a um pouso e entramos na mata do rio Paranaíba, a qual conservava em seus terrenos enatados,lodacentos, e nos troncos de suas árvores, sinais de uma grande cheia, não remota. Desse centro é que irradiam as febres; a putrefação vegetal, tão fatal aos homens aí se efetua incessantemente, inficionando a atmosfera três a quatro léguas ao redor.

As margens do Paranaiba são naturalmente barrancosas; as águas claras, têm velocidade considerável,que a constante inclinação e esforço dos sarandys, em em alguns pontos mais próximos das ribanceiras, indicam, a largura é de 350 a 400 braças.Para atravessá-las existe uma barcaça composta de duas estragadas canoas de tamboril mantida pela barreira provincial de Mato Grosso, que daí tira algum rendimento.

Havíamos enfim transposto aquela divisa famosa nas lendas e conversas do sertão.

A comitiva do escriba da retirada da Laguna, finalmente, ganha o território das Minas Gerais.


FONTE: Taunay, Viagens de outr'ora (segunda edição), Companhia Melhoramentos de São Paulo, São Paulo, sd, página 65.




8 de julho


1892Ponce recebe presidente do Estado em Corumbá


Havendo chegado a Corumbá no início do mês, onde fora homenageado com festas, pela derrota dos golpistas ligados ao general Antonio Maria Coelho e coronel Barbosa, o coronel Generoso Ponce recebe no porto dessa cidade, o general Ewbank, novo comandante militar do Estado e o presidente deposto Manoel Murtinho, que estavam retidos pelos rebeldes no Forte Coimbra, desde o golpe de 22 de janeiro. No dia seguinte, Ponce e Murtinho seguiram para Cuiabá, onde este reassumiria o governo. O general Ewbank permaneceu em Corumbá, sede do distrito militar de Mato Grosso. 



FONTE: Generoso Ponce Filho, Generosos Ponce, um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 126.




8 de julho


1932Klinger perde comando militar de Mato Grosso








Por discordar publicamente da nomeação do general Espírito Santo para o ministério da Guerra, o general Bertoldo Klinger é reformado administrativamente e perde o comando da Circunscrição Militar de Mato Grosso, sediada em Campo Grande. Na despedida, o general expediu o seguinte boletim:

Quartel-General em Mato Grosso, 8 de julho de 1932.


1º – Telegrama, via T. N. e rádio recebido às 14 horas e objeto também diretamente notificado pelo M. G. a todos os comandantes de corpos da Circunscrição:- Dia 8, hora 13:15 urgente.- Comunico-vos que Chefe Governo provisório vos reformou administrativamente, pelo que deveis passar comando Circunscrição ao substituto legal imediatamente.


a) General Espírito Santo
Ministro da Guerra.


2° , Em cumprimento a essa ordem passo o comando ao sr. Coronel Oscar Saturnino de Paiva.


3° –a) Ao despedir-me dos meus camaradas, que constituem o quadro da tropa da Bda. Max. do Exército e da F. P. deste Estado, não é azada a hora para agradecimento e louvores que viriam diminuídos da eiva da comoção.
Em conjunto, cada qual sabe o juízo que dele fui formando, o reconhecimento de que me sei devedor.


Em síntese, já o disse uma vez e não me farto de o sentir: orgulho-me de os haver comandado.


b) Pouco é este o meu sacrifício. Ele fora previsto, entrara plenamente em minhas previsões. Era a contribuição que eu podia dar.
Caio de pé, pois que me mantenho ereta a consciência profissional e cívica de haver cumprido um dever, na defesa duma personalidade laboriosamente formada e da seara dos interesses que me estavam confiados. Exorto os meus camaradas a que se mantenham em calma, dentro da ordem, na verdadeira disciplina, racionada e consentida, vistas em seus camaradas chefes, pensamento no Exército – a síntes das forças vivas, materiais e morais duma nação.


A susbsituição de Klinger do comando de Mato Grosso precipitou a revolução constitucionalista de São Paulo, da qual o general seria o chefe militar.



FONTE: Euclides Figueiredo, Contribuição para a História da Revolução Constitucionalista de 1932, Livraria Martins Editora, S. Paulo, 195, página 89.




7 de julho

7 de julho

1867 Taunay chega a Paranaíba


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Ruínas do sobrado do major Mello Taques,demolido na década de 30


Em sua viagem de volta ao Rio, depois da célebre retirada da Laguna, Taunay alcança Santana do Paranaíba, o último termo de Mato Grosso:

Do Leal, passando um corregosinho, caminhamos três léguas em cerrados, cujas árvores, à maneira de graciosos bosquetes, sombreavam agradavelmente o chão. É um pedaço bonito de estrada, e como se pode desejar numa feita pela arte, até a casa de Albino Latta; depois entra-se em campos dobrados até a vila de Santana do Paranaíba, quatro léguas distante do Albino. O aspecto da povoação pareceu-nos sumamente pitoresco, talvez pelo desejo ardente de alcançá-la como o ponto terminal do sertão de Mato Grosso ou como o último laço que nos prendia àquela província, em que tanto havíamos sofrido, talvez pela estação em que chegávamos; na realidade, metidas de permeio às casas, moitas copadas de laranjeiras, coradas de milhares de auríferos pomos, ao lado d’outras carregadas de cândidas flores, encantavam as vistas e embalsamavam ao longe os ares, trescalando o especial aroma. Tão boa recomendação não é desmentida pelo sabor dos frutos; de fato, são deliciosos e justificam a reputação de que gozam na província de Mato Grosso.


Transpondo um corregosinho e subindo uma ladeira onde há míseras casinholas, chega-se à principal rua da povoação, outrora florescente núcleo, hoje dizimada das febres intermitentes, oriundas das enchentes do Paranaíba, ou pelo menos já estigmatizada desse mal, o que quer dizer o mesmo, visto como os moradores que de lá fugiram, não voltam mais; 800 habitantes mais ou menos, três ou quatro ruas bem alinhadas, uma matriz em construção há muitos lustros, o tipo melancólico duma vila em decadência, o silêncio por todos os lados, crianças anêmicas, mulheres descoradas, homens desalentados, eis a vila de Santana, ponto controverso entre as províncias de Goiás e Mato Grosso, pretendendo esta a posse por tê-la fundado e aquela por ter-lhe dado os meios de vida, enviando-lhe a pedido dos moradores, o mestre escola, o pároco e outras autoridades. Hoje os moradores formam colégio eleitoral da última província; entretanto Goiás não desistiu de suas reclamações e a questão pende dos competentes juízes. 

Fomos pousar na casa do major Martim Francisco de Mello Taques, a única de sobrado da vila, e a maneira hospitaleira com que aquele cavalheiro nos tratou obriga-nos a sincero reconhecimento, pois não era ela a manifestação desse sentimento natural em todos os homens primitivos, era a prática duma qualidade que havia adquirido predicados só próprio do conhecimento das cidades. Tivemos um jantar delicado, bom vinho, atenções e por fim excelentes camas, onde, depois de ligeira conversa com o dono da casa, que por delicadeza a encurtou, pudemos estender os lassos membros, costumados havia muito, às duras gibas e rugas do couro estendido por terra.


FONTE: Taunay, Viagens D'outrora, 2a. edição, Companhia Melhoramentos, São Paulo, 1921, página 61.



1905 - Nasce Nelson de Araújo, médico dos índios, prefeito de Dourados



Nasce em Juiz de Fora, Minas Gerais, Nelson de Araújo. Filho de Leopoldino de Araújo e Carolina Becker de Araújo, concluiu o curso de Medicina em 1927, na Universidade do Rio de Janeiro. Em Dourados desde 1929, membro da Missão Presbiteriana, dedicou-se ao atendimento de indígenas da missão Caiuás e pessoas menos favorecidas. Em 1936 entrou na política, foi eleito presidente do Conselho Consultivo de Dourados, (que exercia as funções legislativas do município). 


"Homem culto, de fino trato - segundo seu biógrafo - tinha excelente trânsito em todas as camadas sociais da cidade. A convivência com os índios fez criar grande afinidade terminando por criar dois deles como filhos, sendo que solteiro, não teve filhos biológicos e em seus passeios de férias costumava levar os meninos". 

Presidente do Clube Social e da Associação Rural de Dourados, elegeu-se prefeito municipal no pleito de 1950 para o mandato de 1951 a 1955. 


Faleceu no Rio de Janeiro em junho de 1966. A rua Maranhão, em julho de 1966, por projeto de iniciativa do vereador Cíder Cerzósimo passou a denominar-se rua Dr. Nelson de Araújo.




FONTE: Rozemar Mattos Souza, Dourados seus pioneiros, sua história, Centro Cívico Histórico e Cultural 20 de Dezembro, Dourados, 2033, página 245.








7 de julho


1924 Governo arrenda terras ervateiras



Através de resolução n. 911, o governo de Pedro Celestino Correa da Costa é autorizado a arrendar em concorrência pública, pelo prazo de dez anos, “até área de um milhão de hectares das terras ervateiras de propriedade do Estado.” Na resolução, a primeira iniciativa de ordem legal, de se quebrar o monopólio da Mate Larangeira, disposta num de seus artigos:
“A área de arrendamento poderá ser em mais de um lote, até o máximo de cinco lotes de 200.000 mil hectares cada um, e à escolha dos proponentes, de acordo com a planta da região ervateira, levantada em 1920".

 
A Mate Larangeira, no ano seguinte, beneficiando-se da citada resolução, legitima a sua posse à toda a área de produção de erva no Estado, antes na condição de concessionária, agora como arrendatária. 





FONTE: Gilmar Arruda, Heródoto, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1996, página 294. 



7 de julho


1928Maracaju é elevada a município


João Pedro Fernandes, o fundador e primeiro prefeito 


Fundado em 25 de dezembro de 1923, desmembrado de Nioaque, o distrito de Maracaju é elevado à condição de município. A cidade foi criada em 200 hectares de terra doados pelo fazendeiro Nestor Pires Barbosa, às margens do córrego Montalvão. A emancipação ocorreu através da lei no 987, sancionada pelo presidente de Mato Grosso, Mário Correa. O novo município tinha os seguintes limites: partindo da confluência do rio Nioaque com o Miranda e pelo Nioaque acima até a sua alta vertente; daí ao ribeirão Santo Antônio e por este abaixo até ao rio Brilhante e por este abaixo até a barra do rio Santa Maria, daí pelas divisas com os municípios de Ponta Porã, Bela Vista e Miranda até o ponto de partida. João Pedro Fernandes, o fundador, foi seu primeiro intendente. 


FONTE: Francisco B. Ferreira e Albino Pereira da Rosa, Maracaju e sua gente, edição dos autores, 1988, página 151.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...