sábado, 5 de março de 2011

8 de agosto

8 de agosto

1875 - Nasce Eduardo Olímpio Machado



Nasce em Xique-Xique na Bahia, Eduardo Olímpio Machado. Em sua cidade natal concluiu o curso primário. Em 1887, órfão de pai, muda-se para Salvador com o objetivo de concluir seus estudos, formando-se em Ciências Jurídicas.  Em 1902 assume o cargo de promotor de Ilhéus em seu Estado, ano em que encontra-se com o ministro Joaquim Murtinho, que o convida para integrar a magistratura de Mato Grosso, aceita o convite e assume a comarca de Corumbá em 1903. No ano seguinte, por desavença política com o governador Totó Paes, demite-se do cargo de juiz de direito e muda-se para Nioaque, onde passa a exercer a advocacia.Em 18 de setembro de 1905 casa-se com Elvira, filha de Antonio Rodrigues Coelho, proprietário da fazenda Esperança, com quem tem três filhos, Eunice, Iná e Paulo Coelho Machado.

Em 1911 vence a eleição para 2º vice-presidente do Estado de Mato Grosso na chapa encabeçada por Costa Marques. Em 1912 muda-se com a família para Campo Grande. Apoiou a revolução de 30 e rompeu com Vargas em 1932, quando participou com Vespasiano Barbosa Martins da revolução constitucionalista ao lado dos paulistas.

Em 1926 participou da criação da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, sendo eleito o seu primeiro presidente.

Com a volta do regime democrático, candidata-se a prefeito de Campo Grande em 1936 e vence o médico Antonio Boaventura, também da Bahia. Assume a prefeitura em 28 de março de 1937. A 10 de novembro, Getúlio Vargas dá o golpe do Estado Novo e o país volta à ditadura. Eduardo Olímpio foi mantido no cargo, mesmo sem explicitar apoio ao ditador. Sua prioridade foi o saneamento básico da cidade e resultou no primeiro programa de planejamento urbano de Campo Grande, encomendado ao Escritório Saturnino de Brito, do Rio de Janeiro.

A 12 de agosto de 1941 renunciou ao mandato, sendo nomeado para substituí-lo o secretário da prefeitura Demósthenes Martins. Faleceu em Campo Grande em 17 de novembro de 1968.

Eduardo Olímpio Machado era pai do advogado, político e historiador Paulo Coelho Machado.


FONTES: Alisolete Antonia dos Santos Weingärtner, Eduardo Olímpio Machado - Austeridade e visão progressista na atuação política, in Campo Grande: Personalidades históricas, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 125; Antonio Lopes Lins, Eduardo Olímpio Machado - o homem, o meio, seu tempo, Vaner Bícego-Editora, São Paulo, sd, páginas 101 e 141.



8 de agosto


1905 Rondon em Campo Grande

Rua 7 de Setembro, no início do século passado



Em sua viagem de exploração ao Sul de Mato Grosso, Rondon e sua comitiva “depois de passar na fazenda Lajeado, de propriedade da viúva Pereira, tia de Inocência, a doce protagonista do romance de Taunay”, chegam a Campo Grande, vila a qual dedica algumas linhas em seu diário:

“Hospedou-nos o Tte. Gomes, sub-delegado e comandante do destacamento policial. Recebemos manifestações de agrado, com banda de música e foguetório. Com sua polícia bem vestida, limpa e disciplinada, mantinha o Tte. Gomes perfeita ordem na povoação, sobretudo depois que obrigou o famigerado Sebastião Lima a se render, depondo armas e dissolvendo a sua turma de assassinos. Bela fotografia tiramos – o povo saindo da igreja. Eram duas promissoras cidades do sul de Mato Grosso – Campo Grande e Aquidauana. Muito feliz me senti por verificar a marcha do povoamento e do progresso desta zona do meu Estado”. 



FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969. Página 196.






7 de agosto

7 de agosto

1826 - Expedição Langsdorff chega a Urubupungá





A expedição científica russa, com destino ao Mato Grosso e Amazônia, sob o comando do conde de Langsdorff, chega ao salto de Urubupungá, no rio Paraná:

Partida do Itapira para o Paraná,1¹/4 légua, e de lá para o salto de Urubupungá, que normalmente se chama Urubupungá (que quer dizer urubu em pé ou empinado). Tão logo chegamos, corremos todos para ver esse belo espetáculo da natureza. Poucos antes de se precipitar no abismo, correndo sobre pedras, o rio de repente se vê espremido e cai com forte estrondo, ora em camadas sobre os degraus formados pelas rochas, ora em perpendicular, transformando essa grande massa de água em poeira e nuvens de água, que enchem a a atmosfera e se espalham numa área de cerca de 10 braças, tal é a força com que são arremessadas. É quase como um vale de águas, para onde convergem, de todos os lados, as águas desse rio caudaloso, formando, no final, um anfiteatro de uma beleza incrível e arrepiante, impossível de se descrever. A terra treme por causa da força da queda. O estrondo compara-se ao de um trovão contínuo.

FONTE: Georg Heinrich Langsdorff, Os diários de Langsdorff, volume 2, Editora Fiocruz, Rio de Janeiro, 1997, página 177. 



1886Bispo de Cuiabá enfrenta o Pantanal


Em sua viagem ao Sul do Estado, dom Luis, bispo de Cuiabá, encontra-se em pleno Pantanal, entre Corumbá e Miranda, de onde dá notícia:

Deixamos o Barranco Vermelho pelas 6,00 horas e um quarto da manhã e depois de hora e meia de marcha o vapor encalhou, dando muito que fazer para sair da perigosa posição em que se achava. Pelas 10,00 horas foi que continuou a andar e se antes era vagaroso, parece que ficou ainda mais. (...) Além disto foram se tornando de mais a mais freqüentes os encontros ao barranco; contavam-se pelas voltas que o rio fazia. Quando o vapor dava o sinal de ir por a proa aqui ou ali, gritava-se e fazia-se a bordo um escarcéu de abalar meio mundo; era um chover de pára, atrás, adiante, mais força, etc. Numa destas um dos tripulantes achou-se inesperadamente metido num cipoal e tão comprimido foi, que não sei como não saiu-lhe mal a brincadeira. Talvez não visse nunca de tão perto a morte. Foi caso verdadeiramente admirável, que todos entenderam não podia ser senão por efeito da presença do sr. bispo que acompanhou com os olhos e de certo com fervorosa oração o perigo do pobre marinheiro.


Assim navegando a trancos e barrancos sobreveio a noite e vimo-nos forçados a parar. S. Exa. Revma. se achava extraordinariamente mortificado pelo cansaço, pois além dos azedos dessa viagem aziaga, se uma tal expressão me é permitida, o calor fora ardentíssimo durante o dia. Contudo mostrara-se S. Exa. muito contente e como o afinado e extremoso de sua paciência suportava resignadamente tantos incômodos.


Não ficaram nisto as contrariedades. Fundeado que foi o vapor, instalaram-se a bordo os mosquitos e ninguém mais pode pregar olho nessa noite. O capitão Alencar procurou a tolda e lá armou uma cama abrigada por um mosquiteiro sui generis; mas nem por isso ficou livre das soveladas, porque os ditos lá se introduziram com arte admirável. Também me atormentaram horrivelmente julgando que tinha sangue demais.



FONTE:Luis-Philippe Ferreira Leite, Bispo do Império,edição do autor, Cuiabá, sd., página 146.





7 de agosto


1932 - Tropas legalistas ocupam Paranaíba



Odilo Dennys, comandante das forças legalistas

Na revolução paulista, forças do governo, procedentes de Goiás, após tomar o Porto Alencastro no dia anterior, com fraca resistência dos rebeldes, ocupam a vila, abandonada pelo inimigo. Lindolpho Emiliano dos Passos, que participou dessa operação militar descreve-a:

A cidade de Santana de Paranaíba estava próxima mas subsistia dúvidas sobre o paradeiro do inimigo. Por isso o sr. Mário [Mancini], prefeito da cidade, resolveu pessoalmente penetrar na mesma e colher informações sobre a destinação dos revoltosos. Ao retorno, trouxe-nos a alvissareira notícia de que o inimigo, na parte da manhã, havia abandonado a cidade rumando para o rio Santa Quitéria a 72 quilômetros, na estrada de rodagem que liga a cidade a Três Lagoas. Ocupando Santana o contingente ficou acantonado em prédios particulares. A noite o prefeito ofereceu um jantar aos oficiais em sua residência; para as praças distribuiram-se também refeições. Às 21 horas, mais ou menos, ouvimos roncos de motores: era o capitão Odilio Denys que chegava de carro, com dois caminhões. No dia seguinte, sob o comando do 2° tenente em comissão Antonio Varanda, chefe do serviço de transporte, toda a frota de veículos já estava na cidade.



FONTE: Rodolpho Emiliano Passos, Goiás de ontem, edição do autor, Goiânia, 1987, página 96.


7 de agosto

1941 - Aviões da Panair chegam a Corumbá

É inaugurada a linha aérea entre Rio e Corumbá:

"Dando cumprimento ao decreto presidencial de 26 de julho último, a Panair do Brasil, que ainda ontem iniciou uma nova linha entre o Rio de Janeiro e Assunção, com escalas por São Paulo, Curitiba e Foz do Iguassu, iniciou um novo serviço entre o Rio de Janeiro e Corumbá, com escalas por São Paulo, Bauru, Três Lagoas e Campo Grande.

Esta nova linha, por enquanto semanal, será servida pelos aviões Lodestars, as mais rápidas aeronaves de transporte existentes em tráfego no Brasil e em todos os países do continente".

Em Corumbá os aviões da Panair passaram a fazer conexão com a Panagra, empresa norte-americana, responsável pela linha Lima-La Paz-Santa Cruz, na primeira ligação aérea entre o Atlântico e o Pacífico".


FONTE: Correio Paulistano, 08/08/1941.


6 de agosto

6 de agosto


1905 Rondon em Rio Brilhante


Palacete de Domingos Barbosa Martins (Gato Preto), construção do início do século XX. 

Em viagem de inspeção e reconhecimento ao Sul do Estado, após completar a ligação telegráfica, com a inauguração da estação de Bela Vista, Rondon chega a Rio Brilhante, então, Entre Rios:

Prosseguia a exploração de S. Tomás em direção a Vacaria, através de fazendas e cabeceiras, cujos nomes o guia em geral ignorava como ignorava às vezes, qual a melhor direção a tomar. Na margem esquerda do Brilhante perdi o meu guampo – um belo copo de chifre com lavores de prata – que usava desde 1894.


Depois passamos pela fazenda Boa Vista, de um gaúcho simpático que, a meu ver, um governo clarividente aproveitaria para chefe político desta zona.
Continuamos a explorar rios, varar cabeceiras, passar em fazendas, tirando fotografias em todo o percurso.


Perto da cabeceira do Pulador, viam-se uns blocos de pedras grés – pedras brancas. Fotografei-me em cima desse bloco, pensando no esforço que faz cada um de nós para ser o melhor instrumento possível na obra de elevação da espécie, pensando no grande regenerador e na necessidade de se difundirem seus ensinamentos, para favorecer aquela elevação...


Chegamos a 6 de agosto ao novíssimo povoado de Entre Rios, fundado em 1º de janeiro de 1904 pelo sr. Chico Cardoso. O povoamento começara, realmente, em setembro e fora tão rápido que as observações astronômicas já haviam sido feitas na frente da casa da escola. Ocupado nesse serviço, não me fora possível receber pessoas que me vieram visitar. Tirei depois fotografias da escola e dos habitantes da povoação.




FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 195.


FOTO: do livro Memória janela da História, de Wilson Barbosa Martins



6 de agosto

1920 - Suspensão de crédito bancário paralisa venda de gado em Corumbá

A suspensão dos financiamentos bancários em Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso, paralisa a comercialização de venda de gado na região pantaneira. A Associação Comercial de Corumbá, recorre à interferência de sua coirmã no Rio de Janeiro:

"Diante da situação cada vez mais aflitiva com que vem lutando esta e outras praças do Estado, por escassez de numerários, agora agravada pela falta de entradas de boiadeiros de Minas e São Paulo, que consta não têm podido conseguir numerários dos bancos daquelas praças para fazerem suas compras de animais, de gado neste Estado, somos obrigados, em tão difíceis emergências, solicitar uma vez mais o seu valioso concurso junto ao Exmo. Sr. ministro da Fazenda, no sentido de ser levado a efeito, com possível urgência, transformação do Banco do Brasil em aparelho emissor e resdesconto, única solução prática no conceito geral, capaz de solucionar tão premente situação, no sentido, aliás, manifestado por outras nossas coirmãs, como nós, empenhadas efetividade daquela bem orientada patriótica medida do governo - Maciel, presidente - Estevão Silva - secretário".





1929 - Criado o Centro da Colônia Boliviana em Campo Grande

Por ocasião das comemorações do dia da independência de seu país, cidadãos bolivianos residentes em Campo Grande decidem criar o Centro Boliviano em Campo Grande. O evento é destaque no Jornal do Commercio:

"A comemoração da data de 6 de agosto, inesquecível para todos os bolivianos, foi feita este ano entusiasticamente pela laboriosa e honrada colônia boliviana domiciliada entre nós.

Deliberaram os bolivianos escolher a data inolvidável da emancipação política de sua grande Pátria para a solene fundação do Centro da Colônia Boliviana, o que foi realizado com tocante simplicidade e grande concorrência.

Assistiu a colônia, inocrporada e conduzindo o estandarte social com as gloriosas cores nacionais da Bolívia, a uma missa na igreja matriz, em que oficiou o rev. Pe Caitano Patané o qual lançou a bênção católica ao pavilhão do Centro da Colônia Boliviana, que era conduzido pelo sr. José Santos Zabella.

Em seguida imigram-se todos os bolivianos, acompanhados pelo respectivo vice consul sr. dr. Jayme F. de Vasconcelos e pelo rev pe. Patané para o edifício do vice-consulado de Bolívia, onde, depois de terem sido tiradas algumas fotografias, lhes foi servido café, biscoitos e vinho do Porto.

Nessa ocasião, o sr. vice-cônsul em rápidas mas expressivas palavras, congratulou-se com a colônia boliviana pela eloquente prova de seu patriotismo que estava dando, naquela comemoração festiva da grande data da independência da gloriosa Bolívia, que disse ter orgulho em representar, pela incompatível nobreza das suas altivas atitudes, como também se sentia desvanecido em dirigir a colônia boliviana de Campo Grande, pela sua operosidade e honradez. Terminou convidando todos os bolivianos a terem sempre bem vivo, dentro d'alma e dos corações o mais nobre de todos os sentimentos humanos e acendrado amor da Pátria, e convidou a todos a acompanharem-no num caloroso via a Bolívia".

FONTE: Jornal do Commercio (Campo Grande), 8 de agosto de 1929.

 

6 de agosto


1932Sob censura, filme de Campo Grande estréia no Rio de Janeiro

 
 
Alexandre Wulfes,apoiado no tripé, a atriz Conceição Ferreira, 
o produtor Líbero Luxardo e o galã Egon Adolfo




















































                   
Depois da sessão especial para a imprensa em 19 de julho, é exibido no cine Eldorado, com grande sucesso de público, Alma do Brasil, totalmente filmado no Sul de Mato Grosso e produzido em Campo Grande. A exibição há menos de um mês do início da guerra civil paulista, resultaria no corte das cenas onde aparecia o general Bertoldo Klinger, comandante das forças rebeldes. Essa censura omitida pela imprensa e minimizada pelos diretores do filme, seria confirmada cinquenta anos depois por seu produtor Alexandre Wulfes, numa entrevista ao pesquisador José Octávio Guizzo:

Como o filme tinha sido gravado em Vitaphone, em disco, nós estávamos em plena revolução de 32, e o Klinger tinha sido preso, né, aquela situação toda, ele não podia aparecer, então o filme foi apreendido em plena exibição, enquanto estava no Eldorado, então recebemos cópia e apelamos,então em todo trecho em que aparecia o Gen. Bertoldo Klinger teve que ser cortado, mas não podia ser cortado simplesmente porque era sincronizado em disco e não gravado na fita, então saia fora do sincronismo, os ruídos, então a ínica coisa que consegui fazer foi convencer a polícia da época, que eu podia, que não queria me dar prejuízo também nessaocasião, o deputado Generoso Ponce, que naturalmente tinha muito prestígio e o Filinto Muller que era matogrossense aquela turma toda que era da polícia, todo mundo intervieram e chegamos à conclusão que nos trechos em que tinham sido cortados do filme, eu coloquei uma viragem, botei um quadros pretos, mas como uma viragem, uma divisão de quadros em que deixei um riscozinho vermelho, para que o público notasse que ali essa cena falava,e porincrível que pareça toda vez que entrava uma cena cortada em que aparecia o risco vermelho, o cinema vinha abaixo em aplausos...

A crítica, favorável desde a primeira exibição, considera o esforço dos empreendedores superior às dificuldades enfrentadas, responsáveis diretas por todos os defeitos da produção. O comentário a seguir foi publicada na edição de 10 de agosto do jornal O Globo:

A mesma pena que traça a apreciação de um filme produzido nos confortáveis e muito bem aparelhados ‘stúdios’ europeus ou americanos não pode desobrigar-se com idêntico rigor, em tendo de falar de uma película nacional, cuja indústria continua em embrião, e muito menos quando essa película tenha sido feita com a escassez de recursos e a deficiência de elementos que os empreendedores de ‘Alma do Brasil’ enfrentaram. Pode rebater-se em contraposição a benevolência que é exigida neste caso com o argumento de ter sido, então, preferível não confeccionar tal filme. Sem recursos de ordem técnica, além dos mais elementares, melhor seria não fazer, a fazer trabalho que deixa de resistir a uma análise mesmo superficial, só vivendo da benevolência e do patriotismo de quem vá assisti-lo. Não deixamos de concordar com os que assim pensam, mas repugna-nos o desencorajamento aos que tem seu ideal e sobrepondo-se a todas as contrariedades conseguem levá-lo de vencida. É o caso de ‘Alma do Brasil’, e aí está porque, feitas as devidas reservas, o consideramos uma iniciativa louvável.


Só ontem pudemos assistir esta obra de tenacidade, valendo por um bom documento da energia, da perseverança e da fé dos que sonham em fazer cinema nesta terra. Todos os defeitos desse trabalho – desde a morosidade do entrecho, passando pela fotografia deficiente e indo até o trabalho bisonho dos intérpretes – ficam sumidos diante do esforço dos homens que realizaram esse filme, que ainda assim nos dão algo de interessante na reconstituição no feito imortal da Retirada da Laguna e a cooperação das tropas do exército à filmagem.


"Alma do Brasil" levanta a hipótese do que serão as películas de propaganda inteligente de nosso país, traçadas com amplos recursos de toda a espécie, inclusive a colaboração do elemento oficial, a exemplo do que é feito nos Estados Unidos, onde anualmente se fabricam uns tantos filmes de sua exclusiva propaganda.


O Eldorado apresenta "Alma do Brasil" com os habituais números de palco, tão ao sabor do seu público e vem obtendo boas casas – C.





FONTE: José Octávio Guizzo, Alma do Brasil, edição do autor, Campo Grande, 1984, páginas 21 e 69.


5 de agosto


5 de agosto

1866 Taunay no Taboco







Integrando a comissão de engenheiros da força expedicionária brasileira, rumo à Miranda, Nioaque e fronteira Brasil-Paraguai, o tenente Taunay, à frente das tropas, escreve ao seu pai no Rio, da margem direita do rio Taboco:

...vou fazer-lhe um pequeno resumo da minha existência aventurosa desde 13 de fevereiro, dia em que saímos de Coxim, deixando todos nossos colegas aterrados com a viagem que o comandante nos fazia empreender na estação a mais perigosa das águas. A 25 do mesmo mês, estávamos no rio Negro de onde começamos a enviar desenhos e informações sobre a possibilidade da marcha das forças. Até então tudo correra bem, apesar da detestável alimentação e as chuvas torrenciais que dia e noite nos encharcaram.


Deixando à esquerda os pântanos que eram intransponíveis, começamos a seguir a base da grande cadeia de Maracaju, que vem de Cuiabá e vai ligar-se ao sistema de montanhas do Paraná.


Era uma tentativa para abrir caminho praticável às forças durante os meses de abril e maio, que são ainda chuvosos. Reconhecemos logo nos primeiros dias de exploração, e imediatamente, quanto era aventuroso estender-se até as montanhas e por causa da pouca firmeza de tal solo está o caminho inçado de grandes dificuldades.


Após três dias de penosa marcha nossas provisões inutilizadas em consequência de dias de contínuas chuvaradas desapareceram e vimo-nos às voltas com o mais terrível tormento, a fome.


Só havia um meio de salvação: avançarmos o mais depressa possível. Todos se conduziram com incrível coragem. A vista de um coqueiro (e nós só os encontrávamos de dez em dez léguas senão mais) excitava manifestações de alegria, pelo fato de nos permitir comer o miolo dos cocos e beber o líquido sacarino que encerravam. Tudo contra nós conspirava: os mosquitos cujas picadas nos atravessavam até os ossos, os animais que nos escapavam por dois e três dias e fugiam perseguidos pelas muriçocas, as chuvas que nos encharcavam a bagagem e enfim mil contrariedades que faziam desesperar os mais resolutos. Sustemo-nos sorvendo pequenas xícaras de chá, marchando dias inteiros para vencer uma, duas léguas no rumo direto. Era horrível! Após oito dias da mais completa abstinência pudemos matar uma vaca. Enfim já me comparava a Jagurtha a quem algum romano compassivo apresentasse magnífico filé. 


Dele apenas comi alguns bocados. O estômago esquecera suas funções, a falta de apetite era-me extrema, sentia sede e a água me provocava terríveis náuseas.


No entanto estávamos salvos. Após 14 dias de boas marchas na estrada batida que apanháramos entramos na aldeia da Piraninha.


No dia seguinte estávamos entre os fugitivos de Miranda no alto da serra que domina o Aquidauana; onde ainda se acham os paraguaios.


Depois de um mês de repouso exploramos a margem direita desse rio importante, fazendo mesmo incursões na margem esquerda onde os inimigos exercem muita vigilância. Fomos sempre felizes, achando sinais evidentes da passagem de uma tropa de cavalaria, poucas horas antes de nossa chegada. De volta ao mesmo bom rancho de palha preparamos novos mapas e relatórios que mereceram pomposo elogio dos comandantes das forças em ordem do dia, o que foi comunicado ao governo com a enumeração de nossos serviços ‘altamente importantes’.



FONTE: Taunay, Cartas de Campanha de Mato Grosso (1866), in Mensário do Jornal do Commercio, Rio, janeiro de 1943, página 166.

FOTO: Desenho de Taunay, acervo de Renato Alves Ribeiro, fazenda Taboco.





5 de agosto


1892 Ponce agradece participação de Nioaque no cotragolpe 


Em carta enviada ao coronel Jango Mascarenhas, o chefe da revolta vitoriosa contra o golpe militar de janeiro, agradece a participação da região Sul no movimento que restabeleceu a normalidade política no Estado, com o retorno ao poder do presidente Manoel Murtinho:

Ilustres membros do Diretório Republicano de Nioac.
Congratulo-me com os bons amigos e com a heróica população do município de Nioac pelo nobre exemplo de civismo que acaba de dar ao país, erguendo-se para esmagar a anarquia e reivindicar os direitos do povo quase ao mesmo tempo em que os seus irmãos do norte do Estado, à custa de algum sangue derramado, reconquistara a liberdade da pátria matogrossense, restituída hoje ao domínio da legalidade pela vontade soberana de seus filhos.


Parabéns aos denodados patriotas do Sul, que, tão dignos se mostraram na defesa da integridade da Nação, repelindo os mercadores do nosso solo pátrio.


Generoso Paes Leme de Souza Ponce.



FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio, 1952, página 126.




4 de agosto

4 de agosto

1864 - Quilombos preocupam elite cuiabana

A proliferação de quilombos na região de Cuiabá preocupa fazendeiros e donos de escravos em Cuiabá. A manifestação é exposta no editorial de um dos jornais da capital da província:

"Não muitas léguas distantes desta capital, nas proximidades mesmo de algumas de nossas freguesias e vilas, mansa e pacificamente folgam milhares de escravos fugidos de cavolta, segundo dizem, com desertores e com não pequeno comércio com os índios.

É com efeito lamentável que quando a lavoura geme na deficiência de braços, quando o valor de um escravo sobe a dois contos de réis, estejam por tal modo inutilizados no seio das matas tantos braços e seus senhores privados dos serviços que lhes podiam eles prestar, serviços cuja utilidade reverte em benefício público, pois é inegável que a abundância dos produtos agrícolas, na razão direta das forças empregadas, muito contribui para o aumento das rendas.

Não é esse só o motivo do nosso reclamo.

O exemplo da impunidade povoa mais de dia em dia os tais quilombos e desfalca os proprietários rurais e urbanos de seus escravos.

Uma leve consideração sobre os constantes e multiplicados anúncios que pelos dois periódicos da província se têm feito sobre escravos fugidos, não deve ter escapado às nossas autoridades; e quando esses quilombos, além de grandes prejuízos que causam aos particulares e ao público, ameaçam também a tranquilidade e a segurança de vida dos habitantes das freguesias e vilas que ficam próximas, não podemos ser indiferentes a um brado em favor do aniquilamento deles.

O governo da província fará um serviço importante à causa pública se tentar e conseguir com os Snrs. e proprietários de escravos fugidos a extinção dos sobreditos quilombos.

A lavoura verá crescer as suas forças, o exército recuperará seus trânsfugas, as rendas se aumentarão, as fugas diminuirão, os habitantes de serra acima e abaixo mais tranquilos dormirão; os indígenas perderão parte de seu insolência e atrevimento e menos incômodos pesarão sobre a justiça.

Se o preceito do mestre Horácio tivesse sido adotado já em remotas eras, hoje não julgaríamos tão grave a cura do mal que nos aflige.

Não o foi, mais daqui não se infira que deva ficar o enfermo (o bem público) entregue ao abandono, a natureza muitas vezes zombando dos esforços humanos e das regras da medicina produz fenômenos admiráveis com uma reação inesperada; providencie-se a extinção dos quilombos; não se deixem dormindo os particulares que lá tem escravos, enquanto o governo trabalhar ajudem-no todos os fazendeiros e estamos convencidos que o mal não resistirá à cura".


FONTE: A Imprensa de Cuyabá, 4 de agosto de 1864.


4 de agosto 


1889 Nasce na Vacaria, Vespasiano Barbosa Martins


Busto de Vespasiano em frente à catedral de Campo Grande



Filho de Henrique Pires Martins e Marcelina Barbosa, nasce na Vacaria, Vespasiano Barbosa Martins. Neto de Inácio Barbosa Marques, o patriarca dos Barbosas no Sul de Mato Grosso, Vespasiano foi o mais ilustre descendentes dos pioneiros do Sul de Mato Grosso. Formado em medicina, dedicou-se à atividade política, iniciando como prefeito de Campo Grande. Em 1932 é nomeado interventor no Estado, por indicação do general Klinger, comandante da revolução constitucionalista de São Paulo, da qual o Sul de Mato Grosso foi o único aliado. Em 1934, coordenou o movimento divisionista, sendo o primeiro subscritor do abaixo-assinado separatista, encaminhado à Assembleia Nacional Constituinte. Em 1935 é eleito pela Assembleia Legislativa senador da República, mandato interrompido pelo golpe do Estado novo que fechou o Congresso Nacional em 1937. Em 1945, por eleição direta, retorna ao Senado, onde encerra sua carreira política. Faleceu a 14 de janeiro de 1965, em Campo Grande. 




FONTE: Ledir Marques Pedrosa, Origem, histórico e bravura dos Barbosas,  edição da autora, Campo Grande, 1980, página 109.



4 de agosto


1941 - Presidente Getúlio Vargas visita Campo Grande






Em seu programa de viagem ao Estado, depois de estada em Corumbá e agenda em Assunção com o governo paraguaio, o presidente Getúlio Vargas chega a Campo Grande. O Jornal do Brasil (RJ), com notícias da Agência Nacional, deu cobertura à visita do chefe da Nação à cidade morena, iniciando com o seu desembarque no aeroporto militar da cidade:

Em Campo Grande, sede da 9a. Região Militar, chefiada pelo general Pinto Guedes, encontram-se aquartelados o 18° batalhão de Caçadores, a 2a. Companhia Independente de Transmissões e o 2° esquadrão de um Grupo de Dorso. O Presidente Getúlio Vargas, à sua chegada, passou em revista aquelas unidades, recebendo as continências de estilo. O interventor Júlio Müller e o general Pinto Guedes receberam o chefe do governo, em companhia de outras autyoridades.

Do aeródromo rumou o presidente para a cidade, onde a população o aguardava para homenageá-lo. As ruas estavam embandeiradas, e, ao passar o carro presidencial, milhares de escolares formados lançaram flores sobre o mesmo, durante todo o percurso, de sorte que, ao chegar em frente ao Quartel General o presidente tinha o seu carro repleto de flores. Também formaram os trabalhadores, tendo-se assim a impressão do civismo e da comunhão nacional em que estão integradas aquelas populações. O povo, seguindo o carro em que viajava o presidente, formou um grande cortejo até o Quartel General, onde se iniciou o desfile. Surgiram primeiramente os trabalhadores, empunhando dísticos sobre a legislação social brasileira. A lei das 8 horas, a sindicalização, de férias, de aposentadorias e da justiça do trabalho e de todas as grandes realizações que alcançamos no terreno social, eram apontadas como marcos da obra nacionalista do governo do sr. Getúlio Vargas. Veio depois o desfile escolar. Cinco mil crianças de todos os colégios, passaram diante da tribuna presidencial, arrancando estripitosas palmas da assistência. De quando em vez os alunos entregavam ramalhetes de flores ao presidente, que saudava os estudantes, dirigindo-lhes algumas palavras de agradecimento e estímulo. Foi este o maior desfile escolar já realizado em Mato Grosso.

Finalmente desfilam as forças militares, sob o comando do coronel Caiado de Castro. Vem primeiro o batalhão de Caçadores,seguido da companhia de Transmissões, grupo de Dorso e do 2° Esquadrão. Durante a parada ouviam-se frequentes aclamações populares à figura do chefe do governo.

Deixando o palanque presidencial o sr. Getúlio Vargas recebe uma homenagem dos escolares, que cerraram fileiras em torno do primeiro magistrado.

O Hino Nacional, cantado pelos escolares e pela massa popular, encerra as manifestações de civismo tributadas ao presidente, oferecendo um espetáculo de grandiosa emoção patriótica. Momentos após o presidente retira-se para repousar
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AGENDA - O presidente Vargas cumpriu vasta agenda em Campo Grande: inauguração do leprosário São Julião, inspeção às obras do ramal de Ponta Porã da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e visita às guarnições militares da cidade. 

A inauguração do São Julião ocorreu à tarde. O presidente "foi recebido pelo sr. Ernani Agrícola, que o conduziu a visitar todos os departamentos a visitar todos os departamentos do moderníssimo estabelecimento de cura. Ao mesmo tempo explicava o sr. Ernani Agrícola ao presidente da República todos os detalhes da construção e do aparelhamento. O Leprosário São Julião, construído com todos os rigores da moderna ciência médica,fora dotado, pelo governo,com 200 leitos, amplos jardins e parques de repouso, laboratórios, salas de clínicas, casas para doentes, etc.

A visita do presidente Getúlio Vargas foi demorada, permitindo não só fossem examinadas meticulosamente todas as suas dependências e instalações como fossem prestadas ao chefe do governo as informações mais completas. Ao chegar e ao sair, horas depois, o presidente da República foi cumprimentado por numerosas pessoas, que lhe agradeceram, ainda o haver proporcionado a Mato Grosso as possibilidades para realizar obra de tão grande vulto e destinada a prestar os mais assinalados serviços à população do Estado".

Na manhã seguinte, dando continuidade à sua programação em Campo Grande, o presidente da República visitou as obras do ramal da estrada de ferro para Ponta Porã:

Campo Grande 6, - O Presidente Getúlio Vargas excursionou na manhã de hoje pelo ramal da estrada de ferro que ligará Campo Grande a Ponta Porã, ramal que, como já acentuara aos jornalistas paraguaios, se destina, principalmente, a dar ao Paraguai uma nova via de comunicação ferroviária. Esse ramal de grande importância economica para esta região de Mato Grosso e para todo o território paraguaio terá uma extensão de 320 quilômetros, dos quais 60 já estão construídos e em tráfego. Mais noventa quilômetros estão já com os trilhos assentados  e cerca de 100 quilômetros com o terreno aplainado. Os demais quilômetros já estão sendo atacados com o serviço preliminar de desbravamento. A excursão do presidente Getúlio Vargas foi das mais interessantes possíveis. O chefe do governo fez-se acompanhar do interventor Júlio Müller e demais autoridades que aqui se incorporaram à sua comitiva. O trem presidencial percorreu inicialmente, cerca de 15 quilômetros que vai de Campo Grande a Porto Esperança. Na altura da estação Indubrasil tomou o ramal para Ponta Porã, que aí tem início. Foi demorada a viagem. Ainda nos arredores da estação a linha férrea como que circunda edifícios onde estão aquarteladas várias unidades do Exército. O coronel Gustavo Cordeiro de Farias e o coronel Caiado Castro explicaram então, ao chefe do governo, detalhes da construção desses edifícios e da vida das unidades que os ocupam. 

Mais adiante a linha férrea corta uma colônia japonesa onde se pratica a horticultura racional. Depois uma colônia portuguesa que se dedica à pequena indústria de madeira. O interventor Júlio Müller aproveita a todo momento a oportunidade para informar ao chefe do governo sobre detalhes da vida de Mato Grosso. À certa altura dá-lhe interessante informação. O trem presidencial passava no momento em terras de um novo município matogrossense onde se encontram magníficas fontes de águas termais. Já o dotara o governo de um patronato agrícola, campos de trigo, uma rodovia moderna de 40 quilômetros. À certa altura da viagem o trem para. Os engenheiros construtores cercam o presidente Getúlio Vargas, e durante muito tempo, prestam-lhe as mais detalhadas informações sobre a construção. Chega-se, enfim, ao termo da viagem. É a estação "Bolicho Seco". O presidente da República caminha durante muito tempo pelo leito ainda não definitivamente construído. Os engenheiros são agora a sua comitiva e seus informantes.

Getúlio Vargas encerrou sua estada a Campo Grande com uma visita às guarnições locais do Exército, seguindo para Cuiabá.


FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 6 de agosto de 1941.


FOTO:
acervo do Arca, Arquivo Municipal de Campo Grande.

3 de agosto

3 de agosto


1887Frei Mariano faz doação à padroeira da cidade



Frei Mariano de Bagnaia à direita

Ata da Câmara Municipal de Corumbá dá conta de concessão de bens de sua propriedade à Nossa Senhora da Candelária, padroeira da cidade, feita pelo frei Mariano, nos seguintes termos:

Certifico que revendo o livro de atas desta câmara municipal em que atualmente se lavram as atas das sessões da mesma câmara, lê-se à folha vinte e sete versos e vinte e oito, e encontrei na última ata lavrada em sessão extraordinária do dia 4 de julho finda a parte de que trata a louvação do reverendo frei Mariano de Bagnaia, parte de que trata petição cujo o despacho ordena a presente certidão e é de teor seguinte pelo sr. tenente Luiz Augusto Esteves foi apresentada um dia, cópia da louvação feita pelo reverendo frei Mariano de Bagnaia vice-prefeito apostólico e pregador imperial, a Nossa Senhora da Candelária padroeira dessa cidade. Como uma casa de sua propriedade, isto é na rua Santa Tereza desta mesma cidade e também a de mais objetos presentes a dita casa, exceto as que a preta Isabel que lhe serviu de criada, para cujo direito na referida doação lhe outorga assim como de residir na mesma casa quanto ela viver ou quiser, pede ainda ao mesmo escrito mencionada propriedade seja denominada casa paroquial, considerada como única condição de doação rezar uma missa para a sua alma tão logo se tenha notícia e certeza de sua morte. O sr. presidente pondo em discussão esse escrito da doação e depois a nota foi anunciante mandado arquivá-la e que na presente ata fica consignada, como ato de louvor e outro de gratidão dessa câmara municipal em nome de seus munícipes ao frei Mariano de Bagnaia pela doação que fez a Nossa Senhora da Candelária. Nada mais havendo a tratar-se foi lida e aprovada e assinada esta ata pelo sr. presidente João Antônio Rodrigues, Jacinto Moreira Felipe, José da Assunção, Constantino Gonçalves Pereira, Bento João de Carvalho. Nada mais havendo a tratar na referida seção, que o bem e fielmente fica transcrita nessa. O secretário da câmara Manoel da Costa Pedreira, 3 de agosto de mil oitocentos e oitenta e sete.




FONTE: Frei Alfredo Sganzerla, A história de Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMAT/MCC, Campo Grande, 1992, página 423.





3 de agosto


1953Glauce Rocha faz sucesso no teatro do Rio



Sob o título “Uma campograndense brilhando nos palcos cariocas” e ainda grafando o seu nome de batismo, o Jornal do Comércio de Campo Grande dá uma das primeiras notícias sobre a ascensão artística da saudosa Glauce Rocha:

Há seis meses consecutivos que o Teatro Rival, do Rio de Janeiro, vem levando com extraordinário sucesso a peça teatral Dona Xepa, estrelada pela veterana e consagrada Alda Garrido.


E dentre os que se destacam na representação da maravilhosa peça de Pedro Block, já levada em cena cerca de 300 vezes, figura com justiça a simpática jovem Gláucia Rocha, filha da viúva Edelweis Ilgenfritz da Rocha, cujo desempenho artístico é realmente notável, como tivemos recentemente oportunidade de presenciar e aplaudir.


À Gláucia pois, nossas calorosas felicitações.


Glauce Rocha, falecida prematuramente aos 40 anos, em 1971, foi uma das maiores artistas do teatro, do cinema e da televisão brasileira. Conheça um pouco mais do seu talento. Veja o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=d3sn19Goo24



FONTE: Jornal do Comércio, Campo Grande, 3 de agosto de 1953.

FOTO: www.meucinemabrasileiro.com.br


2 de agosto

2 de agosto
 


1866Paraguaios deixam Nioaque





Após ocupar a vila por quase dois anos, o exército de Solano Lopes abandona-a, não sem antes incendiá-la. Quando, a 24 de janeiro do ano seguinte, as tropas brasileiras rumo à fronteira, chegaram ao local, Taunay viu por toda parte vestígios do incêndio, poupadas “apenas duas casas e uma pequena igreja de pitoresca aparência. À primeira vista - observa Taunay - agrada o aspecto geral do lugar. De um lado, o povoado e o ribeirão chamado Urumbeva; do outro, o rio Nioac, cujas águas confluem cerca de 900 metros para trás da igreja, deixando livre, em torno desta, à direita e à esquerda, um espaço duas vezes maior. Pequena colina fica-lhe em frente, a pouca distância".  



FONTE:Taunay, A Retirada da Laguna, 14a. edição, Melhoramentos, São Paulo, 1942. Página 37.

IMAGEM: Reprodução do livro Epopéa da Laguna, de Lobo Viana, Imprensa Militar, Rio de Janeiro, 1920, in José Vicente Dalmolin.



2 de agosto


1876 - Baronesa tem concessão para explorar metais em Corumbá




Pelo decreto n° 6273, o governo imperial dá concessão à viúva baronesa de Vila Maria para explorar ferro e outros metais na sua propriedade de Piraputangas e São Domingos, em Corumbá. Esse foi o resultado das idas e vindas do latifundiário Joaquim José Gomes da Silva, o barão de Vila Maria, ao Rio de Janeiro, desde 1870, onde o proprietário da antiga fazenda das Piraputangas fora ao governo "tratar de ver os meios de desenvolver a mineração do ferro na sua propriedade, refere-se às camadas de itabirito dos arredores de Corumbá e diz ter colhido do leito do Piraputangas amostras de ferro e manganês".

O Barão de Vila Maria, de volta da Corte, faleceu em viagem, cabendo à viúva, dona Maria da Glória, a concessão, sucessivamente prorrogada em 1878 e 1882.

A exploração predatória chegou a exaurir o minério e a própria vitalidade do solo de Piraputangas. Alguns córregos secaram por alterações causadas por mineradores, algumas condenadas pela justiça. O local foi transformado em parque ecológico em 2003, administrado pelo município. Pesquisas indicam que o parque abriga 94 espécies entre a flora e a fauna, com 39 plantas, 25 mamíferos e 13 répteis, numa área de 1300 hectares.


FONTE: Miguel Arrojado Ribeiro Lisboa, Oeste de São Paulo, Sul de Mato Grosso, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página 110. 




2 de agosto



1894Mate Larangeira incorpora banco



O Banco do Rio Mato Grosso, criado pelos irmãos Murtinho para explorar o ervais do Sul de Mato Grosso entra em liquidação e seu espólio é arrematado por 2.250 contos de réis pelo acionista minoritário Thomaz Larangeira, que retoma o controle da empresa que, “continuou naquilo que sabia fazer: colher, transportar e exportar a erva-mate, através de suas associadas platinas. Em vários exercícios financeiros acusou receitas superiores a de Mato Grosso, tendo mais de uma vez socorrido com empréstimos de vulto ao Tesouro Estadual.”



FONTE: Otávio Gonçalves Gomes, Dom Tomaz, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 412.




2 de agosto


1916 – Morre em Corumbá, o coronel João Antônio Rodrigues


Aos 72 anos, gaúcho de Porto Alegre, herói da guerra do Paraguai, mudou-se para o Sul de Mato Grosso, em 1876, por recomendação médica. Em 1879 foi nomeado delegado de polícia, função em que permaneceu por 8 anos, juntamente com sua dedicação ao jornalismo. Em 1884 fundou o semanário A Gazeta Liberal, órgão do Partido Liberal ao qual se filiou. Em 1888 fundou o jornal O Escravo, dedicado à causa abolicionista. Em 1893 criou O Eco do Povo e 1904, O Autonomista. Provisionado em 1889, “exerceu a advocacia com bastante inteligência, sendo apontado em Corumbá como um dos mais hábeis profissionais.” 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 70.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...