segunda-feira, 7 de março de 2011

22 de agosto

22 de agosto


1861 – Nasce em Cuiabá Antônio Azeredo


Senado Federal, Rio de Janeiro

Nasceu em Cuiabá, Antônio Francisco de Azeredo, filho de Ozeias Francisco de Azeredo e de Blandina de Figueiredo Azeredo. 

Oriundo de família sem posses, ainda jovem colaborou em jornais de Cuiabá. Iniciou os estudos no Liceu da capital mato-grossense e posteriormente seguiu para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Escola Militar. Abandonou, porém, abandonou a formação militar, ingressou na Escola Politécnica, e a partir de então vinculou-se definitivamente ao jornalismo. Era republicano e abolicionista.

O início de sua trajetória política coincidiu com a instalação da República. Eleito em 15 destembro de 1890 deputado constituinte pelo Partido Republicano criado em Mato Grosso por Generoso Ponce, tomou posse quando da instalação do Congresso Nacional Constituinte, em 15 de novembro seguinte, e participou dos  trabalhos de elaboração da Constituição de 1891. Após encerrar o mandato em 1893, bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1895. 

Ao ser eleito senador em 1897, iniciou uma longa permanência no Senado, que seestenderia por três décadas. Durante as crises políticas mais graves ocorridas em Mato Grosso, utilizou-se da tribuna do Senado com o claro objetivo de defender seus correligionários, entre os quais se destacava Generoso Ponce. De modo geral, lançava mão de seu prestígio político, dos periódicos sob seu controle e das relações com o Poder Executivo federal para manter e ampliar sua base política no estado.

Era amigo do líder político gaúcho Pinheiro Machado, com quem fundou em 1910 o Partido Republicano Conservador (PRC). Tornou-se membro da comissão  executiva do partido e uma de suas figuras mais importantes. Em Mato Grosso, o partido foi criado em 1911. Nesse mesmo ano o senador Azeredo influiu decisivamente na eleição para o governo do estado de Joaquim Costa Marques, que também contava com o apoio de Ponce. 

Com a morte de Joaquim Murtinho em 1911, Antônio Azeredo não tinha rivais em se tratando de conexões entre o Poder Executivo federal e Mato Grosso. Mesmo levando-se em conta a participação de lideranças locais na conformação do quadro político estadual, sua capacidade de influir na composição das chapas   para os cargos eletivos mais importantes era expressiva, e não poucas vezes o jogo político do estado foi decidido na  capital federal.

Após o falecimento Pinheiro Machado, com quem mantinha relações muito próximas, Azeredo assumiu a vice-presidência do Senado, entre 1915 e 1930. Em 1915 apoiou a candidatura do general Caetano de Albuquerque ao governo de Mato Grosso. O nome do militar foi apresentado pelo PRC, não deixando chance para a oposição. No entanto, as relações de Caetano de Albuquerque com o PRC dirigido pelo senador Azeredo foram aos poucos se deteriorando, e isso tornou mais difícil sua gestão, considerando que o partido tinha a maioria na Assembleia Legislativa. O problema central residiu na distribuição dos cargos no governo, ou seja, na preterição de nomes sugeridos pelo PRC em favor de oposicionistas pertencentes ao Partido Republicano Mato-Grossense (PRMG) chefiado por Pedro Celestino. Interferindo diretamente na questão, Antônio Azeredo obteve do presidente Venceslau Brás o acatamento ao pedido de intervenção federal em Mato Grosso, apresentado em 1917.

Antônio Azeredo tipifica exemplarmente o representante político que utilizava com frequência sua capacidade de influir nas questões internas de seu estado agindo a partir do Rio de Janeiro. Não sem razão foi durante a Primeira República o único parlamentar de Mato Grosso a participar do restrito grupo responsável pela discussão e a indicação de possíveis nomes para a presidência da República. Além de suas atividades no campo político, atuou fortemente na imprensa. Foi fundador da Gazeta da Tarde e do jornal Diário de Notícias e responsável pela redação dos dois periódicos. Foi também proprietário do O Malho e A Tribuna, sendo que desta última foi redator chefe.
Tendo perdido o mandato com a vitória da Revolução de 1930, que dissolveu os órgãos legislativos do país, partiu para o exílio na Europa.

Faleceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 8 de março de1936.
Publicou Voto divergente da Comissão de Constituição e Diplomacia sobre o Tratado de Petrópolis (1904), A situação de Mato Grosso (1916), Discursos parlamentares (1925), Resposta ao senador Epitácio Pessoa sobre a sucessão presidencial e nomeação de juiz seccional de Mato Grosso (1926) e Invasão paraguaia em Mato Grosso.

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 FONTE: João Edson Fanaia, Azeredo, Antonio, CPDOC Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro.



22 de agosto



1882 - Frei Mariano recebido festivamente em Nioaque






Na condição de vigário visitador, frei Mariano chega a Nioaque, onde é festivamente referenciado pela população da vila histórica, pelas razões explicadas por ele, em carta ao diretor do jornal O Iniciador, de Corumbá, publicada na edição de 2 de novembro:

Em 22 de agosto p.p. cheguei a esta paróquia e abri a minha visita, que nesta data encerrei, na forma do ritual, dando a bênção com o sacramento.

Ao retirar-me saudoso do centro desta parte do rebanho, que tão dignamente me tratou, não posso passar em silêncio um circunstância, que, patenteando a grandeza dos decretos do Onipotente, merece a atenção dos homens pensadores, porque revela o triunfo da misericórdia divina, sobre a iniquidade dos homens. Em fevereiro de 1865 passei por esta paróquia preso como um criminoso,escoltado por 25 satélites do tirano Lopes, coberto com um pedaço de tapete da igreja de Miranda e assim brutalmente conduzido ao cativeiro no Paraguai e, precisamente, quando passava pela frente da igreja desta paróquia, a estavam saqueando-la. Os tempos mudam-se; e no dia 22 de agosto de 1882 (dezessete anos depois), entrei nesta paróquia de uma maneira diametralmente oposta. Ao chegar às primeiras casas, não encontrei, como outrora, uma guarda avançada de selvagens paraguaios, que, por escárneo, gritaram: quien ven lá? -  mas sim o pároco com a cruz algada, que me ofereceu a estola paroquial, sendo acompanhado pelas pessoas mais gradas do lugar; e em vez de ser levado a uma masmorra, como outrora, fui conduzido debaixo do pálio, como manda o ritual à casa do Deus vivo.

Não entrei na paróquia como escravo e troféu de importância, como diziam meus algozes, mas sim revestido de um caráter sublime, como delegado do ilustre prelado, que tão dignamente dirige a igreja cuiabana.

Ao entrar na igreja, em lugar do rufo dos tambores, fui recebido com o festivo repique dos sinos e senti tão viva emoção, que a pena não se presta descrever.

Encontrei a igreja bem ornada, porque em lugar de saqueadores, havia ali um povo prostrado e culto que abria passo ao seu pastor (ainda que indigno) que ia levar-lhe as consolações espirituais e os tesouros dos sacramentos.

Ao recitar o discurso da abertura da visita, não pude furtar-me a relembrar as calamidades passadas, comparando essa época com a atual, o que produziu muito enternecimento nos espectadores e especialmente alguns que foram meus companheiros de infortúnio.

Humilhando-me perante Deus que se dignou conceder-me tão assinalada vitória sobre meus algozes, foi tal a emoção de que me senti possuído que não me foi possível concluir o sermão... Se aí estivesse presente o bárbaro invasor, eu lhe perguntaria: Onde estão essas tuas espadas com que decepastes tantas cabeças? Onde estão tuas baionetas com que sacrificastes tantos inocentes? Onde o fogo, com que em minha presença, destruístes tantas casas neste lugar?

Então, dir-lhe-ia: Vê como Deus depossuit potentes de sede, et exaltavit humiles".



22 de agosto

2017 - Morre em Campo Grande ex-governador Pedro Pedrossian



Faleceu em Campo Grande, o ex-governador Pedro Pedrossian, cuja trajetória é resumida em dados do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas:


"Pedro Pedrossian nasceu em Miranda, então Mato Grosso, em 13 de agosto de 1928, filho de João Pedro Pedrossian e de Rosa Mardini Pedrossian, ambos de origem armênia.
Fez os estudos secundários em Mato Grosso e ingressou na Universidade Mackenzie, na cidade de São Paulo, formando-se em engenharia civil. Em seguida, tornou-se engenheiro residente da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em Três Lagoas (MS). Passou a chefe de divisão da ferrovia em Campo Grande, então em Mato Grosso e atual capital de Mato Grosso do Sul. Foi assessor do presidente da Rede Ferroviária Federal, no Rio de Janeiro, e diretor superintendente da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em Bauru (SP), de 1961 a 1964.
Em outubro de 1965 foi eleito governador pela coligação do Partido Social Democrático (PSD) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Tomou posse em 31 de janeiro de 1966 sucedendo a Fernando Correia da Costa. Foi o candidato a governador mais votado em toda a história de Mato Grosso, com 109.905 votos.
Após a extinção dos partidos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, ingressou na Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar instalado em abril de 1964. Em agosto de 1967, foi apresentado pelo deputado estadual Júlio Castro Pinto, também da Arena, um projeto pedindo à Assembléia Legislativa a decretação do seu impedimento, sob a alegação de que recebia o apoio sistemático da oposição. Conseguiu entretanto superar a crise, mantendo-se no cargo.
Em seu governo, desdobrou as secretarias, redividindo-as em Interior e Justiça, Fazenda, Agricultura, Segurança, Indústria e Comércio, Saúde, Educação e Cultura, Governo e Coordenação Econômica e Viação e Obras Públicas. Promoveu a construção da ponte Júlio Müller, sobre o rio Cuiabá, na capital, e da estação para abastecimento de água e serviço de captação; ampliou a produção de energia elétrica; levou à frente a construção da usina hidrelétrica nº 3, do rio Casca; construiu o palácio do Poder Legislativo; aparelhou os hospitais dos Tuberculosos e Adauto Botelho; concluiu a maternidade do Hospital Geral de Cuiabá; criou uma escola de recuperação de crianças excepcionais e fundou duas universidades, a Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, e a Estadual de Mato Grosso, em Campo Grande.
Em 15 de março de 1971, findo o mandato, passou o governo ao arenista José Fragelli, eleito pela Assembléia Legislativa em outubro do ano anterior.
Em outubro de 1977 foi sancionada a lei que dividiu em dois o estado de Mato Grosso. Surgiria assim, a partir de janeiro de 1979, o estado de Mato Grosso do Sul, tendo Campo Grande como capital e um governador nomeado. O antigo estado de Mato Grosso permaneceria com Cuiabá como capital. No início de 1978 a Arena viu-se dividida, na região que iria constituir o futuro estado de Mato Grosso do Sul, em duas grandes correntes: a ortodoxa (formada por antigos udenistas e pessedistas), que se denominava “ala democrática”, e a “independente”, que agrupava os seguidores de Pedrossian. Muitos políticos da “ala democrática”, supondo já muito provável a eleição de Pedrossian para o governo do novo estado, tentavam impedir essa indicação. As divergências entre as facções arenistas levaram o ex-governador ao palácio do Planalto em fevereiro desse ano para entregar ao presidente da República um documento em que se defendia das acusações que lhe eram feitas pelo governador Garcia Neto, pelo ex-governador José Fragelli e pelo senador Mendes Canale. Essas acusações caracterizavam sua administração como um período de irregularidades administrativas, com apropriação de terras públicas e importações de materiais que não chegavam a ser utilizados, e afirmavam ainda que fora demitido da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em 1967, por corrupção. Em fins de março, Pedrossian entregou ao presidente Ernesto Geisel (1974-1979) outro documento, em que renunciava à candidatura ao governo do estado. Em entrevista ao Jornal do Brasil (13/3/1978), declarou que sua candidatura ao Senado, em eleição direta, em vez de ao governo, por via indireta, seria uma forma de se submeter ao julgamento popular.
Em 15 de novembro de 1978 foi eleito com 107.519 votos. Assumindo o mandato em fevereiro de 1979, fez parte das comissões de Agricultura, de Educação e Cultura, de Relações Exteriores, de Serviço Público Civil e Transportes e de Comunicação e Obras Públicas. Com a extinção do bipartidarismo, em 29 de novembro de 1979, e a conseqüente reformulação partidária, filiou-se ao novo partido governista, o Partido Democrático Social (PDS).
Com a nomeação de Harry Amorim para o governo do estado, Pedrossian, com os senadores Saldanha Derzi e Mendes Canale, acusou-o de ter cometido erros administrativos, entre eles a importação de tecnocratas de outros estados, aos quais ofereceu mordomias e salários principescos. Em junho de 1979, entregou pessoalmente um documento ao presidente João Figueiredo (1979-1985) em que acusavam formalmente o governador de instaurar um política de concessão de favores e barganhas e, inclusive, de distribuir recursos do estado a prefeitos e deputados da Arena visando a minar as bases políticas das tradicionais lideranças e criar o seu próprio grupo, com a ajuda de Levi Dias, deputado federal e ex-prefeito de Campo Grande. O signatário solicitava para a solução do impasse político instaurado no estado a nomeação do então prefeito de Campo Grande, Marcelo Miranda, para o governo de Mato Grosso do Sul, o que foi feito.
Em outubro de 1980, Marcelo Miranda foi exonerado por motivos político-eleitorais e Pedrossian foi indicado por Figueiredo para ocupar o cargo. A indicação ocasionou uma dissidência no PDS, tendo como um dos líderes o suplente da vaga, José Fragelli, e provocou uma manobra por parte do ministro da Justiça, Ibrahim Abi-Ackel, na qual o Senado concederia uma licença ao parlamentar, evitando a sua renúncia e, conseqüentemente, a perda do mandato e a posse de Fragelli. Contudo, Pedrossian não teve outra saída senão a renúncia. Assumiu o governo em 6 de novembro de 1980, após seu nome ter sido aprovado pelo Senado por maioria simples, com 33 votos a favor, 24 contra e duas abstenções. Ainda nesse mesmo mês, no dia 17, perdeu a maioria na Assembléia Legislativa, em razão de terem seu presidente, deputado Londres Machado, e os deputados Ari Rigo e Getúlio Gideão abandonado o PDS.
Em agosto de 1981 acusou os parlamentares de seu estado que haviam passado para a oposição de procurar indispô-lo com o governo federal, com a acusação de que estaria sofrendo de insanidade mental. Nessa ocasião, estava de fato internado num clínica, segundo seus assessores, para se submeter a um tratamento da coluna. Seus opositores, no entanto, diziam tratar-se de uma clínica psiquiátrica.
Em abril de 1982, demitiu o prefeito de Campo Grande, Levi Dias, medida que gerou protestos e agravou a crise no PDS. O declínio de seu prestígio refletiu-se em novembro de 1982, quando o candidato do PDS ao governo, José Elias Moreira, foi derrotado por Wilson Martins, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Em 1986 deixou o PDS e filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), assumindo a liderança do partido no estado. Em novembro desse ano, disputou uma das duas vagas ao Senado. Embora tenha sido o segundo mais votado, devido às regras da sublegenda, que privilegiavam os candidatos mais votados das sublegendas que obtivessem maior número de votos, foi derrotado por Wilson Martins e Saldanha Derzi, lançados pela Aliança Democrática, integrada por PMDB, Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Aliado político de Fernando Collor, empossado na presidência em março de 1990, candidatou-se ao governo em outubro daquele ano. Eleito, assumiu seu terceiro mandato como governador em 15 de março de 1991, sucedendo a Marcelo Miranda (1987-1991). No discurso de posse, após destacar o estado falimentar que se encontrava Mato Grosso do Sul, com os servidores em greve e uma dívida que ultrapassava um bilhão de dólares, anunciou o corte de 25% dos cargos em comissão e extinguiu as secretarias de Cultura e de Assuntos Fundiários. Ao mesmo tempo, porém, criou pastas para as áreas de habitação e comunicação. Além disso, suspendeu todos os pagamentos de dívidas do governo anterior e, visando a pôr um ponto final na greve dos servidores, deu prioridade ao pagamento dos salários atrasados. Ainda durante a campanha, havia prometido regularizar o pagamento dos servidores, atrasados quatro meses até maio de 1991. Em abril, recorrendo a empréstimos bancários, regularizou o pagamento dos servidores.
Em maio de 1992, Pedro Collor, irmão de Fernando, fez denúncias que envolviam o presidente em casos de corrupção promovidos pelo tesoureiro da sua campanha eleitoral, Paulo César Farias. Pedrossian, a princípio, assumiu uma posição cautelosa, recusando-se a comentar o teor das acusações e o pedido de impeachment. Em agosto desse ano, porém, após a divulgação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instituída para investigar as atividades de Paulo César Farias, e quando crescia o movimento popular pró-impeachment de Collor, embora não tenha ficado abertamente a favor da abertura do processo, liberou a bancada para que votasse de acordo com sua consciência. Em 29 de setembro o pedido para abertura do processo de impedimento foi votado e aprovado pela Câmara. Afastado da presidência logo após a votação, Collor renunciou em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo Senado, que decidiu pelo impedimento. Foi efetivado o vice Itamar Franco, que vinha exercendo o cargo interinamente desde a decisão da Câmara.
Em março de 1994 Pedrossian foi considerado pelas pesquisas de opinião um dos governadores com maiores índices de aprovação. Com esse respaldo, nas articulações para definição da coligação que apoiaria o candidato a presidente Fernando Henrique Cardoso, combateu a aliança entre o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o PMDB regional, que sustentava a candidatura de Wilson Martins ao governo. No decorrer das articulações, deixou claro a Fernando Henrique que só o apoiaria caso ele mesmo indicasse o candidato à sua sucessão. Fernando Henrique decidiu manter o apoio de Pedrossian, resolução que provocou uma divisão no PSDB regional. Pedrossian acabou abstendo-se de lançar um nome à sua sucessão. Passou o governo em 1º de janeiro de 1995 para o candidato eleito, o peemedebista Wilson Martins.
Em 1998, disputou pela terceira vez o governo à frente de uma coligação do PTB com o PFL. Apontado pelas pesquisas de opinião, nos meses que antecederam o pleito, como franco favorito, acabou em terceiro, ultrapassado pelo candidato do PSDB, Ricardo Bacha, e pelo candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), José Orcino Miranda dos Santos, o Zeca do PT. No segundo turno, apoiou o candidato petista, que foi eleito.
Voltou às urnas em outubro de 2002, disputando uma das duas vagas em disputa no Senado. Concorrendo na legenda do Partido Social Trabalhista (PST), foi derrotado por Ramez Tebet, do PMDB, e Delcídio Gomes, do PT. Posteriormente, filiou-se ao Partido Republicano Brasileiro (PRB), agremiação ligada à Igreja Universal do Reino de Deus.
Em maio de 2006 lançou o livro de memórias Pedro Pedrossian – O pescador de sonhos, publicado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul.
Em março de 2009, filiou-se ao Partido da Mobilização Nacional (PMN).
Recebeu título de doutor honoris causa da UFMT, em 2010.
Casou-se com Maria Aparecida Pedrossian, com quem teve cinco filhos. Um deles, Pedro Pedrossian Filho, foi deputado federal na legislatura 1999-2003".


FONTES: CÂM. DEP. Internet; CORRESP. GOV. EST. MT; Estado de S. Paulo; Folha de S. Paulo; Globo ; Grande encic. Delta; INF. FAM. PEDRO PEDROSSIAN FILHO; Jornal do Brasil; MENDONÇA, R. Dic.; MENDONÇA, R. História; NÉRI, S. 16; Perfil (1980); Perfil parlamentar/IstoÉ; Veja; Portal da Universidade Federal do Mato Grosso. Disponível em <http://www.ufmt.br>. Acesso em 02/09/2013










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21 de agosto

21 de agosto


1889Nasce Camilo Boni, em Modena, na Itália




Nasce em Modena, na Itália, Camilo Boni. Diploma-se perito em Agrimensura, Arquitetura e Engenharia no Reggio Instituto Técnico Jacoppo Barozi. Em 1919 muda-se de São Paulo para Campo Grande. Aí iniciou seus contatos com padres da Missão Salesiana de Mato Grosso, “tendo recebido como encomenda de trabalho – segundo Ângelo Arruda – projetar a Catedral de São José, igreja matriz da cidade, no terreno ocupado pelo Rádio Clube, que acabou não sendo construída”. Em 1921, Boni assume a função de engenheiro municipal e de chefe da Seção de Engenharia da Intendência Municipal, na administração dos intendentes Arlindo de Andrade Gomes e Arnaldo Estevão de Figueiredo. Na função, fez o levantamento da planta da cidade, visando preparar a implantação dos quartéis do exército.

“Na administração pública, na área de urbanismo e paisagismo – destaca seu biógrafo – realizou o Plano de Melhoramentos de Ruas e Calçadas, com levantamento e perfil de cada uma das vias urbanas; padronizou as calçadas e passeios; embelezou a av. Afonso Pena com árvores vindas da chácara do intendente Arlindo Gomes; projetou, fiscalizou e implantou o traçado urbanístico do bairro Amambaí, o primeiro bairro de Campo Grande, em 1921.
Na parte de obras, construiu o coreto da praça Ary Coelho e diversas pontes e estradas vicinais ligando os distritos de Jaraguari, Rio Pardo e Terenos, escolas rurais e urbanas".


Como arquiteto e urbanista projetou entre outras obras, a Santa Casa de Campo Grande, o horto florestal, a igreja matriz de Santo Antônio, demolida na década de 80, o prédio da Escola Joaquim Murtinho, a loja maçônica da avenida Calógeras, o colégio Dom Bosco e o projeto inicial do colégio Auxiliadora.


Em outras cidades, Camilo Boni trabalhou nos projetos e obras das igrejas católicas de Jaraguari, Aquidauana, Guiratinga e Alto Araguaia. Em Bela Vista, onde residiu de 1938 a 1946, exerceu as funções de secretário de obras do município. Em 1948, no governo de Arnaldo Estevão de Figueiredo, exerceu o cargo de Delegado do Departamento de Terras do Estado de Mato Grosso e chegou a secretário de Agricultura. Em 1963 assumiu a função de agente regional do sistema SESC/SENAC, até 1968, e depois, diretor do Serviço Social do Comércio, até 1974, ano em que faleceu. 



FONTE: Ângelo Arruda, Série Campo Grande 2002, Funcesp, Campo Grande, 2002, página 10.




21 de agosto


1893Descoberta a lagoa Aporé no município de Paranaíba



Lagoa Santa no rio Aporé, na divisa de Mato Grosso do Sul com Goiás

É efetuado o reconhecimento pelo capitão Jerônimo Martins de Andrade, da lagoa termal do rio Aporé, situada no município de Paranaíba, afamada por suas propriedades medicamentosas. Alguns dados do relatório de reconhecimento:
Extensão da lagoa, da embocadura à cabeceira 110 metros; na ilhota contam-se nove fontes ou olhos d’água, sendo mais abundantes três, a saber: dois contíguos do lado sul, distante do outro 60 centímetros, sendo o da direita mais elevado um palmo a menos abundante e o da esquerda um grande tubo inclinado para o N., com perto de 2 metros de profundidade e 60 centímetros de diâmetro.
Estas duas fontes, cujas águas se reúnem junto à nascente, oferecem uma grande e excelente banheira natural, apresentando sua águas, a qualquer hora do dia, calor igual ao do corpo humano, e, reunidas como se acham, podem deitar 500 litros de água por minuto, havendo da superfície da lagoa a estas nascentes um metro de altura. 



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 103.(Imagem: feriadão.com.br http://bit.ly/dLPHEH)


21 de agosto

1965 - Inaugurada primeira ponte ligando São Paulo a Mato Grosso


Ponto Maurício Joppert, atual Hélio Serejo, capa de revista


Iniciada no governo do presidente Juscelino Kubitscheck é inaugurada oficialmente a ponte Maurício Joppert, ligando os estados de São Paulo e Mato Grosso. A ponte mede 2.550 metros de comprimento por 12,7 m de largura e comporta tráfego normal de veículos em duas pistas.

Até então a travessia do rio Paraná entre Presidente Epitácio (SP) e Porto XV de Novembro, nas imediações de Bataguassu, representava um entrave para o intercâmbio comercial entre os dois Estados. Nas duas margens do rio formavam-se filas enormes de veículos,principalmente caminhões lotados de mercadorias, que aguardavam pacientemente a vez para o transporte através de balsa que demorava mais de uma hora para atravessar.

"Com a entrega ao tráfego da ponte Maurício Joppert - viu-se na época - verificou-se imediatamente alta considerável dos preços de terras nos municípios de Bataguaçu, Anaurilândia e Dourados, no Estado de Mato Grosso. Registrou-se também mais demanda de informações sobre as possibilidades imediatas do território sulino de Mato Grosso, onde grandes organizações industriais e comerciais pretendem montar fábricas e agências".

A rodovia entre Epitácio e São Paulo era totalmente pavimentada. As BRs 34 (hoje BR-267) e 16 (hoje BR-163), ligando Porto XV, Campo Grande e Cuiabá eram estradas de chão.

Seu nome mudou para Hélio Serejo, pela lei 12.610 de 10 de abril  de 2012, em homenagem ao escritor sul-matogrossense, falecido em 2007 que residia há muitos anos no município de Presidente Epitácio (SP).


FONTE: Revista Brasil-Oeste, Brasil-Oeste Editora Ltda., São Paulo, agosto de 1965 (n° 107), página 29.

domingo, 6 de março de 2011

20 de agosto



20 de agosto

1821 - População derruba governador





Pressão da oposição, registrada em representação do povo de Cuiabá ao príncipe regente Dom Pedro, resulta na deposição do marechal Francisco de Paula Magessi Tavares de Paula do governo da capitania de Mato Grosso. 

Os requerentes indicavam como núcleo de sua reivindicação radical, a "impunidade do crime, a elevação ou a conservação de um parente, o interesse das famílias são outros tantos objetos a que sacrificam continuamente o bem público e o direito mais legítimo do cidadão benemérito, do homem virtuoso".

O governador deposto deixou Cuiabá no dia 13 de setembro, assumindo em seu lugar uma junta governativa assim composta:

Presidente - Dom Luis de Castro Pereira, bispo de Ptolamaida; secretário - capitão Luis d'Alincourt; e tenente-coronel Jerônimo Joaquim Nunes; capitão-mor João José Guimarães e Silva; vigário geral Agostinho Luis Gularte Pereira; tenente-coronel Felix Merme; sargento-mor André Gaudie Ley; padre José da Silva Guimarães; e tenente-coronel Antonio Navarro de Abreu.

Outra junta governativa seria criada em Vila Bela da Santíssima Trindade que, inconformada com a mudança do presidente para Cuiabá, estabeleceu um governo paralelo. 


FONTE: Rubens de Mendonça, Historias das revoluções em Mato-Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1970, página 20.


20 de agosto


1932 - Selvino Jacques surpreende revoltosos





Comandando o único batalhão legalista, que se tem notícia, no Sul de Mato Grosso, Selvino Jacques, com patente de capitão do exército, ataca de surpresa revoltosos, acampados na parte baixa do rio Perdido e que se dirigiam para fortalecer posições em Porto Murtinho. O ataque havia sido armado no dia anterior:

Às três da madrugada a estrela Dalva brilhava solitária na escuridão do céu, puseram-se em marcha. Caminhavam quietos e de olhos bem abertos, como a fera que vai à caça.
Foram se achegando de mansinho no acampamento inimigo, que começava a acordar, muito tranquilo, como o saihovy (o assanhaço) descuidado, prestes a receber o bote da caninana. (...)


Soou o assobio curto, seguido dum trágico sinal de silêncio. O inferno, com seus mil capetas, caiu devastador sobre o acampamento no meio da surriada. Já nas primeiras rajadas cuspidas pelas automáticas o caminhão de munição explodiu, jogando estilhaços a mais de duzentos metros, enquanto uma enorme bola de fogo subia, formando um cogumelo escuro no céu do cerrado. O grupo incumbido de destruir o caminhão de suprimentos atacou sem nenhuma resistência. Tocaram fogo no caminhão e quando as chamas chegaram no tanque de nafta, ele também explodiu jogando pão e bolacha queimada como verdadeiros petardos.
  A confusão que se seguiu era indescritível, uma gritaria, uma correria, um rinchar de cavalos e gritos de dor de gente tombando ferida...

A surpresa fora total.

O inimigo rodopiava enlouquecido como a galinha cujo pescoço foi torcido e, por isso, se debate na agonia. Mas, em menos de cinco minutos a ordem se refez e aí a coisa mudou de figura. As metralhadoras de grosso calibre dos revoltosos começaram a rasgar o mato, arrancando lascas de pau e atorando pequenos arbustos. O poeirão, o fogo e a fumaça se misturavam ao grosso pipoco das metralhas.” 


O capitão Selvino bateu em retirada.




FONTE: Brígido Ibanhes, Selvino Jacques, o último dos bandoleiros - o mito sul-matogrossense, 2a. edição, Scortecci Editora, S. Paulo, 1995, página 86. 

FOTO: selvinojacques.com http://bit.ly/fJRcL1)





20 de agosto


1938Morre em Campo Grande, Bernardo Franco Baís




Vítima de atropelamento de trem, faleceu Bernardo Franco Baís, italiano, em Campo Grande desde o final do século. Grande empreendedor na cidade e na zona rural, foi em 1902, o primeiro prefeito de Campo Grande, cargo ao qual terminou renunciando antes da posse. Assumiu em seu lugar, o 1º vice-intendente geral Francisco Mestre.
Sobre sua morte, Nelly Martins, sua neta, escreveu:


Já um tanto surdo, com 77 anos, absorto no seu mundo interior, na manhã de dezenove de agosto de 1938, ele deixava sua casa e subia em direção à casa dos filhos. Na altura da rua 15 de Novembro, atravessava os trilhos da Noroeste, quando foi colhido pela locomotiva que seguia para São Paulo.
Depôs o maquinista que, vendo-o, procurou frear a máquina que apitava com insistência.


Ele na sua surdez, distração e insegurança, se chegou a ver e sentir o perigo que o ameaçava, não conseguiu mais sair dele. Foi colhido pelo trem e teve o crânio fraturado.


Permaneceu em coma umas trinta horas. Fiquei traumatizada com seu lastimável estado e temia vê-lo acordar e sentir toda a tragédia que vivia.
Contou-me minha avó, após a morte dele que, no hospital, ela ficou uns momentos a sós com ele, inconsciente. Falou-lhe ela sobre suas vidas, feitas de momentos alegres e difíceis, de renúncias e incompreensões e da vontade que alimentava de que pudessem continuar a viver a dois, sem dissabores, num querer bem recíproco. Quase como uma prece disse-lhe, ainda, que se alguma mágoa houvesse de sua parte que a perdoasse. Ela sentia por ele carinho e o desejo de que pudessem continuar juntos. Pareceu-lhe, disse-me então, que ele só aguardava essa conversa íntiima, amiga, de afeição, para deixar nosso mundo. Em seguida faleceu.


Estou segura de que assim foi. Ele tinha que partir, mas não sem ouvir sua companheira e sentir por ela aquele mesmo encanto do primeiro dia em que a viu. 


Assim morreu meu avô, abatido pela Maria Fumaça, que tanto amei, em 20 de agosto de 1938.




FONTE: Nelly Martins, Duas Vidas, 2a. edição, Funcesp, Campo Grande, 2003, página 55. (foto: A Grande Avenida, de Paulo Coelho Machado)




20 de agosto



1975Morre em São Paulo, Arlindo de Andrade



Arlindo de Andrade, octogenário, em sua residência em São Paulo


Aos 90 anos, falece em São Paulo, Arlindo de Andrade Gomes, o primeiro juiz de Direito de Campo Grande. Pernambucano, mudou para essa cidade em 1911, para instalar a comarca local. Renunciou 50 dias depois de assumir e dedicou-se à advocacia, ao jornalismo e à política. Fundou em 1913, o primeiro jornal impresso de Campo Grande, “O Estado de Mato Grosso” e chegou prefeitura municipal, exercendo o mandato entre 1921 e 1923. Na revolução do 32 foi membro do governo de Vespasiano Martins, instalado em Campo Grande, como secretário-geral. 



FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade o primeiro juiz de direito de Campo Grande, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1988, página 54. (foto reproduzida do mesmo livro).

19 de agosto

19 de agosto

1867 - Antonio Maria Coelho recebe a Ordem Imperial do Cruzeiro

Em reconhecimento à sua ação, como comandante das forças brasileiras que retomaram a cidade de Corumbá do exército paraguaio, Anotnio Maria Coelho é nomeado pelo imperador D. Pedro II, oficial de ordem imperial do Cruzeiro, a mais alta honraria concedida pelo governo brasileiro:

Atendendo aos relevantes serviços que, no assalto e tomada da praça de Corumbá, no dia 13 de junho do presente ano, prestou o tenente-coronel de comissão Antonio Maria Coelho, e de conformidade com os §§ 1° e 3º do art. 9° do decreto n° 2853, de 7 de dezembro de 1861, hei por bem nomeá-lo oficial da ordem imperial do Cruzeiro. Palácio do Rio de Janeiro, 19 de agosto de 1867, 46° da independência e do Império.- Com a rubrica de Sua Majestade Imperial - José Joaquim Fernandes Torres.

Oficiais da vanguarda do 2º corpo de operações, responsável pela pela operação de retomada também foram "condecorados em remuneração do relevantes serviços prestados", com a Ordem de Cristo e a  Ordem da Rosa.

FONTE: Correio Mercantil, 21 de agosto de 1867.


19 de agosto

1932 Selvino Jacques prepara ataque aos revolucionários




Selvino Jaques, o segundo à esquerda



A serviço dos legalistas do presidente Getúlio Vargas, o bandoleiro Selvino Jacques, articula ataque surpresa aos constitucionalistas na fronteira. Brígido Ibanhes acompanha-o:
                               

Os revoltosos que já vinham novamente nos calcanhares dos legalistas passaram pela ponte na parte baixa, e ali acamparam às margens do rio. Nesse local é que o capitão Selvino Jacques ia dar uma demonstração de seu senso estratégico e um grande empenho para que a campanha legalista obtivesse sucesso. Não fosse seu golpe fulminante no Rio Perdido e certamente a história teria tomado outro rumo.
Amanhecia o dia 19 de agosto de 1932.


Os legalistas, acampados no Recreio, começaram a se movimentar e a forragear os cavalos. Eles tinham chegado à noite e, por informações de batedores, souberam que os revoltosos passaram a noite acampados na parte baixa do Perdido. Isso sinalizava que eles poderiam passar à dianteira dos legalistas revoltosos e fechá-los num cerco mortal, tal qual a tortolita (rolhinha) que cai na arapuca de taquara.


O Estado-Maior já amanheceu com a cuia do mate na mão em conferência. Alguma coisa teriam que aprontar para atrasar o avanço revoltoso, mas o quê? Entre uma cuiada e outra aventaram um plano meio heróico meio doido, mais com cheiro de defunto de que de lauréis...


O capitão Selvino saiu da roda da reunião e ordenou que o 2° Esquadrão, sob seu comando, entrasse em forma. Ninguém ficou cangando grilo e num piscar todos estavam aprumados, com o mosquetão na mão. Um a um o Jacques foi-lhes passando um rabo-de-olho, e então selecionou 38 homens, todos praças velhas, menos o Barnabé. Mas o Barnabé já era suficietemente louco para acompanhá-los. Entre esses homens constavam o inseparável Prudente, o Antônio Paim, o Tonico, o Nenito Vieira e outros.


A caminho, aprisionaram um batedor, que deu as coordenadas do acampamento rebelde:


Ciente agora da real posição dos inimigos, o pelotão de choque encetou um desvio pelo meio da mata, de quase cinco quilômetros, tentando assim evitar o encontro com outros batedores e também para tentar surpreendê-los pelo lado menos cogitado.

O ataque surpresa deu-se na madrugada do dia seguinte. 



FONTE: Brígido Ibanhes, Selvino Jacques, o último dos bandoleiros, o mito sul-matogrosse,2a. edição, João Sortecci Editora, São Paulo, 1995. Página 84.(Imagem:dosmatos.org.br http://bit.ly/gv0t8C)


19 de agosto

1967 - Assembleia vota impeachment contra Pedro Pedrossian



A Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em Cuiabá, rejeita o projeto de resolução de iniciativa de deputados oposicionistas, à frente o deputado Castro Pinto, propondo a cassação do mandato governador Pedro Pedrossian. Apresentado em 18 de fevereiro, o assunto foi alvo de longo debate, envolvendo a classe política e a sociedade mato-grossense, visivelmente contrária à medida. 

Votaram contra a cassação os deputados: da Arena, Afro Stefanini, Cacildo Hugueney, Emanuel Pinheiro, Ivo Cersósimo, João Chama, José Cerveira, José de Freitas, Rene Barbour, Tomaz de Aquino, Valdevino Guimarães e Waldomiro Gomçalves. Do MDB, Agápito Boeira, Altair Brandão e Carlos Medeiros.

Votaram pela cassação: Arena, Augusto Mário, Alexandrino Marques, Celso Amaral,  João de Paula Ribeiro, Milton Figueiredo, Nelson Ramos, Nunes Rocha, Oscar Soares, Reinaldo Moraes, Sebastião Cunha e Ubaldo Barém. Do MDB, Américo Nassif, Cleomenes Nunes e Castro Pinto.

Ausentaram-se os deputados Oliveira Lima (Arena) e Walter de Castro (MDB).


FONTE: Rubens de Mendonça, Historia do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 428.







18 de agosto





18 de agosto


1826Expedição Langsdorff chega ao rio Pardo


Paisagem típica de Mato Grosso na aquarela de Adrien Taunay, o mais
jovem pintor da  Expedição Langsdorff
No 48º dia de viagem, a missão científica russa rumo a Mato Grosso e Amazônia, alcança a embocadura do Pardo no rio Paraná e passa a navegar em território sul-mato-grossense. Em seu diário de bordo, Hercules Florence anota:


Dia 18. Vimos umas laranjeiras que mão benfazeja ou o acaso havia feito nascer naqueles desertos. Colhemos alguns frutos ainda verdes, que contudo muito apreciamos.

Atingimos a embocadura do rio Pardo, célebre entre os paulistas, de um lado pelos perigos e canseiras que aí esperam o viajante ao querer vencer a força de suas correntezas e transpor numerosas cachoeiras e duas quedas; de outro afamado pela beleza das campinas em que corre e que, oferecendo à vista, já farta da monotonia de ininterrompidos matos, vastas perspectivas cortadas de outeiros, riachos e caapões, facilitam viagem terreste, enquanto as canoas sobem, lenta e custosamente, o estreito e tortuoso curso. (...)
"No meio desses campos ao caçador facilmente se deparam veados, perdizes e outros animais, cuja carne lhe enriquece a mesa, aumentando desta arte o prazer de atravessar tão bela região. O olhar não se cansa de admirar as cores várias que de todos os lados o embelezam: aqui é uma verdejante várzea; ali fica o cerrado com suas árvores baixinhas e engorovinhadas; adiante se alarga um campo de macega mais alta que um homem e de um colorido puxando a amarelo pardacento. Muitas vezes grandes áreas de terreno, colinas inteiras, apresentam um aspecto sombrio e negrejante: é que por ali passou uma chama devoradora, ateada pelo viajante. Os troncos ficam então despidos de folhas, requeimados pelo incêndio. Se, porém, medeiam quinze dias ou um mês, arrebenta viçosa verdura naquele fundo lúgubre a acinzentado.


Sobre o rio Pardo, Langsdorf, o chefe da missão registrou as seguintes impressões:

O rio Pardo tem de 25 a 30 braças de largura na foz, pelo menos quando o atravessamos hoje cedo. A água não étão clara como a do Paraná, não corre rápido, parece mais um rio morto,mas exige muito domínio por parte dos remadores ou daqueles que trabalham com as varas grandes. As margens são baixas,sobretudo a da direita. Por isso ela está sujeita a inundações, que formam lamaçais e pântanos, onde proliferam os mosquitos. Elas devem muito insalubres logo após essas enchentes. A maior parte das margens é de lamaçais e pântanos e são muito íngremes. Em alguns pontos, veêm-se algumas rochas isoladas e parecidas, formadas de conglomerados de seixos rolados, da mesma natureza das encontradas no Paraná, principalmente na margem direita do rio Pardo, perto da margem esquerda, mais alta, rio abaixo. Os mosquitos nos torturam tanto durante o dia como à noite.


FONTE: Hercules Florence, Viagem do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1941, página 39; Georg Heinrich von Langsdorff, Os Diários de Langsdorff, volume II, Fundação Oswaldo Cruz, Rio, 1997, página 195. (imagem: Peregrinacultural http://bit.ly/gFXfkC)






18 de agosto


1866 Taunay no Pantanal


Bignoniaceas da flora pantaneira


Do Taboco, à frente das tropas brasileiras, que combateriam na fronteira, na célebre retirada da Laguna, como integrante da comissão de engenheiros da expedição, Taunay escreve ao seu pai no Rio, dando as últimas notícias da guerra e do seu cotidiano: 

Envio-lhe algumas sementes interessantes de cássias e de uma magnífica bignoniácea. Esta última dá belas flores de um amarelo resplandecente, perdendo todas as folhas como o flamboyant ao lado do qual o paratudo como aqui lhe chamam, fará magnífico aspecto. Seu nome lhe inculca as importantes virtudes medicinais: entre os índios é verdadeira panacéia. A cássia floresce da mesma maneira em azul; parece um pedaço do céu entre os galhos. (...)


Já sofremos bastante, provados pelos mais cruéis padecimentos, curtindo fome, no meio da mais horrível incerteza durante muitos meses, temos direito ao descanso. O pobre Chichorro, de nossa Comissão, pagou com a vida o passeio pelos pantanais e outro de nossos companheiros o dr. Capitolino, viu-se obrigado a retirar-se para o Rio. Todas as outras partes da expedição foram assim cruelmente provadas. Os riscos de uma grande batalha são infinitamente mais desejáveis; a falta de coragem não pode existir quando se possui o sentimento firme do dever e da dignidade. No nosso reconhecimento à margem esquerda do Aquidauana, onde muitas vezes passamos para a esquerda vigilantemente ocupada pelos inimigos, com o meu bom revólver à cinta estava bem tranqüilo e disposto a tudo que nos sobreviesse. Fizemos quanto queríamos e graças a um pouco de precaução nada nos aconteceu. Por fim só tínhamos 12 índios para nos acompanhar, como já lhe contei em várias cartas.



FONTE: Taunay, Cartas de campanha de Mato Grosso (1866) in Mensário do Jornal do Commercio, Rio, janeiro de 1943, página 170.






18 de agosto


1892 Nasce em Rosário Oeste, Arnaldo Estevão de Figueiredo


Arnaldo Estevão de Figueiredo aos 27 anos
Filho de Antônio Estevão de Figueredo e de Antônia Maria Almeida de Figueiredo.Aos doze anos ingressa no Liceo Cuiabano, saindo bacharel em Ciências e Letras em 1911. Com bolsa do Estado, oferecida pelo presidente Pedro Celestino, estuda engenharia agronômica, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, formando-se em 1914. Em 1917 muda-se para Campo Grande, onde ingressa na política. Em 1920, vice-intendente, assume a intendência municipal, com a renúncia do titular, no último ano do triênio. Em 1924, volta à chefia do executivo, desta vez como intendente eleito, sucedendo ao advogado Arlindo de Andrade Gomes. Sua obra principal foi a implantação da primeira rede de água. Em 1947, elege-se primeiro governador de Mato Grosso, depois da ditadura de Vargas. 


FONTE: Lélia Rita E. Figueiredo Ribeiro, Campo Grande o homem e a terra, edição da autora, Campo Grande, sd., página 149 (foto reproduzida do mesmo livro)


18 agosto


1967 – Deputados pedem afastamento do governador Pedrossian



Por iniciativa do deputado Júlio de Castro Pinto (foto), a Assembleia Legislativa em Cuiabá, recebe projeto de resolução decretando o impeachment do governador Pedro Pedrossian:

Artigo 1º. – É reconhecido o impedimento do sr. Pedro Pedrossian para exercer o cargo de Governador do Estado, por força do decreto do presidente da República, de 28 de fevereiro de 1967, que o demitiu do cargo de engenheiro nível 22 do quadro da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, do Ministério de Viação e Obras Públicas, por haver, no exercício da Superintendência dessa ferrovia, praticado as faltas graves enumeradas nos números I, VI e X do artigo 209 dessa lei impõe a cláusula ‘a bem do serviço público’ e por haver reincidido nas mesmas faltas no desempenho do governo estadual.


Artigo 2º. – Seja convocado o vice-governador do Estado, dr. Lenine de Campos Povoas, para assumir o governo em substituição ao titular impedido, cumprindo-se o que determina o § 4º. do artigo 31, combinado com o n. I do artigo 14 da Constituição do Estado, dentro do prazo de 10 dias desta data, sob pena de ser o cargo declarado vago, na forma prevista pelo § 3º do artigo 32 da mesma Constituição.


Artigo 3º. – Ao promulgar a presente Resolução, assume o exercício do governo do Estado o presidente da Assembleia, permanecendo nele até a posse do vice-governador, a quem transferirá o exercício do mandato, dentro do prazo referido no artigo anterior.


Art. 4º. – A presente Resolução obriga desde a sua promulgação, nesta data, revogadas as disposições em contrário.


Sala das sessões da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, em Cuiabá, 18 de agosto de 1967. aa) Júlio de Castro Pinto, Ubaldo Barém, Oscar Soares, Nunes Rocha, Celso Amaral, Alexandrino Marques, Nelson Ramos, Augusto Mário, Oliveira Lima, Milton Figueiredo, João de Paula Ribeiro, Reinaldo Moraes, Cleômenes Nunes, Walter de Castro, Américo Nassif, Sebastião Cunha, Valdevino Guimarães.



FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 335.



18 de agosto

2014 - Morre padre Mário, um dos fundadores do CIMI

   




Padre Mário comemorou ano passado 60 anos de vida sacerdotal. (foto: divulgação)
Morreu em Campo Grande o padre salesiano Mário Panziera, que estava internado há cerca de duas semanas no Hospital da Unimed (antigo Miguel Couto), na Capital. De acordo com o laudo médico, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. Ele foi um dos fundadores do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), pároco da São José e ajudou a criar 16 novas comunidades católicas na Capital.

Padre Mário nasceu em 7 de janeiro de 1927 em Selva del Montello, na Itália. Ele chegou ao Brasil em 1947, aos 20 anos de idade. Foi ordenado sacerdote aos 26 anos na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em São Paulo (SP), pelo bispo salesiano Dom João Rezende Costa. O lema escolhido para ilustrar a sua vocação foi “conservai a unidade do espírito no vínculo da paz” (Ef: 4,3).

Depois de ordenado, atuou nas aldeias São José de Sangradouro, Sagrado Coração de Meruri Marcos, com as etnias Bororo e Xavante, no Mato Grosso. Em 1972, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Em 1976 veio para Mato Grosso do Sul, assumindo a função de diretor da comunidade salesiana de Indápolis (Dourados) - composta por uma casa de formação, o Instituto Dom Bosco, e pela Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. Atuou como pároco em Cuiabá (Paróquia São Gonçalo), São José (Campo Grande), Nossa Senhora Auxiliadora (Campo Grande) e novamente em Indápolis com a função de pároco – local onde celebrou os 60 anos de vida sacerdotal em 2013.

Na Capital, de 1995 a 2008, foi o responsável pela construção de 16 comunidades católicas, três delas elevadas à paróquia: Maria Medianeira das Graças (Vila Popular); Sagrado Coração de Jesus, que se tornou a Paróquia Coração Eucarístico de Jesus (Bairro Coophatrabalho) e a Paróquia São Francisco de Sales, antes Comunidade São Pedro (Bairro Recanto dos Pássaros). Como pároco ele sempre deu prioridade à atuação de todos os movimentos pastorais da Igreja Católica.

Neste último ano foi confessor e acompanhou os formandos do Pós-Noviciado no Instituto São Vicente, em Campo Grande.


FONTE: Michel Faustino, Campo Grande News 

FOTO: Assembleia Legislativa de MS.


OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...