sábado, 5 de outubro de 2013

9 de outubro

9 de outubro
 
1826 – Expedição Langsdorff chega a Camapuã 

                               Camapuã em foto-reprodução de uma tela a óleo do desenhista Hércules Florence                                                 
                                
Tendo deixado Porto Feliz (SP) em 22 de junho, chega à fazenda Camapuã, a expedição Langsdorff, comissão científica, patrocinada pelo governo russo, com a finalidade de explorar Mato Grosso e a Amazônia. É a primeira localidade habitada por brancos no percurso. Relato de Hercules Florence resume o importante reduto:

Camapuã é uma fazenda pertencente a uma sociedade que tem sua sede em São Paulo. Em estado de decadência desde que a navegação dos rios vai sendo abandonada pelos negociantes, conta perto de 300 habitantes, dos quais é a terça parte escravatura dos sócios. Aí se fabricam grosseiros tecidos de algodão para uso dos moradores e para remessas que em Miranda são trocadas por cabeças de gado vacum e cavalar.


A produção principal é de cana de açúcar, depois da do feijão e milho, do qual fazem péssima aguardente. A criação de animais é boa: há muita galinha e porcos de extraordinária magreza.


Há duas casas de sobrado, uma onde mora o comandante que na ocasião era um alferes de milícias (guarda nacional); outra fronteira, separada por vasto pátio, que tem um engenho de moer cana tocado por bois. O pátio é fechado pela senzala dos escravos, toda ela baixa e coberta de sapé. À noite são eles metidos debaixo de chave. A gente forra mora do outro lado do rio Camapuã.
O sítio é agradável; as cercanias montuosas e capazes de muita fertilidade. São bosques, cerrados, vales e chapadas. Os campos ficam mais afastados.
Extrema é a miséria dos habitantes. Pelos bens que possuem pouco distam do estado selvagem, mas nem por isso são ou se consideram mais infelizes. Não há senão alguns homens, tidos por dinheirosos, que andam vestidos com calças e camisa de pano grosso. O resto não usa senão de ceroula, quase tanga; a maior parte das mulheres traz sobre o corpo uma saia. Não comem senão milho, feijão e algumas ervas; raramente provam carne de seus magros porcos ou usam de ovos e de carne de vaca, isso tudo quase sem sal, porque é artigo muito caro.

A missão permaneceu 43 dias em Camapuã, seguindo para Corumbá, tomando os rios Coxim e Taquari



FONTE: Hércules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 48



9 de outubro

1849 – Índios matam filho do governador no Itiquira






A caminho de Cuiabá, onde assumiu o governo a 8 de setembro, o coronel João José da Costa Pimentel para “apressar a marcha, adiantou-se com reduzida comitiva, deixando para trás, incumbido do transporte de carga, mais moroso, o ajudante de ordens Antonio Correa da Costa Pimentel.

Dormia o tenente, descuidado, à beira do Itiquira, quando o assaltaram os índios, à noite de 9 de outubro de 49.

Transpassado por flechas, ainda padeceu durante dez horas dolorosas até sucumbir.

Em represália, o Presidente, ao saber do triste fim do seu filho, organizou duas expedições, em Cuiabá e Miranda, que não mais encontraram nenhum agressor".¹

Jornal do Rio de Janeiro dá a notícia com detalhes:

O 1° tenente de artilharia Antonio Correa da Costa Pimentel, filho do sr. Coronel João José da Costa Pimentel, atual presidente da Província de Mato Grosso, foi assassinado pelos índios selvagens que infestam as margens da estrada de S. Paulo a Cuiabá. Eis alguns pormenores deste triste acontecimento:

O tenente saiu daqui em companhia de seu pai, sob cujas ordens ia servir na província de Mato Grosso. Chegados a Piracicaba, na província de S. Paulo, o coronel separou-se do filho, deixando-o com o grosso da bagagem, a fim de acelerar a sua viagem, ao que nos consta, com o fim de entrar em Cuiabá antes de terem princípio as eleições secundárias para um deputado que elege aquela província. Ao passarem o rio Itiquira, o tenente Pimentel e seus companheiros de viagem viram vestígios de por ali andarem ou terem estado índios: os vestígios consistiam em pegadas nas margens do rio, e destroços de casas pertencentes ao capitão Antonio de Arruda e Silva, que haviam sido incendiadas. Inexperientes ou descuidados, desprezaram completamente aqueles indícios e em vez de procurarem campos onde pernoitassem, atravessaram o rio e arrancharam-se à margem direita. Seriam dez horas da noite, pouco mais ou menos, quando o infeliz tenente, sentindo-se vivamente perseguido pelos mosquitos, levantou-se da rede em que descansava e acompanhado de um escravo foi com uma luz procurar outro lugar para armar o seu leito, o que efetivamente conseguiu. Os índios que das matas espreitavam os incautos ou inexpertos viandantes, depois que os viram alojados, procuraram reconhecer, pelo meio que lhes é habitual, se tinham ou não adormecido, para isso imitando em torno do pouso os sons de diversas aves e animais. Certo do estado indefeso das vítimas, dispararam sobre o tenente Pimentel, que envolto num lençol branco oferecia seguro alvo, onze flechadas no mesmo tempo, das quais uma atravessando-o do quadril ao ventre, feriu-o mortalmente, e outra foi empregada num sargento, sendo porém, leve o ferimento deste. O tenente pode ainda arrancar a flecha com suas próprias mãos, mas dentro em poucos instantes sucumbiu com terríveis convulsões..

Os selvagens, como ao depois se soube, seguindo pela margem do rio São Lourenço, cometeram mais duas ou três mortes e várias depredações.

O presidente da província, informado dessas excursões e da desgraçada morte de seu filho, expediu, como é ali de prática tradicional, três bandeiras à caça dos selvagens, das quais uma seguiu pela estrada de Goiás, outra pela do rio Piquiri e a terceira partiu da povoação de Miranda


Em sua primeira mensagem aos deputados, o governador identifica os atacantes e reconhece o fracasso das bandeiras punitivas:

Os índios bravios - Coroados - cometeram neste ano grandes hostilidades, tanto na estrada de Goiás, como na nova de S.Paulo, perecendo vítima deles o 1° tenente ajudante de ordens do comando das armas Antonio Correa da Costa Pimentel. Mandei contra eles três bandeiras, que pouco ou nada fizeram, ou por estar mui avançada a estação chuvosa ou por má direção dos respectivos comandantes, e enquanto elas operavam no sertão, eles batiam os moradores da estrada de Goiás, incendiando-lhes casas e roças e fazendo-lhes todo o gênero de hostilidades e ultimamente até atacaram o próprio destacamento da Estiva daqui 30 léguas, pelo que me vi na necessidade de o reforçar. Se o governo imperial, a quem pedi auxílio para batê-los, não o conceder, farei este ano seguir novamente contra os mesmos uma outra expedição, afim de ao menos desinfestar as vias de comunicação desta província com a capital do império

FONTE: ¹Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994, página 527. ²Correio da Tarde (RJ), 10 de janeiro de 1850. ³Presidente João José da Costa Pimentel, Mensagem à Assembleia provincial de Mato Grosso, Cuiabá, 3 de maio de 1850.


9 de outubro

1869 - Frei Mariano recebido pela população cuiabana

Libertado de sua prisão no Paraguai pelo exército brasileiro, chega a Cuiabá, onde é triunfalmente recebido pela população, o Frei Mariano de Bagnaia, vigário de Miranda. O registro de sua chegada é do jornal católico, O Apóstolo, do Rio de Janeiro:

De Cuiabá nos comunicam que ali chegara no dia 9 de outubro, depois de uma penosíssima viagem desde a Assunção até aquela cidade, Frei Mariano de Bagnaia.

A sua entrada na capital de Mato Grosso foi um verdadeiro triunfo! O exm. sr. presidente da província, as pessoas mais gradas e o povo da capital foram assistir a uma missa celebrada pelo exm. bispo diocesano em ação de graças pela feliz chegada do venerando capuchinho.

Este incansável missionário é aquele que há quatro anos foi preso pelos paraguaios na tomada de Miranda e que pode fugir do acampamento de Lopes para Assunção, depois da batalha de Peribebui.

Frei Mariano logo que chegou a Assunção fez, como pôde, um funeral ao seu companheiro frei Ângelo, martirizado pelo ditador. Este missionário, depois de levar 200 açoites, foi decapitado, só por haver dito às mulheres, na véspera de uma batalha, que não temessem nada, porque os brasileiros não eram matadores.

Frei Mariano veio de tão longe e através de tantos perigos a Cuiabá, com o intuito de pedir ao exm. presidente da província, ao rvm. bispo diocesano, às pessoas ricas do lugar e ao povo em geral, esmolas para a reconstrução da igreja de Miranda, queimada pelos paraguaios, e os paramentos necessários para ela, e que foram destruídos ou queimados.

Diz-nos o noticiador que atenta a pobreza do lugar, acha quase impossível a realização de tal empresa, a menos que o governo não coadjuve as santas e caridosas intenções do capuchinho.

Como vão as coisas!

Em Mato Grosso um pobre capuchinho trabalha na sua humilde obscuridade para reconstruir uma igreja e na capital federal uma matilha de caricatureiros emboscados nas avenidas da imprensa, assalta impunemente a virtude, a honra e a honestidade, fazendo uma matinada diabólica contra a religião.

FONTE: O Apóstolo (RJ), 19 de dezembro de 1869.


9 de outubro

2912 - Preso o maníaco da cruz

É preso em Rio Brilhante, suspeito de cometer crimes em série, o menor Dyonathan Celestrino, 16 anos. O caso foi o episódio policial mais comentado pela mídia nacional na época. Foram atribuídas a ele sete mortes, todas elas dentro de um ritual, totalmente inserido num contexto de demência. O psicopata abordava a vítima e depois de fazer um sermão, recriminando sua conduta moral, condenava-a a morte da forma mais brutal possível: a pauladas, facadas ou tiros. 

Na delegacia confessou sete assassinatos. Checados pela polícia, concluiu-se pela morte de 

As mortes

Dyonathan fez de Catalino Gardena, 33 anos, a primeira vítima. 

O pedreiro, que era alcoólatra, foi morto por Dyonathan em um terreno baldio e o corpo deixado em forma de cruz. 

Pouco mais de um mês do primeiro crime, Dyonathan fez a segunda vítima, Letícia Neves de Oliveira, 22 anos. 

O corpo de Letícia, que era homossexual, foi encontrado no cemitério da cidade. Assim como o corpo de Catalino, o da jovem também estava em sinal de cruz.

No dia três de outubro, Dyonathan matou a adolescente Gleice Kelly da Silva, 13 anos. O corpo da menor foi encontrado seminu, também em formato de cruz, em uma



8 de outubro

8 de outubro

 
1836 – Iniciado intercâmbio Cuiabá-Uberaba

A estrada do Piquiri, esboçada em 1808, sem resultado, aplicou, em 1832, os seus esforços construtivos o brigadeiro Jerônimo Joaquim Nunes, afazendado em Pindaival. A picada respectiva, porém, só se ultimou em 1835. Fraldejava a serra de São Lourenço, transpunha o Piquiri, donde rumava para as cabeceiras do Sucuriu, de cujo vale buscava o Paranaíba, que, atravessado, permitia a continuação até Uberaba.
Por essa via, melhorada por Antonio José Garcia Leal, dos primeiros povoadores de Santana do Paranaíba, entraram pela primeira vez em Cuiabá, a 8 de outubro de 1836, os suínos tangidos de Uberaba, em vara de 70 cabeças, além da tropa de bestas de Manuel Bernardo que, em troca, de torna viagem, conduziu boiadas dos fazendeiros cuiabanos, assim inaugurando o intercâmbio que se intensificaria mais tarde.” 


FONTE: Virgilio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994, 562



8 de outubro


1906 – Inaugurada estrada Campo Grande-Porto XV de Novembro

Ficheiro:Manoel da Costa Lima.jpg
É inaugurada a estrada entre Campo Grande e Porto 15 de novembro, atualmente trechos da BR-163 (Campo Grande - Nova Alvorada do Sul) e BR-262 (Nova Alvorada do Sul - Rio Paraná).


Foi uma verdadeira odisseia a construção dessa estrada boiadeira. Seu incorporador foi Manoel da Costa Lima, o Manoel Cecílio, que a abriu para tirar o Estado do isolamento e transportar o vapor Carmelita, lancha a motor, adquirida no Paraguai, com a qual iniciaria o serviço de travessia do rio Paraná. De Concepcion a Campo Grande, “navegara rio Paraguai acima, penetrando no rio Miranda e depois no rio Aquidauana, ancorando na fazenda Sto. Antonio na barra do Taquarussu. Com 200 bois de carro emprestados e 20 peões escolhidos a dedo, praticamente desmontaram a lancha e distribuídas suas partes nos referidos carros, encetaram grande epopeia de leva-la até às barrancas do rio Paraná, na divisa com São Paulo.

Sem dispor de qualquer das ferramentas e máquinas que hoje conhecemos, mas tão somente da força física de homens e animais, de coragem e vontade férrea, serra de Maracaju acima, serra abaixo, brejos e atoleiros, pedreiras e areal, travessias em fundos de vales, viagem lenta e morosa por mais de 60 dias até o arraial de Sto. Antonio de Campo Grande. A lancha fazia parte de seu sonho, a construção de uma estrada boiadeira; era sonho e determinação, teimosia e coragem deste homem, obstinado de realizar uma obra que foi fundamental para o futuro de Mato Grosso e do Brasil".


A estrada era um projeto que Manoel da Costa Lima acalentava há vários anos, até conseguir autorização do governo estadual e ajuda de colegas fazendeiros.


Em Campo Grande reuniu nova comitiva e partiu para a empreitada:

A abertura foi feita com traçadores, machados, enxadas e facões, de 325 km de caminho bravo de Campo Grande às barrancas do grande rio Paraná. Pagou com sua própria fazenda Ponte Nova, na barra do Inhanduizinho, os serviços do agrimensor francês Emílio Ravasseau.


Manoel da Costa Lima fez novamente penosa viagem, partindo de Campo Grande, buscando a barra do ribeirão do Lontra com o Inhanduí, onde chegaram após 15 dias de trabalho duro e sofrido, transportando a lancha destinada a rebocar as balsas-currais que mandara construir para a travessia do rio Paraná. Nesse local providenciaram a instalação de uma oficina para a remontagem da lancha Carmelita para seu posterior prosseguimento por hidrovia.


Chegando com a abertura da estrada até às margens do grande rio, junto à barra do rio Pardo, ali organizou-se o acampamento com alguns ranchos: o local foi denominado Porto XV de Novembro.


No dia 8 de outubro de 1906, era inaugurada a ligação comercial Mato Grosso-São Paulo, uma estrada boiadeira desbravada entre 1900 e 1906. Depois de pronta, o governo do Estado resolveu oficializar a estrada a qual foi recebida pelo agrimensor José Paes de Faria.” 
 


FONTE: Edgard Zardo, De Prosa e Segredo Campo Grande Segue seu Curso, Funcesp/ Fundação Lions, Campo Grande, 1999, página 35





sexta-feira, 4 de outubro de 2013

7 de outubro

7 de outubro
 
1850 – Leverger assume e muda o governo para o Sul do Estado


Carta imperial nomeia o capitão de fragata Augusto Leverger, governador geral da província de Mato Grosso. Assumiu o governo a 11 de fevereiro do ano seguinte. Para o Sul do Estado, fato relevante de seu período à frente da província, foi a transferência provisória do governo para o forte de Coimbra, conforme relata Virgílio Correa Filho:

A ameaça de guerra próxima emborrascava os horizontes sulinos, quando Leverger teve ordem de concentrar toda a força da província na fronteira do Baixo-Paraguai, onde aguardaria a chegada dos navios, que deveriam transmontar o rio, com licença do solerte ditador ou à sua revelia. Iria apoiar, a montante, a ação do representante imperial que, a jusante, forçá-la-ia quando não lhe fosse permitida a passagem. Já era então Leverger, chefe de divisão, a que fora promovido a 2 de dezembro de 1854 e acumulava o Comando das Armas.


Poderia organizar a expedição e dar-lhe a chefia ao mais graduado dos seus colaboradores militares.


Preferiu, porém, por se tratar de missão incômoda, além de arriscada, não exigir o sacrifício alheio, sem o seu próprio exemplo.


Transferiu a sede do governo para Coimbra, onde se alojou, a 12 de fevereiro, e uma "pequena sala que servia ao mesmo tempo de secretaria, sala de ordens e de dois aposentos, o maior dos quais tem vinte palmos com quadra."

Mas, para não retardar o cumprimento de ordens que lhe mandassem a Corte, em viagem de dois a três meses, solicitou ao bispo D. José que l
he abrisse a correspondência oficial e entregasse ao aparelhamento burocrático, mantido em Cuiabá, as peças que o seu critério escolhesse.
 
Em Coimbra permaneceu de 12 de fevereiro a 17 de novembro de 1855.


FONTE: Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994, página 528



 7 de outubro
 
 
1871 – Corumbá e Miranda voltam a ser municípios



Lei provincial restaura os municípios de Corumbá e Miranda, suprimidos em novembro de 1869 em virtude da ocupação paraguaia:

1871 – N. 7 – Francisco José Cardoso Júnior, tenente-coronel do Estado Maior de primeira classe do Exército, bacharel em matemática pela escola militar, cavaleiro da ordem de S. Bento de Avis, oficial de Rosa e presidente da província de Mato Grosso. Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembléia Provincial decretou e eu sanciono a lei seguinte:



Art. 1º - Ficam restaurados os municípios de Corumbá e Miranda, tão logo se nomeie para eles as autoridades civis e depois do competente juramento de um dos funcionários.


Art. 2º - De então em diante cessará a dessas freguesias ao município dessa cidade.


Art. 3º - A terceira comarca constará dos três municípios, de Corumbá, Miranda e Santana do Paranaíba.


Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário. Mando, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente nela se contêm. O secretário da província a faça imprimir, publicar e correr. – Palácio do governo de Mato Grosso em Cuiabá, aos 7 dias do mês de outubro de 1871, quinquagésimo da independência e do Império. – Francisco José Cardoso Júnior.


FONTE: Colleção das Leis Provinciaes de Matto-Grosso - 1835 a 1912, Cuiabá, página 18


7 de outubro

2020 - Inaugurado o primeiro crematório do Estado

Após 10 anos de estudo, Campo Grande passa a ter o primeiro crematério.

Sob o título acima o jornal "O Estado de Mato Grosso do Sulo, dava notícia a inaguração do primeiro forno crematório de Campo Grande. Empreendimento da Pax Nacional, o crematório está localizado nos altos da avenida Tamandaré em frente ao cemitério Parque das Palmeira. Com amplo espaço para velório e até com um columbiário, onde as cinzas do cadáver incinerado poderão ficar guardadas, como se fosse um cemitério, além de um local para queima de velas e uma capela para orações e meditações. A Pax Nacional, empresa de Campo Grande, tem como presidente, a empresária Nilma Ribeiro Cardoso. A responsável pela obra foi a arquiteta Alessandra Ribeiro.

FONTE: jornal O Estado (Campo Grande) 8 de outubro de 2020.

6 de outubro

6 de outubro

1778 - Fundação de Cáceres


Vista aérea de Cáceres em foto de 1953


A vila de São Luís de Cáceres foi fundada em 6 de outubro de 1778 pelo tenente de Dragões Antônio Pinto no Rego e Carvalho, por determinação do quarto governador e capitão-general da capitania de Mato Grosso, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres.

Cáceres, com o nome de Vila-Maria do Paraguai, em homenagem à rainha reinante de Portugal. No início, o povoado de Cáceres não passava de uma aldeia, centrada em torno da igrejinha de São Luiz de França. A Fazenda Jacobina destacava-se na primeira metade do século XIX por ser a maior da província de Mato Grosso em termos de área e produção. Foi lá que Sabino Vieira, chefe da Sabinada, a malograda revolução baiana, refugiou-se e veio a morrer em 1846.

O historiador Natalino Ferreira Mendes conta em seus livros que, em meados do século passado, Vila-Maria do Paraguai experimentou algum progresso, graças ao advento do ciclo da indústria extrativa, que tinha seus principais produtos no gado, na borracha e na ipecacuanha, o ouro negro da floresta, e à abertura da navegação fluvial.

As razões paraa fundação do povoado foram a necessidade de defesa e incremento da fronteira sudoeste de Mato Grosso; a comunicação entre Vila Bela da Santíssima Trindade e Cuiabá e, pelo rio Paraguai, com a capitania de São Paulo; e a fertilidade do solo no local, com abundantes recursos hídricos

Em 1860, Vila-Maria do Paraguai já contava com sua Câmara Municipal, mas só em 1874 foi elevada à categoria de cidade, com o nome de São Luiz de Cáceres, em homenagem ao padroeiro e ao fundador da cidade. Em 1938, o município passou a se chamar apenas Cáceres. Em fevereiro de 1883, foi assentado na Praça da Matriz, atual Barão do Rio Branco, o Marco do Jauru, comemorativo do Tratado de Madri, de 1750. Junto com a Catedral de São Luís - cuja construção teve início em 1919, mas só foi concluída em 65 -. os dois monumentos estão até hoje entre os principais atrativos turísticos da cidade.

A navegação pelo Rio Paraguai desenvolveu o comércio com Corumbá, Cuiabá e outras praças, e o incremento das atividades agropecuárias e extrativistas fez surgir os estabelecimentos industriais representados pelas usinas de açúcar e as charqueadas de Descalvados e Barranco Vermelho, de grande expressão em suas épocas

Em 1914, São Luís de Cáceres recebeu a visita do ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, que participava da Expedição Roosevelt-Rondon. Conta-se que ele ficou encantado com o comércio local, cujo carro-chefe era a loja 'Ao Anjo da Ventura', de propriedade da firma José Dulce & Cia, que também era dona do vapor Etrúria. As lanchas que deixavam Cáceres com destino a Corumbá levavam poaia (ou ipecacuanha), borracha e produtos como charque e couro de animais e voltavam carregadas de mercadorias finas, como sedas, cristais e louças vindas da Europa.

No início de 1927, Cáceres viveu dois acontecimentos marcantes: a passagem da Coluna Prestes por seus arredores, que provocou a fuga de muitos moradores, e o pouso do hidroavião italiano Santa Maria, o primeiro a sobrevoar Mato Grosso. .

A partir de 1950, as mudanças passaram a ser mais rápidas.No início dos anos 60, foi construída a ponte Marechal Rondon, sobre o rio Paraguai, que facilitou a expansão em direção ao noroeste do Estado. A chegada de uma nova leva migratória,causada pelo desenvolvimento agrícola que projetou pólo de produção no Estado e no pais, mudou o perfil de Cáceres, cuja ligação com a capital, Cuiabá, foi se intensificando à medida em que melhoravam as condições da estrada ligando as duas cidades. É nesse período que ocorre a emancipação dos novos núcleos sócios-econômicos.

Assim, emanciparam-se de Cáceres: o distrito de Mirassol D'Oeste, Rio Branco, Salto do Céu, Jauru, Porto Esperidião, Pontes e Lacerda, São José dos Quatro Marcos, Araputanga, Reserva do Cabaçal, Figueirópolis, Porto Estrela, Glória D'Oeste e Lambarí D'Oeste.

ATIVIDADES ECONÔMICAS

A pecuária é a principal atividade econômica da cidade, que possui um dos maiores rebanhos de gado bovino do Brasil

A criação de jacaré do pantanal em cativeiro tem levado Cáceres ao mundo. No dia 01 de julho de 2008, o Primeiro e Unico Frigorifico de Jacaré da America Latina foi agraciado com o SIF - Serviço de Inspeção Sanitária, o que permitirá a comercialização da carne para todo o território nacional e para outros países.E tudo acontece em Cáceres, são 3 criatórios comerciais, um frigorifico e um curtume. A indústria do turismo vem crecendo muito nos últimos anos, destacando-se a pesca esportiva que atrai milhares de pessoas anualmente, onde no mês de setembro, é realizado o Festival Internacional de Pesca de Água Doce.

INFRA-ESTRUTURA

Nos últimos anos, Cáceres procurou estruturar-se como importante porto fluvial no contexto matogrossense, incorporando-se à política de Integração Latino-Americana, buscando a implantação do sistema de transporte intermodal, e a ligação por rodovia com a Bolívia e conseqüentemente uma saída para o Pacífico, evidenciando-se como grande opção para profundas transformações, não só para sua economia, como para Mato Grosso.

CLIMA 

A temperatura média anual é de 22,6°C,o clima é mais ameno devido ao pantanal, em Julho o clima torna-se mais frio, tendo a temperatura média 19,1°C (mínimas de 13°C e máximas de 26°C). Em Janeiro é quente, a temperatura média é 26,4°C (mínimas de 22°C e máximas de 33°C), porém as temperaturas podem chegar a 40°C. Devido a massas de ar polar atlântica, em julho, as temperaturas pode chegar a 5°C. A menor temperatura feita na cidade foi de -3,5°C (1975) registrando uma forte geada e sua maior 41,8°C em 1998. As geadas são raras registrando uma a cada 5 anos. Sua precipitação é de 1370mm anuais tendo, o perido chuvoso vai de outubro a março, os demais meses o clima fica muito seco em agosto a umidade pode chegar a 10%.

FONTE: IBGE


6 de outubro
 
1856 – Aberta navegação do rio Paraguai



Deixa Buenos Aires com destino a Corumbá a escuna Leverger, a primeira embarcação dirigida a Mato Grosso, após a reabertura da navegação do rio Paraguai pelo governo da República vizinha. As informações são do cônsul brasileiro na capital Argentina ao Ministério dos Negócios Estrangeiros:

Cumprindo a ordem que V. Exa. transmitiu-me por despacho de 13 do corrente mês, a respeito da comunicação das notícias relativas ao movimento do comércio e navegação brasileiros para a província de Mato Grosso, tenho a satisfação de levar ao conhecimento de V. Exa. que consta aqui haver chegado no porto de Assunção a escuna brasileira Leverger, notícia que foi comunicada ao consignatário dessa embarcação nesta cidade, sem ser acompanhada de nenhuma informação sobre a facilidade ou dificuldade que tenha encontrado a mesma embarcação para continuar a sua navegação.


É, porém, exato ter informado o sobrecarga da dita escuna que até Vila do Pilar (setenta léguas abaixo de Assunção) sempre encontrou toda a benevolência da parte das autoridades da República, mas, também é certo que, tendo o sr. presidente Lopez suspeitado que uma casa comercial desta praça cuja firma é Machain & Irmãos, que são cidadãos paraguaios, tem uma parte no carregamento do Leverger, mandou lavrar um decreto contra o chefe dessa casa comercial declarando-o fora da lei.


Como comuniquei a V. Exa., além da escuna Leverger, se preparavam aqui outras duas embarcações denominadas Diamantina e Pedro II, que deste porto sairão para o de Albuquerque, a primeira no dia 6 e a segunda no dia 27 deste mês.


Estas três expedições comerciais são de uma importância regular, pois que, segundo um cálculo que tenho feito, e dando um desconto à exageração dos preços das faturas apresentadas neste consulado mediante as quais se organizaram os manifestos de carga, julgo que se elevaram a cifra de setenta a oitenta mil pesos fortes, a fora o valor do frete.


É de supor que estas três escunas sejam os navios que tenham de inaugurar a nevegação fluvial para a província de Mato Grosso, e por este motivo eu sinto um verdadeiro prazer pela glória que me cabe de haver sido a primeira autoridade brasileira que despachou navios para aquele destino, glória que me foi proporcionada pelas estipulações do tratado de 6 de abril deste ano, negociado pelos plenipotenciários do Brasil e do Paraguai.


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses(2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973página 191

FOTO: Porto de Corumbá no início do século XX. 



6 de outubro

1862 - Autorizada construção do novo prédio da alfândega de Corumbá

O Ministério da Fazenda do Império libera 20:000$ destinados ao início da construção de prédio para a alfândega de Corumbá, antiga reivindicação do governo da província e do comércio daquela cidade. A boa nova vem na seguinte comunicação oficial ao presidente da província de Mato Grosso:

"À presidência de Mato Grosso, declarar que, em vista do seu parecer n° 13 de 14 de maio último, fica autorizada para construir o novo edifício da alfândega da mesma localidade em que se acha, isto é, na antiga povoação de Albuquerque, hoje mais conhecida pelo nome de Corumbá.

E, atendendo este ministério ao movimento atual do comércio direto da província, e mesmo do futuro próspero que geralmente se lhe augura, entendendo não convir desde já levar-se a efeito uma obra grandiosa como qualquer das orçadas em 273:498$, 180:000$, ou mesmo a de 100:000$, e por isso fica por enquanto adotado o projeto de construção apresentado pela última presidência e planejado pelo engenheiro Lobo d'Essa, cuja planta e orçamento, na importância de 49:580$, ora se remetem para que mande executar a obra por meio de contrato, com as garantias e fiscalização do estilo, se aparecer para isso pretendente, ou por administração no caso contrário.

Nesta data é autorizada a tesouraria da fazenda da província a despender com o começo da dita obra no corrente exercício a quantia de 20:000$".

FONTE: Correio Mercantil (RJ), 29 de outubro de 1862.






5 de outubro

5 de outubro

1783 – Leme do Prado deixa administração de Corumbá






Pinto Figueiredo substitui João Leme do Prado na administração do povoado de Albuquerque (atual Corumbá), recém-fundado e relata ao governador Luís de Albuquerque a situação deplorável em que encontrou o povoado:

No dia 26 de agosto portei nesta povoação com toda a conduta a Salvamento e com o número completo de colonos que a V. Exa. já terá exposto o meu mestre de campo comandante.

Achei a dita povoação formalizada com uma casa de oração e uma rua de 27 pessoas de comprido, guarnecida de casas inúteis pois estão a cair, e toda a circunferência bastantemente decortinada.

Fez-me entrega o Cap.m Mor João Leme do Prado, de tudo aquilo com que se achava presente a Fazenda Real, por relação cuja remeto ao meu mestre de campo...

Ainda no mesmo ofício encarece ao governador a urgência de mandar para a povoação um curioso de cirurgia, a fim de curar um grande número de enfermos, e um sacerdote para a assistência espiritual.


FONTE: Lécio G. de Souza, Historia de Corumbá, edição do autor,sd., página 38




5 de outubro

1884 – Floriano Peixoto, governador de Mato Grosso

Nomeado por carta imperial de 11 de agosto, assume o governo do Estado perante a assembléia provincial em Cuiabá, o brigadeiro Floriano Peixoto, que sete anos depois estaria à frente da presidência da República. No Estado dedica-se à campanha abolicionista e a dirigir uma eleição tumultuada para preencher uma vaga de deputado na Câmara Geral, que terminou sendo anulada. 

“Sua administração – segundo Generoso Ponce Filho – foi proveitosa para Mato Grosso. Entre os serviços que este lhe deve conta-se o haver criado uma taxa sobre a erva-mate exportada, que Tomás Larangeira, desde 82, época da sua concessão, explorava sem qualquer contribuição para o erário. A Floriano se deve o haver atraído para a civilização 10.000 índios bororos coroados e o de ter incorporado às rendas da província a exploração do abastecimento de água da capital, que, embora executada a expensas do tesouro era explorada pelos construtores da obra.

Como administrador e como político Floriano Peixoto granjeia amizades duradouras no meio matogrossense.” 


FONTE:  Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce, um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 53




5 de outubro 

1932 – Legalistas ocupam Três Lagoas






Oficialmente encerrada a revolução constitucionalista, com a rendição de São Paulo, as tropas governistas que combateram os rebeldes do Sul de Mato Grosso em Alencastro, Paranaíba, Santa Quitéria e Sucuriu, sem resistência, ocupam Três Lagoas:

Na manhã de 5 de outubro o tenente-coronel Flávio do Nascimento, após parlamentar com o comando revolucionário na cidade de Três Lagoas, transferiu seu QG para essa cidade. Em boletim especial expediu ordens aos comandantes do 21º BC, contingente da PM e patriotas no sentido de arrecadarem e recolherem ao material bélico do QG toda munição de guerra em poder dos soldados. Nesse dia à noite as tropas rebeldes evacuaram a cidade, embarcando em trem especial para Campo Grande.


FONTE: Lindolpho Emiliano dos Passos, Goiás de Ontem, Memórias Militares e Políticas, edição do autor, Goiânia, 1987, página 112.


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

4 de outubro

4 de outubro



1772 - Cuiabá recebe novo governador



Chega a Cuiabá, a caminho de Vila Bela, onde assumirá o governo da capitania de Mato Grosso, o general Luis deAlbuquerque de Mello Pereira e Caceres. A passagem do governador é festejada pela população do distrito, conforme registro nos anais da Câmara:

"No dia 4 de Outubro pellas cinco horas da tarde entrou nesta Villa vindo pello caminho de terra o Illustrissimo e Excellentissimo General que ainda hoje existe governando, Luis de Albuquerque de Mello Pereira e Caceres, foi recebido na entrada da Villa pela Camara que o esperava em huma caza rica mente ornada, que para esse fim que se armou na paragem, e rua chamada a mandioca, e dahi conduzido debaixo de palio, que carregarão seis Republicanos, e acompanhados da mesma Camara, Nobreza, e Povo para a Igreja Matris, onde o esperava paramentado de capa o Reverendo Parocho como a mais eclerezia da terra, e depois de feitas as serimonias do incensso, e beijamento da Crus, entrou o dito Parocho o Te Deum Laudamus, que proseguio a Muzica. Findo este acto se recolheo da mesma forma para a rezidencia, que se lhe havia preparado, dando lhe os corpos auxiliar, e ordenanças as descargas do estillo; o que feito, e practicados as mais circunstancias de vidas, nessa mesma noite, e nas duas seguintes illuminarão os moradores as suas cazas. Depois houverão varios festeijos de operas, e Comedias em tablado publico, alem de danças, bailes, e outros festeijos, que durarão por muitos dias, sendo em todos geral o contentamento. Aqui se demorou té o dia tres de Novembro em que se digressou para a Capital de Mato Grosso pelo caminho de terra. Trouse consigo hum Capitam Ingenheiro chamado Salvador Franco da Mota, que tirou o plano desta Villa hum Ajudante de Auxiliares do Rio de Janeiro, que depois foi Capitão de Pedestres, e hum Capitam de Auxiliares do Reino chamado Antonio Pinto do Rego que foi tão bem Thenente de Dragões | e em poucos annos se recolheo rico para sua Patria". 


FONTE: Anais do Senado da Câmara do Cuiabá, página 101.



4 de outubro
 
1886 – Bispo de Cuiabá deixa Campo Grande



Igreja de Santo Antonio de Campo Grande visitada pelo bispo




Dom Carlos Luis D’Amour, a mais alta autoridade da igreja a visitar o povoado de Campo Grande, após cinco dias na vila, retorna a Cuiabá. O registro é do escriba da comitiva episcopal, cônego Benedito Severino da Luz:

À última hora, à hora da partida que foi as 7 da manhã, ainda fiz um casamento e três batizados na residência episcopal. Depois S. Exa. Rvma. dirigiu-se à igreja para fazer oração e seguir viagem sendo muitas e muitas vezes interrompido nesse trajeto pela piedosa ansiedade popular. Foi grande a demora que teve o Prelado no templo em conseqüência do embaraço em que se via com o povo, que se atropelava para manifestar mais uma vez a S. Exa. Rvma. os seus sentimentos de amor filial e beijar-lhe a mão pela última vez na despedida. Nessa ocasião foi lida essa mensagem:

'Exmo. e Rvmo. Sr. – Cabe-me como representante do povo campograndense dirigir a V. Exa. as minhas sinceras e cordiais felicitações por ter V. Exa. empreendido uma tão longa e penosa viagem, a fim de derramar sobre nós a vossa salutar bênção.
'Sim, Exmo. Sr., os povos privados de recursos espirituais, como sempre acontece com este, sentem e experimentam uma satisfação enorme por poder gozar dos benéficos resultados que nos dá a nossa religião pregada tão sabiamente por V. Exa., verdadeiro ministro de Cristo nesta província.
'Pobres como somos e imensamente distantes dos centros populares onde há instrução e recursos de toda natureza para se obsequiar a um tão ilustre Pastor como V. Exa., pedimos do íntimo da alma desculpa de nossas faltas, tanto que muito desejaríamos fazer de V. Exa., que acaba de conquistar a veneração e o respeito de um povo que fica verdadeiramente cativo e agradecido de tantas provas de bondade que soube angariar de todos nós.
Ide pois, Exmo. Sr., e ficareis certo que nós oraremos por vós todos os dias. – José Antônio Pereira'.

À saída da igreja o povo estendeu-se prostado de joelhos em duas alas e recebeu a bênção. Foi tocante, enternecedor e sublime este espetáculo de fervor e humildade das ovelhas e da paciência e mais que humana bondade do Pastor. Bem poucos puderam suster as lágrimas.


Eram 7,00 horas e três quartos quando o Exmo. Sr. bispo pôs-se em caminho, acompanhado e rodeado de um espantoso concurso de cavalheiros, que só o deixaram dali a duas léguas.



FONTE:Luis-Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, sd, página 186

3 de outubro

3 de outubro


1886 - Em Campo Grande escravo recusa liberdade





Em todas as localidades em que passou durante sua longa missão pastoral no Sul do Estado, o bispo de Cuiabá, dom Luis D'Amour, conseguia, por generosidade dos donos ou por subscrição de abolicionistas locais, a alforria de escravos, como marca da generosidade de sua passagem. Em Campo Grande, sua última parada, aconteceu um caso inédito, narrado por seu escriba, cônego Bento Severiano da Luz:

Em memória da visita pastoral foram concedidas nesse arraial duas cartas de liberdade, não verificando-se a entrega de uma terceira, porque o preto opôs-se tenazmente a isso não querendo mudar de condição nem sair da casa de seu senhor.

Reza a tradição que ao chegar em Campo Grande, em sua segunda e definitiva viagem ao local, em 1875, já encontrou uma comunidade negra, presumivelmente, a atual comunidade São Benedito, de Eva Maria de Jesus, a tia Eva.

FONTE: Luis-Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd., página 185.


FOTO: Tia Eva, contemporâneo do fundador José Antonio Pereira.

  
3 de outubro

1908 – Criado o município de Bela Vista


Pela lei estadual no 502 a paróquia de Bela Vista é elevada à condição de município:

O coronel GENEROSO PAES LEME DE SOUZA PONCE, presidente do Estado de Mato Grosso. FAÇO SABER que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decretou eu eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1° - Fica criado o MUNICÍPIO DE BELA VISTA com sede na povoação do mesmo nome, a qual é elevada à categoria de Vila.

§ Único - Os limites do município serão os mesmos do atual distrito.


Art. 2° - O Poder Executivo, de conformidade com a disposição do artigo antecedente e as leis em vigor sobre o assunto, designará oportunamente dia para ter lugar no novo município, a eleição dos poderes municipais; assim como fará o provimento dos cargos policiais e judiciários no mesmo.

Art. 3° - Revogam-se as disposições em contrário.

MANDO, portanto a todas as municipalidades a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir fielmente.
O secretário da presidência do estado em Cuiabá e faça imprimir, publicar e correr.


Palácio da Presidência do Estado em Cuiabá, 3 de outubro de 1908, 20° da República. Generoso Paes Leme de Souza Ponce.

FONTE: Sydney Nunes Leite, Bela Vistauma viagem ao passado, edição do autor, Campo Grande, 1995, página 01.


3 de outubro

1931 - Corumbá contra militares na política

Os militares de Corumbá entram na polêmica da interferência dos militares na política. Em boletim especial, baixado nessa data, o coronel Meira Vasconcelos, comandante da guarnição e fronteira de Corumbá:

"Nesse documento, depois do coronel Vasconcelos dizer que o Exército está atualmente dividido em duas correntes, das quais uma quer e outra repele a interferência das classes armadas na política e de declarar-se partidário dessa última corrente, faz o seu signatário interessantes comentários sobre essa questão que já vem tendo o parecer unânime da opinião nacional".

O dever dos militares - Esse boletim termina com as seguintes considerações:

A persistência, pois, representa desvirtuamento de nossos desígnios, com rumos perigosos, e destoa do que sabemos dos exércitos onde buscamos ensinamentos. Sem querer este comando entrar em outras apreciações, lembra que é dever militar nosso ficarmos adstritos ao desempenho da função que se enquadra na razão de nossa organização e objetivos, deixando ao governo que a Nação escolheu a liberdade de que carece para que em breve possa se normalizar a situação política, econômica e social de nossa querida Pátria. Escalada desabrida às posições é como que uma repartição de despojos, e ferir funda e profundamente o próprio espírito revolucionário que idealizou uma Pátria sob o mesmo pálio da Justiça de que todos precisamos para que tenhamos orgulho de ser brasileiros, pois isso representa o respeito ao passado e às nossas tradições gloriosas".

FONTE: Diário da Noite (RJ), 09/01/1932




3 de outubro

1932 – Termina governo revolucionário de Mato Grosso

Com a deposição das armas por São Paulo no dia anterior, desaparece o governo revolucionário de Mato Grosso, que por quase três meses estabeleceu-se em Campo Grande. Vespasiano Martins, chefe do governo rebelde e a maioria de seus auxiliares diretos e companheiros de luta exilam-se no Paraguai. O interventor federal Antonino Mena Gonçalves vem a Campo Grande e nomeia Ytrio Correa da Costa, prefeito do município. 

FONTEJ. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980  página 151


3 de outubro


1950 - Fernando Correa da Costa elege-se governador do Estado


No pleito que elegeu Getúlio Vargas presidente da República, vence a eleição para governador de Mato Grosso, o médico cuiabano Fernando Correa da Costa, ex-prefeito de Campo Grande. O resultado foi o seguinte: para governador, Fernando Correa da Costa (UDN) 42.286 votos e Filinto Müller (PSD) 38.801 votos. Para senador: Sílvio Curvo (UDN) 31.643 votos; Júlio Müller (PTB) 25.750 votos;e Arnaldo Estêvão de Figueiredo 19.471 vostos.
Elegem-se deputados federais pela UDN: Dolor Ferreira de Andrade, (de Campo Grande), Ataíde de Lima Bastos e Aral Moreira (de Ponta Porã); pelo PSD:João Ponce de Arruda (de Cuiabá), Filadelfo Garcia (de Ponta Porã) e Virgílio Correa Neto (de Cuiabá); e pelo PTB:Lício Proença Borralho (Ponta Porã). Para a Assembleia Legislativa foram eleitos 12 (UDN), 11 (PSD) e 7 (PTB).

Fernando Correa da Costa sucedeu ao governador Arnaldo Estêvão de Figueiredo (PSD), o primeiro governador do Estado, depois da ditadura do Estado Novo.

FONTE: Demosthenes Martins, A poeira da jornada (memórias), edição do autor, Campo Grande, 1980, página 171.




OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...