sexta-feira, 11 de outubro de 2013

30 de outubro

30 de outubro

1834 - Governo prende responsáveis pela Rusga




Por delação de Poupino Caldas, fundador e dirigente da Sociedade Zelosos da Independência, e governador do Estado por ocasião da Rusga, o governador Antonio Pedro de Alencastro prendeu os suspeitos de cabeças da revolta contra os portugueses e outros estrangeiros em Cuiabá.

São detidos: dr. Pascoal Domingos de Miranda, juiz de direito, Braz Pereira Bendes, professor de Lógica, Jacinto de Carvalho, promotor público, Bento Franco de Camargo, José Alves Ribeiro, Euzébio Luis de Brito, professor de primeiras letras e ajudante do batalhão e Antonio F. Mendes.

Nenhum desses consta da sentença condenatória, assinada pelo juiz José Guimarães e Silva, em 24 de junho de 1835.

FONTE: Rubens de Mendonça, Historias das revoluções em Mato Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1970, página 47.


30 de outubro
 
1864 – Coimbra esperando ataque paraguaio

De Corumbá, o comandante da flotilha de Mato Grosso em ofício ao presidente da província, relata a situação de Coimbra, às vésperas do ataque paraguaio ao forte:

“A 30 do mês findo cheguei aqui de volta do Forte de Coimbra, para onde fui conduzindo o batalhão de artilharia da província. Provavelmente V. Exa. terá recebido uma participação circunstanciada do estado daquele forte, assim como de outras diligências procedidas pelo exmo. Sr. Comandante das Armas, que comigo regressou no mesmo dia; todavia direi à V. Exa. que não é satisfatório o estado do dito forte, contudo pode resistir aos navios do Paraguai e defender-se talvez de seus ataques por terra. O exmo. sr. Comandante das Armas determinou alguns melhoramentos e serviços que entende serão de vantagem, e pretende fortificar a antiga posição da Marinha em frente ao mesmo forte, de modo que, cruzando os fogos, se auxiliem mutuamente.”
  


FONTE: Jorge Maia, A invasão de Mato Grosso, Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1964, página 37.


30 de outubro

1930 - Nasce em Aquidauana Nelson Trad





Filho de Assf e Margarida Macksoud Trad, nasce em Aquidauana, Nelson Trad. Aos 12 anos em Campo Grande, conclui o curso ginasial no Colégio Dom Bosco. Em 1950, no Rio de Janeiro, faz o Científico (ensino médio) no Internato Irmãos Maristas. Em 1953 ingressa na Faculdade de Direito do Catete, destacando-se na política estudantil, com presidente da AME - Associação Matogrossense de Estudantes, do centro acadêmico de seu curso de Direito e da UME- União Metropolitana de Estudantes.

Conclui o curso de Direito em 1957 e retorna a Campo Grande, onde passa atuar com advogado criminalista e a dedicar-se às atividades partidárias, como filiado do PTB. Em 1959 elege-se vereador e em 1962, vence a eleição de vice-prefeito de Campo Grande, numa dobradinha com o PSD, de Antonio Mendes Canale. Naquele tempo as eleições para prefeito e vice eram separadas e Nelson Trad superou a votação do titular da chapa.

Cassado em 1964 pelos militares, Nelson Trad voltaria à vida pública em cargo eletivo somente em 1982, quando se elege deputado estadual pelo PDS, reelegendo-se em 1986. Em 1990 vence sua primeira eleição para deputado federal, reelegendo-se sucessivamente até 2006. Em 2010 encerra a carreira política, tendo como sucessor seu filho caçula, Fábio Trad.

Casado com Terezinha Mandetta Trad, seus três filhos, em 2018, estavam em posições de destaque na política do Estado. Nelson Trad Filho, duas vezes prefeito de Campo Grande (2004-2012), elegera-se Senador da República em 7 de outubro. Fábio Trad, na mesma eleição, reelege-se deputado federal e Marcos Trad, depois da vereança e de dois mandatos de deputado estadual é o prefeito de Campo Grande (eleito em 2016). O neto, Otávio Trad é vereador em Campo Grande.

Nelson Trad faleceu em 7 de dezembro de 2011.

FONTE: Oscar Ramos Gaspar, Nelson Trad uma vida pra valer, Editora Letra Livre, Campo Grande, 2018.



30 de outubro

1999 - Assassinada prefeita de Mundo Novo 




Aos 36 anos é morta a tiros a prefeita de Mundo Novo, Dorcelina de Oliveira Folador (PT). O crime, ocorreu à noite, na varanda de sua casa, no bairro Copagril. Usando uma escada, o assassino ultrapassou o muro e a atingiu com seis disparos, pelas costas. Ligada aos movimentos populares do município, Dorcelina, antes de entrar na política, atuou como repórter junto ao MST, tendo sido ainda comerciante e professora.


Depois de perder duas eleições para a vereança, elegeu-se prefeita no pleito de 1996 e administrou o município com rigorosa observância aos princípios de justiça e moralidade pública, o que veio a contrariar seus opositores e a resultar em sua morte prematura e traiçoeira.¹

A Folha de S.Paulo dá detalhes do assassinato:

"Dorcelina estava sentada na varanda da residência, na rua Marechal Floriano Peixoto, 52, no bairro Copagril, quando foi atingida. Morreu na hora.

O autor dos tiros usou uma pistola automática calibre 380. Para fazer os disparos, ele subiu em uma escada em um terreno vizinho abandonado para transpor um muro de 1,8 metro. Os tiros aconteceram de uma distância de aproximadamente três metros.
A polícia não acredita que ele tenha agido sozinho, apesar de ninguém ter testemunhado a fuga dos criminosos.

O marido, Cezar Folador, 44, estava na edícula da casa no momento do assassinato. As filhas, Jéssica Winnye, 8, e Indira Meirieli, 4, vendo televisão.

Folador afirmou que, quando ouviu os disparos, correu em direção à mulher, mas já a encontrou morta. Depois, foi até as filhas e telefonou para o irmão, Itamar Folador, avisar a polícia, "porque no desespero eu não lembrava o número".²

Acusado por sua morte, numa investigação muito questionada à época, foi condenado a 18 anos de reclusão, Getúlio Machado, que confessou o crime e entregou o mandante, Jusmar Martins da Silva, secretário de Agricultura da prefeitura, nomeado pela vítima, de quem era amigo e correligionário. Pela execução, o pistoleiro confessou que receberia R$ 35.000. Foram ainda condenados, além do mandante, Valdemir Machado, Ismael Neura e Roldão Teixeira de Carvalho

Ao velório de Dorcelina compareceram as mais expressivas lideranças do PT, como o presidente de honra do partido Luis Inácio Lula da Silva e o governador do Estado Zeca do PT.

Entre as homenagens à Dorcelina há um assentamento rural com seu nome em São Gabriel do Oeste e ruas em Mundo Novo e Campo Grande.


FONTE: ¹Revista In Mundo Novo, maio de 2016, ²Folha de S.Paulo (online) 31/10/1999.


 

29 de outubro

29 de outubro
 
1553 – Cabeza de Vaca chega a porto dos Reis





O navegador espanhol Álvar Nuñes Cabeza de Vaca, em sua viagem de exploração ao Pantanal, chega ao Porto dos Reis, na laguna de Xaraés, “onde os nativos já estavam à espera, acompanhados de suas mulheres e filhos”.

“Ali, diante da boa vontade dos nativos, o adelantado fez toda uma pregação, pedindo-lhes que aceitassem a doutrina cristã, acreditassem em Deus, criador do céu e da terra, e que aceitassem ser vassalos de Sua Majestade, pois com isso seriam sempre defendidos e amparados pelos espanhóis. Além disso, sendo bons, receberiam sempre muitos presentes, como recebiam aqueles que eram fiéis seguidores de Sua Majestade. E logo mandou chamar os religiosos e clérigos de disse-lhes que queria que construíssem de imediato uma igreja para ali ser rezada missa e outros ofícios religiosos, para conforto dos cristãos e exemplo para os nativos. Mandou também fazer uma cruz de madeira muito grande, que mandou fincar junto à ribeira, debaixo de umas palmeiras muito altas, o que foi feito em presença dos oficiais de Sua Majestade e de outras pessoas. E perante o escrivão da província tomou posse da terra em nome de Sua Majestade, como sendo terra novamente descoberta”.


FONTE:  Marco Rossi, Viajantes do Pantanal- Séculos XVI a XX, Fundação de Cultura de MS, Campo Grande, 2002,  página 16



29 de outubro

1918 - Gripe espanhola: governo instala barreira sanitária no Amolar

Para prevenir a capital do Estado da entrada da gripe espanhola que grassava em São Paulo, Rio de Janeiro e já chegava ao Estado, com o surgimento de casos em Campo Grande e Corumbá, o governo do bispo Aquino Correa autoriza a instalação de um posto sanitário na localidade de Amolar, município de Corumbá:

"Afim de instalar o posto sanitário que o Governo do Estado provisoriamente resolveu criar no lugar denominado Amolar, onde serão inspecionadas e desinfetadas as embarcações procedentes de Corumbá e postos de observação os respectivos passageiros, no caso de uma provável invasão do nosso Estado pela gripe epidêmica que atualmente está grassando com intensidade em S. Paulo e Rio de Janeiro, segue hoje, as 17 horas, pela lancha 13 de Junho, o Sr. Dr, Joaquim Amarante Peixoto de Azevedo, comissionado pelo governo para o desempenho dessa medida preventiva.

A S. S. foram expedidas instruções, assim como fornecidos pela nossa Repartição de Higiene a necessária ambulância e outros recursos, levando também o digno facultativo em sua companhia, um destacamento composto de 6 praças do exército e 6 ditos da força pública do Estado, que permanecerão naquele posto à sua disposição enquanto durar a comissão de que vai revestido".


FONTE: O Matto-Grosso, (Cuiabá), 31 de outubro de 1918


29 de outubro

1960 - Jânio vence eleição no Estado




Os candidatos apoiados pela UDN - União Democrática Nacional, venceram as eleições de 3 de outubro no Estado de Mato Grosso. Jânio Quadros, filho de Campo Grande, e ganhador no Brasil, obteve 54% dos votos válidos. Confira os resultados:

Para presidente da República- Jânio Quadros, 76.901 votos; Henrique Lott, 58.320 votos; Ademar de Barros, 7.289 votos; em branco, 7660 votos e nulos, 4.242 votos.

Para vice-presidente da República - Milton Campos, 60.147 votos; Jango Goulart, 59.171 votos; Fernando Ferrari, 14.749 votos; brancos, 15.273 votos e nulos, 4.925 votos.

Para governador - Fernando Correa da Costa,65.573 votos; Filinto Müller, 54.927 votos; Wilson Fadul, 21.678 votos; brancos, 5.498; e nulos, 6.505 votos.

Para vice-governador - Garcia Neto, 70.683 votos; Cicero de Castro Faria, 57.660; brancos, 23.383; e nulos, 2.721 votos.


No cômputo geral, Jânio Quadros obteve 48% dos votos, contra 32% dados ao marechal Teixeira Lott.



FONTE: Revista Brasil-Oeste (S.P), outubro de 1960, página 46.

FOTO: George Torok/O Cruzeiro/EM/D.A Press.



29 de outubro

1997 - Assassinado o radialista Edgar Lopes de Faria, o Escaramuça

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj65N__DoNrLtsvQ19nkXyGxNrV1SaeI51ZOyI13gOkVuwF6z9WS2521QnX7XNsA8MmfcbUZuGsliAf-ipn7LWxJpGEblfhXqQcq7mfXKg0gEkXiI64FjHEgXXgPIu8K8KB3RM4uc-UAQk/s1600/Escaramuca.JPG
Publicação no primeiro aniversário da morte do Escaramuça


Vitima de emboscada, é assassinado em Campo Grande o radialista Edgar Lopes de Farias, 48 anos, conhecido como Escaramuça, nome de seus programas no rádio e na televisão. Os detalhes do delito estão num amplo relatório de Clarinha Glock para a SIP, Sociedade Interamericana de Imprensa, em 2000:
 

Como fazia sempre, Escaramuça havia saído de sua casa, no bairro São Francisco, em direção à Padaria Pão de Mel, localizada na Rua Amazonas esquina com a Rua Enoch Vieira de Almeida. Ali comprava os jornais do dia e tomava café. Falava com o proprietário do estabelecimento, Antônio Perciliano da Silva, e seguia para a Rádio Capital FM, a umas seis quadras adiante. À tarde, apresentava o programa Boca do Povo, de 40 minutos de duração, na televisão filiada à Rede Record.

Escaramuça e Perciliano se conheciam havia cerca de três anos, e tinham se aproximado pelo interesse comum, que era a política. Naquele dia, o radialista estava atrasado para o programa que começava às 6h30min. Por isso, ao entrar na padaria, deixou o carro, um Ford Landau azul, com o motor ligado, pegou os jornais, tomou um café rapidamente e saiu em seguida. Ao contrário do que ocorria sempre, quando o padeiro o acompanhava até a porta, desta vez Escaramuça saiu sozinho em direção ao veículo que estava estacionado em frente ao prédio.

Nesse momento, provavelmente alguém o chamou. Ao se virar, Escaramuça recebeu o primeiro tiro, que o atingiu próximo à axila. O assassino avançou em sua direção e disparou mais cinco vezes com uma arma calibre 12. Quase ao mesmo tempo, uma pessoa, que estava na esquina, atirou duas vezes com uma pistola 765. Uma das balas da pistola acertou o pneu do Ford Landau. A segunda pegou numa revista que estava exposta na banca dentro da padaria. Segundo a polícia apurou, os assassinos fugiram num Corsa branco, quatro portas, sem placa.

As pessoas que estavam no local no momento do crime dizem que não tiveram tempo de ver ninguém. Na hora do tiroteio, tentaram se proteger. Uma das testemunhas, procurada pela SIP, falou que não daria declarações porque, se dissesse alguma coisa, cortariam o seu pescoço e o da repórter. A outra pediu: "Quero que me esqueçam. Na hora em que aconteceu a tragédia, eu me assustei e saí correndo, quem ficaria ali?

Em 2016, última atualização desta publicação, o crime do Escaramuça continuava insolúvel e o inquérito policial arquivado. A polícia não sabe quem o matou e nem quem mandou matá-lo. 

FONTE: Sociedad Interamericana de Prensa



28 de outubro

28 de outubro
 
1943 – Criada a colônia de Dourados


Casa padrão da nova colônia agrícola, fornecida aos assentados pelo governo


O presidente Getúlio Vargas cria a colônia federal de Dourados, o maior projeto público de colonização do Centro-Oeste brasileiro:

Decreto no. 5941 – de 28 de setembro de 1943


Cria a Colônia Agrícola Nacional ‘Dourados’, no Território Federal de Ponta Porã e dá outras providências.


O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o art. 180 da Constituição.


DECRETA:


Art. 1o. – Fica criada a Colônia Agrícola Nacional ‘Dourados’, no Território Federal de Ponta Porã (C.A.N.D.), na região de Dourados em terras a serem demarcadas pela divisão de terras e colonização do Departamento Nacional de Produção Vegetal do Ministério da Agricultura.


Parágrafo único – A área a ser demarcada não será inferior a 300.000 (trezentos mil) hectares.


Art. 2o – As despesas decorrentes das obras de fundação e instalação da Colônia, correrão por conta da dotação de Cr$ 2.000.000,00 (dois milhões de cruzeiros) atribuída à Colônia de Mato Grosso, compreendida na Verba 5 – Obras, desapropriação, etc. Consignação I – Obras – Subconsignação 02 – Prosseguimento e conclusão de obras, etc. 21) D.N.P.V. – 04) D.T.C. – a) Prosseguimento de obras das Colônias Agrícolas Nacionais – d) Mato Grosso, do orçamento geral da União para o corrente exercício e observadas as disposições do Decreto-lei no. 5.562, de 09-06-1943.


Rio de Janeiro, 28 de outubro de 1943, 122o da Independência e 55o da República.



Getúlio Vargas

Apolônio Sales.



O evento foi destaque na imprensa nacional:

O presidente da República acaba de baixar decreto, na pasta da Agricultura, criando a Colônia Agrícola Nacional "Dourados", no Território Federal de Ponta Porã.

Segundo informações obtidas com o diretor da Divisão de Terras e Colonização do Ministério da Agricultura, engenheiro José de Oliveira Marques, a nova colônia faz parte do plano traçado pelo presidente Getúlio Vargas para a conquista dos nossos sertões fracamente povoados, sendo o segundo núcleo criado na faixa de fronteira do Brasil. O do Paraná denominado "General Osório", foi o primeiro. Declarou o referido diretor que a nova Colônia Agrícola Nacional terá no mínimo 300 mil hectares de terras, abrangendo uma região compreendida entre os rios Ivinhema, Brilhante e Dourados. Serão ali localizadas 4 a 5 mil famílias, no mínimo. O Ministério da Agricultura construirá, imediatamente uma rodovia de cerca de 50 quilômetros, para ligar um ponto central da região da colônia a outro da Estrada de Ferro Campo Grande - Ponta Porã, em construção. Foi destinada uma verba de 2 milhões de cruzeiros para os trabalhos iniciais, que serão atacados com toda urgência possível, conforme recomendação do ministro Apolônio Sales.

A Divisão de Terras e Colonização já está tomando as providências necessárias para a organização do pessoal e aquisição de material destinado à colônia.

A região de Dourados é rica em ervais e suas terras prestam-se a quase todas as culturas. A colônia será feita, primeiramente, com habitantes locais, que receberão do governo toda a assistência técnica, econômica, social e médica.                                        

FONTE: Lori Gressler e Lauro J. Swensson, Aspectos Históricos do Povoamento e da Colonização do Estado de Mato Grosso do Sul, edição dos autores, Dourados, 1988; Correio da Manha, Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1943.

FOTO: Hédio Fazan


28 de outubro


2008 - Morre em Campo Grande o frei Gregório de Protásio Alves




Nascido David Bonato em 1915, na cidade gaúcha cujo nome adotaria no sacerdócio, morre em Campo Grande, vítima de complicações cardíacas, frei Gregório.Aos 12 anos ingressa no seminário de Veranópolis. Em 1934, aos 19 anos, professa os votos da Ordem Franciscana, escolhendo o seu novo nome. Em 28 de março de 1937 recebe a ordenação sacerdotal no Convento de Marau, em Garibaldi (RS). 

Em 1956, após passar por diversas paróquias no Rio Grande do Sul e interior de São Paulo, muda-se para o Sul de Mato Grosso. No ano seguinte, assume a paróquia de Nossa Senhora Aparecida em Maracaju, onde permaneceu por três anos, quando foi designado para a função de Superior da Ordem dos Capuchinhos em Campo Grande. 

A 13 de maio de 1962, finca o cruzeiro e lança a pedra fundamental da igreja de Fátima, no Monte Líbano, que viria a ser sua obra mais relevante. A o templo da igreja matriz de Nossa Senhora de Fátima foi solenemente inaugurado a 13 de maio de 1974.

Músico, poeta e ecritor, Frei Gregório ocupou uma cadeira na Academia Sul-matogrossense de Letras.


FONTE: Reginaldo Alves de Araújo, Frei Gregório de Protásio Alves, um homem de Deus em Campo Grande, Associação de Novos Escritores de MS, Campo Grande, 2004.


 


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

27 de outubro

27 de outubro
 
1777 – Abandonada colônia de Iguatemi



Fundada em 1767 pelo governo de São Paulo, castigada pela insalubridade e fustigada por frequentes ataques espanhóis, é abandonada no extremo sul do Estado, a colônia de Iguatemi, oficialmente conhecida como Presídio Nossa Senhora dos Prazeres:

A situação do presídio foi se agravando, pela falta de pessoal, medicamentos e intensificação das febres, em consequências das quais veio a falecer o capitão mór João Martins de Barros.


Em 1777, encontravam-se respondendo pelo comando o capitão José Rodrigues da Silva e o capitão Antonio Ramos Barbas. Apresentou-se então à margem oposta do rio, vindo de Assunção, o capitão Pinido, comandando forte contingente e intimou o presídio a render-se. Houve rápida refrega, onde pereceu o capitão José Rodrigues da Silva. Faltando munição aos demais defensores, regressaram estes ao presídio. O inimigo então exigiu dos comandantes, agora tenente Germano da Costa Tavares e o capelão, a rendição, o que resolveram estes aceitar, assinando a capitulação, reconhecendo a área como terras pertencentes à coroa espanhola. Foi-lhe ordenado a retirada imediata, com seus pertences, deixando armas e os sinos da igreja. O fato ocorreu a 27 de outubro de 1777.


Desocupada a vila, os espanhóis apossaram-se do que lhes foi possível, destruindo o presídio, onde não deixaram pedra sobre pedra.


Regressando a São Paulo, os signatários da rendição foram recolhidos presos à Fortaleza da Barra de Santos, para serem submetidos a conselho de guerra.
E assim, mais uma vez tornou-se desértica a região, só restando vestígios do que fora o presídio. 


FONTE: Athamaril Saldanha, Capataz Caati, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul (1883-1947), Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 460.



27 de outubro

1848 – Joaquim Francisco Lopes inicia viagem ao Sul de Mato Grosso

A serviço do barão de Antonina, na obtenção de terras devolutas, o sertanista Joaquim Francisco Lopes e seu irmão Gabriel Francisco Lopes, primeiro marido de Senhorinha Barbosa e fundador da Fazenda Jardim, começam a sua viagem com destino aos campos de Vacaria:

Em 27 de outubro de 1848, em canoada com 19 experimentados homens do sertão, municiados de boca e fogo, carregada de presentes para os índios que sabiam seriam encontrados ao longo dos rios, Joaquim Francisco parte do rio Congonhas, afluente do Tibagi, em busca do Paranapanema e do Paraná.


FONTE: Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, Sua Evolução Histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999, página 92



27 de outubro

1926 - Morre o primeiro pároco de Aquidauana

Faleceu em Aquidauana,  aos 90 anos, o padre espanhol Julião Urquiza, o primeiro pároco de Aquidauana. Em Miranda, onde iniciou seu sacerdócio no Sul de Mato Grosso, substituiu o frei Mariano de Bagnaia, depois da guerra do Paraguai. Em 1878, inaugurou, celebrando a primeira missa, a capela de Santo Antonio, de Campo Grande.

Em 1892 integrou o grupo de moradores de Miranda que se juntou para fundar a vila de Aquidauana, constando o seu nome na ata da reunião de criação da cidade:

Alguns anos depois, graças ao seu empenho, foi criada a Freguesia do Alto Aquidauana, da qual veio a ser o primeiro vigário. Ao fim da mesma década, liderou a fundação da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, visando construir uma nova capela consagrada à padroeira de Aquidauana.


FONTE: PAIS, Luiz Carlos, Presença histórica do Padre Julião Urquia, (artigo), Correio do Estado, 2 de julho de 2022.

27 de outubro

1947 - Morre o poeta corumbaense Lobivar de Matos





Nascido em 12 de janeiro de 1915, em Corumbá, falece no Rio de Janeiro, o poeta Lobivar de Matos. Começou seus estudos no Colégio Salesiano Santa Teresa. Em 1928 muda-se para Campo Grande. Fez o curso ginasial no Instituto Pestalozzi, mais tarde denominado Ginásio Municipal de Campo Grande, sendo colega de Rachid Derzi e José Fragelli. Em 1932, já sob a influência do modernismo publica seu primeiro poema na revista Folha da Serra: 

Corumbá deslumbrante. 
Dorme na harmonia
o teu sono infinito,
nas rochas de granito,
sob a luz sombria
do calor. 

Em fins de 1933 muda-se para o Rio de Janeiro para estudar Ciências Jurídicas na Faculdade Nacional de Direito do Distrito Federal. Em 1935 publica seu primeiro livro de poemas "Areôtare,". Em 1936 publica "Sarobá," seu segundo livro. Em 1941, já formado em advocacia e com a família constituída, volta à Corumbá, onde passa pouco tempo,mudando-se para Cuiabá. Às vésperas da entrada do Brasil na II Guerra, Lobivar estava de volta ao Rio. Lá trabalhou como censor e milita em vários órgãos da imprensa. Pouco antes de morrer escreve em síntese ao seu tio Osório, também escritor, seu ideário de poeta:

Poesia hoje não pode ficar presa a vestimentas antigas. O tio pode perfeitamente manifestar os seus sentimentos sem peias, sem a preocupação da rima rica, sem a clássica 'chave de ouro' dos sonetos. Em poesia a exigência máxima que se pode fazer não é da forma, mas de fundo, isto é, de sentimentos. A poesia - como dizem os mestres - é sugestão.


FONTE: José Otávio Guizzo, Lobivar de Matos, o poeta que abriu os caminhos da moderna poesia regional, in Campo Grande: personalidades históricas (volume II), Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 83.   

 


27 de outubro

1993 - Criada a Universidade Católica Dom Bosco em Campo Grande

Pela portaria nº 1.547 do Mistério da Educação e Cultura, a FUCMT, Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso,  transformou-se em Universidade Católica Dom Bosco. A semente da UCDB foi plantada em 1961 com a implantação pela Missão Salesiana de Mato Grosso da Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras, com os cursos de Pedagogia e Letras.

Em seguida foram criadas as faculdades de Direito (1965), de Economia, Contabilidade e Administração (1970), de Serviço Social (1972), e, sucessivamente, os cursos de História, Geografia, Ciências, Filosofia e Graduação de Professores.

Em 1976, o Conselho Federal de Educação aprovou a criação da FUCMAT, que teve como primeiro reitor o padre José Scampini, que foi também o primeiro reitor da UCDB, sendo substituído em 4 de setembro de 2015, pelo padre Ricardo Carlos, sucedido pelo padre José Marinoni.

_______________

Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2021.

 

 

26 de outubro

26 de outubro
 
1864 – Nasce em Nioaque, Jango Mascarenhas

Nasce na fazenda Correntes, município de Nioaque, João Ferreira Mascarenhas.

Em dezembro de 1891 passa a integrar o conselho de administração da intendência de Nioaque, assumindo a presidência do mesmo em 1892, quando reuniu e comandou as forças que, no sul do Estado combateram os rebeldes do coronel Barbosa, que haviam deposto o governador Manoel Murtinho.

Em 1894, Jango elege-se deputado estadual. 


Em 1896 atacou e destruiu a fazenda Santa Rosa, de João Caetano Teixeira Muzzi, fundador do Partido Autonomista, que defendia a separação do Sul.


Em 1899 é eleito 2º vice-presidente do Estado, em chapa encabeçada pelo capitão Antonio Pedro Alves de Barros, com quem rompe em seguida, acompanhando seu líder, Generoso Ponce. Em 1901 refugia-se no Paraguai, de onde reuniu um grupo de mercenários e invadiu o Estado, em movimento que pretendia devolver o poder político do Estado ao senador Generoso Ponce. Foi perseguido por forças legalistas, organizadas pelo coronel Jejé, de Aquidauana, sob o comando de Felipe de Brum e Bento Xavier. Sua tropa foi destroçada e ele morto a 21 de outubro de 1901, às margens do Taquarussu.
  




FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque – Evolução Política e Revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, 1992, página 15




26 de outubro 


1894 – Circula o jornal A Voz do Sul




Sai a edição n° 1 de "A Voz do Sul," o primeiro jornal de Nioaque. Foi seu redator João Cláudio Gomes da Silva, impresso em equipamento gráfico adquirido em Cuiabá, da antiga tipografia do jornal A Situação, pelo coronel Jango Mascarenhas. Sua linha editorial obedecia às seguintes diretrizes:


Somos alheios a toda e qualquer seita religiosa, mas convencidos apesar da diversidade das partes doutrinárias de que todas as religiões partem do mesmo princípio que - é a moral voluntários, apresentamo-nos como sectários desses altos princípios sociais, sendo a nossa divisa do desinteresse: para a sociedade, pela sociedade.

Republicanos de princípios, para nós a República é a chave que coroa a abóboda desse grande edifício de conquistas político-sociais.


Que a República é o único governo que pode fazer a felicidade do povo brasileiro: eis as nossas convicções.


Trabalhar pelo engrandecimento da pátria matogrossense em todo terreno; defender os interesses estaduais, nas questões de interesse geral e batermo-nos pelos interesses do sul em todas as questões em que for envolvido, eis o nosso programa.

Em 1896 o jornal foi empastelado e o material gráfico todo atirado no rio Nioaque. O autor do atentado foi um indivíduo alcunhado de Onça Preta.  


FONTE: Rubens de Mendonça, História do Jornalismo em Mato Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1963, páginas 85 e 115.

FOTO: reprodução meramente ilustrativa.




26 de outubro


26 de outubro

1926 - Mate Larangeira faz empréstimo milionário ao Estado


Como parte de contrato de arrendamento de área de exploração da erva mate no Sul do Estado, a companhia Mate Larangeira, concede empréstimo ao governo de Mato Grosso, nas seguintes condições:






1963 – Prefeitos e vereadores aprovam divisão


Vereador Oclécio Barbosa Martins (UDN)

Reunidos em Corumbá, prefeitos e vereadores do norte e sul do Estado, no II Congresso da Associação Mato-grossense dos Municípios, em 26 de outubro de 1963, discutiram e votaram moção de autoria do vereador Oclécio Barbosa Martins (UDN), de Campo Grande, aprovando a divisão do Estado:


45 votos contra 11 e uma abstenção assinalaram a vitória da tese divisionista no 2° Congresso da Associação Mato-Grossense do Municípios, reunido em outubro p.p. em Corumbá.


Maioria expressiva, que revela a compreensão do problema da descentralização administrativa no grande Estado do Oeste e as vantagens que dela decorrerão, imediatamente.


Norte e Sul desfrutarão benefícios da providência, quando se concretizar após o processo determinado pelas leis constitucionais que regem o Estado e a Nação.


Premissas de uma fase de notável desenvolvimento sócio-econômico naquele vasto território pátrio são perfeitamente justificadas, agora, como o eram em etapa mais prolongada, antes da decisão histórica do 2° Congresso da A.M.M.
Formadas as duas novas unidades federativas , a Pátria se engrandecerá mais depressa com o esforço disciplinado de mato-grossenses do norte e de mato-grossenses do sul, conjugado no ritmo comum do progresso da Federação.


Urge, portanto, que providências concretizadoras da formação dos dois novos estados de desenvolvam com brevidade, num ambiente de concórdia e de recíproca tolerância, que evidencie a perfeita integração das populações matogrossenses no primado da democracia em que vive e prospera a nação.


E que não se repitam os lamentáveis acontecimentos provocados por grupos de desordeiros, que intentaram tumultuar o 2° Congresso da A. M. M., comprometendo com a sua atitude insólita os foros de civilização que Corumbá conquistou, mercê das sua perfeita identidade com os postulados democráticos.


A delegação de Corumbá votou contra a moção divisionista.


FONTE: Revista Brasil-Oeste 87, página 45 
  

FOTO: arquivo Correio do Estado.


26 de outubro

1999 - Roberto Campos toma posse na ABI

Posse posse na Academia Brasileira de Letras, na vaga do acadêmico Dias Gomes, como sétimo ocupante da cadeira 21, o economista Roberto Campos. É o segundo matogrossense eleito para a mais importante sociedade literária do Brasil. O primeiro foi Dom Aquino Correa, que assumiu em 1927.
 

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...