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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

30 de maio

30 de maio


1834A Rusga explode em violência


Movimento nativista, hostil aos portugueses, também chamados adotivos, surgido com a abdicação de D. Pedro I, atinge o seu ponto máximo de ebulição em Cuiabá e várias cidades do Estado:

Pelas ruas até então silenciosas de Cuiabá, propaga-se a anarquia desenfreada, em berreiro macabramente capadoçal, a que se misturavam o sinal de alarma, o estrondo de portas e janelas, que se arrombam a golpes de alavancas e coices de armas, o hino da desordem, os tiros e as deprecações das vítimas.
Rapidamente se espalhou a notícia dos primeiros assassínios e danos materiais causados aos inimigos.


A nevrose arruaceira cedo atingiu ao paroxismo, ganhando alento nas lojas entregues ao saque onde se embebedava a soldadesca viciada.
O atentado inicial contra os adotivos, degenerava em desordem mais grave, a cujos golpes não se forravam os maiores personagens de Cuiabá
¹.


Jornal do Rio de Janeiro da detalhes do episódio, no seguinte editorial:

Perseguir a tirania portuguesa é unânime opinião brasileira, e com tais fins se erigiu nesta cidade do Cuiabá uma Sociedade, cujo timbre, já malicioso é - Zelosa da Independência do Cuiabá! - A ela se uniram honrados e incautos cidadãos;porém dirigindo seus trabalhos sedentes monstros de figura humana em secretas sessões traçaram os negredados planos que postos em prática enlutaram esta infeliz cidade. No dia 30 de maio pp. reunidos no Campo do Ourique os chefes e satélites de tão infernal associação, a título de guardas nacionais, combinados com Sebastião Rodrigues da Costa então no quartel da cidade, retiveram neste até as 10 horas da noite a patrulha que de ordem do juiz de paz devia rondar a cidade; a essa hora vendo esses celerados que seus planos não podiam falhar, fazem tocar a rebate, a saque e a degola: aterrado o povo com tais toques, e com o horror da noite, buscava um centro para unir-se e não o achava, pois infelizmente o governo estava inteiramente coacto, e pérfidos conselhos chefes da anarquia, ladeavam o vice-presidente João Poupino Caldas, que cheio de amargura viu praticar essa horda de bárbaros as maiores atrocidades espezinhando a Constituição e os mais sagrados e invioláveis direitos que unem os brasileiros em associação civil. Soltam-se os facinorosos presos das cadeias e com eles as horrorosas vozes de morte aos adotivos, cujas casas são arrombadas e barbaramente assassinados quantos são encontrados, no seio de suas pacíficas famílias, e só se ouviam por todos os lados da cidade dispersos tiros e horrorosa carnificina. Debalde procurou o vice-presidente unido ao Ex. Bispo, acomodar os faciosos, porque estes longe de atenderem a estas respeitáveis autoridades, as insultaram e tudo se julgou então perdido. Foram assassinados nesta noite três adotivos e no seguinte dia um brasileiro nato, aos quais ainda vivos lhes foram cortadas as orelhas e partes genitais, atravessados os ouvidos com baionetas e lançado fogo sobre seus agonizantes cadáveres, que arrastaram à rua; tais martírios sofreu o capitão João Cardoso de Carvalho, que depois se confessou a pode ainda despedir-se de sua infeliz mulher e inocentes filhos, sendo a sua casa assim como de todos os adotivos sujeitas ao mais terrível saque e reduzidas suas tristes famílias à mais apurada indigência. Senhores das armas e do quartel esses tiranos faziam sair escoltas à custa dos dinheiros nacionais atrás do miseráveis que fugiam e dos que sendo lavradores moravam em suas fazendas, onde além de sacrificarem a seus brutais apetites as desgraçadas esposas e filhas à vista de seus maridos e pais, que assim desonrados receberam por fim crudelíssima morte e suas orelhas eram conduzidas ao quartel onde se recebiam em grande aplauso, chegando a tal excesso a ferocidade desses bárbaros que assavam e comiam essas orelhas, mofando assim dos homens e zombando da justiça divina. Ainda aqui não param as barbaridades, obrigam as viúvas desses mártires e enramarem a frente de suas saqueadas casas, e iluminarem suas portas de janelas, em sinal de aplauso de sua indigente viuvez e priva-se-lhe o luto, e para cúmulo de horror até lhes é vedado a dar sepultura aos tristes restos de seus inocentes e desditosos esposos; a pena recusa escrever tantos horrores e o coração se oprime de aflitiva dor; porém é necessário arrematar este fúnebre mas verdadeiro quadro. Ao tenente coronel José Antonio de Lima e Abreu que fugia e foi alcançado por uma das escoltas depois de sofrer afrontosa morte pois foi sangrado como um porco, abrem-lhe a barriga e tiram as banhas com que untou o famigerado Euzébio Luiz de Brito o lombo de seu cavalo para matar o piolho. Oh! monstro fúria do inferno; nada temem esses esfaimados tigres; porém aqui não para ainda a perversidade destas feras, que arrogando a si o poder de matar e perdoar dão perdões a infelizes septuagenários a peso de ouro. Chegou enfim o momento de tocar o maior dos crimes dos canibais; chegou enfim! o sangue se gela oh! perversidade! Oh! Crime dos crimes; foram todos estes horrendos atentados praticados em o Sagrado Nome da Exma. Regência que em nome do Nosso Amado e Inocente Imperador, feliz e sabiamente nos rege: foi assim que esses antropófagos profanaram os mais caros penhores da nação brasileira; sua punição pois deverá servir de exemplo ao mundo inteiro. Tocados ligeiramente os acontecimentos até a época em que o honrado vice-presidente coronel João Poupino Caldas se apoderou das armas e do quartel, só resta dizer que a não ser a resolução deste ilustre patriota, não tomaria posse o exmo. presidente e as cenas de horror e barbaridades continuariam até hoje, que graças a Divina Providência e as sábias e enérgicas medidas que se tem tomado, gozamos felizmente de alguma tranquilidade, e esta de todo se restabelecerá se a exma. regência lançar sobre esta infeliz província olhos de sublime piedade.²

Em 1867, Taunay conheceu em Miranda, Alexandre Manuel de Souza, o Patová, que dirigira “a 30 de maio de 1834, em Miranda, a célebre matança dos portugueses, pelo que fora constrangido a fugir para os lados de Camapuã e Corredor (no sertão entre aquele ponto e Santana do Paranaíba) e lá ficou 30 anos homiziado”.³

FONTE: ¹ Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, XXIV. Página 14; ²Jornal O defensor da legalidade (RJ) 23 de janeiro de 1835,  ³Taunay, Em Mato Grosso invadido, Edições Melhoramentos, SP, sd. Página 34.

FOTO: Poupino Caldas, no governo na noite da Rusga.






30 de maio


1851Nasce José Alves Ribeiro



Nasce em Miranda, José Alves Ribeiro. Passou a infância na fazenda Taboco. Iniciou seus estudos e Cuiabá, transferindo-se em seguida para o Rio de Janeiro. A guerra do Paraguai prende-lhe no litoral, de onde volta ao Taboco já no final do conflito, retomando suas atividades na velha fazenda. Tornou-se líder político, rivalizando com outros chefes regionais, entre eles Jango Mascarenhas e Bento Xavier.¹ Chegou a deputado estadual na legislatura de 1903 a 1905.²

O coronel Jejé, como ficou conhecido, era pai do coronel Joselito, outro importante chefe político da região Sudoeste do Estado. Morreu a 1º de setembro de 1927.



FONTES: ¹Renato Alves Ribeiro, Taboco, 150 anos, balaio de recordações, edição do autor, 1984. Página 63; ²Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativo, Cuiabá, 1967. Página 82.

FOTO: acervo de Paulo Coelho Machado.


30 de maio

1870 - Jornal defende mudança da capital de Mato Grosso para Corumbá

O Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, um dos mais influentes jornais do país, através de seu representante em Buenos Aires (Argentina), defende a mudança da capital da provincia de Mato Grosso para Cuiabá, sob a seguinte justificação:

"Em uma das anteriores já chamei a atenção do Império para este assunto, aconselhando até que se faça a mudança da capital de nossa província de Mato Grosso para Corumbá, que pode ser um empório para atrair o comércio da Bolívia para Santo Corazão. A ideia desse novo ferro-carril argentino, para o qual há muito boas razões, porque será muito menos dispendioso do que o que se empreende de Corbova a Tucuman em comunicação fácil com Buenos Aires, chamaria inevitavelmente para esta república o comércio da Bolívia.

Eu portanto insisto hoje na ideia que já anteriormente insisti, a respeito da mudança da capital de Mato Grosso para Corumbá, e da fundação de um arsenal de Marinha brasileira naquele ponto. Essa ideia tem grande alcance atualmente. Muitos de nossos depósitos em Assunção podem ser podem ser transportados para Corumbá com mais facilidade que para o Rio de Janeiro. Nossas forças seriam acompanhadas desse comércio ambulante que os habituou a acompanhar o exército do Brasil e a ganhar-lhe as libras. Fora uma colonização para Mato Grosso, sem despesa nenhuma e suavemente feita. Estabelecida depois nesse ponto a correnteza do comércio da Bolívia, que infelizmente não tem senão um péssimo porto no oceano Pacífico, e faz o transporte de seus produtos para a nossa cidade de Vila Maria, estabelecia, digo, essa correnteza comercial, melhoradas as estrada de Santo Corazão e assentados os meios de transporte, dificilmente procurariam depois os bolivianos outro caminho para venda de seus produtos e para compra das mercadorias estrangeiras. Então não os animaria a república Argentina a empreender, com a mira nesse comércio, nem a navegação do rio Bermejo, nem a tal estrada de ferro, cujo plano me foi revelado outro dia, como disse".

FONTE: Jornal do Comércio (RJ), 30 de maio de 1870.




30 de maio

1913 - Morre prefeito de Dourados

Faleceu em Ponta Porã, onde estava licenciado do cargo, por problemas de saúde, o primeiro prefeito eleito de Dourados, Álvaro Brandão. Nascido em 8 de julho de 1880, em Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, era filho de Bernardo Barbosa Pinto Brandão e Andrelina Brandão. No Sul de Mato Grosso, trabalhou na Companhia Mat Larangeira. Residiu primeiro em Ponta Porã, onde exerceu várias atividades sociais e profissionais. Em 1920 exerceu as funções de delegado de polícia e coletor estadual.

Em Dourados, estabeleceu-se como comerciante, com uma loja na avenida Marcelino Pires, esquina com a avenida Presidente Vargas. Com o fional do mandato do primeiro prefeito nomeado do município, João Vicente Ferreira, entrou na política local e venceu o primeira eleição direta para prefeito do novo município, pelo Partido Evolucionista, cujo líder estadual era Vespasiano Barbosa Martins. Na prefeitura, foi substituído  por Frankiln Azambuja e Jaime Moreira e Souza.

FONTE: Rozemar Matos Souza, Dourados seus pioneiros, sua História, Centro Cívico, Histórico e Cultural 20 de Dezembro, Dourados, 2003, página 96.


30 de maio


1925Coluna Prestes no rio Pardo



Depois do célebre combate do Apa, no dia 14 de maio, os destacamentos de João Alberto e Siqueira Campos romperam o contato e “alcançaram Amambaí, infletindo então para Nordeste, em direção a Vacaria, onde deveriam reunir-se com o restante dos revolucionários. Fazendo a partir daí a vanguarda da Divisão, Siqueira Campos (foto) transpôs os rios Anhanduí, Anhanduizinho, Lontra e São Felix, alcançando ao anoitecer de 30 de maio de 1925, o ponto de Rio Pardo em que o mesmo é atravessado pela ferrovia Noroeste"¹.

No dia seguinte, 31 de maio, sob renhido combate com forças legalistas, Siqueira Campos toma e ocupa a estação ferroviária de Ribas do Rio Pardo.

Da passagem de Siqueira Campos pela fazenda São Pedro, na Vacaria, o ex-governador Wilson Barbosa Martins, então com oito anos, lembra o seguinte episódio:

Naquele final de tarde em que avistamos a tropa chegando à fazenda, conosco estava Godofredo Barbosa, o Tinô, primo mais velho que eu, curando-se de maleita. Em instantes, chegaram ao galpão os comandantes, outros oficiais e, a seguir, todo o regimento formado por centenas de cavalarianos. Informamos à chefia que o dono da fazenda, Henrique, se achava em viagem e que a sua senhora teria o prazer de recebê-los para café ou refresco.

Minha mãe os acolheu com serenidade e simpatia,dizendo-lhes que estava só com os filhos e pedia-lhes garantia. Ofereceu-lhes pequeno lanche e prontificou-se a preparar o jantar e a arrumar o quarto de hóspedes para que ali descansassem durante a noite.

Retornei ao contato da tropa e vi quando um dos soldados se apropriou do arreio de meu pai que se achava no galpão,levando-o para o lugar onde se alojara. Nada eu lhe disse, mas fui direto à procura de Siqueira Campos e narrei-lhe o fato. Siqueira me perguntou se eu sabia qual era o soldado e onde se encontrava, e eu lhe respondi que sim. Saímos os dois juntos e fomos ao local em que o mesmo se achava. Momentos passados, toda a tralha era devolvida a casa e, melhor ainda, guardas foram postos armados em cada canto do prédio, para vigiá-lo.

Com respeito ao comportamento dos rebeldes, Wilson depõe:

No que tocou a nós da fazenda São Pedro, a conduta dos comandantes revolucionários foi impecável. Foi com saudade de sua breve passagem que os vimos prosseguir na manhã seguinte para novos destinos.
"Sofremos apenas a perda de nossas vacas leiteiras, especialmente para nós meninos, a ausência da Laranjinha, mansa e boa de leite. O abate desses animais se destinou à alimentação dos homens que compunham o Regimento²

FONTE: ¹Glauco Carneiro, O revolucionário Siqueira Campos, Record Editora, Rio, 1966, página 374; ²Wilson Barbosa Martins, Memória Janela da História, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página 77.


30 de maio

1938 - Nasce Levy Dias,  último prefeito de Campo Grande antes da divisão




Filho de Filho de Virgílio Dias e Zila Cândido Dias, nasceu em Aquidauana, Levy Dias. Sargento do Exercito, em Campo Grande, concluiu o ensino médio. No período (1963-1966) foi presidente da UCE, União Campograndense de Estudantes, tendo construído a sede própria da entidade, na rua 25 de Dezembro. A obra que o levou à política, foi o estádio Pedro Pedrossian (o Morenão), a qual administrou. Advogado, ingressou na vida pública pelas mãos do governador Pedro Pedrossian. Em 1966 candidato a prefeito de Campo Grande por uma sub-legenda da Arena. Perdeu a eleição para o peemedebista Plínio Barbosa Martins. Em 1970 elege-se deputado estadual e, em 1972, chega à prefeitura de Campo Grande pela Arena, com decisivo apoio de Pedrossian.

Sua gestão deu prioridade à educação, com a construção de modernas unidades educacionais e a implantação do Projeto Salve, sigla de saúde, alimentação e vestimenta, que preocupou-se com a assistência sanitária, merenda escolar, uniforme e material escolar para o corpo discente das escolas públicas. Na infra-estrutura, construiu o mini-anel rodoviário e preparou a cidade para ser a capital do novo Estado.

Em 1978 elegeu-se deputado federal e em 1980, nomeado pelo governador Pedro Pedrossian, assume a prefeitura de Campo Grande pela segunda vez. Em 1982 reelege-se deputado federal, pelo PDS, com a maior votação do Estado. Em 1985 tenta voltar à prefeitura, mas perde para Juvêncio César da Fonseca, do PMDB. Em 1986, elege-se deputado federal constituinte. Em 1990 chega ao Senado, numa chapa com Pedrossian para governador.

Em 1994 tenta o governo do Estado e é derrotado por Wilson Barbosa Martins. Em 1996 volta a disputar a prefeitura de Campo Grande, mas não consegue chegar ao segundo turno.

FONTE: Câmara dos Deputados e Senado Federal.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

30 de abril

30 de abril

1786 - Comissão técnica inicia missão no Pantanal



Por ordem do governador Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, comissão formada pelo capitão engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra e os geógrafos e astrônomos Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida deixa Vila Bela da Santíssima Trindade, então capital da capitania de Mato Grosso, com destino ao forte Coimbra e Cuiabá, com a finalidade de mapear e fixar as coordenadas geográficas da região do Pantanal. A missão durou quatro meses e explorou além das grandes lagoas, os rios Paraguai, São Lourenço e Cuiabá e desembocadura de seus afluentes.

O início da aventura pantaneira está no Diário da Viagem, de Francisco José de Lacerda e Almeida:

ABRIL 30 - Os encarregados desta diligência, que foram o capitão Ricardo Franco de Almeida Serra, o Dr.Antonio Pires da Silva Pontes e eu, partimos de Vila Bela com uma parte da comitiva, em que também ia Manoel Rebelo Leite, porta-estandarte dos Dragões, e almoxarifado das demarcações e alguns soldados pedestres e fomos pernoitar 4 léguas fora da vila no sítio de um F. Xavier.

A chegada em Cuiabá, procedente do forte de Coimbra, deu-se em 1° de setembro.

FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Diário da Viagem, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 29.

FOTO: serras do Pantanal, de Francisco José de Lacerda. Acervo Biblioteca Luso-brasileira.

30 de abril

1865 - Cuiabá recebe com festas, tenente Mello, o herói de Coimbra
A cidade de Cuiabá recebe festivamente, o tenente João de Oliveira Mello, que ecerrava uma marcha de cinco meses a pé, pelo Pantanal, desde Corumbá, à frente de um grupo de soldados, com quem combateu em Coimbra e moradores de Corumbá que fugiam da vila, covardemente abandonada pelo comandante militar brasileiro e ocupada pelo exército e marinha paraguaios. A epopéia do tenente Melo e sua chegada triunfal à capital da província foi registrada no Boletim do governo:
"Era de muito esperado nesta capital o Tenente do Corpo de Artilharia da província, João de Oliveira Mello. 
Seus feitos de valor no combate de Coimbra, e depois deste ao ver abandonados em uma escuna nas margens do Paraguai, defronte de Corumbá, os seus camaradas e uma porção de homens, mulheres e crianças, no infausto dia da infeliz evacuação de Corumbá, atraíram-lhe as bênçãos e as simpatias de toda a família cuiabna.
Sua conduta eminentemente nobre e caridosa com toda essa comitiva que, no meio das mais árduas provações e distinta abnegaçãopor lugares ínvios e pantanosos, sem quebra de disciplina e sem prejuízo de armamento da parte dos soldados, conduziu a esta capital, lhe captou a estima, amizade e consideração de todos os habitantes de Mato Grosso, sem exceção de crenças políticas, de idade, sexo e profissão.
A notícia de sua aproximação a esta capital estes sentimentos comprimidos, abafados, fizeram explosão e uma espontaneidade popular deu em resultado uma festa para a qual não houve juiz, não houve diretor, porque não foi um ato de ninguém, foi do povo.
Um programa se levantou e este programa deixava a vontade e discrição dos que quisessem a ida ao encontro do tenente Mello a quem a sua comitiva apelida de pai e salvador.
Poucos dias eram passados depois daquele programa e a 29 deste soube-se da chegada do tenente Mello ao Coxipó, uma légua distante da cidade, imediatamente concorreu a cumprimentá-lo grande número de cidadãos, e a pedir-lhe a demarcação da hora em que na seguinte manhã havia fazer a sua entrada ; e foi designada as 7 horas.
No dia 30 a cidade se achava revestida de gala, decoradas as ruas do Areão, Snr. dos Passos, Direita e Bella do Juiz.
Um arco triunfal elevava-se em frente da catedral tendo no pedestal de cada lado um anjo sustentando o estandarte ouriverde e um índio símbolo do Brasil.
A ansiedade popular era indizível, cada qual procurava saber a hora da partida ao encontro.
As 6 da manhã foi o tenente Mello cumprimentado no Coxipó pelo sr. general Augusto Leverger e por outros cavaleiros.
O sr. Leverger ao encontrá-lo manifestou-lhe os sinais de benemerência de que se havia tornado credor, apelidando-o não só de distinto oficial como de excelente cidadão; e compungido da sorte e miséria dos componentes daquela grande comitiva, entregou-lhe uma subscrição aberta em favor deles e a quanti da 100$000 com que se assinará.
As 6 e meia horas manhã desfilava a população para o largo do Areão e diversos cidadãos a cavalo acompanhando ao comandante superior interino da guarda nacional e seus oficiais, seguido de uma banda de música, para o Coxipó.
No lugar denominado Gambá foi o tenente Mello encontrado com sua comitiva pelos cavaleiros, e aí parando ecoaram os vivas repetidos, ao brioso soldado, ao distinto cidadão, ao valente da pátria, ao benemérito do povo.
Terminadas essa ovações seguiu o préstito e chegando ao largo do Areão foi obrigado a parar ante a multidão entusiástica que o esperava".
Cumpridas algumas formalidades, segue o cortejo até a Catedral no largo da Sé, onde foi celebrada uma missa. Logo em seguida a multidão reuniu-se no largo, onde o tenente Mello recebeu a homenagem, atrás de uma proclamação do presidente da província, Alexandrino Manoel Albino de Carvalho.

FONTE: O Boletim da Imprensa, Cuiabá,  4 de maio de 1865. 

30 de abril

1925 – Coluna Prestes entra em Mato Grosso





Sob o comando de João Alberto, a vanguarda dos rebeldes deixa o território paraguaio e começa a ganhar o Sul de Mato Grosso. Domingos Meirelles é quem melhor conta esta história:

“A maior parte da tropa segue desmontada. O aspecto dos soldados e oficiais é andrajoso; estão todos descalços e quase nus, com a barba e os cabelos longos caídos sobre o peito e os ombros. A coluna é seguida por cerca de 50 mulheres, todas de aspecto miserável, que acompanham os gaúchos desde o Rio Grande.

Os primeiros combates realizados em Mato Grosso são surpreendentes. A tropa do governo, apesar da superioridade de suas forças, é rapidamente envolvida em Panchita, nas imediações de Ponta Porã, pelos homens de João Alberto. Os gaúchos, que conseguiram bons cavalos na região de Amambai, no sul de Mato Grosso, sentem-se agora retemperados e prontos para enfrentar o inimigo como faziam em seus pagos: atacando-o de surpresa em rápidas e empolgantes cargas de cavalaria.

Em poucas horas, os rebeldes obtiveram vitória fulminante: apoderaram-se de 20 caminhões do Exército e fizeram cerca de 100 prisioneiros. Ao ser informada de que os revolucionários tinham vencido a primeira batalha, a guarnição que defende Ponta Porã se retira da cidade em pânico, abandonando o sistema de trincheiras circulares escavado em volta do quartel. Sentindo-se desamparada e ameaçada pelas histórias de crueldades que o governo espalhara sobre os rebeldes, a população refugia-se na localidade vizinha de Pedro Juan Caballero, pequena vila em território paraguaio, bem em frente a Ponta Porã.

Desguarnecida, Ponta Porã é invadida pelos paraguaios, que saqueiam o quartel do Exército e levam o que pode para Pedro Juan Caballero, com a aquiescência das autoridades locais: móveis, louças, fardas, polainas. A pilhagem só não se estende ao comércio e às casas de família porque os rebeldes ocupam a cidade e expulsam os invasores".

FONTE: Domingos Meireles, A noite das grandes fogueiras,Editora Record, Rio, 1995, página 382.

FOTO: reprodução do livro Memória: janela para a História, de Wilson Barbosa Martins.


30 de abril

1925 - Celebrado contrato para abertura de estrada entre Coxim e Campo Grande

É firmado contrato entre a Intendência Municipal de Coxim, representada por Daniel Cesário da Silva, 1° vice-intendente do município, em exercício, e o agrimensor Teodoro da Silveira Melo, residente em Campo Grande, "para a construção de uma estrada de rodagem para automóveis, que se entroncará na outra, vinda de Campo Grande, até os limites deste município".

Iniciada no mês seguinte a rodovia, nos termos contratuais, seria entregue no dia 31 de agosto daquele ano.

FONTE: Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Editoria Ruy Barbosa, Campo Grande 1995, página 138.


30 de abril

1967 - Interurbano chega a Cuiabá





Foi festivamente inaugurado o serviço interurbano de Cuiabá, com investimento de NCr$ 200.000.000,00 da Teleoste, concessionária da telefonia no Estado, Companhia Telefônica do Estado e governo de Mato Grosso. O evento ganhou as manchetes dos jornais e recebeu status de fato histórico:

Depois de longa espera, finalmente inaugura-se hoje o serviço telefônico de interurbano de Cuiabá. A TELEOESTE é a responsável pela iniciativa de ligar Cuiabá com o resto do Brasil e do mundo. A capital de Mato Grosso deixa de ser a partir de hoje uma cidade isolada por esse moderno meio de comunicação que é o serviço telefônico interurbano. Uma comitiva de ilustres personalidades estará presente hoje às solenidades de inauguração da TELEOESTE em Cuiabá.

À frente o empresário Humberto Neder, diretor-presidente da Teleoeste, a solenidade de lançamento do serviço contou com a presença de toda a alta direção da empresa, autoridades locais, convidados do Rio de Janeiro e São Paulo, do governador de Mato Grosso, Pedro Pedrossian e de Plínio Barbosa Martins, prefeito de Campo Grande.

FONTE: Jornal Tribuna Liberal, (Cuiabá) 30 de abril de 1967.
 
 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

30 de outubro

30 de outubro

1834 - Governo prende responsáveis pela Rusga




Por delação de Poupino Caldas, fundador e dirigente da Sociedade Zelosos da Independência, e governador do Estado por ocasião da Rusga, o governador Antonio Pedro de Alencastro prendeu os suspeitos de cabeças da revolta contra os portugueses e outros estrangeiros em Cuiabá.

São detidos: dr. Pascoal Domingos de Miranda, juiz de direito, Braz Pereira Bendes, professor de Lógica, Jacinto de Carvalho, promotor público, Bento Franco de Camargo, José Alves Ribeiro, Euzébio Luis de Brito, professor de primeiras letras e ajudante do batalhão e Antonio F. Mendes.

Nenhum desses consta da sentença condenatória, assinada pelo juiz José Guimarães e Silva, em 24 de junho de 1835.

FONTE: Rubens de Mendonça, Historias das revoluções em Mato Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1970, página 47.


30 de outubro
 
1864 – Coimbra esperando ataque paraguaio

De Corumbá, o comandante da flotilha de Mato Grosso em ofício ao presidente da província, relata a situação de Coimbra, às vésperas do ataque paraguaio ao forte:

“A 30 do mês findo cheguei aqui de volta do Forte de Coimbra, para onde fui conduzindo o batalhão de artilharia da província. Provavelmente V. Exa. terá recebido uma participação circunstanciada do estado daquele forte, assim como de outras diligências procedidas pelo exmo. Sr. Comandante das Armas, que comigo regressou no mesmo dia; todavia direi à V. Exa. que não é satisfatório o estado do dito forte, contudo pode resistir aos navios do Paraguai e defender-se talvez de seus ataques por terra. O exmo. sr. Comandante das Armas determinou alguns melhoramentos e serviços que entende serão de vantagem, e pretende fortificar a antiga posição da Marinha em frente ao mesmo forte, de modo que, cruzando os fogos, se auxiliem mutuamente.”
  


FONTE: Jorge Maia, A invasão de Mato Grosso, Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1964, página 37.


30 de outubro

1930 - Nasce em Aquidauana Nelson Trad





Filho de Assf e Margarida Macksoud Trad, nasce em Aquidauana, Nelson Trad. Aos 12 anos em Campo Grande, conclui o curso ginasial no Colégio Dom Bosco. Em 1950, no Rio de Janeiro, faz o Científico (ensino médio) no Internato Irmãos Maristas. Em 1953 ingressa na Faculdade de Direito do Catete, destacando-se na política estudantil, com presidente da AME - Associação Matogrossense de Estudantes, do centro acadêmico de seu curso de Direito e da UME- União Metropolitana de Estudantes.

Conclui o curso de Direito em 1957 e retorna a Campo Grande, onde passa atuar com advogado criminalista e a dedicar-se às atividades partidárias, como filiado do PTB. Em 1959 elege-se vereador e em 1962, vence a eleição de vice-prefeito de Campo Grande, numa dobradinha com o PSD, de Antonio Mendes Canale. Naquele tempo as eleições para prefeito e vice eram separadas e Nelson Trad superou a votação do titular da chapa.

Cassado em 1964 pelos militares, Nelson Trad voltaria à vida pública em cargo eletivo somente em 1982, quando se elege deputado estadual pelo PDS, reelegendo-se em 1986. Em 1990 vence sua primeira eleição para deputado federal, reelegendo-se sucessivamente até 2006. Em 2010 encerra a carreira política, tendo como sucessor seu filho caçula, Fábio Trad.

Casado com Terezinha Mandetta Trad, seus três filhos, em 2018, estavam em posições de destaque na política do Estado. Nelson Trad Filho, duas vezes prefeito de Campo Grande (2004-2012), elegera-se Senador da República em 7 de outubro. Fábio Trad, na mesma eleição, reelege-se deputado federal e Marcos Trad, depois da vereança e de dois mandatos de deputado estadual é o prefeito de Campo Grande (eleito em 2016). O neto, Otávio Trad é vereador em Campo Grande.

Nelson Trad faleceu em 7 de dezembro de 2011.

FONTE: Oscar Ramos Gaspar, Nelson Trad uma vida pra valer, Editora Letra Livre, Campo Grande, 2018.



30 de outubro

1999 - Assassinada prefeita de Mundo Novo 




Aos 36 anos é morta a tiros a prefeita de Mundo Novo, Dorcelina de Oliveira Folador (PT). O crime, ocorreu à noite, na varanda de sua casa, no bairro Copagril. Usando uma escada, o assassino ultrapassou o muro e a atingiu com seis disparos, pelas costas. Ligada aos movimentos populares do município, Dorcelina, antes de entrar na política, atuou como repórter junto ao MST, tendo sido ainda comerciante e professora.


Depois de perder duas eleições para a vereança, elegeu-se prefeita no pleito de 1996 e administrou o município com rigorosa observância aos princípios de justiça e moralidade pública, o que veio a contrariar seus opositores e a resultar em sua morte prematura e traiçoeira.¹

A Folha de S.Paulo dá detalhes do assassinato:

"Dorcelina estava sentada na varanda da residência, na rua Marechal Floriano Peixoto, 52, no bairro Copagril, quando foi atingida. Morreu na hora.

O autor dos tiros usou uma pistola automática calibre 380. Para fazer os disparos, ele subiu em uma escada em um terreno vizinho abandonado para transpor um muro de 1,8 metro. Os tiros aconteceram de uma distância de aproximadamente três metros.
A polícia não acredita que ele tenha agido sozinho, apesar de ninguém ter testemunhado a fuga dos criminosos.

O marido, Cezar Folador, 44, estava na edícula da casa no momento do assassinato. As filhas, Jéssica Winnye, 8, e Indira Meirieli, 4, vendo televisão.

Folador afirmou que, quando ouviu os disparos, correu em direção à mulher, mas já a encontrou morta. Depois, foi até as filhas e telefonou para o irmão, Itamar Folador, avisar a polícia, "porque no desespero eu não lembrava o número".²

Acusado por sua morte, numa investigação muito questionada à época, foi condenado a 18 anos de reclusão, Getúlio Machado, que confessou o crime e entregou o mandante, Jusmar Martins da Silva, secretário de Agricultura da prefeitura, nomeado pela vítima, de quem era amigo e correligionário. Pela execução, o pistoleiro confessou que receberia R$ 35.000. Foram ainda condenados, além do mandante, Valdemir Machado, Ismael Neura e Roldão Teixeira de Carvalho

Ao velório de Dorcelina compareceram as mais expressivas lideranças do PT, como o presidente de honra do partido Luis Inácio Lula da Silva e o governador do Estado Zeca do PT.

Entre as homenagens à Dorcelina há um assentamento rural com seu nome em São Gabriel do Oeste e ruas em Mundo Novo e Campo Grande.


FONTE: ¹Revista In Mundo Novo, maio de 2016, ²Folha de S.Paulo (online) 31/10/1999.


 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

30 de setembro

30 de setembro

 
1914 – Regulamentada eleição em Campo Grande


Intendência Geral de Campo Grande, início do século XX


São baixadas as instruções para as eleições de 1 e 2 de novembro em Campo Grande, onde deveriam ser sufragados candidatos a deputados estaduais e Intendente, vereadores e juiz de paz do município. O ato do chefe do executivo foi publicado no semanário O Estado de Mato Grosso:

O cidadão José Santiago, 1º vice-intendente em exercício do município de Campo Grande, faz saber que tendo de realizar-se nos dias 1 e 2 de novembro as eleições para os cargos de deputados à Assembléia Legislativa do Estado, intendente, vereadores e juízes de paz que hão de servir no triênio de 1915 a 1917, divide de acordo com as leis ns. 34, de 7 de junho de 1893, 131, de 12 de março de 1896 e 417, de 22 de novembro de 1905, a Paróquia de que se compõe este município em seis sessões que funcionarão: a 1ª. na sala destinada às sessões do júri, no paço municipal; a 2ª. no mesmo edifício, na sala da secretaria; a 3ª. No edifício onde funciona a inspetoria de veterinária, na sala ao lado do nascente, nesta vila; a 4ª. no mesmo edifício, na sala do lado do poente; a 5ª na povoação de Jaraguari no edifício onde funciona a sub-delegacia e a 6ª finalmente, na povoação de Entre Rios, no edifício da escola pública. Pelo que convida a todos os cidadãos eleitores a comparecerem nos dias acima designados às 10 horas, a fim de darem os seus votos nas seções em que estiverem qualificados. Na eleição de deputados, no dia 1, cada eleitor deverá votar em uma só cédula, em 16 nomes diferentes. No dia 2 em quatro cédulas, contendo uma, um só nome para Intendente; outra, dois nomes para vereadores e cinco para suplentes de vereadores, separados estes daqueles por um traço bem visível e a última, três nomes para juizes de paz e três para suplentes de juizes de paz, também separados estes daqueles por um traço visível e tendo cada um a numeração da ordem que lhe corresponder.


E para que chegue ao conhecimento de todos, mandei lavrar este Edital que será afixado na porta principal deste edifício e publicado pela imprensa local. Eu, Manoel Leite da Silva, secretário da Câmara, o escrevi. Intendência Municipal de Campo Grande, em 30 de setembro de 1914. José Santiago, 1º vice-intendente.


Realizada a eleição para Intendente Geral sai vitorioso o fazendeiro e comerciante Sebastião Lima.

FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 94.


30 de setembro 

2002 - O assassinato do jornalista Sávio Brandão





É morte em Cuiabá, o jornalista e empresário, Domingos Sávio Brandão Lima Júnior, diretor do jornal "Folha do Estado". Foi às 15h15. Dois homens em uma moto se aproximaram do empresário, que estava acompanhado de um amigo em frente à obra da futura sede do jornal Folha do Estado, no Bairro Consil, em Cuiabá. Um deles, na garupa, sacou uma pistola e disparou os tiros à queima roupa.¹ Brandão foi morto com sete tiros de pistola 9 mm. O mandante, condenado pela justiça, foi o então chefe do jogo do bicho em Cuiabá, João Arcanjo Ribeiro

Nos meses que antecederam sua morte, o jornal publicou reportagens sobre o crime organizado e, numa delas, o "comendador"Arcanjo, foi chamado de "Al Capone de Mato Grosso". Brandão foi morto com sete tiros de pistola 9 mm. 

Segundo a polícia, o motivo do assassinato foram as reportagens, onde Arcanjo é acusado de lavar dinheiro (pelo menos US$ 69,8 milhões), de ser o mandante de outros dois assassinatos, de comandar o crime organizado e de sonegar R$ 842 milhões da Receita Federal.²

Segundo o delegado Luciano Inácio da Silva, o assassinato de Brandão foi encomendado por "no mínimo" R$ 38 mil.

O cabo da PM Hércules de Araújo Agostinho, 34, acertou, segundo testes de balística, os tiros no empresário. Ele é acusado de outros cinco assassinatos (dois teriam sido encomendados também por Arcanjo). Preso um dia após a morte de Sávio Brandão, fugiu do presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá, no dia 1º de maio passado. Superou cinco portões sem ser incomodado por carcereiros.

Em seu relatório, o delegado afirma que o assassinato de Sávio Brandão envolve, além de Agostinho e Arcanjo, mais três pessoas:

1) o ex-cabo da PM Célio Alves Barbosa, 38, também acusado de ser pistoleiro de Arcanjo, que, segundo o delegado, vigiou os passos de Sávio Brandão para dar informações a Agostinho. 

2) o vigia Fernando Barbosa Belo, que, segundo a polícia, pilotou a moto da qual Agostinho fez disparos.

3) o "cobrador de dívidas" João Leite, que, segundo a polícia, contratou Agostinho a pedido de Arcanjo para matar Sávio Brandão. Leite tinha comprovante de que pagou R$ 38 mil a Barbosa pela morte de Brandão.

Além dos telefonemas para a VIP Factoring, que pertence a Arcanjo, Leite também ia à empresa frequentemente, afirmou o delegado Silva. A polícia também se baseia em depoimento do presidiário Paulo César Mota. Então vizinho das celas de Agostinho e Barbosa, ele diz ter ouvido os dois comentarem que o "comendador" mandou matar Brandão.²

Arcanjo foi condenado, esteve preso por durante 15 anos. Em fevereiro de 2018 conseguiu a progressão da pena do regime fechado para o semiaberto.

FONTE: ¹Sandra Carvalho, Circuito Mato Grosso, Cuiabá, 1°-9-2017, ²Hudson Correa, Folha de S.Pulo (online), 1°.09.2003.

FOTO: Circuito Mato Grosso.



30 de setembro

2021 - Morre o deputado Ary Rigo


                                                                                                                   MIDIAMAX



Aos 74 anos, morre em Campo Grande, o deputado Ary Rigo, vítima de traumatismo craneano, provocado por um acidente doméstico. Gaúcho de Passo Fundo, formado em Agronomia no Rio de Janeiro, mudou-se para o Estado no início da década de 70. Dirigente de cooperativa agrícola em Maracaju, ingressou na política em 1978, quando elegeu-se, pela Arena, deputado estadual constituinte, cargo que exerceu por mais quatro mandatos. De 1991 a 1994 foi vice-governador do Estado na chapa do governador Pedro Pedrossian.

Em 1994 chegou a ser candidato ao Senado, tendo sido derrotado por Lúdio Coelho e Ramez Tebet. Em 2010, como primeiro secretário da Assembleia Legislativa, foi envolvido em um escândalo de corrupção e perdeu a reeleição para deputado estadual.

Rigo deixou a esposa e dois filhos.

Com informações do Campo Grande News.


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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

9 de maio

9 de maio


1748 - Criada a capitania de Mato Grosso


Ato de D. João V de Portugal criou a Capitania de Mato Grosso e Cuiabá, estipulando as respectivas jurisdições:

Os confins do governo de Mato Grosso e Cuiabá hão de ser para a parte de São Paulo, pelo dito rio Grande (Paraná) e pelo que respeita a sua confrontação com os governos de Goiás e Maranhão, vista a pouca distância que ainda há daqueles sertões, tenho determinado se ordene a cada um dos novos governadores e também ao do Maranhão, informem por onde poderá determinar-se mais cômoda e naturalmente a divisão.

No mesmo alvará foi criada a Capitania de Goiás.


O primeiro governador da nova unidade foi Rolim de Moura, Conde de Azambuja e a primeira capital, Vila Bela da Santíssima Trindade, às margens do rio Guaporé. 

FONTE: Pedro Valle, A Divisão de Mato Grosso, Royal Court, Brasilia, 1996, página 13.






9 de maio

1837 - Rusga: morto o ex-governador Poupino Caldas

Alvejado pelas costas, morreu em Cuiabá João Poupino Caldas, que governava Mato Grosso, em 1934, por ocasião da Rusga.

Fundador da Sociedade dos Zelosos da Independência., entidade que congregava os nativistas, responsável pela matança de portugueses em Cuiabá, na tenebrosa noite da explosão da Rusga, em 30 de maio de 1834, é morto numa emboscada, supostamente por vingança. 

Prestigiado por seu sucessor no governo, Antonio Pedro de Alencastro, por delatar os cabecilhas da noite sangrenta, Poupino viu-lhe a sorte virar no governo de Pimenta Bueno, que assumiu na sucessão de Alencastro. 

Imediatamente após sua posse, Pimenta Bueno convoca Poupino ao palácio e num diálogo curto e grosso, traça-lhe o destino:

" - V. S. me conhece?

- Conheço - respondeu o caudilho.

- Está resolvido a obedecer à primeira autoridade da província ou a rebelar-se?

- Cumprirei todas as ordens da legalidade.

- Pois então, dou-lhe só 24 horas para sair desta cidade e retirar-se para Goiás e daí ao Rio de Janeiro. É questão de ordem pública.

- Obedecerei já e já, asseverou o outro e retirou-se a desempenhar a palavra dada".

Para Rubens de Mendonça, "a Sociedade dos Zelosos da Independência não consentiu que Poupino se retirasse. Ela já o havia condenado à morte e o certo é que no dia 9 de maio de 1837, ao anoitecer, terça-feira, último dia das esmolas do Espírito Santo, sob o espocar dos foguetes e repiques de sinos, ao recolher-se a esmola, quando ele regressava à sua residência, foi alvejado pelas costas por certeira bala de prata que o penetrou já agonizante na calçada da travessa da Câmara, hoje travessa João Dias, sem que até hoje se soubesse que foi o criminoso".

FONTE: Rubens de Mendonça, Histórias das revoluções em Mato Grosso, edição do autor, Ciabá, 1970, página 50.


9 de maio


1867 - Retirada da Laguna: cavalaria paraguaia fustiga força brasileira


Eneias Galvão, comandante do 17 Voluntários da Pátria


O comandante do Batalhão 17 de Voluntários da Pátria, tenente-coronel Eneias Galvão, na linha de frente das forças brasileiras na fronteira, dá parte dos combates no segundo dia da retirada da Laguna:

...fazendo eu a vanguarda das forças, corre-me o dever de comunicar à V.Ex. que, às seis horas da manhã, ocupando o meu lugar, mandei avançar a linha de atiradores composta de setenta praças, quatro oficiais, três inferiores e dois cornetas, sendo trinta do Batalhão vinte de infantaria que foram postas à minha disposição, e bem assim, um oficial do mesmo batalhão, um inferior e um corneta e as restantes pertencentes a este batalhão, cuja linha, encontrando outra a fazer fogo, matando logo os nossos atiradores três paraguaios, que ficaram em direção do caminho por onde fomos passando, continuando a nossa marcha, tiroteando sempre, não só com a Infantaria inimiga, como com cavaleiros que se apresentaram, para cujo fim mandei reforçá-la, e retirando-se os atiradores inimigos ao atravessar-mos o córrego, que dista ouco menos de meia légua deste forte, deu-me V. Ex. ordem para que os atiradores, reforçados pelos índios e mais duas companhias do batalhão 20, acelerando a marcha, fossem se aproximando do Forte, e assim prosseguirmos a nossa marcha até este acampamento. - O tiroteio do inimigo, que durou talvez mais de hora, foi renhido, como V. Ex. mesmo em pessoa observou; a linha inimiga muito sofreu, como sou informado, ficando muitos paraguaios mortos, levando eles os feridos e os mortos que podiam, a cavalo.- O pequeno número de mortos que temos tido nestas forças, creio que é devido ao pouco alcance das armas inimigas, e fico pasmo de ter a Cavalaria só, carregado por uma vez ao nosso pequeno corpo de caçadores a cavalo e este mesmo disseminado no serviço de atiradores.



FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14ª edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 166.






9 de maio
 


1909 - Deixa Porto Esperança o primeiro trem do Pantanal

Sai de Porto Esperança, então ponto terminal da Estrada de Ferro Noroeste a primeira locomotiva a serviço da ferrovia. A alvissareira notícia é dada pelo Correio do Estado (de Corumbá) em sua primeira edição:



FONTE: Correio do Estado (Corumbá) 12 de maio de 1909.


9 de maio

1925 - Coronel Gomes morto em Nioaque

9 de maio

1940 - Assassinado em Campo Grande ex-prefeito de Aquidauana 




É assassinado em Campo Grande o médico e dentista, Oscar Alves de Souza, juiz de paz da cidade e ex-prefeito de Aquidauana. Entrevistado pelo Jornal do Comércio, Nero Moura, principal testemunha da ocorrência, prestou as seguintes informações:

Após ter jantado com o Dr. Oscar Alves de Souza, na casa de residência deste, saí em companhia dele afim de irmos ambos, a pé, em demanda da casa de residência de nosso amigo comum sr. Messias de Carvalho Araújo, para o cumprimentarmos pelo seu aniversário que transcorria naquele dia.

Conversando com o meu inditoso companheiro, seguíamos os dois pela rua João Pessoa (atual 14 de Julho), descuidadamente, quando ao defrontarmos o prédio de sobrado do sr. Alfredo Silva, sito nesta mesma rua João Pessoa, n° 1180, estando eu pelo lado de dentro do passeio, portanto do lado direito do dr. Oscar Alves de Souza, ouvimos alguém bem de perto, quase junto de nossas costas, pronunciar em tom interrogativo estas palavras: "DR. OSCAR"? e em ato contínuo a essas palavras, antes mesmo que meu companheiro se tivesse virado de todo para quem assim o chamava, ouvimos dois disparos de arma de fogo, que pela rapidez com que foram disparados, deram-me a primeira impressão de serem de arma automática.

Compreendendo a agressão covarde e traiçoeira de que fora vítima meu amigo atraquei-me simultânea e instantaneamente em luta corporal com o agressor, afim de o subjugar.

Mas, embora já estando eu atracado com o assassino, este conseguiu ainda disparar duas vezes a arma que empunhava.

Após o quarto e último tiro disparado, consegui subjugar o assassino, derrubando-o ao solo, e no momento em que já havia dominado por completo o covarde agressor de meu companheiro ia arrancar da mão dele arma assassina, foi esta arrebatada por uma homem que se aproximara e que se disse pertencer à polícia secreta de S. Paulo, o qual prendeu o assassino auxiliado por autoridades policias desta cidade que correram ao ruido dos tiros.

O criminoso, que "confessou motivos de natureza íntima" para cometer o homicídio foi João de Souza Rangel, sargento reformado do Exército e ex farmacêutico em Vista Alegre e que segundo o jornal "já vinha há dias premeditando o crime, tendo sido visto anteontem passando longo tempo nas imediações da casa de residência do dr. Oscar Alves de Souza". 

Natural de Minas Gerais, o dr. Oscar Alves de Souza estava em nosso Estado há mais de 20 anos, logo depois de se diplomar como cirurgião-dentista pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Sua passagem por Mato Grosso é resumida pelo jornal de Campo Grande:

Foi morar em Aquidauana, onde abriu seu consultório dentário, conquistando em pouco tempo, graças à sua proficiência como dentista e ao seu feitio franco e cavalheiresco, não só uma vasta clientela mas também uma grande e prestigiosa atuação social.

Casando-se naquela cidade com uma das distintas filhas do saudoso chefe político cel. Augusto Mascarenhas, ingressou também o dr. Oscar de Souza, pouco depois, nas lides da política, tendo ocupado naquela cidade, sempre com grande brilho, os cargos de vereador municipal e de prefeito, em que deixou traços anapagáveis da sua progressista operosidade.

Desgostos na política local fizeram o dr. Oscar de Souza transferir sua residência para Campo Grande, onde, demonstrando seu amor ao estudo, concluiu no ginásio municipal seus preparatórios para o curso médico, iniciando a seguir os seus estudos de medicina, tendo recebido o grau de doutor em Medicina já há alguns anos pela faculdade do Rio de Janeiro.

Exerceu aqui durante alguns anos o cargo de Delegado de Higiene, e, ultimamente, sem deixar o exercício da profissão, vinha-se dedicando com ardor ao desenvolvimento de sua bela fazenda. Era atualmente juiz de paz de Campo Grande.   

FONTE: Jornal do Comércio (Campo Grande), 10 de maio e 14 de maio de 1940.                                        

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...