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sábado, 5 de fevereiro de 2011

22 de março

22 de março

1767 - Criado o forte do Iguatemi






Carta-Régia da Coroa portuguesa aprova a criação da Povoação e Praça de Armas Nossa Senhora dos Prazeres e São Francisco de Paula do Iguatemi, em território do Sul de Mato Grosso, cuja construção seria iniciada quase dois anos depois pelo capitão João Dias de Barros.

"E assim, dos dez anos que durou o apavorante presídio de Nossa Senhora dos Prazeres - resume o historiador - pesadelo de nobres e plebeus, espectro estarrecedor de poderosos e humildes, - tais tradições ficaram, que o nome tão eufônico do caudal que lhe deu o nome vulgar, se transformou no símbolo evocador de calamidades sem conta."

A desalentadora conclusão é do pesquisador Affonso de Taunay:

Não há no passado paulista nome que recorde mais sinistras lembranças quanto esse do rio matogrossense, afluente do Paraná, em cujas margens se ergueu a colônia militar setecentista a que, como por ironia, atribuiu a preferência piedosa do capitão-general,seu fundador, a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres.

E realmente na história dolorosa dos estabelecimentos congêneres, aqui e ali semeados na solidão de nossas fronteiras, como atalaias e cobertura do território brasileiro,quer hajam sido em Mato Grosso ou na Amazônia, apenas talvez possa o horrível Forte do Príncipe da Beira tão lôbregos anais apresentar, tanta dor e tanto sacrifício; tanto dispêndio de energia inútil e tão torvas reminiscências consiga evocar, quanto ao presídio paulista, posto avançado nas lindes castelhanas do Paraguay. Túmulo de milhares de brasileiros, violentamente arrancados aos seus lares pelo despotismo colonial, e encaminhados como para matadouro certo,foi o Iguatemi a causa do terror dos humildes e dos desvalidos da capitania de S.Paulo,durante lustros a fio, a causa do despovoamento intenso do território paulista, a que arrebatou milhares de almas pelo êxodo e o refúgios dos sertões brutos. E ao mesmo tempo, quanto motivo de sofrimento para os militares e funcionários encarregados de sua localização, da sua guarda e manutenção,desde os primeiros dias até os últimos! Que soma de privações desencadeada sobre todos estes homens agrilhoados pela cadeia do real serviço e a instigação do infinito respeito às vontades régias.

O forte foi abandonado em 27 de outubro de 1777, depois de confronto dos paulistas com tropas espanholas do Paraguai.
 

FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, São Paulo, 1989, página, 76; Affonso de Taunay, Na era das bandeiras, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página, 164.




22 de março

1920 - Enchente no pantanal interrompe tráfego ferroviário

Telegrama do diretor da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, engenheiro Arlindo Luz, ao ministro da Viação, dá conta da aflitiva situação do transporte entre Porto Esperança e Miranda, em virtude da cheia desse ano ano no Pantanal e seu impacto no transporte de passageiros e de mercadorias:

"Enchentes pantanais em Mato Grosso continuam a impedir a regularidade do tráfego entre Miranda e Porto Esperança. Desde os últimos dias de dezembro temos tido sempre alguns trechos da linha debaixo d'água. Nessas condições o trabalho se vem fazendo com as locomotivas pequenas e sem horário prévio. Nos últimos dias as águas do pantanal estão subindo muito, determinando interrupção do tráfego desde ontem. O tráfego para Corumbá, até que baixem as águas, será feito pelo rio Miranda. Moradores antigos, conhecedores do regime do rio Paraguai, preveem para este ano grande e prolongada enchente. Todos esses fatos reforçam minha opinião sobre a necessidade de grande levantamento das linhas no pantanal, dando caráter definitivo à estrada. Essas obras fazem parte do programa de grandes melhoramentos na Noroeste, já já iniciados no corrente ano por ordem de v. exa".

FONTE: Correio Paulistano, 23 de março de 1920.

22 de março

1956 - Morre em São Paulo, dom Aquino Correa

Dom Aquino presidente do Estado visita Campo Grande

Nascido em Cuiabá a 2 de abril de 1885, dom Aquino é uma das figuras de maior destaque na história de Mato Grosso. Doutor em Filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma, dirigiu o Liceu Salesiano em Cuiabá, é eleito em abril de 1914 pelo papa Pio X bispo titular de Prusiade e bispo auxiliar de d. Carlos Luiz D'Amour, arcebispo de Cuiabá, sendo então o bispo mais novo do mundo.
A 1º de novembro é eleito presidente do Estado de Mato Grosso, como candidato da conciliação, depois da renúncia de Caetano de Albuquerque e de um pequeno período de intervenção federal. Em agosto de 1921 é promovido a arcebispo metropolitano. Poeta consagrado e orador de escol, Dom Aquino foi até hoje o único mato-grossense a ocupar uma vaga na Academia Brasileira de Letras, para a qual fora eleito a 9 de dezembro de 1926. Ao lado de Rondon, dom Aquino Correa é o vulto da história de Mato Grosso que recebeu maiores homenagens no Estado antes da divisão, dando nome a ruas e escolas em quase todas as cidades. Em Campo Grande nomina uma de suas principais vias públicas.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 144
FOTO: Lélia Rita E. de Figueiredo Ribeiro, Campo Grande O homem e a terra, edição da autora, sd, Campo Grande, página 296



22 de março



2011 - Morre Lúdio Coelho, prefeito de Campo Grande e Senador





Morre em Campo Grande o ex-prefeito Lúdio Martins Coelho. Filho de Laucídio Coelho e Lúcia Martins Coelho, Lúdio nasceu em Rio Brilhante em 22 de setembro de 1922. Agropecuarista e homem de negócio, foi dirigente do Banco Financial de Mato Grosso, até sua incorporação ao antigo Bamerindus.

Sua estreia na política deu-se em 1965, como candidato da UDN ao governo de Mato Grosso. Perdeu para Pedro Pedrossian, do PSD. Em 1983, já no PMDB é nomeado prefeito de Campo Grande pelo governador eleito Wilson Barbosa Martins. Em 1986 tenta o governo de Mato Grosso do Sul, pelo PTB, e é derrotado por Marcelo Miranda (PMDB).

Em 1988 volta à prefeitura de Campo Grande, vencendo sua primeira eleição direta e em 1994, elege-se senador da República, mandato em que encerra sua carreira política. 

Na prefeitura de Campo Grande organizou as finanças do município e implantou a secretaria de assuntos fundiários, promovendo uma reforma urbana com a criação dos comodatos e dos loteamentos sociais. Atuou com destaque no setor de transportes coletivos com a implantação dos terminais e do sistema integrado de ônibus urbanos.

No Senado, defendeu a Lei de Responsabilidade Fiscal, acreditando no conceito aplicado em sua gestão em Campo Grande, segundo o qual "uma boa administração consiste em não gastar mais do que arrecada".

Veja o velório e sepultamento de Lúdio Coelho em reportagem da TV Record MS.


 

FONTE: Senado da República 
FOTO: Impactoms

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

13 de março

13 de março

1827 - Iniciada exploração do rio Sucuriu 



Sucuriu: impróprio para navegação
De acordo com relatório ao presidente da província, José Saturnino da Costa Pereira, o tenente Manoel Dias de Castro iniciou a exploração do rio Sucuriu, afluente do Paraná, na expectativa de se estabelecer uma ligação mais rápida com São Paulo, alternativa às vias existentes. "A ideia de navegação pelo Sucuriu e Piquiri para substituir a que se praticava pelo rio Pardo - segundo Estevão de Mendonça - vinha sendo afagada desde o governo do general João Carlos Augusto D'Oeynhausen de Gravenberg, na suposição de que os dois cursos eram separados apenas por um varadouro de pouca extensão. Em 1830, porém, segundo o barão de Melgaço, aquela ideia se desfez pela certeza de que a distância entre o Piquiri e Sucuriu era mais de quarenta léguas". 



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses (2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 129.


13 de março

1865 - Taunay convocado para a guerra do Paraguai

Por ato do Ministério dos Negócios da Guerra, é "mandado apresentar-se ao Exmo. Sr. presidente e comandante das armas, o 2° tenente de artilharia, Alfredo d'Egrangnolle de Taunay, a fim de servir na comissão de engenheiros que tem de ir à referida província". 17 dias depois, em 1° de abril, no mesmo navio do coronel Manuel Pedro Drago, nomeado presidente da Província e comandante das armas em Mato Grosso, Taunay deixa o Rio de Janeiro para a mais célebre aventura de sua vida.

FONTE: Diário Mercantil (RJ), 31 de março de 1865.


13 de março

1870 - Anunciado o final da guerra do Paraguai



Corumbá: final da guerra do Paraguai, explosão de desenvolvimento




Pelo vapor Onix chega a Corumbá notícia da morte de Lopes, e o consequente final da guerra do Paraguai, ocorridos a 1º de março. No mesmo dia ao governo da Província, em Cuiabá, era oficiada a seguinte comunicação:

Quartel do Comando do Distrito Militar do Baixo Paraguai, 13 de março de 1870. Ilom° e Exm° Sr. - Tenho a honra e grande satisfação em participar a V. Exa. que hoje deu fundo neste porto o vapor mercante Onix, trazendo a notícia da morte do tirano Lopez e da conclusão da guerra.


Como verdadeiro brasileiro, me cumpre congratular com V.Exa. por tão feliz notícia. Deus guarde V.Exa. Ilmº e Exmo. Sr. Comendador Luis da Silva Prado, Digníssimo Vice-Presidente da Província Antonio José da Costa, Tenente-Coronel de Comissão e Comandante.


O comunicado ao governo em Cuiabá foi subscrito pelo coronel Hermes Ernesto da Fonseca, comandante das Forças em Operações e da Fronteira do Baixo-Paraguai em Corumbá.

A notícia chegaria à capital dez dias depois, a 23 de março de 1870.



FONTE: Lécio Gomes de Souza, História de Corumbá, edição do autor, sd., página 65


13 de março

2013 - Morre o padre Ernesto Sassida, criador da cidade Dom Bosco de Corumbá

Aos 93 anos, morre o padre Ernesto Sassida, fundador da Cidade Dom Bosco, em Corumbá. Natural da Itália, ainda jovem, chegou a Cuiabá, para completar seus estudos. Em 1940, mudou-se para Corumbá, como professor do Colégio Santa Teresa.

"Nesse período - constata Valmir Batista Corrêa - extrapolando os muros da escola, interagiu, através através da organização de atividades esportivas e festas religiosas, com a população pobre da periferia da cidade, marcadamente na região fronteiriça com a Bolívia. Mais tarde, em 1950, instalou-se de forma definitiva em Corumbá, como sacerdote e professor, fundando a União dos Ex-Alunos Salesianos de Dom Bosco. A partir de então, participou de várias atividades de organização comunitária, como escolas, organizações solidárias de jovens carentes, entidades femininas, centro esportivo, entre outros".

Seu grande legado foi, entretanto, a Cidade Dom Bosco, cujo início deu-se, ainda segundo Valmir Batista Corrêa, no início da década de 50, do século passado:

...o padre Sassida fez um amplo levantamento da população e de suas miseráveis moradias na região da Cidade Jardim (onde hoje se localiza o Bairro Dom Bosco), contatando a necessidade de uma escola com funções educacional e assistencial. Em abril de 1961 implantou a escola num barracão cedido por uma moradora, constituindo-se na gênese da Cidade Dom Bosco que, sete anos depois, se transformou em ginásio estadual. Por essa época, carentes de recursos para atender a dimensão educacional e social do seu empreendimento, Sassida empreendeu um arrojado projeto no exterior chamado "Adoção à Distância". Significava convencer pessoas no exterior para "adotar" um estudante carente com uma bolsa que suprisse sua sustentação ma escola, incluindo roupas e alimentos. Hoje a Cidade Dom Bosco está consolidada, com inúmeras atividades sociais, como um dos patrimônios mais significativos de Corumbá.


FONTE: CORRÊA, Valmir Batista, (artigo) Cidade das Crianças de Corumbá, Correio do Estado (Campo Grande), 11/12 de dezembro de 2021.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

17 de dezembro

17 de dezembro

1865 – Forças brasileiras acampam em Coxim



As tropas brasileiras que combaterão os paraguaios na fronteira, após vários meses no trajeto entre São Paulo e Mato Grosso, acampam “no lugar denominado Beliago, ou mais vulgarmente Coxim, incorporando-se a elas o contingente de tropas da província de Goiás, o qual aí se achava desde o dia 7 de setembro daquele ano e era composto de um esquadrão de cavalaria e de um batalhão de linha n. 20, completado com duas companhias de praças voluntárias.”

O tenente Taunay, da comissão de engenharia da força, descreve o novo acampamento da expedição brasileira:

“O local, indicado por vários entendidos como o mais próprio para cobrir a capital da província de Mato Grosso e ao mesmo tempo defender as estradas que dessem pronta comunicação com as outras províncias limítrofes, assenta, como dissemos, na confluência dos dois rios Taquari e Coxim, os quais unem as suas águas depois de curso bastante longo, vindo o primeiro da direção média E. e o outro de S.E., e formando no ponto de reunião uma corredeira importante, a última que encontravam os navegantes desses caudais, ao demandarem o rio Paraguai e a cidade de Cuiabá. Este local devia para o futuro tomar certo incremento e já se ia constituindo em núcleo de população, quando os paraguaios prolongaram até aí a sua devastadora incursão. Era ponto de muitos gêneros de Goiás, tendo sido, desde o século passado, necessidade de se formar aí um estabelecimento, quando em uso a navegação interna pelos rios Paraná e Pardo de um lado, e Camapuã e Coxim do outro, para lá do varadouro que levava do vale do Paraná ao do Paraguai. Até a barra dos dois rios, chegam canoas grandes com extrema facilidade, sendo possível a vinda de vapores a 2 ½ léguas abaixo dela, como já se deu.


Existia em 1862 o projeto de criação de uma colônia militar à margem direita do Taquari e o presidente de então, o sr. Herculano Ferreira Pena, tornou salientes em seu relatório à assembléia provincial as vantagens que para o profuso abastecimento dos pontos situados à margem do grande Paraguai, e mesmo para o da capital se originariam com a formação de um centro povoado que, atraindo a exportação ao Coxim, a estendesse com pouco custo até Corumbá, Dourados, etc. Tendo havido o projeto de se construir uma obra de fortificação passageira para a guarnição que aí ficou com quatro bocas de fogo, por ocasião da descida das forças para Miranda, não achou o engenheiro, 1º tenente Joaquim José Pinto Chichorro da Gama, em todos os terrenos próximos, um local conveniente para esse fim. A planta, porém, e o traçado foram entregues ao coronel comandante das forças.


Debaixo do ponto de vista militar, como já mostramos, não preenche a posição nenhuma das condições precisas. Considerado, porém, pelo lado pitoresco e comercial, o Coxim, cercado de outeiros baixos, banhado por um belo rio, navegável e de águas claras, rodeado de frondente vegetação, em situação favorável à saúde, como demonstrou exuberantemente a estatística do hospital ambulante da força é localidade aprazível e uma das mais apropriadas para um centro de população.


O Taquari, depois de receber o contingente do Coxim rola uma massa considerável de água, apresentando, entre margens altas e abruptas, a largura média de 176 metros. Pelo lado esquerdo segue-o uma fita larga de bonita mataria e, dali a 40 léguas, sempre com um curso regular e livre de obstáculos, vai atirar-se no rio Paraguai, abaixo de Corumbá, que fica à margem direita daquele caudal.


Os recursos de que dispunha o lugar eram diminutíssimos: apenas duas fazendas se achavam numa periferia de 12 léguas, ambas de minguados produtos; tendo sindo, além disso, uma delas, a de Luiz Teodoro, devastada pelos inimigos, os quais, na invasão de abril daquele ano, além de queimarem os mantimentos que não podiam levar, estragaram também todas as plantações            ainda novas. Pouco ou nenhum gado existia em seus arredores e as más pastarias favorecem o desenvolvimento da peste de cadeiras, tão fatal aos animais muares e cavalares em todo o sul de Mato Grosso. 


Uma alteração profunda no sistema atual de viver não há contudo sofrer demora: a passagem para a vida agrícola. A moléstia que grassa entre os cavalos produzirá esta modificação. Não há cavalo que resista àquela peste, depois de poucos anos de trabalho, de modo que, em certas épocas, qualquer animal atinge preços despropositados. Em alguns anos a dificuldade em obter cavalhada tem impossibilitado o costêo, sem o qual o gado se torna arisco e bravio, como o que avistamos na base da serra de Maracaju. (...)


Nessas condições e já começando a sentir a penúria da falta de víveres, como acima deixamos expendido, acampou a força esperando ordem para posteriores marchas. O tempo das águas começando em setembro, devia prolongar-se até maio, impedindo a passagem pelos terrenos inundados que separam o Coxim do rio Aquidauana, onde, de novo, aparecem as terras altas, e onde se acham os primeiros postos paraguaios.”
 


FONTE: Taunay, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd, página 58

IMAGEM: barracão da comissão de engenheiros no acampamento de Coxim. Desenho de Taunay.



17 de dezembro


1880 - Corumbá anuncia arrocho fiscal 

Em edital a Câmara Municipal de Corumbá comunica aos contribuintes de Corumbá e Ladário as normas fiscais que vão vigorar a partir de 1881. O aviso foi publicado no semanário O Iniciador de 23 de dezembro:






17 de dezembro

1913 – Expedição Roosevelt no rio Taquari

Paraguai rio acima com destino a Cuiabá, a comissão do ex-presidente americano, que tem como guia o sertanista Cândido Rondon, alcança a foz do Taquari:


“A 17 de dezembro o cel. Rondon e vários membros da comitiva saíram em uma pequena embarcação para a fazenda de um tal senhor Barros – Las Palmeiras – no rio Taquari. Nós continuamos a descer o Paraguai mais algumas milhas e em seguida subimos o Taquari. Foi uma bela viagem. O rio, que é raso (fomos obrigados a parar várias vezes), corre por uma vasta planície pantanosa, com raras elevações cobertas de árvores. Havia muitas aves aquáticas. Pululavam as anhingas. Mas a mais interessante e atraente de todas as aves era o imponente jaburu. Bandos e bandos dessa espécie de cegonha branqueavam os pântanos ou se enfileiravam nas margens do rio.

Não são aves espantadiças, apesar do grande porte; antes do vôo dão uma carreira de alguns metros e depois lançam-se no ar. Certa vez, à tarde, um casal de jaburus se pôs a voar em curvas, muito alto sobre nossas cabeças, subindo cada vez mais, até quase desaparecer nas alturas. Outra ocasião, já dia avançado, passou um bando pela embarcação, rebrilhando, à luz da tarde, o corpo branco com pontos pretos; junto com eles os colheireiros também voavam, como manchas rosadas entre os seus companheiros de neve. 


Enxames de jacarés apareciam a toda hora, e nós matamos inúmeros desses nocivos anfíbios. E eles – coisa singular – ficavam impassíveis à nossa aproximação e ao estampido dos tiros. Às vezes se punham eretos sobre as pernas como se fossem miniaturas de monstros pré-históricos. Um deles mostrou, pelo seu modo de agir, a insignificância das dores causadas pelo tiro sobre esses animais de nervos insensíveis e sangue frio. Estava estirado na praia quando foi atingido por uma bala calibre 22. Deslizou para a água, mas caiu justamente no meio de um cardume de piabas. Num momento pareceu haver esquecido tudo com exceção do seu voraz apetite, e começou a deglutir os peixes. Abocanhou peixe por peixe, levantando a cabeça acima da água cada vez que agarrava um; mas uma segunda bala pôs fim à cena. Alguns deles, quando são visados pela arma, mostram o mais extraordinário indiferentismo.”
 



FONTE:  Marco Rossi, Viajantes do Pantanal - séculos XVI a XX, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2002, página 82


17 de dezembro

2013 - Privatizada a BR-163 em Mato Grosso do Sul

Leilão da BR-163 em Mato Grosso do Sul (Foto: Editoria de Arte/G1)

 
A Companhia de Participações em Concessões (CPC, parte do Grupo CCR) arrematou nesta terça-feira (17) a concessão do trecho da BR-163 que corta  Mato Grosso do Sul, por um preço de pedágio 52,74% menor que o máximo fixado pelo governo.


A empresa ofereceu uma proposta de tarifa de R$ 0,04381 por quilômetro (ou R$ 4,381 para cada 100 quilômetros rodados). O valor representa um deságio (desconto) de 52,74% em relação ao teto de R$ 0,0927 fixado pelo edital – o maior teto entre os quatro leilões de rodovia federal já realizados este ano.
Seis grupos participaram da disputa, que é o penúltimo leilão de trecho rodoviário feito pelo governo em 2013.


O trecho da BR-163 que será transferido para a iniciativa privada tem 847,2 quilômetros. O segmento vai da divisa entre MT e MS, ao norte, até a divisa de MS e PR, ao sul. Ele passa por 20 municípios de Mato Grosso do Sul e, ao longo dele, serão instaladas nove praças de cobrança de pedágio.


A concessão será mantida por um prazo de 30 anos. Nesse período, o governo estima que a concessionária deverá arrecadar cerca de R$ 18,8 bilhões.
A BR-163 é uma das principais vias de escoamento da produção de grãos das regiões Centro-Oeste e Norte. O trecho da rodovia em Mato Grosso já havia sido leiloado e arrematado pelo grupo Odebrecht. A aposta é que a duplicação da estrada em toda a sua extensão aliviará o atual movimento de cargas que percorrem a rodovia e seguem em direção aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

Quarto leilão de rodovia do ano
O leilão da BR-163 faz parte do Programa de Investimento em Logística (PIL), lançado pelo governo em agosto do ano passado para concessão de nove lotes, em um total de 7,5 mil quilômetros de rodovias federais.

Investimentos
A previsão do governo é que sejam investidos cerca de R$ 5,69 bilhões no trecho da BR-163/MS ao longo do período de concessão.
A concessionária terá que duplicar praticamente todo o trecho concedido. Dos 847,2 quilômetros que serão administrados pela iniciativa privada, 806,3 quilômetros são de pistas simples, que deverão ser duplicadas em um prazo máximo de cinco anos.
Pela regra do leilão, a cobrança de pedágio em toda a extensão da rodovia só pode começar depois de concluídos 10% das obras de duplicação (80,6 quilômetros).
Além disso, a concessionária também será obrigada a fazer uma série de obras de melhorias no trecho, o que inclui a construção de 35,3 quilômetros de vias marginais, três acessos e pelo 16 passarelas. A empresa vencedora terá, ainda, que investir na implantação de um sistema de controle de tráfego (com monitoramento da pista, painéis de mensagens, câmeras de vigilância e controle de velocidade, entre outros), e um sistema de atendimento aos motoristas, com atendimento médico, socorro mecânico e instalação de pontos de apoio e parada.


A vencedora
A Companhia de Participações em Concessões (CPC) é controlada pelo Grupo CCR, uma empresa de concessão de infraestrutura que atua nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana e serviços, e afirma ter valor de mercado de R$ 32,2 bilhões.


O grupo tem a concessão de 2.437 quilômetros de rodovias em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná. Também detém participação na operadora dos meios eletrônicos de pagamento Sem Parar e Via Fácil.


O CCR já participou de outras disputas por diferentes tipos de concessões. Tem participação na ViaQuatro, que opera a Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo, e na Controlar, que faz a inspeção veicular na capital paulista.


Em outubro, o grupo venceu uma licitação do governo da Bahia para construção e exploração comercial do Metrô de Salvador. O contrato assinado entre o governo e a companhia tem duração de 30 anos.

Propostas apresentadas no leilão
O número de concorrentes no leilão da BR-163/MS, realizado nesta terça-feira, na BM&FBovespa, em São Paulo, foi maior que o do último leilão – de trechos das BRs-060/153/262 –, quando cinco grupos e empresas participaram com propostas. Nos dois primeiros leilões, entregaram ofertas oito e sete grupos, respectivamente.


Confira os seis grupos que entregaram propostas para a BR-163/MS:
– Companhia de Participações em Concessões (CPC/CCR) – proposta de R$ 0,04381 por km (52,74% de deságio)


– Consórcio Queiroz Galvão Infraestrutura – proposta de R$ 0,05459 por km (41,11% de deságio)


– Consórcio Rota do Futuro (formado por Ecorodovias Infraestrutura e Logística S/A; Coimex Empreendimentos e Participações Ltda; Rio Novo Locações Ltda; Tervap Pitanga Mineração e Pavimentação; Contek Engenharia S/A; A. Madeira Indústria e Comércio Ltda; Urbesa Administração e Participações Ltda.) – proposta de R$ 0,05175 por km (44,17% de deságio)


– Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A. (Invepar) – proposta de R$ 0,06396 por km (31% de deságio)


– Odebrecht Transport S.A. – proposta de R$ 0,08482 por km (8,5% de deságio)


– Triunfo Participações e Investimentos S.A. – proposta de R$ 0,08992 por km (2,99% de deságio)



FONTE
: G1, 17 de dezembro de 2013

domingo, 1 de janeiro de 2017

3 de janeiro

3 de janeiro

1865 – Tropas paraguaias ocupam Corumbá
                                 Francisco Solano Lopes, ditador paraguaio



Após a tomada do forte de Coimbra no dia 28 de dezembro, as forças paraguaias, sem resistência, entram triunfalmente em Corumbá. O episódio é acompanhado pelo historiador Other de Mendonça:

A coluna paraguaia ao mando do Coronel Vicente Barrios, cunhado do marechal Solano Lopez, a 3 de janeiro de 1865, efetua desembarque e ocupação de Corumbá, abandonada desde o dia anterior.

Do navio-chefe, fundeado junto à Mesa de Rendas, o comandante da expedição assistiu ao desfilar das tropas, divididas em duas seções, sobressaindo o fardamento novo, de um vermelho vivo, dos batalhões sexto e sétimo, este ocupando a vanguarda. Parte da expedição já havia ocupado a povoação do Ladário.

Pelas ladeiras que punham em comunicação o porto com a parte alta da vila, a força invasora serpeava em marcha acelerada, armas em prontidão, penetrando desembaraçadamente nas poucas ruas então existentes na localidade.

De quando em quando ponteando aqui e ali, raros moradores apareciam, confiantes nas suas imunidades de estrangeiros e abrigados sob as bandeiras das respectivas nacionalidades; os naturais que não puderam fugir por água internaram-se, desamparados, pelos matos vizinhos, sem guia e sem recursos".¹

Sobre o episódio, Barrios encaminha ao ministro da guerra de seu país a seguinte parte:

"Viva a Republica do Paraguay.- Sr. ministro.-
Tenho a honra de participar a V. Ex. que se acham em
nosso poder Albuquerque e Corumbá.

O pavilhão nacional tremula nesta ultima desde 3 do corrente, dia da minha chegada.

A população brasileira e guarnição destes pontos tinham-se retirado antes da nossa chegada por notícias transmitidas oportunamente pelo barão de Villa Maria, segundo declarações tomadas.  Estamos pois de posse destes pontos sem queimar um só cartucho, tendo sido a fuga do inimigo tão precipitada que deixou, como em Coimbra, toda a artilharia, armamento geral, munições e apetrechos de guerra. 

A canhoneira Anhambahy foi perseguida e tomada por abordagem no dia 6 do corrente no rio S. Lourenço pelos vapores desta divisão.

O quartel de Dourados se encontrou também abandonado.

Os vapores Ipora e Apa que fizeram o reconhecimento do Rio de S. Lourenço aprezaram o já citado vapor Anhambahy, cuja tripulação pereceu em parte, escapando-se alguns, e prisioneiros outros, comportando-se bizarramente o 1º tenente de marinha, cidadão André Herreros, a quem havia confiado esta missão e
comandava o Ipora, que deu abordagem.

Os vapores Taquari e Marquez de Olinda estão no quartel dos Dourados, onde também o inimigo abandonou um grande parque.

O povoado de Corumbá caiu em nosso poder com a maior parte de suas casas saqueadas pelos poucos habitantes que se encontraram, porém desde a chegada das nossas tropas pôs-se termo a tal desordem. 

Informado que muitas famílias fugindo deste povoado se acham metidas pelas matas, dispus que dous vapores e força de terra as recolham e devolvam ás suas casas, e neste momento me avisam que chega o Paraguai com muitas famílias, e quando as tiver desembarcado voltará ao mesmo objecto.

Enquanto dou a V. Ex. uma parte detalhada, aproveito
o regresso do 2º tenente Godoy no vapor inglês Ranger, chegado ontem, para dar a V. Ex. esta primeira noticia.

Deus guarde a V. Ex. por muitos anos. Acampamento em

Corumbá, 10 de Janeiro de 1865.- Vicente
Barrios.

A S. Ex. o Sr. ministro da guerra e marinha.

Viva a Republica do Paraguay.²

Ainda sobre a ocupação do Corumbá, o coronel Vicente Barrios inclui detalhes neste amplo relatório aos seus superiores sobre os primeiros dias da invasão ao território brasileiro: 

As 5 e 1/2 da tarde do dia seguinte, depois de haver conferido o mando do ponto ao subtenente  Feliz Vera e de haver ordenado o embarque,  pus-me em marcha sobre Corumbá, não sem antes haver-me assegurado de que Albuquerque possuía recursos suficientes em gado e estabelecimentos agrícolas para a manutenção da guarnição, julguei prudente continuar por água com as forças de meu  comando, porque, embora haja um caminho terrestre, não possuía a mobilidade suficiente para esta operação de dispunha de uma pessoa de bastante confiança para servir de guia.

Pelos informe obtidos sabia por outra parte,que, há pouco menos de 2 léguas, poderia dispor de um sdesembarcadouro.

Na tarde do dia seguinte 3 do corrente, cheguei  ao lugar citado e ordenei  que a tropa do desembarque saltasse à terra, operação que se deu com brevidade. Pelo silêncio observado nas choças situadas na imediação se via o abandono do local e na noite foram feitas explorações que na manhã do dia seguinte levaram o capitão Fleitas com as 4 companhias de infantaria encarregadas por este serviço, adquirindo a notícia de que as autoridades civis e militares do lugar haviam fugido com sua guarnição e moradores para Cuiabá.

Ao mesmo tempo se observou uma bandeira branca em direção à povoação  e o Rio Apa foi despachado para saber o que importava aquele sinal no rio e encontrando pelo caminho uma canoa se apresentaram os negociantes estrangeiros D. Nicolas Canaria Manuel Cavassa e Juan Viacaba que vinham pedir auxílio e proteção a esta divisão contra os saqueadores de casas, que vinham destroçando a cidade abandonada e sendo trazidos à minha presença deram informes circunstanciados sobre o acontecido em Corumbá.

Tão pronto como recebi esta notícia mandei a competente ordem ao capitão Fleitas, destinando ao tenente Gorostiaga com sua companhia para restabelecer a ordem.

Segundo dados obtidos os vapores brasileiros Anhambay e Jauru e a escuna Jacobina haviam saído com tropas do porto de Corumbá, somente um dia antes de nossa chegada. Com esta notícia despachei os vapores Yporã e Rio Apa, que por seu calado permitiam subir o rio São Lourenço em perseguição dos navios brasileiros, assim como reconhecer e explorar aquele rio, porém, por falta de combustível suficiente estas embarcações não puderam partir se não na manhã do dia 4.

Confiei o comando desta expedição de exploração ao tenente de marinha Andres Herrero.

O tenente Jara não tendo encontrado colonos nem cavalos e somente gado trouxe informação de que o barão de Vila Maria tem cavalos e mulas.

A fuga dos chefes brasileiros foi tão precipitada que abandonaram todos os seus recursos, até seus próprios soldados, dispersos em diferentes direções.

A artilharia tomada aqui compõe-se de 23 peças de bronze das quais remeto 17, ficando 6.

A comissão naval de perseguição e exploração encontrou a 6 léguas mais ou menos acima de Corumbá a escuna Jacobina abandonada e atracada em terra. O tenente Herreros mandou tripular e navegar águas abaixo e apresentar-se ao capitão Meza, chefe da frota.

Das averiguações feitas a este respeito, resulta que esta embarcação é de propriedade estrangeira , a mesma em que haviam saído águas acima as tropas de Corumbá, razão porque a conservo para serviços ulteriores, como embarcação tomada em serviço do inimigo.

Para ter notícias de Albuquerque e principalmente para ver se tinha alguns cavalos, despachei no dia 5 o subtenente Manuel Delgado com 20 de tropa, que regressou dando conta de que não viu novidade daquela guarnição e de que não havia encontrado cavalos e somente gado bovino em abundância.

Não sendo de fácil vigilância a embocadura do rio Mbotetey, mandei apostar ali a guarda conveniente.

Quando nossas forças chegaram aqui, a maior parte das casas estavam abertas e saqueadas e em presença e em função disso foram tomadas medidas severas, estabelecendo uma polícia que responde pela segurança e tranquilidade pública. Foram apreendidos quatro criminosos estrangeiros no ato de roubar casas, que serão julgados segundo as leis militares.

Na tarde do dia 6 chegaram um cabo e 2 soldados brasileiros que vinham  de Miranda em canoa e foram tomados com as correspondências oficiais de que estavam encarregados, entre as quais três referentes à tomada das colônias de Miranda e Dourados por forças paraguaias, como o verá E. Exa.

Este chasque foi despachado da vila de Miranda no dia 1°, encontrou-se com outro que levava a notícia da tomada de Coimbra e Albuquerque.

Como o quartel de Dourados, situado a poucas léguas da embocadura do São Lourenço à coisa de 30 acima deste lugar, pudesse haver resistência o Yporã e o Rio Apa, no caso menos provável de que houvesse sido abandonado este lugar, que se pode chamar de arsenal militar, dispus que os vapores Taquari e Marquês de Olinda arribassem até lá para dele apoderar-se.

Das declarações indagatórias tomadas a estrangeiros e brasileiros, resultam que o tenente-coronel Porto Carreiro, comandante de Coimbra, no momento em que chegou a Corumbá havia sido posto em prisão e enviado na qualidade de réu a Cuiabá a bordo do vapor Corumbá pelo comandante de armas Carlos Augusto de Oliveira.

Os vapores Anhambay e Jauru partiram daqui na véspera de nossa chegada, transportando famílias e tropas. Um pailebot brasileiro, uma escuna e uma chalana de propriedade estrangeira serviram também para o transporte de pólvora e de mais de 3.000 homens de tropa.

Os canhões, munições  e demais petrechos de guerra que estão aqui havia sido trazidos, segundo parece, recentemente de Miranda por disposição do comandante de armas.

Segundo a declaração do cabo vindo de Miranda aquele ponto está guarnecido pelo 14 de Caçadores com nove oficiais, sob o comando do capitão Motta, contando com duas peças de artilharia.

A guarnição de brasileira de Corumbá havia feito preparativos de defesa, colocando baterias no barranco em frente à cidade e a três quartos de légua abaixo, estendendo correntes através  dó rio para impedir a passagem de nossos vapores.

Na tarde do dia 8 chegou aqui de regresso o Yporã trazendo a notícia do encontro e tomada do vapor inimigo Anhambay que ganhando a embocadura do rio São Lourenço foi perseguido águas acima em sua precipitada fuga pelo Yporã, sendo mais lenta a marcha do Rio Apa que o IYporã.

Nesta perseguição e durante seis léguas o Anhambay havia feito forte fogo sobre o Ypora que sem contestá-lo procurava dar-lhe caça, como  com efeito lhe deu, tomando-lhe por abordagem por sua tripulação e os poucos infantes comandados pelo alferes Pedro Garay.  O último tiro dado pelo Anhambay antes das abordagem acertou o subtenente  Gregório Benitez que guardava bem seu posto, sendo esta a única baixa que tivemos.

A maior parte da tripulação do Anhambay foi morta atirando-se n’água , de onde escaparam alguns, fazendo-se sete prisioneiros entre eles o 2° comandante.

Imediatamente que o tenente Herreros tomou o Anhambay içou em seu topo a bandeira nacional e tripulando seguiu adiante em perseguição aos demais vapores brasileiros depois de haver despachado o Ypora a trazer-me a notícia do sucesso, os prisioneiros feitos e o aviso do recente abandono do quartel de Dourados com muitos artigos de guerra.

O Taquari e o Olinda estão atualmente no quartel de Dourados, de onde o alferes Fernandez, comandante do Ypora trouxe também quatro canhões e seis lanchões carregados de pólvora e outros objetos bélicos.

O Rio Apa acompanha agora o Anhambay e dentro de breves dias espero notícias da exploração e perseguição encomendada ao tenente Herreros.

Vão chegando as famílias que se buscam nos desertos destes arredores. A população deste lugar foi extraviada nos morros e pantanais pelas aterradoras notícias que lhes foram trazidas pelo barão de Vila Maria e confirmadas pelos fugitivos de Coimbra.³


FONTE: ¹Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2ª edição, Governo de Mato Grosso, página 19; ² Antonio Correa do Couto, Dissertação sobre o atual governo da República do Paraguai, Tipografia do Imperial Instituto Artístico, Rio de Janeiro, 1865, página 44. ³El Semanário (PY) Assunção, 14 de janeiro de 1865.


3 de janeiro

1866: Condecorados defensores de Coimbra

Hermenegildo Porto Carreiro, o comendante da resistência


Decreto do governo imperial condecora os defensores brasileiros que resistiram ao ataque das forças inimigas na guerra do Paraguai. Foram agraciados os seguintes cidadãos:

Ordem Imperial do Cruzeiro
Oficial: tenente-coronel Hermenegildo de Albuquerque Porto Carreiro.
Cavaleiros: Capitão Antonio José Augusto Conrado, segundo tenente João de Oliveira Melo, segundo cadete Manoel Eugênio Barbosa e o segundo sargento Firmino Cesário Monteiro.
Ordem da Rosa: primeiro-sargento Antonio Luiz Vieira, o amanuense da polícia Manoel Nonato da Costa Franco, os guardas da alfândega Justino Urbano de Araújo. Laurindo Antonio da Costa, Manoel Sabino Melo, Evaristo Paes de Barros, o paisano Américo de Albuquerque Porto Carreiro, os componentes da guarda nacional Estêvão Antonio, Caetanos Paes Rodrigues e Francisco Campos e o operário contratado Amaro Francisco dos Santos.

A justificativa para o reconhecimento pelo Marquês de Olinda, ministro do Império, nos seguintes termos:

Atendendo aos relevantes serviços prestados no ataque do forte de Coimbra, nos dias 27 e 28 de dezembro de 1864, pelos oficiais e praças do exército e da guarda nacional e paisanos, cujos nomes constam da relação que com este baixa, assinada pelo marquês de Olinda, conselheiro de estado, presidente do conselho de ministros e ministro e secretário dos negócios do Império, e de conformidade com os §§ 1º e 3º do art. 9° do decreto n. 2.858 de 7 de dezembro de 1861, hei por bem conferir-lhes as condecorações que se acham designadas na mesma relação.

Palácio do Rio de Janeiro, em 3 de janeiro de 1866, 45° da independência e do Império. - Com a rubrica do S.M. o Imperador. - Marquêz de Olinda.

FONTE: Diário do Rio de Janeiro (RJ) 11 de janeiro de 1866


3 de janeiro

1888 – Nasce em Cuiabá, Antero Pais de Barros



Nasce em Cuiabá, Antero Paes de Barros. Professor primário público e particular. Inspetor de ensino primário no Sul do Estado, coletor federal e estadual de Campo Grande, inspetor de Fazenda, vereador e presidente da Câmara Municipal, intendente geral de Campo Grande deposto pela revolução de 30. Fundador do jornal “Correio do Sul”, empastelado por ocasião da vitória da revolução de 30.


FONTE: Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Matogrossense, edição do autor, Cuiabá, 1971.



3 de janeiro

1961 - Criada companhia administradora da construção da hidrelétrica de Jupiá




É criada em São Paulo a empresa interestadual, destinada a administrar a construção da hidrelétrica de Jupiá, no rio Paraná. O evento, pela importância econômica da obra, teve ampla repercussão:

Em solenidade realizada no Palácio dos Campos Elísios, sob a presidência do governador Carvalho Pinto, foi constituída, em 3 do corrente mês, a empresa que se encarregará do aproveitamento do Salto de Urubupungá: Centrais Elétricas do Urupupungá S.A. - CELUSA. Com exceção do sr. Bias Fortes, de Minas Gerais, estiveram presentes todos os demais governadores dos Estados participantes da Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai: srs. João Ponce de Arruda, de Mato Grosso; José Feliciano Ferreira, de Goiás; Moisés Lupion, do Paraná; Heriberto Hulse, de Santa Catarina e Leonel Brizola, do Rio Grande do Sul. Compareceram também à solenidade os governadores eleitos de Minas Gerais, sr. Magalhães Pinto; do Paraná, major Ney Braga; de Santa Catarina, sr. Celso Ramos; de Mato Grosso, Fernando Correa da Costa, bem como o sr. Walfrido do Carmo, representando o novo governador de Goiás, sr. Mauro Teixeira.

As Centrais Elétricas de Urubupungá constituem o maior aproveitamento hidrelétrico projetado no país e mesmo um dos maiores do mundo: cerca de 4 milhões de HP, beneficiando vasta região dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Paraná, dentro de um raio de 600 quilômetros.

A diretoria da empresa ficou assim constituída: Presidente, sr. Hélio Bicudo; Diretores: sr Diogo Nunes Gaspar, eng. Souza Dias, sr. Nilde Ribeiro dos Santos e sr. Demóstenes Martins. - Conselho Fiscal: titulares - srs. Plínio Queiroz, Fernando de Oliveira e José Pauloni Neto: suplentes - srs. Mário Laranjeira de Mendonça e Antonio Ponzio.

Demóstenes Martins era o representante de Mato Grosso na diretoria da empresa. Iniciada em abril desse mesmo ano, a usina de Jupiá iniciou suas operações em 14 de abril de 1969.

FONTE: revista Brasil-Oeste (SP), janeiro de 1969, página 20.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...