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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

8 de maio

8 de maio


1867 - Guerra do Paraguai: começa a retirada da Laguna

A retirada da Laguna, composição de Álvaro Marins


Encurralado e fustigado pela forte cavalaria inimiga, com insuficiência de munição, falta de víveres e tendo como justificativa, retroceder à fronteira para "aguardar algumas probabilidades de nos abastecer e gozar de pequeno repouso", a força brasileira de ocupação ao norte do Paraguai, inicia em 8 de maio de 1867, a célebre retirada da fazenda Laguna, ocupada em 6 de maio. O episódio foi descrito pelo tenente Taunay, escriba da expedição e seu mais ilustrado protagonista:

Quando no dia seguinte, o sol se levantou (era um dia dos mais serenos) já estávamos em ordem de marcha com as mulas carregadas, os bois de carro nas cangas e tudo quanto restava do gado encostado ao flanco dos batalhões, de modo a seguir todos os movimentos da coluna.


Às sete da manhã, o corpo de caçadores desmontados, a quem competia o turno da vanguarda, abriu a marcha, tendo a seguir bagagens e carretas, circunstância que nos impediu de transpor facilmente um riacho avolumado pelas chuvas dos dias antecedentes. (...)


Avançávamos em boa ordem quando subitamente viva fuzilaria se fez ouvir: era a nossa vanguarda que renteando um capão de mato fora atacada por uma partida de infantaria, ali emboscada. Tinham algumas balas vindo cair por cima das fileiras num grupo de mulheres que marchavam tranquilamente ao lado dos soldados; tal algazarra provocaram que não sabíamos o que poderia ter sucedido. Pouco durou este terrível tumulto; investindo resolutamente com o inimigo, nossa gente o desalojou impelindo-o até o primeiro declive do planalto, onde estava a fazenda da Laguna. Mas ali formaram-se os paraguaios, novamente resistindo algum tempo, achegando-se logo depois, passo a passo, dos cavalos; afinal enquanto alguns, já montados, disparavam a todo dar de réguas, outros fingiam resistir para proteger os camaradas que fugiam a bom fugir, inteiramente derrotados.


Os combates duraram praticamente o dia inteiro, com baixas nos dois lados, conseguindo as tropas de Camisão mover-se penosamente até às margens do Apa-Mi, onde acamparam ao entardecer:


Caíra a noite, profundamente escura. Estávamos estrompados de cansaço, a vista escura e o espírito abalado por tantas e tão variadas impressões cujas imagens acabavam por se confundir. Não houve quem armasse tenda ou barraca. Dormimos em grupos, formados quase ao acaso, de três, quatro ou mais, conchegados uns aos outros, cobertos em comum por capotes, ponchos, mantas, com quanto encontráramos; cada qual com o fuzil, o revólver ou a espada ao alcance da mão e o chapéu desabado sobre os olhos, para se resguardar do orvalho, tão copioso que tudo encharcava.




FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 71.


8 de maio

1873 - Estabelecidos os limites do município de Corumbá

Pela resolução n° 2 do presidente da província, José Miranda da Silve Reis, são estabelecidos os limites do município de Corumbá:

"Art. 1° - A divisa da freguesia de Santo Antonio do Rio Abaixo com a de Corumbá será o rio São Lourenço acima, desde a sua confluência com o rio Cuiabá até a embocadura do rio Piquiri, daí por este acima até onde nele deságua o rio Correntes.

Art. 2° - A divisa da freguesia com a Herculânia, novamente criada, será a linha tirada da confluência dos rios Correntes e Piquiri, que cortando o rio Taquari vá até às cabeceiras do rio Capivari; e com a freguesia de Miranda pelo Capivari abaixo até este desaguar no rio Mondego, e por este abaixo até sua embocadura no rio Paraguai.

Art. 3° - Também fará parte da freguesia de Corumbá todo o território da extinta freguesia de Albuquerque e bem assim a ilha forma pelos rios S. Lourenço o braço denominado Cracará".

FONTE: Coleção das leis da província de Mato Grosso, 1835 a 1912, página 6.


8 de maio

1910 - Iniciadas obras o hospital de caridade deCorumbá

Criada em 8 de novembro de 1903, iniciam-se as obras de construção do hospital de caridade de Corumbá, uma iniciativa da sociedade local, saudada pela imprensa da cidade:

"Realiza-se no dia 8 de maio próximo, no respectivo local, o início das obras do Hospital de Caridade desta cidade, sendo amplamente festejado esse auspicioso acontecimento. 

A festa será presidida pelo nosso distinto amigo tenente-coronel Américo Augusto Caldas, presidente da Sociedade de Beneficência Corumbaense, sendo para ela convidados os representantes de todas as classes nacionais e estrangeiras de Corumbá.

Essa data, que já é gloriosa para o Brasil, vai-se tornar mais cara aos corumbaenses, porque será doravante o marco que há de registrar a consecução de uma de suas mais nobres aspirações.

Aos esforços da Sociedade de Beneficência Corumbaense, cujo estado financeiro é dos mais prósperos, pois possui um pecúlio de 56.000$000, devemos, fato de tanta relevância, qual o início das importantes obras da bela casa de caridade".

FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 30 de abril de 1910.

 


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

28 de maio

28 de maio

1800 - Condenados são enforcados em Cuiabá



Grande juri realizado em Cuiabá, condenou vários presos da sede do distrito e adjacências, sendo quatro condenados à pena de morte, executada nesta data. A história confirma:

Porque os assassínios e roubos eram frequentes nesta vila como nos seus contornos Sua Excelência fazer processar os réus que se achavam presos por semelhantes delitos. Para este fim convocou-se junta de justiça; foram deputados, relator o doutor desembargador ouvidor geral da comarca Francisco Lopes Ribeiro inquiziam Francisco Lopes de Souza Ribeiro de Faria e Lemos: juízes adjuntos o doutor Juiz de Fora desta vila, Joaquim Inácio Ferreira da Mota, o doutor secretário do Governo Joaquim José Cavalcante de Albuquerque Lins; o Doutor João Batista Duarte juiz de fora que tinha sido desta vila. O capitão Joaquim da Costa Siqueira, vereador mais velho atual da câmara; e Manoel Leite Penteado que já havia sido deputado adjunto na junta de Vila Bela, enfim em vinte e dois de maio sentenciados vários réus a açoites, degredo e pena última, a qual se executou em quatro réus, a saber: dois pilotos do caminho de povoado inquam do caminho do rio Domingos Teixeira e José Cardoso que foram assassinos do cirurgião Francisco de Paula de Azevedo João Rodrigues/ por alcunha o Surdo/ que assassinou a José Barbosa de Lima no sítio do Quilombo, e ultimamente um preto escravo de Manoel Nunes Martins por assassínio de uma preta no arraial de São Pedro d'el Rei.

Em 28 do mesmo mês se deu a execução de pena última aos sobreditos quatro réus, que padeceram em uma forca ereta para este fim no largo de entrada desta vila e caminho do porto geral, sendo depois decapitados enviadas as cabeças aos sítios de seus delitos. Foi admirável a caridade do Mt° R.° vigário e mais sacerdotes desta vila na contínua assistência que fizeram a estes miseráveis quando se achavam no oratório, e ainda no ato da execução pois acompanhados da Irmandade das Almas/ que nesta Vª faz as vezes de Misericórdia/ assistiram e confortaram aos réus até o último instante deixando edificado o inumerável povo que acudiu a ver a execução. Esta é a segunda vez que o Cuiabá viu semelhante espetáculo como consta da memória geral deste mesmo livro a folha 13.

FONTE: Annaes da Câmara do Senado de Cuiabá (1800).

FOTO: meramente ilustrativa



1867 – Incêndio, arma do inimigo






Um dos mais cruéis recursos da guerrilha paraguaia durante a retirada da Laguna, foi atear fogo no cerrado:

Poucos minutos depois da chegada lançaram os paraguaios fogo ao capim da colina em que se achavam, fogo que, tangido por um violento vento de N, em breve cobriu-nos de espessa fumaça, obrigando-nos a formar um aceiro para impedir a entrada das chamas na área que ocupávamos. – Imediatamente rompeu violenta fuzilaria a que os nossos soldados responderam, apesar de sufocados e quase asfixiados. Com as abertas que as rajadas de vento de quando em quando abriam na fumaça, reconheceu o Batalhão haverem-se aproximado do banhado cento e tantos infantes, os quais, deitados no chão, faziam continuado fogo. – Aproveitando as ocasiões, procuramos ofender ao inimigo, o que conseguimos, pois que, antes da terminação da fumaça, cessaram os tiros da fuzilaria.


FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Melhoramentos, S.Paulo, 1942, página 172.

FOTO: meramente ilustrativa.




28 de maio



1914 Chega a Campo Grande o primeiro trem







O povoado de Campo Grande liga-se por ferrovia a Aquidauana, Miranda e Porto Esparança. O jornal O Estado de Mato Grosso, do ex-juiz Arlindo de Andrade Gomes, dá a alvissareira notícia:

O povo parecia haver cansado de esperá-lo todo mês, toda semana, todo dia.
Mas, afinal, chegou. Uma locomotiva já desceu a encosta e acordou os habitantes a silvar.


Outras tem vindo, alegremente, na faina cyclopica da grande obra nacional. Todo mundo alegrou-se neste bendito rincão brasileiro.


Aos operários cobertos de poeira, misturam-se os habitantes da cidade. São gregos, italianos, japoneses, portugueses e brasileiros de toda casta.


No local da futura estação, grupos de famílias, rapazes, velhos e crianças, irmanam-se como os homens que fazem o caminho do progresso.


Para Paulo Coelho Machado, aquele 28 de maio é “só comparável a outro dia de maio, sessenta e três anos depois, quando chegou pelo telefone a notícia de que fora decidida a criação do Estado de Mato Grosso do Sul, com a indicação de Campo Grande para a capital da nova unidade da federação".¹


O jornalista Valério d'Almeida, testemunha do evento, descreve-o, 44 anos depois:

"A 28 de maio de 1914, resfolegando, espalhando vapor à direita e à esquerda, embadeirada e apitando estrepitosamente, entrava, puxando algumas gôndolas, numa plataforma improvisada, feita de dormentes, erguida à frente de um carro de cargas, à guisa de estação, a primeira locomotiva da estrada de ferro em carater oficial na povoação de Campo Grande.

Margeando a estrada carreteira, que rumava para o "Cascudo" e "Lagoa da Cruz", a esplanada da estação era a mesma de hoje, que se encontra tomada pelas construções gerais da Noroeste, naquele tempo completamente limpa, tomando a distância que vai da Avenida Mato Grosso e Serraria Tomé.

Para o lado norte, aquém da serraria, junto à estrada que vai ao campo de aviação, existia a morada do saudoso Joaquim Bertolino de Proença, que ali possuía uma pequena padaria e armazém e para o lado deste, a chácara dos Medeiros, pretos vindos da missão de Camapuã.

Vasta, portanto, a esplanada que serviu de berço às belas e atraentes construções que hoje se ostentam ao redor, graciosamente.

Corria mundos a fama de assassinatos e chacinas praticados friamente neste pedaço de Mato Grosso, completamente abandonado pelos poderes públicos, ficando tudo na mais absurda impunidade.

Dizia-se de nós tanta barbaridade, que até se nos confrange o coração ao fazer-lhe referência, sob qualquer aspecto.

Crenças as mais inverossímeis se tinham a nosso respeito. Entre muitas a de que o indivíduo que comprava um revólver, para experimentá-lo chamava o primeiro transeunte que passasse, e este, ao voltar-se, recebia em cheio a descarga.

Se a vítima tombasse em seguida, o comprador fechava o negócio, caso contrário, esta só cambaleasse e apavorada procurasse esconder-se, estava dito por não dito, isto é, o revólver voltava às mãos do dono sem mais conversa...

Assim sendo, pode-se imaginar o ambiente encontrado por incalculável número de trabalhadores, entre os quais verdadeiros párias sociais que não tinham mais cabida em parte alguma.

Escavando, aplainando, descarregando dormentes e trilhos, assentando-os no solo revolvido, viam-se japoneses, chineses, russos, romenos, húngaros, austríacos, alemães, italianos, franceses, belgas, ingleses, americanos, negros do Congo e da Angola, portugueses, espanhóis e por fim nordestinos de gaforinha ao vento, nariz achatado e que nos buchinchos formados, ànoite, em antros de mulheres, por dá cá aquela palha, punham os intestinos dos outros à mostra.

E foi assim que, pelas nove horas da manhã de 28 de maio de 1914, penetrou dentro da vila a primeira locomotiva da Itapura-Corumbá.

Como homenagem ao direito da força e da bala, os trabalhadores escolheram para esta estreia a locomotiva numero 44, cuja caldeira bojuda chamada, desde logo, a atenção do expectador. 

Entrou pela plataforma improvisada, cheia de gente, aos gritos e aos vivas entusiásticos sob a divisa tristemente desabonadora contra nós e que era repetida de boca em boca:

"A máquina leva o número 44 prestando honras à justiça de Mato Grosso".

Foi assim que os trabalhadores da Itapura-Corumbá festejaram um dos dias mais importantes da existência de Campo Grande, naquela linda e fria manhã de maio...

Embora sob a égide simbólica de uma arma de fogo, trouxeram no bojo da máquina a imagem do progresso para entregá-la ao povo que nascia predestinado a grandes conquistas".²



A ligação das duas frentes de trabalho (de São Paulo e Porto Esperança),com o término da obra, dar-se-ia a 31 de agosto



FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade, o primeiro juiz de direito de Campo Grande, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1988, página 28. Valério d'Almeida, A primeira locomotiva que penetrou na antiga vila de Campo Grande, revista Brasil Oeste, São Paulo, março de 1958, página 39.




28 de maio


1940 - Policia censura discussões sobre a guerra mundial 


Iniciada em 1939, o Brasil mantinha neutralidade na segunda guerra mundial, apesar do governo Vargas mostrar sensível simpatia pela Alemanha e potências do Eixo. O país só entraria no conflito em 1942, ao lado dos aliados, depois que submarinos alemães atacaram navios brasileiros. Em Campo Grande, temendo desordem entre moradores nas discussões sobre o conflito, as autoridades policiais publicaram a seguinte portaria:





 FONTE: Jornal do Comércio, Campo Grande, 3 de junho de 1940.


28 de maio

1950 - Presidente Dutra em Ponta Porã

Durante sua visita oficial ao Estado, o presidente Eurico Gaspar Dutra, incluiu em sua agenda, a cidade de Ponta Porã, cidade em que serviu como oficial do exército:

"Procedente de Campo Grande, o presidente Dutra chegou a esta cidade fronteiriça, precisamente às 15,30 horas de ontem, recebendo ao desembarcar as continências militares de praxe, que lhes foram prestadas pela tropa do Exército aqui sediada.

A seguir, em companhia do governador do Estado de Mato Grosso, sr. Arnaldo Estevão de Figueiredo; do ministro do Trabalho e interino da Justiça; sr. Honório Monteiro. senador Novaes Filho, titular da Agricultura; ministro Henrique Coutinho, presidente do Tribunal de Contas; coronel Carlos Rodrigues Coelho, sub-chefe do gabinete militar da Presidência da República e membros da comitiva, o chefe do governo recebeu os cumprimentos das autoridades do município.

O presidente Dutra assistiu, depois, a um desfile militar em sua honra, findo o qual efetuou demorada visita às instalações do quartel local, percorrendo também a cidade, que é importante centro da indústria ervateira do país".

FONTE: A Manhã (RJ), 30/05/1950

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

13 de maio

13 de maio

1908 -  Governo ataca e debela epidemia de varíola em Corumbá e Cuiabá

Governo de Mato Grosso comunica haver debelado epidemia de varíola em Corumbá e Cuiabá. As informações são prestadas em sua mensagem anual à Assembleia Legislativa:

"Ao assumir eu o governo em agosto de ano passado, reinava epidemicamente a varíola nesta capital e em Corumbá, manifestando-se alguns casos em S. Luis de Cáceres.

Como cumpria-me, tomei logo as providências que entendi mais eficazes não só para debelar e socorrer os enfermos indigentes, como também para impedi-lo de tomar maiores proporções já estendendo-se às localidades que ainda se achavam imunes, já crescendo de intensidade e extensão onde já grassava.

Em Corumb´s grassou ela geralmente e com alguma intensidade, não fazendo todavia grande número de vítimas, graças as imediatas providências tomadas pela pela comissão nomeada pelo meu antecessor, logo que manifestou-se o mal naquela cidade, onde ele se fez sentir durante alguns meses.

FONTE: Presidente Generoso Ponce, Mensagem à Assembleia Legislativa, 13 de maio de 1908.



13 de maio


1908 - Divisão do Estado: governo inicia guerra à insurreição sulista 



Bento Xavier foi o líder da insurreição separatista no Sul do Estado

Em longo relatório à Assembléia Legislativa, o presidente Generoso Ponce descreve as movimentações do rebelde Bento Xavier no Sul do Estado e das providências tomadas para contê-lo:

"Informado do que lá se passava de grave contra a ordem pública e mesmo ameaçador à integridade do Estado; não podendo nem devendo ficar indiferente aos acontecimentos, que dia a dia tomavam maior vulto, reclamando prontas e enérgicas providências, tive de organizar, como sabeis, uma expedição militar, que daqui partiu a 30 no referido mês de novembro.

Compôs-se a força expedicionária de 177 homens, sendo 120 praças de polícia e 50 do exército e 7 oficiais a saber: 2 do exército e 5 da polícia, bem como o 1° tenente do exército dr. Emílio de Castro Brito, que acompanhou o contingente de linha que daqui (Cuiabá) seguiu.

Em Corumbá recebeu ela outros recursos bélico, cedidos pelo governo da União, por se tratar de um movimento revolucionário em pontos de nossa fronteira com a República do Paraguai, como são aqueles onde se agitavam os bandidos capitaneados por Bento Xavier, sobre quem desde muito pesavam graves acusações como grande defraudador, pelo contrabando das rendas federais e do Estado". 

No documento qualifica-se o caudilho gaúcho de contrabandista ousado e ladrão de gado, mas, reconhece-se que havia em seu movimento o propósito de se “proclamar a separação do Sul”.


Essa expedição de que trata o presidente Generoso Ponce, não chegou a alcançar Bento Xavier que, fugiu com seus combatentes para a vizinha república paraguaia. 

O relatório é um dos primeiros documentos de autoridade cuiabana reconhecendo movimento divisionista no Sul, antes relegado a simples caso de polícia, sem implicação política.



FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce, um chefe, Editora Pongetti, Rio, 1952, página 498.


13 de maio

1963 - Nasce Reinaldo Azambuja

Filho de Roberto de Oliveira Silva e Zulmira Azambujanasce em Campo Grande, Reinaldo Azambuja da Silva. Pecuarista, iniciou sua carreira política em Maracaju, onde foi prefeito por dois mandatos (1997-2005). Presidiu a Assomassul, Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul. Em 2006 elegeu-se deputado estadual e quatro anos depois (2010) chega à Camara dos Deputados.
Em 2012, disputa a eleição para prefeito de Campo Grande, mas não consegue chegar ao segundo turno. Em 2014 vence a eleição para governador do Estado, derrotando no segundo turno o senador Delcídio do Amaral (PT). Reelegeu-se em 2018, disputando o segundo turno com o juiz aposentado Odilon de Oliveira (PDT).
Seu governo destacou-se com a parceria com os prefeitos, política de valorização do servidor público e prioridade para a saúde pública. No primeiro governo destacou-se com o programa Caravanas da Saúde, que percorreu todo o Estado, com a marca, "a caravana passa e a saúde fica". No segundo mandato, o governo assumiu, através do Prosseguir, programa de coordenação central, a vanguarda de combate ao Coronavírus. Mato Grosso do Sul esteve entre os três primeiros estados a vacinar toda a população adulta.

FONTE: Com informações da Via Morena, Campo Grande, 2021.



13 de maio

1976 - Criado o município de Eldorado





Fundado em 1954 pelo astrólogo Omar Cardoso, é emancipado o distrito de Eldorado, desmembrado do município de Iguatemi, no extremo sul do Estado. A lei de iniciativa do deputado Paulo Saldanha (Arena) foi sancionada pelo governador Garcia Neto. O primeiro prefeito interino foi o vereador Milton Aparecido Nava, que tomou posse em 2 de fevereiro de 1977. A primeira Câmara Municipal, eleita em outubro de 1976 teve a seguinte composição: Cristiano Vites da Silva, Milton Aparecido Nava, Antonio Passos Fioravante, David Crepaldi, Benedito da Silva, Hori Saldanha Vargas e Dário Rodrigues Salazar.



FONTE: Hildebrando Campestrini, Eldorado, Memória e riquezas, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, página 161.


13 de maio


1984 - O despejo do século


O governo do Mato Grosso do Sul promove o maior despejo de sua história. Cerca de 1000 famílias que haviam ocupado uma gleba da Someco, no município de Ivinhema são retiradas com violência pela polícia de Wilson Martins, comandada pessoalmente pelo secretário de Segurança Pública, Aleixo Paraguassu (foto).

Sob chuva fina e grossa intolerância da autoridade policial, as famílias foram atiradas em cima de carrocerias de caminhões e transportadas para Ivinhema, a mais de 50 quilômetros e jogadas em frente à igreja católica. 


O movimento, que seria o embrião do MST, foi coordenado pelos próprios trabalhadores, a maioria brasiguaios (brasileiros que moravam no Paraguai) e teve o apoio da Comissão Pastoral da Terra e do bispo de Dourados, Dom Teodardo Leitz.


Alguns dias depois, os despejados foram removidos para a vila de São Pedro, em Dourados, onde acamparam numa área pertencente à igreja. Em seguida, o governo do Estado adquiriu uma fazenda de 2.500 hectares no município de Nioaque, onde aqueles que continuaram na luta foram assentados. É o atual assentamento Padroeira do Brasil.


O episódio do despejo foi descrito pelo bispo de Dourados, em seu Segunda Carta Aberta ao Povo de Deus, de 19 de maio de 1984, e publicada no Diário do Congresso Nacional, de 24 seguinte, por solicitação do deputado Sergio Cruz (PMDB), que participou da luta aos lado dos sem-terra.
Na carta, Dom Teodardo lamenta que a “tentativa dos sem-terra de obter um pedaço de chão para produzir o pão” tenha sido frustrada pela “expulsão dos mais de mil ocupantes da área em questão, o que foi feito no dia 14 de maio, mediante uma operação da polícia militar que mobilizou para tanto um grande contingente”.


A desocupação – segundo o bispo – “se desenrolou debaixo de uma chuva fria, não deixando de ter desnecessárias pressões contra os despejados, gente humilde e sofrida, mas com uma fé inabalável em Deus e na sua causa.
 
Receberam a força policial de joelhos, com cantos e orações, os braços levantados em súplica para o céu. Obedeceram as ordens, desarmaram seus pobres barracos, umas tantas vezes ‘ajudados’ pelos policiais e levaram seus pobres pertences ao rio que separa a área da fazenda vizinha. Passando em pequenos barcos para o outro lado, tiveram que andar a pé ainda uns três quilômetros por claros brejos e sempre debaixo de chuva, até alcançar os caminhos os caminhões que estavam à sua espera”.

A área questionada seria desapropriada um ano depois, transformando-se em assentamento rural, ocupado pelos brasiguaios. A sede do loteamento, Novo Horizonte do Sul, virou cidade e foi emancipada em 1995. 


FONTE: Sergio Cruz, Conflito de Ivinhema, violência contra os trabalhadores sem terra, Câmara dos Deputados, Brasília, 1984.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

30 de março

30 de março

1934 - Fundado em Campo o centro espírita Fé e Caridade 

Em ofício enviado ao Jornal do Comércio, a primeira diretoria do Centro Espírita Fé e Caridade, de Campo Grande, anuncia o início de suas atividades:

Tenho o prazer de levar ao conhecimento de V.S. que acaba de ser fundado nesta cidade o Centro Espírita "Fé e Caridade", já se achando os seus estatutos devidamente legalizados.

Este Centro está realizando duas ordens de sessões: uma para estudo e elucidação de todas as obras esclarecedoras, às terças-feiras; outra para obtenção e pesquisa dos fenômenos espíritas e suas aplicações morais e científicas. A primeira destas sessões inicia-se às 19 horas do dia indicado, funcionando provisoriamente à rua 13 de Maio, n° 828.

A Diretoria organizadora do Centro Espírita "Fé e Caridade" está assim constituída: Presidente, Serafim de Gusmão; vice-presidente, Cipriano F. Carvalho; 1° secretário, José Dias de Carvalho; 2ª secretária Francelina da Silva Figueiredo; tesoureiro, Antonio F. Carvalho; e bibliotecária, Eglantina Alves Taveira.

Como é fácil de prever, a criação deste Centro, que tão necessária se fazia numa cidade culta como Campo Grande, conduzirá à verdadeira compreensão e prática do Espiritismo entre nós.

Saúdo a V. S.

Campo Grande, 30 de março de 1934.

Pelo Centro Espírita "Fé e Caridade",

João Dias de Carvalho

1° Secretário


FONTE: Jornal do Comércio (Campo Grande) 3 de abril de 1934.



30 de março

1961 - Presidente descansa no Estado



Prefeito Wilson Martins e o presidente Jânio Quadros, uma amizade antiga


Passou por Campo Grande o presidente Jânio Quadros. Esteve na fazenda Miranda Estância até o dia 3 de abril, aproveitando os dias da Semana Santa para descansar. Sua passagem pela cidade foi rápida e de surpresa, o tempo suficiente para trocar de aeronave e algum curioso avisar à imprensa e, provavelmente ao prefeito Wilson Barbosa Martins, amigo pessoal do presidente, que no seu retorno a Brasília, esperava-o no aeroporto, onde conseguiu audiência para tratar de assuntos de interesse do município.

Na ocasião, Wilson entregou ao presidente uma cópia de sua exposição sobre os principais problemas municipais, apresentada em recente reunião de prefeitos do Estado, destacando-se os de água e esgoto. O presidente fazia-se acompanhar da primeira-dama Eloá Quadros e do brigadeiro Faria Lima. 



FONTE: Jornal do Comércio, Campo Grande, 30/03 e 04/04/1961

FOTO: extraída do livro biográfico de Wilson Barbosa Martins.

sábado, 14 de dezembro de 2013

29 de dezembro

29 de dezembro

1864 – Paraguaios atacam a colônia de Dourados

Monumento aos heróis da guerra do Paraguai, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro
Iniciando sua invasão ao território brasileiro, via terrestre, tropas comandadas por Martin Urbieta alcançam o forte de Dourados, então sob a chefia do tenente Antonio João Ribeiro, que “com apenas 16 homens enfrenta o inimigo em flagrante desigualdade de condição e com grande heroísmo, não se rende. Antes de tombar em holocausto à pátria, escreve o famoso bilhete que está gravado no monumento erguido em sua homenagem na Praia Vermelha no Rio de Janeiro:

“Sei que morro, mas o meu sangue e o dos meus companheiros servirá de protesto solene contra a invasão do solo de minha pátria”.


O comandante Martin Urbieta resumiu o episódio em relatório enviado no dia seguinte ao seu superior em Assunção:

Senhor Ministro:

Com o devido respeito tenho a honra de dar parte à V. E. de que em 29 do que expira, cheguei nesta colônia de Dourados sem que fosse percebido por nenhum indivíduo e sendo divisado à curta distância ouvi tocar uma chamada breve e, tomando armas, marchou o comandante com alguns homens de resguardo; o tenente de infantaria Manuel Martinez, que levava o ataque, lhe exigiu a rendição e respondeu o comandante brasileiro que em caso de trazer-lhe ordem do governo imperial, se renderia, senão, não o faria de nenhuma maneira.

Com esta resposta, pronto se travou o combate e o comandante de Dourados, tenente Antonio João Ribeiro, caiu com as primeiras balas, o mesmo com dois indivíduos mais, fugindo o restante o monte do riacho de onde foram reconhecidos em número de doze, incluindo um ferido e um cabo, havendo escapado os demais da guarnição com o 2° comandante.

Da tropa sob meu comando só o tenente Benigno Dias recebeu uma contusão e ferido um soldado de infantaria.

Tenho a honra de acompanhar à V.E. a conta de armas tomadas neste ponto.

Pelas declarações e pelos papéis tomados se vê que faz mais de dois meses que este ponto estava avisado de retirar-se quando alguma força paraguaia aparecesse, sendo, segundo parece, esta disposição geral nos outros destacamentos.

Deus guarde a V.E. muitos anos.

Colônia de Dourados, 30 de dezembro de 1864.

MARTIN URBIETA. 



FONTE: ¹Lélia Rita F. Ribeiro, Campo Grande, O Homem e a Terra, edição da autora, Campo Grande, sd, página 120; ²El Semanário, Assunção (PY) 7 de janeiro de 1865.


29 de dezembro

1864 - Paraguaios ocupam a colônia de Miranda

O comandante Francisco Resquin, à frente de coluna de combatentes de cavalaria e infantaria, ocupa a colônia de Miranda, pequena guarnição militar, localizada às margens do rio Miranda, nas proximidades da sede da fazenda Jardim, distante 80 quilômetros de Nioaque.

Em ofício dirigido ao seu superior em Assunção, o comandante da expedição paraguaia, descreve sua ação na colônia, durante a ocupação do termo, abandonado pela população e a guarnição do exército brasileiro:

Senhor Ministro:

Ontem ao por do sol, apenas atravessei o rio que chamam de Miranda, me apoderei da colônia sem encontrar nenhuma resistência, destinei 150 infantes ao mando do tenente Narcizo Rios e precedente ultimato de rendição, a população e tropa com o comandante fugiram para um monte contíguo, deixando abandonadas as casas, de maneira que até agora não temos ninguém, além de uma negra velha e uma senhora chamada Francisca Correa de Oliveira, que ao amanhecer de hoje foram encontradas no monte pelos monteadores que lhes mandaram dispersar por todas as direções, igualmente que aos cinco guardam que devem conter os fugitivos.

Sinto que escape talvez toda a tropa que guarnecia a população, mas de outro modo não poderia haver procedido,contando que esta gente havia estado apercebida para um caso semelhante de nossa parte, segundo o que relaciona dona Francisca, que há cerca de dois meses o comandante desta população havia recebido ordem do governo da província, como precaução de que a República do Paraguai poderia mover-se sobre estes territórios, encontrando-se em estado de completa quebra de relações com o Império, fazer o despovoamento da colônia e enviar aos departamentos acima as famílias, assim como a Miranda o que pertencer à guarnição, ficando com a gente de seu mando cuidar o ponto que devem abandonar tão logo que se saiba que o Paraguai marchava para estas fronteiras; e que assim algumas famílias e vários haveres haviam sido despachados em carretas, cuja prevenção também demonstra o fosso com três cordas da comprimento, duas varas de largura e vara e meia de profundidade, aberto em frente da povoação, como para defender os caminhos dos dois passos do rio.

Da adjunta relação que é tomada de Francisca Correa de Oliveira, que segundo lhe disse a mulher de um dos militares desta colônia, se informará V.E. das averiguações que tenho tomado sobre pontos que me carcam as instruções. 

Anexo apresento à V.E. o inventário do pouco armamento e munições encontrados em um dos ranchos da colônia e que deixados a cargo do subtenente Albarenga, que logo apresentará à V.E. a matrícula e haveres dos colonos com qualquer outro conhecimento que chegue a saber.

Também incluo à V.E. vários papéis de partes do comandante da colônia de Dourados e as comunicações tomadas de um chasque, pelas quais se vê que há mais de dois meses estão prevenidos para a fuga, oficialmente ordenada no caso que alguma parte de nossas forças apareça por aqui.

A tropa marcha com felicidade e demonstra o melhor ânimo para as próximas operações.

Deus guarde a V.E. muitos anos.

Guarda da colônia de Miranda, 30 de dezembro de 1864.

FRANCISCO RESQUIN.

FONTE: El Semanário (PY) Assunção, 7 de janeiro de 1865.


29 de dezembro


1915 – Vespasiano Martins forma-se em Medicina

Havendo se matriculado com 20 anos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Vespasiano cola grau. Em 1925 faz especialização em cirurgia, em Paris e Viena. De volta ao Brasil, fixa-se em São Paulo, onde monta sua clínica e dirige a parte cirúrgica do Hospital Alemão. Em 1930 se estabelece definitivamente em Campo Grande. Sobre o cirurgião Vespasiano Martins fala Fernando Correa da Costa, seu colega de clínica e de política:

“Fui aluno de Brandão Filho, a grande estrela da cirurgia nacional de então, em cujo serviço da Santa Casa do Rio, desfilaram naquele tempo os ases da cirurgia de todo o continente. Fui interno de Fernando Magalhães, o homem que sistematizou para todo o mundo a operação cesária baixa. Fui ver em Buenos Aires os grandes operadores argentinos, com os irmãos Finocchieto à frente, e sinceramente não vi ninguém operar tão pessoalmente como Vespasiano. Em cirurgia ele era ele mesmo. E interessante que eu vindo da maior escola cirúrgica do país, peguei muito da técnica pessoal do nosso cirurgião autóctone.”

FONTE: Academia de Letras e História de Campo GrandeBiografia de Patronos, Campo Grande, 1973, página 19



29 de dezembro

1917 - Fundada a Igreja Batista em Campo Grande




Tendo como moderador da assembleia de criação o pastor Pedro Sebastião Barbosa, da Igreja Batista de Corumbá, é fundada a Igreja Batista de Campo Grande, que funcionou inicialmente em prédio alugado à rua Barão de Rio Branco esquina com a rua 13 de Maio. Silidônio Urbieta foi o seu primeiro pastor. "Na tarde festiva de 9 de maio de 1919 - segundo Carlos Trapp - na presença de, aproximadamente, 150 pessoas, entre as quais o lendário missionário batista, Dr. Wilian B. Bagby, foi assentada a pedra fundamental do 'nosso templo batista, em construção na cidade' ", em área doada pelo coronel Bernardo Franco Baís, à rua Treze de Maio, entre a Barão do Rio Branco e a Dom Aquino, onde funciona até os dias atuais.


FONTE: Carlos Osmar Trapp, Evangélicos em Campo Grande, origens e desenvolvimento, Associação Evangélica Brasileira, Campo Grande, 1999, página 21.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...