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domingo, 1 de janeiro de 2017

Coluna brasileira tem novo comandante

1° de janeiro

1867 – Coluna brasileira tem novo comandante


O coronel Carlos Camisão, vindo de Cuiabá, assume o comando da força expedicionária, procedente do
Rio de Janeiro, que invadiria nos próximos meses a fazenda Laguna, no Paraguai, próxima à Bela Vista, resultando no episódio celebrizado por Taunay no clássico Retirada da Laguna.

FONTE: Taunay, Retirada da Laguna, 14ª. Edição, Editora Melhoramentos, SP, página 33.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Tropas brasileiras chegam aos Baus em Mato Grosso

24 de novembro

1865 - Tropas brasileiras chegam aos Baus em Mato Grosso

Força expedicionária brasileira, que protagonizaria o episódio da retirada da Laguna na guerra do Paraguai, vinda do Rio de Janeiro, chega aos pouso dos Baús, atual divisa de Goiás com Mato Grosso, hoje município de Costa Rica. Taunay descreve:

"Abalou a força às 4 horas e 25 minutos da manhã  e 25 minutos da manhã e por cerrados e campos limpos caminhou duas léguas e ³/4 a S.S.O., ³/4 a S. e uma a S.O. até o pouso dos Baús, onde existe de alguma importância, à margem direita do ribeirão do mesmo nome. Aí se descansou às 11 horas e 45 minutos. Além do Baú corre para o S.O. o ribeirão Sucuriú, que tem no lugar da passagem 9m90 de largura, 1m,32 de profundidade e 0,88 de velocidade e em cujas margens altas e encobertas existe uma ponte em bom estado de conservação com 12,10m de comprimento e 3,30m de vão útil. Este ribeirão estreita-se muito em alguns lugares,reduzindo-se à metade da superfície que apresenta debaixo do pontilhão."

Sobre a importância do pouso dos Baús, o alferes Taunay destaca:

"Nos Báus achava-se um depósito de víveres formado para as forças por ordem do presidente de Goiás, o qual se tem mostrado incansável em procurar fornecer recursos de boca à expedição, mandando diversos agentes organizar pontos de abastecimento no caminho por onde ela deve passar. O de Baús, a cargo de dois oficiais da guarda nacional, continha infelizmente poucos mantimentos, não só pela absoluta carência deles nas vizinhanças, como porque havia sido a maior cópia de provisões dirigida para a margem do rio Claro, caminho marcado de princípio para a nossa marcha com destino à capital da província de Mato Grosso.
"Esta era a razão geralmente aceita, entretanto houve graves queixas a respeito desse depósito de víveres, no qual gastou a província de Goiás importantes somas. Cumpre,contudo, render homenagem à atividade do presidente de então, que mostrou a bem da expedição a maior energia e força de vontade."
"Esta parada foi de obrigatória necessidade: as marchas cansativas e em dias seguidos tinham fatigado em excesso em excesso a força e feito perecer grande porção de animais muares e cavalares. As bestas de transporte necessitavam ser tratadas e pensadas para poderem por mais tempo continuar viagem."


FONTE: Taunay, Marcha das forças, Companhia Melhoramentos de São Paulo, sd., página 129. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

11 de novembro

11 de novembro

1866 - Brasileiros "recrutados" pelo exército paraguaio

Notícias de Cuibá, veiculadas na imprensa nacional, dão conta "diz que os paraguaio


11 de novembro

1892 – Sancionada lei de arrendamento dos ervais


Área entre o rio Iguatemi e a fronteira com o norte de Paraguai


Aprovada pela Assembléia Legislativa, e sancionada pelo presidente Manoel Murtinho, lei que autoriza o Estado a abrir concorrência para exploração da erva-mate, cujo monopólio é desde o Império, da Companhia Mate Laranjeira:

“Lei no. 26 de novembro de 1892

A Assembléia Legislativa do Estado resolve:


Art. 1º - A exploração e colheita da erva-mate e outros produtos vegetais nos terrenos devolutos compreendidos pelos rios Iguatemi e Paraná e linha dos limites com o Paraguai até encontrar a cabeceira principal do mesmo Iguatemi só serão permitidos a quem arrendar a zona acima descrita.


Art. 2º - O governo mandará abrir concorrência pública pelo Tesouro a fim de ter lugar o arrendamento precedendo editais com prazo de noventa dias.
§ 1º - O arrendamento se efetuará por tempo nunca excedente de 10 anos contados da data em que se lavrar o respectivo contrato.


§ 2º - As propostas serão apresentadas em cartas fechadas com as formalidades do estilo, e o arrendamento se realizará com quem mais vantagem oferecer à fazenda pública.


§ 3º - No contrato que então se firmar serão garantidos em toda sua plenitude os interesses do Estado, quer sobre a moda do pagamento, que se estipular e quer sobre a restituição dos haveres em perfeito estado de conservação, findo o            prazo de arrendamento, sob pena de multa, que no mesmo contrato se arbitrará.


Art. 3º - Ficam revogadas as disposições em contrário".





FONTEGilmar Arruda, Heródoto, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947. Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 281.



11 de novembro 

1920 – Morre João Antonio de Trindade, fundador de Ponta Porã




Natural do Rio de Janeiro, herói da retirada da Laguna, chegou a Ponta Porã em 1892, José Antonio de Trindade. Foi ele – atesta Rubens Aquino – o primeiro morador que se estabeleceu no local onde se formou a povoação que hoje constitui a cidade fronteiriça.

“Nesse tempo existia no lugar um posto fiscal sob a direção de Emílio Calhao, o qual tinha atribuições de arrecadar os impostos de exportação da erva-mate, e que algum tempo depois foi extinto. Também nesse tempo aí residiram os senhores Olímpio Monteiro de Lima e Maranhão que depois mudaram-se, indo o primeiro fixar-se nas terras onde constituiu sua fazenda, dedicando-se aos trabalhos de criação de gado. Próximo de Ponta Porã, existia também a fazenda S. Máximo, de d. Maria Joana Pereira (da. Mariquinha), viúva de um veterano da guerra de 1870, de nome Nelo.


O povoamento de Ponta Porã teve início na periferia de um vasto brejo, atoleiro impenetrável, que hoje não existe mais, que ia findar na orla da espessa mata virgem, situada aos fundos. Ao norte delimitava essa zona a cabeceira do córrego S. João e ao sul a do cór
rego Estevão. Na frente, a poucos metros de distância, estavam os marcos de madeira de lei, indicando a linha divisória com o Paraguai.

Em Ponta Porã, passou o capitão João Antônio da Trindade o resto de sua vida, vindo a falecer a 11 de novembro de 1920. Foi ele naqueles tempos remotos, o homem mais culto do lugar, cabendo-lhe importante papel na formação política e social do núcleo que começava a formar-se”.


FONTE: Rubens Aquino, Tereré, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 343

domingo, 10 de novembro de 2013

9 de dezembro

9 de dezembro

1879 - Teixeira Muzzi compra escravo em Miranda

Herói da retirada da Laguna, e proprietário da fazenda Santa Rosa, nos campos de Vacaria, o capitão João Caetano Teixeira Muzi compra escravo do coronel Antonio Inácio da Trindade. A transação foi oficializada através do seguinte documento:

Escritura pública de compra e venda de um escravo de nome Felisberto que faz e assina como vendedor Antonio Inácio da Trindade por seu procurados Tenente Tibério Augusto d'Arruda e como comprador o Capitão João Caetano Teixeira Muzi por seu procurador Alferes Daniel Benício de Toledo como abaixo se declara.

Saibam quantos este público instrumento de escritura de compra e venda virem que no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos setenta e nove aos nove dias do mês de Dezembro do dito ano nesta Vila de Miranda da Província de Mato Grosso em meu cartório compareceram pessoalmente partes havidas e contratantes, isto é, como vendedor Antonio Inácio da Trindade, por seu procurador Tenente Tibério Augusto d'Arruda e como comprador o Capitão João Caetano Teixeira Muzi por seu procurador Alferes Daniel Benício de Toledo, ambos reconhecidos pelos próprios de mim Tabelião e das duas testemunhas abaixo nomeadas e assinadas de que dou fé perante as quais pelo vendedor me foi dito que sendo Senhor e possuidor de um escravo de nome Felisberto, cor preta, menor de nove anos de idade de idade, solteiro, natural desta província filho da escrava Vitorina, apto para o serviço de pajem matriculado no município de Miranda sob numero de sete na matrícula geral, e quinze na relação apresentada em oito de julho de mil oitocentos e setenta e cinco e porque o possui livre e desembaraçado de qualquer ônus judicial e extrajudicial; vende e como de fato e direito vendido tem de hoje e para sempre ao comprador Capitão João Caetano Teixeira Muzi pela quantia de um conto de reis em moedas correntes deste Império; pelo que lhe dava plena e igual quitação de pago e satisfeito para mais em tempo algum lhe ser pedido por si e nem por seus herdeiros e por isso transfere todo o direito, ação e domínio que no dito escravo tinha na pessoa do comprador que gozava desde hoje para sempre obrigando-se a fazer boa e valiosa venda todo tempo. E pelo comprador me foi dito em presença das mesmas testemunhas abaixo assinadas que aceitava a presente escritura de venda a ele feita e desde já se davapor empossado do referido escravo Felisberto de que pagou na repartição competente a sisa constante do documento que em seguida transcrevo = Reis cinquenta mil = Anastacio número 17 = Coletoria Provincial de Miranda, imposto de meia sisa de um escravo. O senhor Capitão João Caetano Teixeira Muzi por seu procurador Senhor Daniel Benício de Toledo pagou nesta Coletoria a quantia de cinquenta mil reis proveniente de um escravo de nome Felisberto que comprou do senhor Antonio Inácio da Trindade por um conto de reis como consta do livro de receita a folhas onze verso. Coletoria Provincial de Miranda, nove de Dezembro de mil oitocentos setenta e nove = O Coletor = Guaporé = o Escrivão Bueno Pedroso. E como assim o disseram, outorgaram e prometeram cumprir  guardar do que dou fé, lavrei-lhe esta, que sendo-lhes lido e achando conforme aceitaram e assinaram com as testemunhas Luiz da Costa Leite Falcão e Francisco Eugenio Moreira Serra, comigo Benedito Rodrigues de Jesus, Tebelião interino de notas que o escrevi e assino."

FONTE: Fundação Cultural Palmares, "Como se de ventre livre nascido fosse...", Arquivo Público Estadual, Campo Grande, 1994, página 148.

domingo, 13 de outubro de 2013

16 de novembro

16 de novembro

1865 - Forças brasileiras entram em Mato Grosso
Paisagem sul-matogrossnese, eternizada por Taunay

Expedição militar brasileira, destinada a combater o inimigo que havia invadido o Sul de Mato Grosso no final de 1864, depois de passar por São Paulo, Minas Gerais e Goiás, alcança o território da província de Mato Grosso, às margens do rio Verde, afluente do Paraná, na divisa com Goiás. O cadete Taunay, autor da "Retirada da Laguna" e membro da comissão da engenheiros das forças brasileiras, registra, com detalhes do acontecimento:


"às 4 horas e 55 minutos marchou a força ao rumo O. por uma légua, tomando depois, como na véspera, para o O. S.O., em cuja direção média caminhou 2 ¹/² léguas por chapadões cobertos apenas de capim barba de bode, que brotava virente pela muita chuva dos dias passados. Aqui e acolá destacam-se capões, reduzidos às vezes a simples fitas ao acompanharem os filetes de água que serpeiam aos encontros dos declives".


Completada a travessia do rio Verde, a força acampou junto ao córrego Invernadinha, já em território matogrossense, assim caracterizado pelo atento observador:


"O terreno percorrido é em geral acidentado, ora argiloso; ora arenoso; às vezes com cerrados dos lados da via, outras com mato fechado. O aspecto da vegetação foi sempre o mesmo em todas estas marchas."


Não escapou à observação do escriba o contestado entre Goiás e Mato Grosso:


"O rio Verde é motivo de grande controvérsia entre as duas províncias de Goiás e Mato Grosso, querendo esta considerá-lo a sua linha divisória com aquela, que muito pelo contrário pretende dever estender os seus direitos até a confluência do Taquari com o Coxim. O terreno litigioso te, pois, desde esta questão avivada na presidência em Goiás do sr. José Martins Pereira de Alencastro, ficado sujeito à ação das duas partes reclamantes, o que seria causa de conflitos, colisões e graves incômodos para os seus habitantes, se não fosse a vastidão dos territórios e a escassez e disseminação da população.".


FONTE: Taunay, Marcha das Forças, Editora Melhoramentos, S. Paulo, 1928, página 120.



16 de novembro
 
1848 – Joaquim Francisco, o Sertanejo, atravessa o rio Paraná




Barão de Antonina, o patrão do Sertanejo

Em viagem de Curitiba ao Sul de Mato Grosso, iniciada a 7 de outubro, Joaquim Francisco Lopes,  “vara o Paraná e desce para ganhar a embocadura do Ivinhema. Navega ao longo do rio, em cujas barrancas estavam os índios caiuás; dá-lhes presentes à vontade, colhendo informações através de um ‘linguará’ (intérprete) sobre as terras que atravessava. Muita mata e os campos procurados não existiam por ali. Prossegue a viagem; toma o rio Brilhante, em cujas proximidades sabia estar Antonio Gonçalves Barbosa, morador da fazenda Boa Vista, onde chega a 7 de dezembro, por terra, deixadas as canoas à margem do rio Vacaria".
Irmão de Francisco Lopes, o Guia Lopes, Joaquim Francisco Lopes, o Sertanejo, como ficou conhecido, estava a serviço do barão de Antonina que lhe contratara para adquirir terras e construir uma estrada até Miranda.  


FONTE: Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, Sua Evolução Histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999, página 92.




16 de novembro

1866 - Guerra do Paraguai: recrutamento compulsório e fuzilamento para recapturados

Depoimento de um tenente brasileiro, que conseguiu escapar do recrutamento imposto aos brasileiros, denunciou que soldados do exército do Paraguai, perseguem moradores da Corumbá ocupada, que tentam escapar do recrutamento compulsório, decretado pelo governo do marechal Solano Lopes. Aqueles que são recapturados são sumariamente fuzilados, como conta dos poucos que conseguiram escapar:

Há três dias chegou de Corumbá, por via da Bolívia, o tenente Feitosa, um dos prisioneiros daquela vila. Refere que, tendo que embarcar para Assunção em 30 de agosto, conseguira evadir-se com 16 dentre os seus infelizes companheiros, 10 dos quais sendo alcançados pelos paraguaios foram todos fuzilados, escapando ele - Feitosa - e mais 6. As orelhas das vítimas foram cortadas e levadas para Assunção como sinal de boa diligência, segundo conta um dos escapos".

FONTE: Correio Paulistano (SP), 18 de janeiro de 1867.


16 de novembro

1909 – Concluída medição do rocio de Campo Grande


Vista geral do povoado de Campo Grande em foto do início do século XX 

O engenheiro Themístocles Brasil, atendendo ao intendente José Santiago executa a demarcação do rocio da vila. Em seu trabalho “encontrou, dentro dos limites previamente disignados, circunscrevendo-o mais estreitamente às cabeceiras que afluem para os dois córregos que regam o povoado, a fim de que ele não ficasse privado da água necessária à sua manutenção e higiene, a área de 6.540 ha. 34 ha. e 74 m2".



FONTE: 33 - Paulo Coelho Machado, A Rua VelhaTribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1990, página 110.


16 de novembro

1918 - Gripe espanhola: governo responde críticas de inspetor de saúde de Corumbá

Em resposta ao inspetor da saúde dos portos, em Corumbá, Gastão de Oliveira, o presidente do Estado, dom Aquino Correa, justifica a criação de barreira sanitária na localidade de Amolar para isolar Cuiabá do contágio, já detectado nessa cidade:

"Respondo vosso atencioso despacho de anteontem cujas ponderações bem atestam a vossa competência e dedicação que desempenhais o importante cargo que o governo federal em boa hora vos confiou. Queirais antes de tudo aceitar meus cordiais agradecimentos pela generosa oferta do vosso valioso concurso do qual muito espera esta Presidência. Cabe-me , entretanto, declarar-vos que este governo, depois de ter reclamado da União providências urgentes para defesa sanitária do Sul do Estado, hoje, infelizmente, invadido pela gripe espanhola, resolveu empenhar todos os esforços afim de salvar, quanto possível, regiões do Norte em geral, mais abandonadas, depauperadas. Nesse sentido telegrafei ao intendente desse município, combinasse convosco medidas oportunas eficazes de evitar aí o contágio. Tendo sido também, por fim, atacada também essa cidade, tornou-se a população aqui sempre mais apreensiva, exigindo enérgica ação do Governo, tendente a isolar esta capital, o que a todos parece relativamente fácil, porquanto, não temos senão uma quase única via de comunicação e esta muito pouco trafegada. Assim foi que tendo mandado instalar posto médico na povoação de Amolar, determinei ultimamente fossem mantidas em observação cinco dias todas as embarcações procedentes desse porto, para onde deverão regressar, caso se manifeste durante esse tempo, epidemia a bordo, visto impossibilidade de dotar aquele posto necessário conforto hospitalar. Quer-me parecer esta medida não trará complicações internacionais, nem poderia ter sido afeta ao serviço sanitário federal que, infelizmente, não existe nesta capital. Devo enfim ponderar que não estando nós ainda aqui aparelhados para adotar modernos recursos profiláticos e terapêuticos somos forçados em momentos como este a insistir em quaisquer outros que ao menos tranquilizem o espírito do povo, preparando-lhe o moral para combater a epidemia caso Deus não nos queira dela preservar. Especial intuito do Governo é evitar provavelmente evitar a entrada de doentes nas populações ainda imunes, o que sempre causa prejudicial impressão como acontece aí mesmo em Corumbá, apesar de vossas inteligentes e solícitas providências e melhores recursos do que dispondes. Pensando ter assim justificado amplamente o procedimento deste governo desejoso apenas males do povo, cujo bem estar deve se a suprema lei para governantes, folgo do ensejo para vos apresentar minhas cordiais saudações. Bispo Aquino, Presidente".

FONTE: A Cruz (Cuiabá), 24/11/1918.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

31 de outubro

31 de outubro


1883 - Morre em Corumbá filho de revolucionário pernambucano


Faleceu em Corumbá, onde servia no no Batalhão de Artilharia a Pé, o tenente Pedro Ivo Veloso da Silveira. Combatente na guerra do Paraguai, era filho de Pedro Ivo, combatente da Cabanagem no Pará (1835) e líder da revolução praieira, no Recife (1848). O fato foi sintetizado pelo primeiro jornal de Corumbá:

"Passamento - No dia 31 de outubro último, pelas 5 horas da tarde, deixou de existir o 1° tenente do 3° batalhão de artilharia a pé Pedro Ivo Veloso da Silveira.

Portador de um nome ilustre, pelo sacrifício de um brasileiro, verdadeiramente amigo do seu país e que soube levar ao extremo a sua abnegação por ele, sustentando com a coragem de herói de suas opiniões; era o sr. 1° tenente Pedro Ivo V. da Silveira, um moço dotado de qualidades, que o tornavam digno da estima de seus camaradas e de seus concidadãos em geral.

Em suas veias corria o sangue, todo brasileiro, de seu progenitor, porém, isolado desde muito jovem e sujeito aos vaivéns do labirinto que se chama mundo, sem apoio e sem guia, o sr. tenente Pedro Ivo experimentou completa modificação na energia que herdara. Era muito brasileiro também, o que demonstrou com bons serviços que prestou na campanha do Paraguai, e digno de muita estima; excelente pai de família e bom amigo. Paz à sua alma".


FONTE: O Iniciador(Corumbá) 4/11/1883.


31 de outubro
 
1874 – Monumento aos heróis de Laguna



Taunay consegue a ordem para erigir monumento à memória do coronel Carlos Camisão e do tenente-coronel Juvêncio Cabral de Meneses no lugar em que haviam sido sepultados nas proximidades da fazenda Jardim. A ordem foi cumprida, segundo o seguinte boletim:

No. 440 – Comissão de limites entre o Brasil e o Paraguai. Assunção, 31 de outubro de 1874 – Ilmo. Exmo. sr. – O monumento à memória dos beneméritos comandante e imediato das forças brasileiras que operaram no sul de Mato Grosso, acha-se levantado à margem esquerda do rio Miranda, junto ao Passo do Jardim, no alto de uma colina e a 16 léguas do passo de Bela Vista, no Apa – É de mármore e a sua base de pedra e cal – A lápide que está assentada em plano inclinado, sobre quatro peças também de mármore, olha para a estrada da retirada das forças, que passa a 50 metros de distância.


Contém a seguinte inscrição:


À memória dos beneméritos coronel CARLOS MORAES CAMISÃO e tenente-coronel JUVÊNCIO MANUEL CABRAL DE MENESES comandante imediato das forças em operações ao sul desta Província, falecidos em 29 de maio de 1867, na memorável retirada das mesmas forças, o Governo Imperial mandou erigir este monumento em 1874.


Carlos Moraes Camisão e tenente-coronel Juvêncio Manuel Cabral de Meneses, comandante e imediato das forças em operação ao sul desta Província, falecidos em 29 de maio de 1867, na memorável retirada das mesmas forças, o Governo Imperial mandou erigir este monumento em 1874.

O coronel Rufino Enéas Gustavo Galvão, encarregado pela construção dos jazigos em parte ao ministro da Guerra, dá detalhes:

As sepulturas estavam intatas e não tinham sido abertas, como me informaram; foram reconhecidas pelo sobrinho do falecido prático José Francisco Lopes, Gabriel Lopes, que mora atualmente na fazenda do Jardim e acompanhou as forças.

O monumento está dividido interiormente em dois compartimentos, contendo um os restos do comandante, o outro do imediato. Assinala este compartimento um frasco dentro do qual se acha um castelo de metal dourados, que mandei colocar ao lado dos ossos, como distintivo da corporação a que pertenceu o ilustre finado.

No outro compartimento mandei colocar uma granada de calibre 4, La Hitte, que aí encontrei, como distintivo da arma do distinto comandante das forças.
Ao lado do monumento, mandei fazer uma sepultura de pedra e cal e nela foram depositados os restos do destemido prático das forças, José Francisco Lopes, conforme os desejos de sua viúva.

Entre os dois jazigos fiz construir outro e nele encerrar os ossos que se achavam espalhados de outros bravos ali falecidos.
Mandei cercar as sepulturas com mourões e levantar no vértice da construção uma grande cruz de madeira de lei.

Pequeno cemitério assinala, pois, esse remoto lugar, onde sucumbiram tantos valentes defensores da Pátria. 

Em 31 de dezembro de 1938, foi inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas o monumento aos heróis de Laguna e Dourados, na praia Vermelha, no Rio de Janeiro.

FONTE: Taunay, Memórias, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1946, página 257




31 de outubro

1895 - Fundado do Partido Autonomista de Nioaque


Vicente Anastácio, o presidente do Partido Autonomista de Nioaque


Dissidentes do partido republicano, do coronel João Ferreira Mascarenhas, fundam o partido autonomista de Nioaque. O primeiro diretório teve a seguinte composição: presidente Vicente Anastácio, vice João Caetano Teixeira Muzzi, secretário João Antonio da Trindade e membros João Rodrigues de Sampaio, Augusto Nunes Ferraz, Joaquim César e Joaquim Gonçalves Barbosa Marques. 

Da eleição para a intendência, realizada nesse mesmo ano, o partido concorreu com seu filiado Rodrigues de Sampaio, que conseguiu 44 votos. O vitorioso foi o republicano Cláudio Gomes, que obteve 455 votos.¹

Ao Partido Autonomista de Nioaque vários autores atribuem a defesa da divisão do Estado. Na verdade, o que se tem é que seus dirigentes terminaram protagonizando conflito bélico contra o líder João Ferreira Mascarenhas, aliado do governo estadual. Não se sabe as razões da disputa entre os dois grupos, tendo-se como desfecho a derrota do partido autonomista, segundo a versão oficial:

Chegando ao me conhecimento que entre os partidos - autonomista e republicano popular - em que se dividiu a política local, dirigido o primeiro pelo cidadão Vicente Anastácio e o segundo pelo coronel João Ferreira Mascarenhas, estava iminente um encontro, e que bandos de homens armados de uma e outra parcialidade percorriam a comarca causando sobressaltos e alarmando seus pacíficos habitantes, fiz seguir para ali, em comissão, o desembargador Antonio Fernandes Trigo de Loureiro, nomeado chefe de polícia, com instruções especiais que o caso exigia, e acompanhado de força que garantisse sua autoridade para sindicar daqueles fatos, abrindo inquérito afim de conhecer a quem cabia a sua responsabilidade e tomando outras providências que a gravidade dos acontecimentos e o seu elevado critério aconselhassem na ocasião para restabelecer a ordem, o que conseguiu aquele distinto magistrado, desempenhando cabalmente a árdua missão que lhe fora confiada.

A dificuldade de mobilizar prontamente força do corpo da polícia militar, que continua desfalcado, para acudir a segurança de ordem em municípios distantes da capital, como aquele, sem via regular de comunicação, não permitiu que fossem em tempo tomadas providências para evitar encontros, dos quais resultaram perdas de algumas vidas.

Ao chegar a Nioaque já encontrou o chefe de polícia a vila em poder do coronel Mascarenhas, tendo a maior parte dos autonomistas, incriminados e responsáveis, se refugiado na república do Paraguai, onde permanecem.²

FONTE: ¹O Matto-Grosso (Cuiabá), 8 de dezembro de 1895; ²Preside Antonio Correa da Costa, mensagem à Assembleia Legislativa, (Cuiabá) 1° de fevereiro de 1897, página 4.

FOTO: Extraída do Album Graphico de Mato Grosso (1914).


31 de outubro

1912 – Inaugurado matadouro de CG


V

É inaugurado em Campo Grande o primeiro matadouro público da cidade. Conforme constata Edgard Zardo, era “preocupação da municipalidade a questão da carne, que provinha das reses abatidas nas chácaras e fazendas próximas e era transportada em carretas ou carroças abertas e sem condições higiênicas, vendida nas residências”. Com efeito, foi autorizada a construção do primeiro matadouro de Campo Grande, concessão dada a Nicola Verlangieri, inaugurado nessa data. Verlangieri fica pouco tempo à frente do mesmo, devolvendo-o à intendência, que passou a operá-lo sob a denominação de Matadouro Público Municipal, localizado nas proximidades da confluência do Prosa e o Segredo, onde passou a funcionar a sede central do Instituto Mirim, na avenida Via Morena.


FONTE: Edgard Zardo, De Prosa e Segredo Campo Grande Segue seu Curso, Funcesp/ Fundação Lions, Campo Grande, 1999, página 50.



31 de outubro
 
1916 – Caetananda: militares garantem decisão judicial


Chega a Corumbá expedição militar enviada pelo governo federal para garantir a ordem de hábeas-corpus concedida à Assembleia Legislativa, que instalada provisoriamente nessa cidade, travava disputa com o presidente Caetano de Albuquerque, no episódio que entrou na história como Caetanada. A força era comandada pelo general Luis Barbedo. 


FONTE: 63 - Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 233.



31 de outubro


1943 - Inaugurado o Educandário Getúlio Vargas em Campo Grande





Foi inaugurado em Campo Grande o Educandário Getúlio Vargas, destinado aos filhos de portadores de hanseníase, como suporte na área de manutenção e ensino, ao sanatório São Julião, inaugurado em 1941 pelo presidente Getúlio Vargas. O assunto foi notícia na imprensa nacional:

CAMPO GRANDE, 3 (Asapress) - Foi solenemente inaugurado o "Educandário Getúlio Vargas", construído pela Sociedade de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra. Destina-se esse estabelecimento a recolher, manter e educar os filhos dos leprosos. Com uma capacidade de 200 leitos, nele serão abrigadas as crianças de até 18 anos. A sua construção foi iniciada em 1940, após uma campanha que rendeu 531.000,00 cruzeiros. A construção custou um milhão de cruzeiros, tendo o governo federal contribuído com o restante. Foram inaugurados os retratos do presidente da República, do ministro da Educação e do interventor Júlio Müller.

A solenidade contou com a presença da sra. Eunice Weaver, presidente da sociedade, provedora da obra inaugurada.


FONTE: jornal A Manhã (RJ), 4 de novembro de 1943.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

23 de outubro

23 de outubro
 
1859 – Frei Mariano toma posse em Miranda


Frei Mariano de Bagnaia (à direita) em desenho de Taunay


Nomeado pelo bispo de Cuiabá, d. José Antonio dos Reis, vigário de Miranda e vigário forâneo do Baixo-Paraguai e pelo presidente da província diretor dos índios, assume a paróquia de Miranda, o frei Mariano de Bagnaia. “Miranda sempre foi um lugar de difícil permanência de sacerdotes. Mas frei Mariano de Bagnaia começa a desenvolver suas atividades seja no campo indígena seja como vigário da paróquia. Desde o começo ele planeja as suas atividades pois o seu campo agora tem caráter diferente”, observa o frei Alfredo Sganzerla:

O ambiente externo desta nucleação do Mato Grosso desde a sua fundação se constitui em área de difícil desenvolvimento. As distâncias e os problemas com as pessoas aqui destinadas, dificultam qualquer atividade em relação ao apostolado gratuito. Bem como é um dos povoados dos primeiros da região com destinos na faixa de segurança e na busca de novas terras para a criação de gado. Para tanto a navegabilidade do rio Miranda vai favorecer a todos os interesses.


Dando maior prioridade aos índios da região, frei Mariano “inicia entre os terenas uma capela dedicada a São Francisco de Assis, onde em pouco tempo realiza mais de 300 batizados. As diversas aldeias na periferia de Miranda eram constituídas por mais de 2500 índios".


Frei Mariano permanece à frente da paróquia de Miranda até 1865, quando é preso e deportado para o Paraguai. 


FONTE: Frei Alfredo Sganzerla, A História do Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMT-MCC, Campo Grande, 1992, página 190

FOTO: extraída do livro A Retirada de Laguna, de Taunay.




20 de outubro

20 de outubro 

1839 - Fundado o Porto Alencastro





Joaquim Francisco Lopes, o Sertanejo, funda o Porto de Alencastro, no termo da estrada que abriu de Piracicada, então vila da Constituição, às margens do rio Paraná, a soldo do governo de São Paulo:

Ao alvorecer de 1838, recebeu, por ordem do presidente Gavião Peixoto, 100$000 de auxílio para as despesas da abertura e melhoramento da picada de Franca para estrada nova no interior paulista. Sob alvitre de terceiros, talvez do dr. Vergueiro, requereu à Assembleia provincial maior auxílio, que foi fixado em 250$000, pagos pela secretaria do governo.

Partiu de São Paulo para Campinas e daí para Piracicaba, então vila da Constituição. Com a colaboração de soldados e civis, encetou logo a abertura da picada em a nova estrada, de acordo com o traçado aprovado, e tal trabalho, até o trecho da via Araraquara-mirim, estava concluído em abril. O resto do ano empregou-o o Sertanejo não só na abertura da nova picada ao encontro da estrada recém-aberta até o rio Paraná, como também na retificação de voltas e curvas na estrada já concluída, para o que dispôs do auxílio de 350$000, conferido pelo presidente da província e da cooperação dominante do piloto oficial José de Campos Negreiro.

O ano de 1839 foi por ele empregado nas tarefas de melhorar as picadas para as estradas de Araraquara e do Paraná, a cuja ribeira, a 20 de outubro do mesmo ano, se fundava o porto de Alencastro, a 81 léguas da vila de Piracicaba.

O Porto de Alencastro que se conhece nos dias atuais localiza-se no rio Paranaíba, na divisa de Mato Grosso do Sul com Minas Gerais. De sua viagem de volta ao Rio, depois da célebre retirada da Laguna, Taunay refere-se ao local:

As margens do Paranayba são naturalmente barrancosas; as águas claras, têm velocidade considerável, que a constante inclinação e esforço dos sarandis, em alguns pontos mais próximos das ribanceiras, indicam, a largura é de 350 a 400 braças. Para atravessá-las existe uma barcaça composta de duas estragadas canoas de tamboril mantida pela barreira provincial de Mato Grosso, que daí tira algum rendimento. 

Ainda sobre essa estrada há notícia de que em 1842, Garcia Leal e José da Costa Lima, fundadores de Paranaíba, venceram concorrência para refazê-la.

Inaugurada no dia 11 de outubro de 2003, pelo governo federal no município de Paranaíba (MS) a ponte suspensa de Porto Alencastro, sobre o rio Paranaíba, ligando os Estados do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. 


FONTE: Mário Monteiro de Almeida, Episódios Históricos da Formação Geográfica do Brasil, Alvorada, Campo Grande, 2010, página 57.Taunay, Viagens de Outrora, Editora Melhoramentos de São Paulo, 1921, pag.63.


20 de outubro
 
1911 – Porto Murtinho transformado em vila

Por decreto do governo do Estado a freguesia de Porto Murtinho é elevada à condição de vila. Implantada em terras da fazenda Três Barras, do major Boaventura da Mota, por iniciativa da Empresa Mate Larangeira, Porto Murtinho foi por muitos anos entreposto de embarque da erva-mate, colhida em território do sul-matogrossense para o exterior.

Houve ainda no município as indústrias de tanino: Florestal Brasileira e Quebracho do Brasil. 


Sua base econômica atual é a pecuária.


FONTE Virgílio Correa Filho,  Mato Grosso, Coeditora Brasílica, Rio de Janeiro, 1922; página175.





20 de outubro

1948 - Crime em família abala Corumbá






Crime ocorrido em Jacadigo, na fronteira com a Bolívia, abalou a população de Corumbá e teve repercussão nacional. Três irmãos solteiros, da família Velasquez, assassinaram Ramon Velasquez, o irmão casado, com 18 tiros, no sítio onde este morava, numa disputa por terras. A notícia, publicada nos jornais da cidade e do Estado, foi destaque no Diário da Noite¹, do Rio de Janeiro: 





Segundo Felipe Velasquez, neto da vítima, os irmãos homicidas foram inocentados, alegando legítima defesa, "apesar de ser pública e notória a prática do crime".²

FONTE: ¹Diário da Noite (RJ) 27 de outubro de 1948; ²Felipe Velasquez, entrevista ao blog em 20 de maio de 2017

FOTO: acervo de Felipe Velasquez (Album de Família)

domingo, 6 de outubro de 2013

12 de outubro

12 de outubro

1866 – Paralisia ataca tropas brasileiras



Em carta de Miranda ao seu pai no Rio, Taunay dá as últimas e lamentáveis notícias da situação da força, antes de sua partida à fronteira para o confronto da fazenda Laguna, que redundaria na célebre e trágica retirada, narrada em sua obra-prima:

Nosso bom amigo, o dr. Cícero Álvaro dos Santos, retirou-se de nossa companhia por causa da moléstia de que já tanto lhe falei e que continua a fazer vítimas. Está agora verificado que o doente, desde os primeiros surtos da paralisia deve fugir destes lugares pestilentos, se não quiser pagar com a vida a imprudência da demora.


Três vítimas do desejo de servir ao comandante das forças que lhes pedira esperassem a mudança de acampamento (para ponto distante somente de dez léguas, o que lhes traria a modificação do mau estado de saúde), estão enterrados, e infelizmente outros casos não faltam, desde o nosso Chichorro da Gama até o capitão Duarte, moço valente e bom que neste momento toma as últimas disposições para partir deste mundo.


Esta moléstia cruel que os nossos médicos desconhecem, está perfeitamente descrita por graves médivas de Dublin, e uma das mais brilhantes personalidades do mundo científico. Os sintomas ali se acham perfeitamente descritos e a marcha da moléstia foi analisada por notável espírito de observação arguta. Os menores pormenores não lhe escaparam. Infelizmente a terapêutica está um pouco obscura e muito reduzida se a compararmos com o brilhante diagnóstico. A causa da paralisia é a umidade (talvez o frio) contraído em condições especiais por pessoas que têm hábitos de conforto e sofre privações a que não estão acostumadas. Os médicos que temos não consideram todas as circunstâncias que apresenta o ilustre autor de Dublin e de tal não tiram proveito algum. Para cúmulo da infelicidade os nossos dois médicos mais inteligentes nos deixaram, primeiro o dr. Serafim e por último aquele que lhe apresentei hoje. Será o que Deus quiser! Até agora minha saúde não sofreu alteração. Fiz a travessia do rio Negro em fevereiro e todos os outros em maio, quando as águas transbordavam e invadiam léguas em redor. Muitos de nós desceram do cavalo e foram obrigados a marchar com água pela cintura durante mais de duas horas. Sofremos agora as conseqüências de tal caminhada. Afirma-o Graves e eu em tal creio piamente apesar de outros quererem assinalar como causa uma afecção medular e comparar a moléstia a uma mielite, apesar de eliminados todos os caracteres patognômicos. É preciso ter pedra à cabeça para sustentar semelhantes idéias como fez um dos discípulos de Esculápio que aqui temos. Com todo o seu sistema vai a torto e a direito enchendo a barca de Caronte e despachando como assecla de Plutão os doentes que lhe caem às garras.


O desfecho da correspondência é uma crítica ácida ao seu comandante:


As operações ao Sul não caminham à medida da nossa vontade e segundo os nossos desejos as dificuldades aí são sem dúvida imensas; em país tão excepcionalmente inundado e cheio de pântanos. Por aqui teríamos mais facilmente penetrado do coração do Paraguai, mas precisaríamos de 10 a 12.000 homens e só temos 1.200, todos infeccionados pelos germens de moléstias perigosas. Primeiro a febre intermitente que começa a reinar a ponto de meter medo ao desatinado que temos como chefe. O hábito que contraiu e adquiriu de resistir às ordens do governo contando com a impunidade virou-lhe a cabeça. Creio que somente por espírito de contradição nos acantonou aqui apesar da opinião geral, em vez de marchar para o Apa ou pelo menos para Nioaque, lugares favoráveis à saúde dos pobres soldados e de nós todos. Dá cabeçadas inacreditáveis, enfim tudo está em desordem e achamo-nos dominados por completo desânimo.

FONTE: Taunay, Mensário do Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1943, página 174


12 de outubro

1907 -De Corumbá, coronel delata movimento divisionista

Em manifesto impresso em Corumbá, o fazendeiro e líder político de Aquidauana e região, insurge-se contra o movimento liderado pelo gaúcho Bento Xavier, que tinha entre seus objetivos, a divisão do Estado:

"Pela tipografia d'O Brasil acaba de ser impresso um manifesto, datado de 12 de outubro, do sr. coronel José Alves Ribeiro, acatado e prestigiado fazendeiro do Sul do Estado, que já tem ocupado elevados cargos de eleição popular como matogrossense digno e patriota amante do progresso de sua terra.

O motivo do manifesto, diz o sr. coronel Alves Ribeiro que é devido a um nefasto movimento, iniciado em Bela Visla, cujo fim é dividir o Estado, proclamando a sua separação sob pretexto de, no dia 30 do corrente, reclamando os seus promotores coisas impossíveis do governo, que serão negadas, invadirem as localidades e afastar as influências que se opuserem ao movimento.

Acrescenta o sr. coronel Alves Ribeiro que o governo do Estado está de posse de todos os planos dos rebeldes e que ele está pronto a agir contra esse movimento empunhando armas.


FONTE: Jornal Autonomista, Corumbá, 23 de novembro de 1907.


12 de Outubro

1925 - Iniciadas as obras da ferrovia do Sul de Mato Grosso

Autoridades de Campo Grande lançam oficialmente o lançamento da ferrovia Sul de Mato Grosso, que seria a segunda opção de estrada de ferro entre Mato Grosso e São Paulo, com o seguinte traçado: Campo Grande, Nioaque, Porto Murtinho, Bela Vista, Ponta Porã e Porto XV de Novembro, no Rio Paraná:

"Às 7 horas da manhã do dia 12 de outubro teve início a inauguração dos trabalhos da Estrada de Ferro Sul de Mato Grosso, que partirá do quilômetro 900 da E.F. Noroeste do Brasil, estando presentes várias autoridades e tendo sido feita a primeira visita pelo Exmo. Sr. general de brigada Alfredo Malan D'Angrongne, D.D. comandante da Circunscrição Militar que, à hora do champanhe exultou a iniciativa na pessoa do diretor geral, dr. A. Keating e saudou o povo campograndense na pessoa do dr. Arnaldo de Figueiredo, prefeito da cidade, pela felicidade que terá dentro de pouco tempo, quando estiverem concluídos os trabalhos de construção dessa estrada.

O TRAÇADO - O traçado da estrada será levado a efeito de acordo com a concessão que o governo do Estado fez com o dr. Antonio Keating em 11 de janeiro de 1921, cujo contrato foi firmado em 1° de fevereiro de 1922, por ambas as partes para a construção do uso e gozo de uma rede ferroviária, ligando as cidades de Campo Grande, Nioaque, Porto Murtinho, Bela Vista, indo até o Porto XV de Novembro, no rio Paraná e com a Estrada de Ferro Sorocabana.

Quanto à riqueza da zona que a estrada irá atravessar, basta dizer-se que a criação de gado, a cultura do café por colonos japoneses, a agricultura em geral, ou mesmo a policultura estão bem desenvolvidas, multiplicando-se também as fazendas modelos de gado de raça; mas uma das principais fontes de renda está na extração de erva-mate".

Do ambicioso projeto da ferrovia Sul de Mato Grosso, vingou apenas um ramal da Estrada de Ferro Noroeste entre Campo Grande e Ponta Porã, concluído na década de 50.

FONTE: O Republicano (Cuiabá), 27-12-1925.


12 de outubro


1926 –  Governo entrega primeira ponte São Paulo - Mato Grosso





É inaugurada ponte ferroviária sobre o rio Paraná, entre São Paulo e Três Lagoas, “magnífica obra de arte com 1.024 metros de comprimento e que recebeu o nome de Francisco de Sá, em homenagem ao ministro da Viação na oportunidade. Tal melhoramento veio encurtar a duração das viagens, com a economia de tempo consumido na travessia do rio em ‘ferry boats’, até então em funcionamento”. ¹

O seu comprimento total é de 1.624 metros em cinco vigas contíguas: uma na margem direita, quatro na esquerda, dois vãos de ancoragem e um vão suspenso.

Era presidente da República Washington Luis e governador de Mato Grosso Mário Correa da Costa.

A solenidade de inauguração foi presidida pelo ministro da Viação, Miranda Sá e contou com a presença do senador Antonio Azeredo, representante do governador do Estado e do general Cândido Mariano da Silva Rondon.² 


FONTE: ¹Lécio G. de Souza, Historia de Corumbá, edição do autor, sd., página 106. ²Gazeta do Comércio (Três Lagoas), 27 de outubro de 1926.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...