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domingo, 6 de março de 2011

18 de agosto





18 de agosto


1826Expedição Langsdorff chega ao rio Pardo


Paisagem típica de Mato Grosso na aquarela de Adrien Taunay, o mais
jovem pintor da  Expedição Langsdorff
No 48º dia de viagem, a missão científica russa rumo a Mato Grosso e Amazônia, alcança a embocadura do Pardo no rio Paraná e passa a navegar em território sul-mato-grossense. Em seu diário de bordo, Hercules Florence anota:


Dia 18. Vimos umas laranjeiras que mão benfazeja ou o acaso havia feito nascer naqueles desertos. Colhemos alguns frutos ainda verdes, que contudo muito apreciamos.

Atingimos a embocadura do rio Pardo, célebre entre os paulistas, de um lado pelos perigos e canseiras que aí esperam o viajante ao querer vencer a força de suas correntezas e transpor numerosas cachoeiras e duas quedas; de outro afamado pela beleza das campinas em que corre e que, oferecendo à vista, já farta da monotonia de ininterrompidos matos, vastas perspectivas cortadas de outeiros, riachos e caapões, facilitam viagem terreste, enquanto as canoas sobem, lenta e custosamente, o estreito e tortuoso curso. (...)
"No meio desses campos ao caçador facilmente se deparam veados, perdizes e outros animais, cuja carne lhe enriquece a mesa, aumentando desta arte o prazer de atravessar tão bela região. O olhar não se cansa de admirar as cores várias que de todos os lados o embelezam: aqui é uma verdejante várzea; ali fica o cerrado com suas árvores baixinhas e engorovinhadas; adiante se alarga um campo de macega mais alta que um homem e de um colorido puxando a amarelo pardacento. Muitas vezes grandes áreas de terreno, colinas inteiras, apresentam um aspecto sombrio e negrejante: é que por ali passou uma chama devoradora, ateada pelo viajante. Os troncos ficam então despidos de folhas, requeimados pelo incêndio. Se, porém, medeiam quinze dias ou um mês, arrebenta viçosa verdura naquele fundo lúgubre a acinzentado.


Sobre o rio Pardo, Langsdorf, o chefe da missão registrou as seguintes impressões:

O rio Pardo tem de 25 a 30 braças de largura na foz, pelo menos quando o atravessamos hoje cedo. A água não étão clara como a do Paraná, não corre rápido, parece mais um rio morto,mas exige muito domínio por parte dos remadores ou daqueles que trabalham com as varas grandes. As margens são baixas,sobretudo a da direita. Por isso ela está sujeita a inundações, que formam lamaçais e pântanos, onde proliferam os mosquitos. Elas devem muito insalubres logo após essas enchentes. A maior parte das margens é de lamaçais e pântanos e são muito íngremes. Em alguns pontos, veêm-se algumas rochas isoladas e parecidas, formadas de conglomerados de seixos rolados, da mesma natureza das encontradas no Paraná, principalmente na margem direita do rio Pardo, perto da margem esquerda, mais alta, rio abaixo. Os mosquitos nos torturam tanto durante o dia como à noite.


FONTE: Hercules Florence, Viagem do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1941, página 39; Georg Heinrich von Langsdorff, Os Diários de Langsdorff, volume II, Fundação Oswaldo Cruz, Rio, 1997, página 195. (imagem: Peregrinacultural http://bit.ly/gFXfkC)






18 de agosto


1866 Taunay no Pantanal


Bignoniaceas da flora pantaneira


Do Taboco, à frente das tropas brasileiras, que combateriam na fronteira, na célebre retirada da Laguna, como integrante da comissão de engenheiros da expedição, Taunay escreve ao seu pai no Rio, dando as últimas notícias da guerra e do seu cotidiano: 

Envio-lhe algumas sementes interessantes de cássias e de uma magnífica bignoniácea. Esta última dá belas flores de um amarelo resplandecente, perdendo todas as folhas como o flamboyant ao lado do qual o paratudo como aqui lhe chamam, fará magnífico aspecto. Seu nome lhe inculca as importantes virtudes medicinais: entre os índios é verdadeira panacéia. A cássia floresce da mesma maneira em azul; parece um pedaço do céu entre os galhos. (...)


Já sofremos bastante, provados pelos mais cruéis padecimentos, curtindo fome, no meio da mais horrível incerteza durante muitos meses, temos direito ao descanso. O pobre Chichorro, de nossa Comissão, pagou com a vida o passeio pelos pantanais e outro de nossos companheiros o dr. Capitolino, viu-se obrigado a retirar-se para o Rio. Todas as outras partes da expedição foram assim cruelmente provadas. Os riscos de uma grande batalha são infinitamente mais desejáveis; a falta de coragem não pode existir quando se possui o sentimento firme do dever e da dignidade. No nosso reconhecimento à margem esquerda do Aquidauana, onde muitas vezes passamos para a esquerda vigilantemente ocupada pelos inimigos, com o meu bom revólver à cinta estava bem tranqüilo e disposto a tudo que nos sobreviesse. Fizemos quanto queríamos e graças a um pouco de precaução nada nos aconteceu. Por fim só tínhamos 12 índios para nos acompanhar, como já lhe contei em várias cartas.



FONTE: Taunay, Cartas de campanha de Mato Grosso (1866) in Mensário do Jornal do Commercio, Rio, janeiro de 1943, página 170.






18 de agosto


1892 Nasce em Rosário Oeste, Arnaldo Estevão de Figueiredo


Arnaldo Estevão de Figueiredo aos 27 anos
Filho de Antônio Estevão de Figueredo e de Antônia Maria Almeida de Figueiredo.Aos doze anos ingressa no Liceo Cuiabano, saindo bacharel em Ciências e Letras em 1911. Com bolsa do Estado, oferecida pelo presidente Pedro Celestino, estuda engenharia agronômica, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, formando-se em 1914. Em 1917 muda-se para Campo Grande, onde ingressa na política. Em 1920, vice-intendente, assume a intendência municipal, com a renúncia do titular, no último ano do triênio. Em 1924, volta à chefia do executivo, desta vez como intendente eleito, sucedendo ao advogado Arlindo de Andrade Gomes. Sua obra principal foi a implantação da primeira rede de água. Em 1947, elege-se primeiro governador de Mato Grosso, depois da ditadura de Vargas. 


FONTE: Lélia Rita E. Figueiredo Ribeiro, Campo Grande o homem e a terra, edição da autora, Campo Grande, sd., página 149 (foto reproduzida do mesmo livro)


18 agosto


1967 – Deputados pedem afastamento do governador Pedrossian



Por iniciativa do deputado Júlio de Castro Pinto (foto), a Assembleia Legislativa em Cuiabá, recebe projeto de resolução decretando o impeachment do governador Pedro Pedrossian:

Artigo 1º. – É reconhecido o impedimento do sr. Pedro Pedrossian para exercer o cargo de Governador do Estado, por força do decreto do presidente da República, de 28 de fevereiro de 1967, que o demitiu do cargo de engenheiro nível 22 do quadro da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, do Ministério de Viação e Obras Públicas, por haver, no exercício da Superintendência dessa ferrovia, praticado as faltas graves enumeradas nos números I, VI e X do artigo 209 dessa lei impõe a cláusula ‘a bem do serviço público’ e por haver reincidido nas mesmas faltas no desempenho do governo estadual.


Artigo 2º. – Seja convocado o vice-governador do Estado, dr. Lenine de Campos Povoas, para assumir o governo em substituição ao titular impedido, cumprindo-se o que determina o § 4º. do artigo 31, combinado com o n. I do artigo 14 da Constituição do Estado, dentro do prazo de 10 dias desta data, sob pena de ser o cargo declarado vago, na forma prevista pelo § 3º do artigo 32 da mesma Constituição.


Artigo 3º. – Ao promulgar a presente Resolução, assume o exercício do governo do Estado o presidente da Assembleia, permanecendo nele até a posse do vice-governador, a quem transferirá o exercício do mandato, dentro do prazo referido no artigo anterior.


Art. 4º. – A presente Resolução obriga desde a sua promulgação, nesta data, revogadas as disposições em contrário.


Sala das sessões da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, em Cuiabá, 18 de agosto de 1967. aa) Júlio de Castro Pinto, Ubaldo Barém, Oscar Soares, Nunes Rocha, Celso Amaral, Alexandrino Marques, Nelson Ramos, Augusto Mário, Oliveira Lima, Milton Figueiredo, João de Paula Ribeiro, Reinaldo Moraes, Cleômenes Nunes, Walter de Castro, Américo Nassif, Sebastião Cunha, Valdevino Guimarães.



FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 335.



18 de agosto

2014 - Morre padre Mário, um dos fundadores do CIMI

   




Padre Mário comemorou ano passado 60 anos de vida sacerdotal. (foto: divulgação)
Morreu em Campo Grande o padre salesiano Mário Panziera, que estava internado há cerca de duas semanas no Hospital da Unimed (antigo Miguel Couto), na Capital. De acordo com o laudo médico, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. Ele foi um dos fundadores do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), pároco da São José e ajudou a criar 16 novas comunidades católicas na Capital.

Padre Mário nasceu em 7 de janeiro de 1927 em Selva del Montello, na Itália. Ele chegou ao Brasil em 1947, aos 20 anos de idade. Foi ordenado sacerdote aos 26 anos na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em São Paulo (SP), pelo bispo salesiano Dom João Rezende Costa. O lema escolhido para ilustrar a sua vocação foi “conservai a unidade do espírito no vínculo da paz” (Ef: 4,3).

Depois de ordenado, atuou nas aldeias São José de Sangradouro, Sagrado Coração de Meruri Marcos, com as etnias Bororo e Xavante, no Mato Grosso. Em 1972, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Em 1976 veio para Mato Grosso do Sul, assumindo a função de diretor da comunidade salesiana de Indápolis (Dourados) - composta por uma casa de formação, o Instituto Dom Bosco, e pela Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. Atuou como pároco em Cuiabá (Paróquia São Gonçalo), São José (Campo Grande), Nossa Senhora Auxiliadora (Campo Grande) e novamente em Indápolis com a função de pároco – local onde celebrou os 60 anos de vida sacerdotal em 2013.

Na Capital, de 1995 a 2008, foi o responsável pela construção de 16 comunidades católicas, três delas elevadas à paróquia: Maria Medianeira das Graças (Vila Popular); Sagrado Coração de Jesus, que se tornou a Paróquia Coração Eucarístico de Jesus (Bairro Coophatrabalho) e a Paróquia São Francisco de Sales, antes Comunidade São Pedro (Bairro Recanto dos Pássaros). Como pároco ele sempre deu prioridade à atuação de todos os movimentos pastorais da Igreja Católica.

Neste último ano foi confessor e acompanhou os formandos do Pós-Noviciado no Instituto São Vicente, em Campo Grande.


FONTE: Michel Faustino, Campo Grande News 

FOTO: Assembleia Legislativa de MS.


16 de agosto

16 de agosto


1869Frei Mariano de Bagnaia é libertado


Preso em Miranda a 22 de fevereiro de 1865, no início da guerra do Paraguai, frei Mariano de Bagnaia é  “levado para Nioaque, para as margens do rio Apa e dali para Assunção onde já se encontrava encarcerado seu colega frei Ângelo Caramânico. O frei Mariano foi por ordem superior encerrado numa casa velha, há muito tempo abandonada, sob cujo assoalho as cobras tinham feito seus esconderijos. Deram-lhe por cama um catre velho e nojento, infectado por uma infinidade de percevejos, pulgas e outros insetos.

De Assunção foi removido para Ascura na Cordilheira e depois transportado para o presídio de Caacupê. E por fim frei Mariano de Bagnaia foi removido para o presídio de Parrero Grande. Em 16 de agosto de 1869 foi libertado pelo exército brasileiro”. 


Em sua volta a Mato Grosso, frei Mariano assume a paróquia de Corumbá, sendo a construção da igreja da Candelária sua obra mais duradoura na cidade branca. Uma das principais ruas de Corumbá tem o seu nome.



FONTE: Frei Alfredo Sganzerla, A história de Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMT-MCC, Campo Grande, 1992, página 200. (retrato: Retirada da Laguna, de Taunay)




16 de agosto


1872 Iniciada a demarcação de limites entre Brasil e Paraguai



General Rufino Eneias Gustavo Galvão



Na confluência do Apa principiam as operações de campo na demarcação dos limites entre Brasil e Paraguai, chefiadas pelo coronel Rufino Enéias Gustavo Galvão, o visconde de Maracaju, que para “desempenhar a incumbência que lhe fora cometida – segundo Virgílio Correa Filho – fez-se mister o auxílio de contingente militar de 50 praças de infantaria e 10 de cavalaria, sob o comando do major Antônio Maria Coelho. De outra maneira não seria exequível a magna tarefa, a que os nativos se oporiam, decididos a impedir a entrada de estranhos em seus domínios.” 



FONTE: Rubens Aquino, Tererê, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 350.


sábado, 5 de março de 2011

6 de agosto

6 de agosto


1905 Rondon em Rio Brilhante


Palacete de Domingos Barbosa Martins (Gato Preto), construção do início do século XX. 

Em viagem de inspeção e reconhecimento ao Sul do Estado, após completar a ligação telegráfica, com a inauguração da estação de Bela Vista, Rondon chega a Rio Brilhante, então, Entre Rios:

Prosseguia a exploração de S. Tomás em direção a Vacaria, através de fazendas e cabeceiras, cujos nomes o guia em geral ignorava como ignorava às vezes, qual a melhor direção a tomar. Na margem esquerda do Brilhante perdi o meu guampo – um belo copo de chifre com lavores de prata – que usava desde 1894.


Depois passamos pela fazenda Boa Vista, de um gaúcho simpático que, a meu ver, um governo clarividente aproveitaria para chefe político desta zona.
Continuamos a explorar rios, varar cabeceiras, passar em fazendas, tirando fotografias em todo o percurso.


Perto da cabeceira do Pulador, viam-se uns blocos de pedras grés – pedras brancas. Fotografei-me em cima desse bloco, pensando no esforço que faz cada um de nós para ser o melhor instrumento possível na obra de elevação da espécie, pensando no grande regenerador e na necessidade de se difundirem seus ensinamentos, para favorecer aquela elevação...


Chegamos a 6 de agosto ao novíssimo povoado de Entre Rios, fundado em 1º de janeiro de 1904 pelo sr. Chico Cardoso. O povoamento começara, realmente, em setembro e fora tão rápido que as observações astronômicas já haviam sido feitas na frente da casa da escola. Ocupado nesse serviço, não me fora possível receber pessoas que me vieram visitar. Tirei depois fotografias da escola e dos habitantes da povoação.




FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 195.


FOTO: do livro Memória janela da História, de Wilson Barbosa Martins



6 de agosto

1920 - Suspensão de crédito bancário paralisa venda de gado em Corumbá

A suspensão dos financiamentos bancários em Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso, paralisa a comercialização de venda de gado na região pantaneira. A Associação Comercial de Corumbá, recorre à interferência de sua coirmã no Rio de Janeiro:

"Diante da situação cada vez mais aflitiva com que vem lutando esta e outras praças do Estado, por escassez de numerários, agora agravada pela falta de entradas de boiadeiros de Minas e São Paulo, que consta não têm podido conseguir numerários dos bancos daquelas praças para fazerem suas compras de animais, de gado neste Estado, somos obrigados, em tão difíceis emergências, solicitar uma vez mais o seu valioso concurso junto ao Exmo. Sr. ministro da Fazenda, no sentido de ser levado a efeito, com possível urgência, transformação do Banco do Brasil em aparelho emissor e resdesconto, única solução prática no conceito geral, capaz de solucionar tão premente situação, no sentido, aliás, manifestado por outras nossas coirmãs, como nós, empenhadas efetividade daquela bem orientada patriótica medida do governo - Maciel, presidente - Estevão Silva - secretário".





1929 - Criado o Centro da Colônia Boliviana em Campo Grande

Por ocasião das comemorações do dia da independência de seu país, cidadãos bolivianos residentes em Campo Grande decidem criar o Centro Boliviano em Campo Grande. O evento é destaque no Jornal do Commercio:

"A comemoração da data de 6 de agosto, inesquecível para todos os bolivianos, foi feita este ano entusiasticamente pela laboriosa e honrada colônia boliviana domiciliada entre nós.

Deliberaram os bolivianos escolher a data inolvidável da emancipação política de sua grande Pátria para a solene fundação do Centro da Colônia Boliviana, o que foi realizado com tocante simplicidade e grande concorrência.

Assistiu a colônia, inocrporada e conduzindo o estandarte social com as gloriosas cores nacionais da Bolívia, a uma missa na igreja matriz, em que oficiou o rev. Pe Caitano Patané o qual lançou a bênção católica ao pavilhão do Centro da Colônia Boliviana, que era conduzido pelo sr. José Santos Zabella.

Em seguida imigram-se todos os bolivianos, acompanhados pelo respectivo vice consul sr. dr. Jayme F. de Vasconcelos e pelo rev pe. Patané para o edifício do vice-consulado de Bolívia, onde, depois de terem sido tiradas algumas fotografias, lhes foi servido café, biscoitos e vinho do Porto.

Nessa ocasião, o sr. vice-cônsul em rápidas mas expressivas palavras, congratulou-se com a colônia boliviana pela eloquente prova de seu patriotismo que estava dando, naquela comemoração festiva da grande data da independência da gloriosa Bolívia, que disse ter orgulho em representar, pela incompatível nobreza das suas altivas atitudes, como também se sentia desvanecido em dirigir a colônia boliviana de Campo Grande, pela sua operosidade e honradez. Terminou convidando todos os bolivianos a terem sempre bem vivo, dentro d'alma e dos corações o mais nobre de todos os sentimentos humanos e acendrado amor da Pátria, e convidou a todos a acompanharem-no num caloroso via a Bolívia".

FONTE: Jornal do Commercio (Campo Grande), 8 de agosto de 1929.

 

6 de agosto


1932Sob censura, filme de Campo Grande estréia no Rio de Janeiro

 
 
Alexandre Wulfes,apoiado no tripé, a atriz Conceição Ferreira, 
o produtor Líbero Luxardo e o galã Egon Adolfo




















































                   
Depois da sessão especial para a imprensa em 19 de julho, é exibido no cine Eldorado, com grande sucesso de público, Alma do Brasil, totalmente filmado no Sul de Mato Grosso e produzido em Campo Grande. A exibição há menos de um mês do início da guerra civil paulista, resultaria no corte das cenas onde aparecia o general Bertoldo Klinger, comandante das forças rebeldes. Essa censura omitida pela imprensa e minimizada pelos diretores do filme, seria confirmada cinquenta anos depois por seu produtor Alexandre Wulfes, numa entrevista ao pesquisador José Octávio Guizzo:

Como o filme tinha sido gravado em Vitaphone, em disco, nós estávamos em plena revolução de 32, e o Klinger tinha sido preso, né, aquela situação toda, ele não podia aparecer, então o filme foi apreendido em plena exibição, enquanto estava no Eldorado, então recebemos cópia e apelamos,então em todo trecho em que aparecia o Gen. Bertoldo Klinger teve que ser cortado, mas não podia ser cortado simplesmente porque era sincronizado em disco e não gravado na fita, então saia fora do sincronismo, os ruídos, então a ínica coisa que consegui fazer foi convencer a polícia da época, que eu podia, que não queria me dar prejuízo também nessaocasião, o deputado Generoso Ponce, que naturalmente tinha muito prestígio e o Filinto Muller que era matogrossense aquela turma toda que era da polícia, todo mundo intervieram e chegamos à conclusão que nos trechos em que tinham sido cortados do filme, eu coloquei uma viragem, botei um quadros pretos, mas como uma viragem, uma divisão de quadros em que deixei um riscozinho vermelho, para que o público notasse que ali essa cena falava,e porincrível que pareça toda vez que entrava uma cena cortada em que aparecia o risco vermelho, o cinema vinha abaixo em aplausos...

A crítica, favorável desde a primeira exibição, considera o esforço dos empreendedores superior às dificuldades enfrentadas, responsáveis diretas por todos os defeitos da produção. O comentário a seguir foi publicada na edição de 10 de agosto do jornal O Globo:

A mesma pena que traça a apreciação de um filme produzido nos confortáveis e muito bem aparelhados ‘stúdios’ europeus ou americanos não pode desobrigar-se com idêntico rigor, em tendo de falar de uma película nacional, cuja indústria continua em embrião, e muito menos quando essa película tenha sido feita com a escassez de recursos e a deficiência de elementos que os empreendedores de ‘Alma do Brasil’ enfrentaram. Pode rebater-se em contraposição a benevolência que é exigida neste caso com o argumento de ter sido, então, preferível não confeccionar tal filme. Sem recursos de ordem técnica, além dos mais elementares, melhor seria não fazer, a fazer trabalho que deixa de resistir a uma análise mesmo superficial, só vivendo da benevolência e do patriotismo de quem vá assisti-lo. Não deixamos de concordar com os que assim pensam, mas repugna-nos o desencorajamento aos que tem seu ideal e sobrepondo-se a todas as contrariedades conseguem levá-lo de vencida. É o caso de ‘Alma do Brasil’, e aí está porque, feitas as devidas reservas, o consideramos uma iniciativa louvável.


Só ontem pudemos assistir esta obra de tenacidade, valendo por um bom documento da energia, da perseverança e da fé dos que sonham em fazer cinema nesta terra. Todos os defeitos desse trabalho – desde a morosidade do entrecho, passando pela fotografia deficiente e indo até o trabalho bisonho dos intérpretes – ficam sumidos diante do esforço dos homens que realizaram esse filme, que ainda assim nos dão algo de interessante na reconstituição no feito imortal da Retirada da Laguna e a cooperação das tropas do exército à filmagem.


"Alma do Brasil" levanta a hipótese do que serão as películas de propaganda inteligente de nosso país, traçadas com amplos recursos de toda a espécie, inclusive a colaboração do elemento oficial, a exemplo do que é feito nos Estados Unidos, onde anualmente se fabricam uns tantos filmes de sua exclusiva propaganda.


O Eldorado apresenta "Alma do Brasil" com os habituais números de palco, tão ao sabor do seu público e vem obtendo boas casas – C.





FONTE: José Octávio Guizzo, Alma do Brasil, edição do autor, Campo Grande, 1984, páginas 21 e 69.


2 de agosto

2 de agosto
 


1866Paraguaios deixam Nioaque





Após ocupar a vila por quase dois anos, o exército de Solano Lopes abandona-a, não sem antes incendiá-la. Quando, a 24 de janeiro do ano seguinte, as tropas brasileiras rumo à fronteira, chegaram ao local, Taunay viu por toda parte vestígios do incêndio, poupadas “apenas duas casas e uma pequena igreja de pitoresca aparência. À primeira vista - observa Taunay - agrada o aspecto geral do lugar. De um lado, o povoado e o ribeirão chamado Urumbeva; do outro, o rio Nioac, cujas águas confluem cerca de 900 metros para trás da igreja, deixando livre, em torno desta, à direita e à esquerda, um espaço duas vezes maior. Pequena colina fica-lhe em frente, a pouca distância".  



FONTE:Taunay, A Retirada da Laguna, 14a. edição, Melhoramentos, São Paulo, 1942. Página 37.

IMAGEM: Reprodução do livro Epopéa da Laguna, de Lobo Viana, Imprensa Militar, Rio de Janeiro, 1920, in José Vicente Dalmolin.



2 de agosto


1876 - Baronesa tem concessão para explorar metais em Corumbá




Pelo decreto n° 6273, o governo imperial dá concessão à viúva baronesa de Vila Maria para explorar ferro e outros metais na sua propriedade de Piraputangas e São Domingos, em Corumbá. Esse foi o resultado das idas e vindas do latifundiário Joaquim José Gomes da Silva, o barão de Vila Maria, ao Rio de Janeiro, desde 1870, onde o proprietário da antiga fazenda das Piraputangas fora ao governo "tratar de ver os meios de desenvolver a mineração do ferro na sua propriedade, refere-se às camadas de itabirito dos arredores de Corumbá e diz ter colhido do leito do Piraputangas amostras de ferro e manganês".

O Barão de Vila Maria, de volta da Corte, faleceu em viagem, cabendo à viúva, dona Maria da Glória, a concessão, sucessivamente prorrogada em 1878 e 1882.

A exploração predatória chegou a exaurir o minério e a própria vitalidade do solo de Piraputangas. Alguns córregos secaram por alterações causadas por mineradores, algumas condenadas pela justiça. O local foi transformado em parque ecológico em 2003, administrado pelo município. Pesquisas indicam que o parque abriga 94 espécies entre a flora e a fauna, com 39 plantas, 25 mamíferos e 13 répteis, numa área de 1300 hectares.


FONTE: Miguel Arrojado Ribeiro Lisboa, Oeste de São Paulo, Sul de Mato Grosso, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página 110. 




2 de agosto



1894Mate Larangeira incorpora banco



O Banco do Rio Mato Grosso, criado pelos irmãos Murtinho para explorar o ervais do Sul de Mato Grosso entra em liquidação e seu espólio é arrematado por 2.250 contos de réis pelo acionista minoritário Thomaz Larangeira, que retoma o controle da empresa que, “continuou naquilo que sabia fazer: colher, transportar e exportar a erva-mate, através de suas associadas platinas. Em vários exercícios financeiros acusou receitas superiores a de Mato Grosso, tendo mais de uma vez socorrido com empréstimos de vulto ao Tesouro Estadual.”



FONTE: Otávio Gonçalves Gomes, Dom Tomaz, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 412.




2 de agosto


1916 – Morre em Corumbá, o coronel João Antônio Rodrigues


Aos 72 anos, gaúcho de Porto Alegre, herói da guerra do Paraguai, mudou-se para o Sul de Mato Grosso, em 1876, por recomendação médica. Em 1879 foi nomeado delegado de polícia, função em que permaneceu por 8 anos, juntamente com sua dedicação ao jornalismo. Em 1884 fundou o semanário A Gazeta Liberal, órgão do Partido Liberal ao qual se filiou. Em 1888 fundou o jornal O Escravo, dedicado à causa abolicionista. Em 1893 criou O Eco do Povo e 1904, O Autonomista. Provisionado em 1889, “exerceu a advocacia com bastante inteligência, sendo apontado em Corumbá como um dos mais hábeis profissionais.” 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 70.

sexta-feira, 4 de março de 2011

23 de julho

23 de julho


1775Expedição ao Fecho dos Morros


Com destino à fronteira do baixo Paraguai, a fim de fundar o presídio de Coimbra, parte de Cuiabá, o capitão Mathias Ribeiro da Costa. Os Anaes do Senado de Cuiabá registram:

...A outra maior empresa o conduzem os seus desvelos (referindo-se a Luís de Albuquerque), que é segurar os domínios da monarquia com a veloz atividade do seu ardente espírito pelo bem da pátria; faz logo expedir de Vila Bela para esta, ao capitão de auxiliares agregado Mathias Ribeiro da Costa, com as ordens necessárias para os chefes das milícias e ordenanças prontificaram-lhe a gente precisa para ir procurar o Fecho dos Morros, tão célebres dos anais sertanistas, em que julgavam estes que posta uma guarnição ficavam inteiramente divididos os portugueses dos espanhóis e seguros os inimigos bárbaros que tanto nos têm hostilizado.


Chega Ribeiro e apresenta as ordens, prontificam-se-lhe toda a sorte de gente, auxiliares e ordenanças, em número que se julga competente a acompanhar para aquela não só interessante como mais importante empresa, que tudo se conduz em canoas com o trem de guerra e munição precisa para a boca. 


Partem do porto desta vila no dia 23 de julho, segundo as ordens do nosso general, e depois de um mês de derrota, acham a situação de dois morros pelo meio dos quais emboca a madre do rio Paraguai, e aí mesmo, em conseqüência das ditas ordens, na fralda do morro que nos fica à direita, lançando-se a primeira pedra para sua fundação, em nome de Sua Majestade Fidelíssima.


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 49.






23 de julho


1923Campo Grande pede monumento da guerra



O Rio de Janeiro ganhou o monumento reivindicado por Campo Grande

Em ofício ao Ministro da Guerra, no Rio de Janeiro, o intendente Arlindo de Andrade, requer a colocação do monumento à retirada da Laguna, em construção, em sua vila, pelas seguintes razões:

“Campo Grande é hoje o maior centro de atividade do Estado de Mato Grosso, ligando-se por automóvel a todas as cidades do sul, ponto obrigatório de permanência de quantos vêm à fronteira. Na planta da cidade estão consagradas as ruas: Visconde de Taunay, Cel. Camisão, Guia Lopes, Antônio João, praça Retirada da Laguna, etc. etc., - como conhecimento cívico da maior população de Mato Grosso aos heróis da guerra. Além disso, Campo Grande tem várias escolas, colégios, grupo escolar e terá dentro em breve um ginásio. Terá assim a mocidade que precisa amar a pátria e venerar os seus monumentos. A população de todo o sul, busca Campo Grande para a saúde, para o comércio, para os estudos. Aqui, parece-me interpretar melhor o monumento projetado. Aqui residem mais de quarenta descendentes do velho Guia Lopes. Campo Grande está em condições de guardar com carinho, adorando-o em dias de festas o monumento que o patriotismo de V. Exa. mandou executar. A municipalidade auxiliará a sua colocação na praça da República, ajardinando o local e fazendo outras decorações. Neste pedido eu tenho o consentimento e o desejo de todos os habitantes de Campo Grande".






O monumento reivindicado por Campo Grande, terminou sendo construído na praia Vermelha, no Rio de Janeiro, inaugurado em 1938 pelo presidente Getúlio Vargas.

 

FONTE: Cleonice Gardin, Campo Grande entre o sagrado e o profano, Editora UFMS, Campo Grande, 1999, página 43.






19 de julho


19 de julho

1881 - Descoberta jazida de ferro em Corumbá

Liberadas análises químicas de uma jazida nas proximidades de Corumbá. A análise feita pela Casa da Moeda deu: ferro 53,701%, sílica 21,783%. Em outra análise feita na Inglaterra, o resultado foi o seguinte: óxido de ferro, 59,4 e ferro metálico, 41,58. A diferença é explicada pela diversidade das amostras apresentadas.

"O sr. engenheiro Leandro Dupré afirma conhecer aquela jazisa, que vai de Piraputangas (margem do rio Paraguai) até o sítio do Colombo, numa extensão de cinco a seis léguas, oferecendo grande quantidade de minérios que pode ser extraído a céu aberto. Havendo à mão boas matas para fornecerem o combustível, mananciais para darem a força motriz e numerosos rios com o Paraguai, São Lourenço, Cuiabá, Jauru e outros para oferecerem transporte barato, entende o mesmo engenheiro que uma fábrica ali estabelecida, poderia suprir vantajosamente com os seus produtos não só a mesma província de Mato Grosso, mas ainda a de Goiás e a vizinha República do Paraguai, sendo o ferro excessivamente caro por todas aquelas redondezas".

FONTE: Jornal do Comercio (RJ), 21/07/1881.

19 de julho


1923Nasce em Corumbá Mário Calábria
 


Bacharel em Direito pela Universidade do Brasil, em 1945. Cônsul de 3ª classe em 1945. Vice-consul do Brasil em Frankfurt, consul em Munique e Berlim, na Alemanha. Secretário da delegação do Brasil à Assembléia da ONU em 1946. Designado para tomar parte nos trabalhos preparatórios de organização da Conferência Interamericana para Manutenção da Paz e da Segurança do Continente, em 1947; assistente do secretário geral da Conferência da Paz e da Segurança no Continente em 1947.

Calábria é autor de De Corumbá a Berlim e Memórias de um diplomata, livros sobre sua trajetória profissional.

Apaixonado por Corumbá, dedicou várias crônicas à sua cidade natal, publicada em jornais do Estado. A extensão do trilhos da Noroeste de Porto Esperança a Corumbá, com a chegada da maria-fumaça à cidade branca, Calábria registrou>

Hoje, é Corumbá. Minha cidade querida o onipresente. Agora, o trem da Noroeste vai passar depressa por Campo Grande, apitando rápido, só porque tem encontro marcado com Corumbá. A velha locomotiva, de trinta e cinco quilômetros por hora, não irã mais dormir em Porto Esperança. Não. Agora dormirá em Corumbá, descansará na estação de Porto Carrero e se preparará todinha para, na manhã seguinte, iniciar fogosa a aventura boliviana. Minha cidade tem rio e tem montanhas, ó gentes, tem ferro, tem apito de trem, tem meninas bonitas também! Coisas que juntas a vossa não tem.²


FONTE: ¹Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Matogrossense, edição do autor, Cuiabá, 1971. Página 37. ²O Estado de Mato Grosso (Cuiabá) 25 de setembro de 1947.




19 de julho


1932 – Primeiro filme de Campo Grande estreia no Rio de Janeiro


Cena de Alma do Brasil, o primeiro filme rodado no Sul de Mato Grosso
Em plena revolução constitucionalista é exibido para a imprensa carioca Alma do Brasil, o primeiro filme nacional de reconstituição histórica, inteiramente sonorizado, produzido em Campo Grande. Sobre a produção de Alexandre Wulfes e Líbero Luxardo, assim manifestou-se a crítica:

A Fan-Film exibiu ontem para a imprensa ‘Alma do Brasil’, no Cinema Broadway, interessante e instrutivo tomado quando foi das manobras de Nioaque pelas tropas da guarnição de Mato Grosso, pretexto para a evocação, no cenário histórico da tragédia que foi a Retirada da Laguna, feito heroico imortalizado no livro de Taunay.


A impressão causada por esse trabalho, que é sincronizado pelo sistema R.C.A. Victor, foi magnífica. Ali se estampam nitidamente aspectos do Brasil bárbaro e selvagem dos campos, banhados e capoeirões de Mato Grosso e do trabalho quase ignorado mas soberbo do Exército Nacional nessas longínquas paragens, que respiram brasilidade através da instrução militar fornecida aos recrutas.


A dramática evocação das cenas cruéis da retirada da Laguna é bem feita, emociona e confrange. Vale por uma bela e justa homenagem ao bravo que foi o coronel Camisão.


"Alma do Brasil" vai ser exibido no Broadway e deve despertar, por sua oportunidade, o mais vivo interesse.


O trabalho fotográfico é excelente. 


(Mário Nunes - Jornal do Brasil)


CLIQUE E VEJA O FILME
 


FONTE: José Octávio Guizzo, Alma do Brasil, edição do autor, Campo Grande, 1984. Página 69.

18 de julho

18 de julho

1865 - Expedicionários chegam a Uberaba

Procedente do Rio de Janeiro e São Paulo, força expedicionária brasileira, com destino ao Sul de Mato Grosso, chega a Uberaba no triângulo mineiro:

Chegando as forças de S. Paulo e da província do Paraná, à cidade de Uberaba, incorporaram-se à vinda de Minas, ao mando do Ilmo. Sr. coronel Galvão, a qual se achava acampada a meia légua N. O. na direção do caminho de Goiás. O quartel do comando acantonou no interior da cidade, assim como as demais repartições anexas, que tinham com ele vindo de São Paulo, acrescentando a do quartel mestre general, que começou a funcionar a 25 de julho.

A brigada mineira compunha-se do batalhão de voluntários n. 17 e dos corpos fixo e policial da província de Minas. Depois da fusão dos contingentes trazidos das duas outras províncias ficou organizada uma brigada, compreendendo mais uma companhia de cavalaria e um corpo de artilharia, que foi formado com o casco do contingente dessa arma, vindo a província do Amazonas.

Com destino a Coxim, a força expedicionária deixou Uberaba na manhã de 6 de setembro.

FONTE: Taunay, Marcha das Forças, Melhoramentos, São Paulo, 1928, página 59.



18 de julho

1890Nioaque é elevada à categoria de vila*






Por decreto do presidente Antônio Maria Coelho, primeiro governador de Mato Grosso no regime republicano, a freguesia de Nioaque, principal centro político do Sul do Estado, com a denominação Levergeria (em homenagem ao ex-governador Augusto Lerverger) passa à condição de vila:

Art. 1º - Fica elevada à categoria de vila, constituindo termo unido à comarca de Miranda e município próprio a freguesia de Levergeria.


Art. 2º - Ficam alterados os limites que à mesma freguesia marcou a Lei n. 506, de 1877, para os seguintes: uma reta que, partindo da confluência dos rios Miranda e Nioaque, vai ter ao morro Azul, à margem esquerda do Aquidauana; margem esquerda deste até sua mais alta origem no lugar denominado Pontinha – na estrada de Camapuã – e da Pontinha outra reta que vai ter às cabeceiras do rio Sanguesuga e pela margem direita até sua foz no rio Paraná e pela margem direita do Paraná até o Iguatemi, seguindo-se a linha da frenteira até o marco das cabeceiras do rio Apa; margem esquerda deste até o rio Pedra de Cal e por este acima até sua cabeceira e daí à do ribeirão Prata até sua confluência no rio Miranda e margem direita deste até a foz do Nioaque”. 


*Vila correspondia ao município atual.


FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque Evolução Histórica e Revolução de Mato Grosso,Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992. Página 27.

FOTO: sede da primeira prefeitura de Nioaque. Reprodução do Album Graphico de Mato Grosso, Corumbá, 2014.





18 de julho


1912 Criado município de Ponta Porã







Pela Resolução n° 617, sancionada pelo presidente do Estado de Mato Grosso, Joaquim A. da Costa Marques, Ponta Porã, a mais próspera povoação da fronteira Brasil-Paraguai, é elevada à categoria de município. "A fundação de Ponta Porã - constata o historiador - como a de tantas outras cidades, não constituiu ato premeditado de ninguém, por isso não lhe pode fixar uma data precisa. O lugar foi evoluindo aos poucos, e o povo vinha fixar residência aí, de preferência onde mais tarde se estabelecia o comércio do lado do Paraguai e depois do Brasil, em razão da proximidade da picada do 'Chiriguelo', por onde vinha de Conceição toda a mercadoria necessária ao seu consumo, inclusive o sal para as fazendas de criação, já que naqueles tempos não existia outra zona de abastecimento mais próxima, em território brasileiro".¹

Seu primeiro morador foi o capitão João Antonio de Trindade, carioca, veterano da guerra do Paraguai, herói da retirada da Laguna, que chegou ao lugar em 1892.

Resolução de 10 de abril de 1900 reconhece sua existência com a criação da respectiva paróquia. Por lei de 23 de setembro de 1915 é elevada à categoria de comarca e "continuou a prosperar, tendo por base econômica os opulentos hervais, a que deve o povoamento, entreverados de campos, onde se tem desenvolvido boa criação de gado".²

Instalado o município em 25 de março de 1913, tomam posse o primeiro prefeito eleito Ponciano de Matos e os conselheiros municipais Felisberto Marques, Manuel Moreira, Heliodoro José de Almeida, Valêncio de Brum e o suplente João Maria da Silva. 
 



FONTES: ¹Pedro Ângelo da Rosa, Resenha Histórica de Mato Grosso (Fronteira com o Paraguai), Livraria Ruy Barbosa, Campo Grande, 1962, página 29; ² Virgílio Correa Filho, Mato Grosso, (2a edição) Coeditora Brasílica, Rio de Janeiro, 1939, página 174.



FOTO: Ponta Porã no inicio do século passado. Extraída do Album Graphico de Matto-Grosso (1914)



2017 - Ex-vereador e esposa assassinados a golpes de facas e facões




São assassinados em Campo Grande o ex-vereador Cristovão Silveira e sua esposa Cristina Silveira. O crime, que chocou pela brutalidade com que foi cometido, foi retratado pela imprensa, com detalhes:

O vereador Cristovão Silveira,65, e sua mulher, Fátima de Jesus Diniz Silveira, 54, foram cruelmente assassinados na tarde de terça-feira (18) em uma chácara na MS-080, na área rural de Campo Grande. O ex-parlamentar foi morto com várias facadas e a mulher teve o corpo parcialmente carbonizado, além de indícios de ter sido abusada sexualmente. Três envolvidos no crime foram presos pela ação, um morreu em confronto com a polícia e outro continua foragido.

Conforme a Polícia Civil, por volta das 14h, vizinhos ouviram Cristovão discutindo com o funcionário Rivelino Mangelo, 48. Cerca de duas horas depois, Rivelino procurou socorro em um bar próximo do local, pois havia sido ferido em um assalto.

O vizinho Ronaldo Ribeiro, 50, mora há 30 anos na região e não conhecia os moradores, que estão no local há pouco tempo. Ele conta que o caseiro pediu para usar o telefone, mas não desconfiou da atitude.

"Tenho um bar na região e tem telefone fixo. Ele pediu para usar o telefone, o pé estava sangrando muito. Ele disse que sete homens invadiram a chácara para roubar um carro e bateram nele. Nós chamamos o corpo de bombeiros e levaram ele. Quando anoiteceu, vimos vários carros da polícia e só ficamos sabendo o que aconteceu com os donos. Não desconfiamos de nada", relata.

Corpo do ex-vereador foi encontrado em lavanderia com vários ferimentos na face

Rivelino estava com um ferimento profundo no pé e foi levado para a Santa Casa da capital, e a história de um possível roubo chamou a atenção da classe médica, que acionou a polícia. Ainda no hospital, o funcionário entrou em contradição por várias vezes.

Equipes do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), do GOI (Grupo de Operação e Investigação) e do Batalhão de Cheque da Polícia Militar foram até a chácara e ficaram chocadas com a cena do crime.

Na primeira casa, que possivelmente era usada como lavanderia, foi encontrado o corpo de Cristovão, com vários ferimentos feitos por faca, principalmente na cabeça. Ainda segundo a polícia, são ferimentos incontáveis, e o rosto da vítima estava totalmente desfigurado.

A mulher dele, Fátima, foi encontrada seminua, com os pés e as pernas queimados. Ela também foi morta com golpes de facão. As equipes ainda acreditam que ela pode ter sofrido violência sexual. Os corpos foram encaminhados ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para perícia.

Já na casa principal a quadrilha arrombou a porta para procurar as chaves do carro da família, uma caminhonete Triton L200. Eles levaram também uma televisão. As equipes encontraram no celular de Rivelino, áudios em um aplicativo, para comparsas combinando o homicídio. As conversas eram de cerca de uma semana antes do ocorrido e, conforme o delegado do Garras, Fábio Peró, eles demonstraram o interesse de Rivelino em cometer o crime, mesmo que não houvesse apoio dos comparsas.

A Polícia Militar de Corumbá - a 417 km de Campo Grande, foi avisada e perseguiu a caminhonete pela BR-262, onde estavam os dois envolvidos no latrocínio. Um deles identificado como Diogo André dos Santos, 20, e o outro apenas como Gabriel.

Na perseguição, a dupla saiu com o veículo da pista, bateu em árvores e fugiu a pé. A polícia localizou ambos, houve confronto entre os criminosos e policiais e Diogo foi baleado e morreu. Gabriel conseguiu fugir pelo mato, mas a polícia mantém o cerco para localizar o homem, que não havia sido preso até o fechamento desta matéria.

Família de vereador teria se mudado para chácara há 6 meses e levou caseiro

Os filhos de Rivelino, que também o teriam ajudado no crime, Alberto Nunes Mangelo, 20, e Rogério Nunes Mangelo, 19, foram presos em Anastácio - a 123 km da capital - com as roupas rasgadas e sujas. A polícia acredita que Cristovão teria lutado com um dos suspeitos, mas acabou sendo ferido. A participação de Alberto foi receber uma televisão e Rogério atuou diretamente no crime, desferindo golpes no casal.

Vizinhos ficaram chocados com a notícia, uma agente de saúde, que não quis se identificar, e que presta atendimento para a família de funcionários, conta que o casal se mudou há seis meses, após comprar a chácara e trouxe os caseiros.

"Já conversei com ele (Rivelino), me pareceu uma pessoa tranquila. Moravam ele, a esposa, que é cadeirante, e uma filha de 12 anos", disse. Segundo apurado pela polícia, a esposa e a filha do mentor do crime estavam no local apenas no período da manhã e, em interrogatório, afirmaram ter notado certa "ansiedade e nervosismo" de Rivelino e tirá-las do local.

Sem entender, obedeceram as instruções dadas por ele de sair da chácara. Rivelino informou que trabalhava para Cristovão há cerca de quatro meses.

O suspeito possui passagem pela polícia por violência doméstica, furto e lesão corporal. O filho Rogério também possui passagens, desde a adolescência, por furto, lesão corporal e vias de fato. O caso está sendo investigado como latrocínio pela equipe do Garras.

Vereador por cinco mandatos

Cristóvão Silveira (PSDB) foi vereador em Campo Grande por cinco mandatos consecutivos. Seu último mandato foi de 2008 a 2012, quando não se candidatou. Seus mandatos destacaram-se por várias iniciativas relevantes, destacando-se a lei 3.121/95, que estabeleceu a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança no município e a lei 4.992/11, conhecida como Cantina Saudável, criando normas para as cantinas nas escolas publicas da capital. 

FONTE: Karina Campos e Vitória Ribeiro, O Estado, Campo Grande, 20 de julho de 2017.

terça-feira, 1 de março de 2011

13 de julho

13 de julho


1867 - Paraguai festeja final da retirada da Laguna






Em seu relatório sobre a retirada de Laguna, publicado no órgão oficial do governo, o Paraguai contabilizou a marcha da coluna brasileira como vitória da falange Paraguaia do Norte e felicitou seus soldados como verdadeiros heróis:

El ejercito que venia a apoderarse de nuestras poblaciones, esclavizar nuestras famílias, y trazer su linea divisoria, despedazando nuestro pais, há sucumbido a la aparicion de la falange Paraguaia del Norte. Ella puede decir, como César, llegué, vi, venci.

El desastre de ese Ejército repercutirá com un golpe terrible sobre el ambicioso Emperador, que vê desecha una de sus mas grandes esperanzas, y le llevará una conviccion mas de que sus esclavos jamas conquistaran la tierra de los libres.

Estamos poes de felicitaciones por el importante suceso que acaba de alcanzar el esfuerzo de nuestro brazo: es una venganza terible que debe horrorizar el invasor y echar por tierra su espírito abatido.

Felicitamos ardentemente a la Pátria por la nueva glória, y al Gefe Supremo de la República, cuya prevision y tino guerreiro ha arrancado del enemigo tan valioso laurel.

Felicitamos a la denodada coluna del Norte, castigo y terror del cobarde invasor.

A retirada da Laguna foi oficialmente encerrada em 12 de junho de 1867, no porto Canuto, à margem esquerda do rio Aquidauana.



FONTE: Jornal El Semanário (Assuncion, PY) 13 de julho de 1876.


13 de julho

1896 Lançada a estrada de ferro  de Uberaba (MG) para Coxim


Estação ferroviária de Uberaba no início do século XX

Realiza-se em Uberaba, Minas Gerais, o ato de lançamento de uma estrada de ferro ligando Minas a Mato Grosso, iniciando naquela cidade, com terminal em Coxim. “A essa solenidade – conta Estevão de Mendonça – compareceram, além das autoridades locais, comerciantes e industriais, os representantes de Mato Grosso, Minas e Goiás. Ao mais antigo jornalista do triângulo mineiro, coronel Antonio Borges Sampaio, coube a honra de bater o prego inaugural da primeira estaca.” ¹

Este evento atendia as disposições do decreto 862, de 16.10.1890, que propunha um sistema de viação geral ligando diversos Estados da União à Capital Federal, incluindo dentre as ferrovias concedidas, duas para Mato Grosso: 1) a estrada de Catalão (Goiás) à fronteira com a Bolívia, passando por Cuiabá e Cáceres; e 2) a estrada que partindo de um ponto entre Uberaba e São Pedro de Uberabinha, se dirigisse à vila de Coxim, no Estado de Mato Grosso. "A primeira - segundo Paulo Cimó - veio a ser declarada caduca em 1903, por não terem os concessionários apresentado os respectivos estudos e orçamentos," e a segunda, que ligaria  Coxim à Estrada de Ferro Mogiana, seguindo de Uberaba a Campinas e ao porto de Santos, foi arquivada em 1904, com a alteração do projeto da NOB que previa um novo traçado a partir de Bauru e terminal em Cuiabá, que resultaria no traçado definitivo do engenheiro Emílio Schnoor, começando em Bauru e terminando em Corumbá,com passagem por Campo Grande.²

Era presidente do Estado de Mato Grosso o engenheiro Antonio Correa da Costa e presidente da República Prudente de Moraes. A mais expressiva liderança política do Estado era o senador Joaquim Murtinho que, em dezembro de 1896, assumiu o Ministério de Indústria, Viação e Obras Públicas.

Era presidente da República o paulista Prudente de Moraes e presidente de Mato Grosso, Antonio Correa da Costa.



FONTE: ¹Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 33;²Paulo Roberto Cimó Queiroz, As curvas do trem e os meandros do poder, o nascimento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, Editora UFMS, Campo Grande, 1977, página 21.


13 de julho

1930 - Rondon em Corumbá


Chega a Corumbá, o general Candido Rondon à frente da Comissão de Inspeção Geral das Fronteiras:

"O ilustre viajante - segundo o Jornal do Comércio - com a sua comitiva, pela lancha "Rosa Boróro, tendo sido visitado a bordo logo após sua chegada, pelos membros representativos da nossa sociedade, dentre os quais o Exmo. Sr. Cel. Nicola Scaffa, digno Intendente Municipal, cel. Salustiano A. Maciel, operoso presidente de nossa Câmara, imprensa, autoridades militares e inúmeros amigo, tocando ao porto de desembarque abanda 17 Batalhão de Caçadores.

Em Corumbá, Rondón encerrou a primeira fase das inspeções nas linhas limítrofes de Norte e de Oeste, perfazendo cerca de 23.500 quilômetros, desde "sua partida do Rio de Janeiro até esta cidade, via Aragua".ia, Tocantins, Belém, Manaus e nossas fronteiras com Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia".

De Corumbá, a comissão prosseguiu seus trabalhos até o arroio Chuí, no extremo Sul do país.


FONTE: Jornal do Comércio (Campo Grande), 16 de julho de 1930.




13 de julho

 

Criada a Faculdade de Odontologia e Farmácia de Campo Grande

 

     É publicada na Gazeta Oficial, em Cuiabá, o ato de criação da Faculdade  de Odontologia e Farmácia de Campo Grande, a primeira instituição de ensino superior do Estado.

 

     Mantida por uma sociedade anônima, à frente o dentista Agostinho dos Santos, os dois cursos começaram no início deste ano, com professores escolhidos entre profissionais de saúde da cidade, entre eles, os médicos Vespasiano Barbosa Martins e Tertuliano Meireles.

 

     Em 1932 teve as aulas interrompidas e suas dependências ocupadas, depois da derrota dos constitucionalistas. Em 1933, frustrada a tentativa de conseguir inspeção federal para reconhecimento dos cursos, o diretor Agostinho dos Santos, transfere a direção da sociedade para o médico Tertuliano Meireles e muda-se para o Rio de Janeiro.³

 

     A faculdade chegou a formar uma turma de dentistas e outra de farmacêuticos e, não conseguindo o credenciamento federal, encerrou suas atividades.

 

 



1962 - Morre o ex-governador Aníbal de Toledo


Anibal de Toledo, último governador
de Mato Grosso na República Velha

Nascido a 21 de junho de 1881, em Miranda, falece no Rio de Janeiro, o advogado Aníbal José de Toledo. Filho de Daniel Benício de Toledo e Maria José de Oliveira Toledo, realiza seus estudos primários em Cuiabá. Graduou-se em Direito a 6 de dezembro de 1906 pela Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, com bolsa do governo do Estado. Juiz substituto em Cuiabá (1907/1908), afastou-se da judicatura para assumir a chefia de polícia no governo de Pedro Celestino. Deputado federal de 1912 a 1929. Foi secretário da Câmara dos Deputados e teve atuação em assuntos importantes,destacando-se a ponte sobre o rio Paraná, o vale do rio Madeira, o Tratado de Petrópolis, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e a rumorosa questão de limites entre Mato Grosso e Goiás.

Participou diretamente dos acontecimentos que culminaram com a Caetanada, nome dado ao movimento que culminou com a renúncia do general Caetano de Albuquerque, do governo do Estado, tendo sido ele o denunciante perante a Assembleia Legislativa.

Em 1930 elege-se presidente do Estado de Mato Grosso, tendo sido neste mesmo ano derrubado pela revolução liderada por Getúlio Vargas. 
"Depois de haver sofrido o vexame de uma prisão violenta a injusta - descreve seu biógrafo - decepcionado e pobre, retirou-se definitivamente o dr. Aníbal de Toledo das atividades políticas, entregando-se inteiramente ao exercício da sua profissão no Rio de Janeiro, como advogado da Empreza Mate."

FONTE: Nilo Póvoas, Galeria dos Varões Ilustres de Mato Grosso, Fundação Cultural de Mato Grosso, Cuiabá, 1978, página 15

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...