terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

24 de abril

24 de abril

1865 – Paraguaios invadem Coxim



A vila de Coxim no tempo da guerra em desenho de Taunay



No seu apogeu, como entreposto do comércio com os goianos, Coxim interrompe abruptamente seu ciclo de crescimento econômico, com a invasão de Mato Grosso, em 1865 pelo exército do general Solano Lopez. A cidade foi ocupada por cerca de um ano por forças inimigas, que abandonaram a vila em 1866 com a aproximação da coluna de São Paulo, Minas e Goiás.

Conta Ronan Garcia da Silveira que “no momento em que aconteceu aquela invasão, provocando o pânico, ocorreram fugas de moradores, diante da presença dos paraguaios que, ao dominarem a região, estabeleceram o seu quartel general no lugar denominado fazenda São Pedro.


Relata a literatura referente ao episódio, que a notícia da invasão foi levada a Cuiabá pelo cidadão Antonio Theodoro de Carvalho, morador na região, que chegou à capital da província no dia 8 de maio de 1866, ou seja, treze meses após a invasão".¹


Sobre a localidade depõe Taunay, que por lá passou em 1865, como membro da comissão de engenheiros da força expedicionária brasileira que se dirigia à fronteira fez o seguinte depoimento:

"Antes da guerra este lugar, colonizado por gente de Mato Grosso, foi-se desenvolvendo com alguma lentidão. Entretanto nas vizinhanças estabeleceram-se vários mineiros que cultivavam com bom resultado as suas terras. Entre esses citaremos o Sr. João Theodoro de Carvalho. As poucas casas da colônia foram queimadas pelos paraguaios que chegaram ali no mês de abril de 1865 e não puderam ir além se não umas sete léguas, porque a cavalhada ia-lhes morrendo toda. Depois estabeleceu-se a nossa expedição e dela ficaram não só ranchos, como até algumas moradas boas e um grande depósito. Gente  afluiu para aí e constituiu então uma espécie de povoação".

O autor de Retirada da Leguna informa ainda que em toda a linha onde fora levantado o acampamento militar "está compreendido o lugar chamado Coxim e que fora destinado pelo governo imperial para o estabelecimento da colônia militar de Taquari ou Beliago".²

Sobre a invasão a Coxim, El Semanário, orgão da imprensa oficial do governo paraguaio, em sua edição de 3 de junho de 1865, dá a seguinte notícia:

"Nuestras fuerzas del Norte siguen en buen estado, y son señores de la frontera de Alto Paraguay, y sus afluentes,así como de todos los pontos tomados al enemigo que conoce el público.

De nuevo tenemos que dar cuenta de que nuestros soldados van poco a poco ganando terreno en Matto Grosso.

Una partida que despachó em Sor, Coronel Resquin al mando del capitan Ciudadano Juan Batista Agüero llegó el 24 de Abril a la colônia de Coxim a la derecha del Rio Taquari, despues de una marcha de mas de 70 leguas en la mayor parte por pantanales y cordilleras.

Tuvieron que atravezar a pié 22 léguas de esteros que hay desde el Rio Negro hasta cerca del arroyo Piuba.

La colonia se encontró desocupada de guarnicion: sus habitantes la habian abandonado como seis a ocho dias antes, a escepcion de 4 indivíduos que huyeron a la vista de nuestras tropas.

Los papeles tomados hemos publicado em el último número del Semanário: de mas se ve claramente que el Gobierno brasileiro tomaba sumo interes de reducir a los índios de la tribu de Caiapó, indígenas de las vertientes de los rios Coxim y Tacuari para aumentar con ellos las poblaciones, segun han hecho por nuestros mismos indigenas de Terecañi (Villa de Ygatimi), a quienes atrayendo en sus promesas les hizo poblar el Carguataticora a la derecha de la desembocadura de nuestro rio Ybeneima, o Ygurei el el Paraná, locual consta de declaraciones de indios tomados en el Brilante". 

Da invasão da vila, documento raro, carta publicada por um jornal carioca, de um comerciante que conseguiu escapar, deixando tudo para trás, inclusive a roupa do corpo:

A 24 de abril do corrente ano, pelas 6 horas da manhã, ao erguer-me do leito e abrir a porta de minha casa de negócio, que se acha situada na barranca do rio Taquari, à margem direita, (em o núcleo colonial de Coxim), avistei na margem oposta grande número de soldados paraguaios, e que gritavam-me lhes levasse uma canoa; à minha relutância sucedeu atirarem-se ao rio uma porção de lanceiros a cavalo, e após um chuveiro de balas foram arremessadas sucessivamente sobre minha morada, que me obrigaram a correr com o único fato com que me tinha erguido da cama, sem ter tempo tomar nem ao menos o chapéu, deixando em poder desses inimigos desleais minha casa de negócio que possuia, além de um bom fundo de negócio de ferragens, louça, molhados,  alqueires de sal, perto de quarenta arrobas de café e muitos gêneros alimentícios; ficou em duas canastras 4:000$ em dinheiro, sendo 3:200$ em notas e 800$ em prata; mais 60$ na gaveta da mesa em que eu escrevia. Várias letras de não pouca importância, borradores onde se achavam bem avultadas somas, uma igarité nova na importância de 2:000$, trinta e tantas rezes, etc.

Assim eu que já possuia alguns meios com que manter-me com alguma decência, anoiteci o dia 24 de abril pedindo por esmola uma calça para vestir e um chapéu para amparar-me a cabeça dos raios do sol; neste estado de miséria vim-me arrastando até este ponto (Santana de Paranaiba) onde declarei ao sr. delegado de polícia a minha chegada que foi a 18 de maio, e apresentei-me a ele declarando ser daquele dia em diante um soldado voluntário da pátria, e protesto haver todos os meus prejuízos, e se eu sucumbir na luta ficará o direito para o meu sócio Sr. D. Manoel Cabaça, de Corumbá para fazer as necessárias reclamações. - Francisco Carvalhaes Silveira - Vila de Santana de Paranaíba, 27 de maio de 1865.


FONTE: ¹Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Prefeitura Municipal, Coxim, 1995, página 30. ²Taunay, Marcha das forças, Companhia Melhoramentos de São Paulo, São Paulo, 1928, página 142. ³Correio Mercantil (RJ) 31 de julho de 1865.





24 de abril

1912 - Inaugurada usina de energia elétrica de Corumbá

Em funcionamento desde 6 de janeiro, quando foi entregue o serviço de iluminação pública da cidade,, é oficialmente inaugurada a usina elétrica da Corumbá:

"Em meio de numerosa e seleta concorrência, na qual se destacavam muitas famílias, o dr. Secretário de Agricultura e o inspetor da Região Militar, foi ontem inaugurada oficialmente a usina hidrelétrica Rosaura, da Companhia de Eletricidade de Corumbá, ao mesmo tempo batizada pelo capitão de fragata Wanderley, Intendente Geral do Município.

Após o discurso do representante da empresa, fazendo entrega da usina, abriu-se a chave comutadora, dando luz à toda a cidade.

Foram padrinhos o almirante José Carlos de Carvalho e dona Amália Wanderley".

FONTE: O Debate, (Cuiabá) 26 de abril de 1912.



24 de abril
 
1912 – Câmara doa áreas a entidades



De autoria do vereador Amando de Oliveira a Câmara de Campo Grande recebe projeto de lei reservando várias áreas do município com finalidade de utilização pública:
 
“Art. 1º - Ficam reservados para terrenos de utilidade pública e para os fins que se destinam, os seguintes: Na quadra urbana – a) As quadras entre as ruas 14 de Julho e 24 de Fevereiro (atual Rui Barbosa), Cândido Mariano e Antônio Maria Coelho;
b) Os lotes ns. 63 e 65 na rua Cândido Mariano para a sede da Sociedade Agro-Pecuária do Sul;
c) Para Grupo Escolar os lotes 8 e 10 na avenida Marechal Hermes (atual Afonso Pena);
d) Para Mercado e Praça entre as ruas Afonso Pena (atual 26 de Agosto), Anhanduy e 15 de Novembro;
e) sem registro;
f) Para Praça da Matriz, a atual 2 de Novembro, que passará a denominar-se Praça Santo Antônio; e
g) Para sede da Sociedade Operária os lotes 2 e 4 da rua Cândido Mariano, esquina da rua 24 de Fevereiro (atual Rui Barbosa).”




FONTE: Cleonice Gardin, Campo Grande entre o sagrado e o profano, Editora UFMS, Campo Grande, 1999, página 142.




24 de abril

1912 – Chega a idéia do telefone em Campo Grande





O farmacêutico Ataualpa Carvalho encaminhou requerimento à Câmara Municipal, acompanhado de minuta de um contrato para a instalação de uma rede telefônica. A iniciativa resultou na abertura de concorrência para a exploração do serviço, que chegaria a Campo Grande somente no final da década, “com a instalação dos primeiros telefones de magneto, com pilhas e manivelinha, para as chamadas ao centro, que fazia as ligações solicitadas. Tão poucos eram os aparelhos que ninguém pedia o número, mas o nome da pessoa chamada.”
Segundo Paulo Coelho Machado, "a primeira telefonista profissional foi Idalina Mestre, viúva do primeiro intendente de Campo Grande, Francisco Mestre. A mesa telefônica estava instalada na residência dela, na rua 14 de Julho, defronte ao jardim, mais ou menos no meio da quadra. Era uma mulher robusta, pele rosada, cabelos claros, atenciosa e amável."



FONTE: Paulo Coelho Machado, A rua velha, Tribunal de Justiça, Campo Grande, página 182.


24 de abril

1927 - Assassinado juiz de Direito de Corumbá 









Vítima de atentado à bala, ocorrido dois dias antes, morre eu sua casa, o juiz de Corumbá, Barnabé Gondim. O homicídio teve grande repercussão no Estado. Um dia antes de seu falecimento, o jornal A Cidade, de Corumbá, dá detalhes do atentado e da luta dos médicos para salvar a vida do magistrado:


Causou grande mágoa no seio da sociedade corumbaense, o atentado do qual foi vítima, anteontem (dia 21), o Exmo. Sr. Dr. Bernabé A. Gondim, estimado Juiz de Direito desta comarca.


Eram 16 e meia horas, mais ou menos, daquele dia, quando o dr. Gondim, estando em sua residência, presencia a entrada ali de uma pessoa desconhecida que acabava de chegar de automóvel.


Depois de algumas palavrar, tenta essa pessoa conduzi-lo apressadamente para o veículo com o intuito, certamente, de sequestra-lo ao que o M.M. juiz procurou resistir.


Entrementes uma criança que presenciava os últimos momentos da contenda, foi-se assustada para o interior da casa, levando ao conhecimento das pessoas que lá se achavam, aquele fato que acabava de assistir. Antes porém que alguém chegasse ao local, ouviram-se três tiros consecutivos, dois dos quais atingiram a pessoa do dr. Gondim, nas seguintes posições: 1° projetil – um ferimento na face anterior do terço superior do antebraço esquerdo, cujo projetil se acha na face posterior logo abaixo da pele; 2° projetil – um ferimento na região escapular direita, (orifício de entrada). Um outro no bordo esquerdo do externo no 2° espaço intercostal (orifício de saída). Este ferimento lesou o pulmão direito o qual apresenta um grande hematorax (derrame de sangue); um ferimento do bordo interno da mão entre o polegar e o index, outro no bordo interno, (orifício de saída da bala) que fraturou os metacarpianos na sua trajetória; - este ferimento deu-se com o mesmo projetil que perfurou o tórax.


O desconhecido que não chegou a ser visto pelas demais pessoas da casa do dr. Gondim, tão logo disparou a última bala, tomou o automóvel em que veio e fugiu apressadamente.


Prontos recursos médicos foram dispensados pelo dr. Nicolau Fragelli, que casualmente se achava no interior da residência do ofendido, prestando os seus serviços profissionais a um doente. Não se fez tardar para que também chegassem os drs. Gastão de Oliveira, João Leite de Barros e Cap. dr. Francisco de Oliveira, os quais prestaram espontaneamente os seus valiosos serviços.


Durante o resto da tarde daquele dia, esteve completamente repleta a casa do dr. Bernabé Gondim, de grande número de pessoas de todas as classes sociais que lhe foram visitar.1

O dr. Gondim, mesmo diante de todos os esforços dos médicos para salvar-lhe a vida, não resistiu. Sua morte foi lamentada em todo o Estado:

Vítima de bárbaro e covarde atentado, desapareceu do mundo dos vivos, a 24 de abril p. passado, em Corumbá, o ilustre dr.Bernabé Gondim, juiz de Direito daquela comarca.


Conforme telegramas enviados daquela procedência às nossas autoridades e imprensa, foi alvejado o dr. Gondim a 21 do referido mês, por três tiros, em sua própria residência pelo indivíduo de nome Antonio Malheiros, pronunciado por aquele magistrado, por crime de homicídio, praticado no ano passado, na pessoa do açougueiro Dutra.


O facínora que andava foragido desde que praticara aquele assassinato, viera após a respectiva pronúncia, a cavalo até Ladário, deixando ali a sua montada, tomou um auto e dirigindo-se à casa de residência do dr. Gondim, desfechou-lhe 3 tiros, fugindo, em seguida à toda força no mesmo auto e, retomando o seu cavalo, em Ladário, ganhou o rumo das suas terras, perseguido por forte escolta da força pública.


Impotentes foram todos os recursos da ciência para salvarem o dr. Gondim, que veio a falecer no dia 24, pelas 17 horas.


Com justa razão abalou toda a nossa sociedade que de perto conhecia o juiz de Direito de Corumbá.


Por haver pronunciado um criminoso por crime de morte perdeu a vida. É uma vítima do cumprimento do dever.


Era incontestavelmente um bom o dr. Gondim; incapaz de ofender ou melindrar a ninguém, incapaz da menor violência como bem o demonstrou durante o período de 4 anos em que ocupou o cargo de chefe de polícia do Estado e por isso, a ninguém poderia ser dado imaginar que viria cair como caiu, vítima do braço homicida.


Pai de família exemplar como sempre foi notado, deixa viúva e filhos menores na mais cruel desolação.


Registrando esse triste acontecimento acompanharemos a ação da justiça que com fundas razões antevemos se fará sentir enérgica para com o bárbaro criminoso, desafrontando assim não só a sociedade corumbaense mas toda a mato-grossense de um agravo como esse de profunda a tristíssima repercussão.2




PRISÃO DO CRIMINOSO - Notícia do Jornal do Comércio (Campo Grande) de 13 de julho de 1927, informa que foram presos, "domingo último em Porto Guarani, o bandido Antonio Malheiros, seu irmão Luis Malheiros e os seus comparsas Antonio Pereira e Guilherme Pereira, sendo o primeiro autor do bárbaro crime da morte do íntegro juiz, dr. Bernabé Gondim".

Em 28 de janeiro de 1942, Antonio Malheiros foi morto em confronto com a polícia, em sua fazenda no município de Bela Vista.


FONTE: 1Jornal A Notícia (Três Lagoas) 28 de abril de 1927, transcrição de A Cidade (Corumbá) 2Jornal A Cruz (Cuiabá), 1° de maio de 1927.

FOTO: Reprodução de editorial do Jornal do Comercio (Campo Grande), 25 de abril de 1927.

23 de abril

23 de abril

1867 - Camisão cogita invadir a vila de Conceição no Paraguai


Porto de Conceição, rio Paraná, no final do século XIX





Ainda na euforia do sucesso na tomada da fazenda Machorra e do forte Bela Vista e antes do malogro da invasão da fazenda Laguna, o coronel Carlos Camisão, comandante das forças brasileiras em operações no Sul de Mato Grosso, chegou a cogitar a possibilidade de invadir o território paraguaio e ocupar a vila de Conceição. A pretensão do comandante brasileiro consta de relatório ao vice-presidente da Província de Mato Grosso, sobre o estado de ânimo da tropa:

"No estado em que se acham as coisas, tenho,confiado na coragem que todos os meus comandados patenteiam, o desejo de avançar até a vila da Conceição a trinta léguas daqui, onde eu estabeleceria a artilharia sobre a barranca do Rio Paraguai, para incomodar aos vapores que passarem com direção em Coimbra, e onde se reuniriam não só os quinze brasileiros que acham-se ocultos em matas, como numerosas famílias prisioneiras em pontos próximos; entretanto, a questão de recursos me tolhe os passos, pois me acho sem gado nem cavalhada, a 26 léguas de Nioac, onde está o depósito pouco provido de mantimentos, que ali criei. Farei todos os esforços para ver se consigo o meu intento e se levo ao cabo a empresa gloriosa, bem que árdua, que me foi confiada".


FONTE: Taunay, A Retirada da Laguna, (16a. edição brasileira) Edições Melhoramentos, São Paulo, 1963, página 151.


 
23 de abril


1912 – Município de Campo Grande doa áreas à Noroeste







Projeto do vereador Amando de Oliveira, aprovado pela Câmara Municipal, autoriza o intendente municipal “a conceder à Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, sem qualquer ônus, os terrenos de que precisar para a construção da estação ferroviária da vila, bem como dos depósitos e armazéns necessários. Uma proposta que inclui uma preocupação com as novas necessidades geradas pela presença do trem de ferro, que é da circulação satisfatória de pessoas e de produtos em geral que passam então à esfera do transporte ferroviário, o mais ágil do momento e aquele capaz de unir tão grandes distâncias”.


FONTE: Cleonice Gardin, Campo Grande entre o sagrado e o peofano, Editora UFMS, Campo Grande, 1999, página 141.
 

22 de abril

22 de abril

1917 – Morre no Rio, Manoel José Murtinho




Faleceu aos 69 anos, o primeiro presidente eleito de Mato Grosso, no período republicano. Natural de Cuiabá, formado em direito pela faculdade de São Paulo, em seu Estado, passou a exercer a magistratura, começando como juiz municipal de Poconé e passando para Cáceres. Em seguida é removido para Cuiabá, onde exerceu também o cargo de juiz federal no Estado.
 
Na política, com a proclamação da República é nomeado primeiro vice-presidente no governo provisório de Antônio Maria Coelho. Eleito deputado estadual, alia-se a Generoso Ponce e chega ao governo do Estado. Aposentou-se como ministro do Supremo Tribunal Federal. Irmão do todo poderoso ministro Joaquim Murtinho, com ele fundou o Banco Rio e Mato Grosso, com sede em Porto Murtinho, que assumiu o controle acionário da Companhia Matte Larangeira.




FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 196; Jornal O Paiz, Rio de Janeiro, 23 de abril de 1917.




22 de abril 

1992 - Criado o município de Laguna Carapã



É criado pela lei 1261, o município de Laguna Carapã, desmembrado do município de Ponta Porã. Possui três localidades: Bocajá, Bom Fim e Carapã e a sede da fazenda-vila Campanário. Em 2007 tinha população estimada em 5.813 pessoas, sendo 2.226 na zona rural. Seu primeiro prefeito foi José Evaldo de Oliveira (Zé Lolli). Sua principal atividade econômica é a agricultura, tendo como produto mais importante a soja, cuja área cultivada era em 2007, 85.000 hecatares, seguido pelo milho e a aveia.

 Na pecuária, a força do município está no seu rebanho bovino, com 82.000 cabeças, vindo em seguida os suínos (6372), ovinos (2.354) e equinos (1.193), de acordo com o Censo Agropecuário de 2007. 

Laguna Carapã se destaca ainda pela grande festa denominada Pé de Soja Solteiro e Balde Ouro.


FONTE: Milton Batista Fróes, Aral Moreira e Juvenal Fróes, os caminhos da erva-mate na fronteira Sul-matogrossense, Editora Massoni, Maringá, 2007, página 124. 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

21 de abril

21 de abril

1867 - Tropas de Camisão ocupam o forte Bela Vista no Paraguai



Forte de Bela Vista do Paraguai, em esboço de Taunay



Na guerra contra o Paraguai, coluna brasileira, que viveria a dramática retirada da Laguna, entra em território inimigo e ocupa o forte de Bella Vista. O relato é do cadete Taunay:

“No dia seguinte, 21 de abril, às 8 da manhã, deram os clarins do quartel general o toque de marcha: nada menos significativa do que transpormos a fronteira, entrar em território paraguaio e atacar o forte de Bela Vista, que, deste lado, é a chave de toda aquela região. Não havia quem não compreendesse o alcance da operação, redobrando por este motivo a animação geral. Cada um envergava o mais luzido uniforme; e como às nossas antigas bandeiras não prestigiasse ainda feito notável algum, foram substituídas por outras, cujas cores vivas se destacavam no céu formoso das campinas paraguaias.


Deixando a Machorra, adotara-se a ordem compacta. Dos dois lados da coluna, e para facilitar o movimento, os atiradores, que a flanqueavam, cortavam a macega; pois mudara a natureza do terreno. Não mais tínhamos a grama curta e fresca dos prados que acabávamos de atravessar. Estava o solo coberto desta perigosa gramínea que atinge a altura de um homem, e a que chamam macega, e cujas hastes duras e arestas cortantes tornam, em muitos lugares do Paraguai, a marcha tão penosa. Transpusemos o Apa em frente a Bela Vista; o 20° de infantaria de Goiás formava a vanguarda, sob o comando do capitão Ferreira de Paiva. Avançando à frente dos batedores, a quem comandava, jovem e valente oficial, de nome Miró, fadado à morte próxima, víamos o velho Lopes, apressurado, montando belo cavalo baio, um daqueles animais que o filho e os companheiros deste haviam tomado aos paraguaios.

Estava no auge da alegria, o olhar como o de um rapineiro, a fitar Bela Vista, que começávamos a avistar. De repente, no momento em que acabávamos de chegar ao seu lado, percebemos que a fisionomia se lhe anuviara: 'A perdiz, disse-nos, voa do ninho e nada nos que deixar, nem os ovos'. Mostrava ao mesmo tempo tênue fumo que subia aos ares. 'São as casas de Bela Vista que incendiaram'.

Foi a notícia levada ao Coronel que, avisado também por um sinal do alferes Porfírio, do batalhão da frente, fez acelerar a marcha. Começamos a correr, precipitando-se a linha de atiradores do 20° para o rio; mas à sua frente já se antecipara pequeno grupo de que fazia parte o nosso guia. Com grande espanto nosso não pareciam os inimigos pretender disputar-nos o passo; retiravam-se do Apa como já se haviam afastado da Machorra, indo estacar a uma distância grande, imóveis sobre os cavalos".

Em 22 de maio seguinte, o comandante da coluna, coronel Camisão liberou o seguinte relatório:

O programa que apresentei às forças, ao partir da Colônia de Miranda, acha-se concluído em toda a sua brilhante plenitude. O inimigo fugiu aos primeiros passos da briosa força brasileira e nos abandonou seus entrincheiramentos, incendiando as suas propriedades e devastando brutalmente o trabalho de longos anos. - O conflito em que devia patentear-se a coragem que é própria do soldado brasileiro, não se deu: bastou a simples demonstração de sua placidez e energia. - Deus, em sua resplandecente justiça permitiu a completa reação da injusta invasão do distrito de Miranda, tocando-nos a glória imensa de executá-la em todo o seu elastério. - Orgulhoso por me achar à testa de tão distinta expedição, louvo em extremo, nesta ocasião, aos empregados do quartel deste comando, srs. engenheiros, médicos, oficial pagador, comandantes dos corpos de caçadores e de cavalo, provisório de artilharia, dos batalhões ns. 17, 20 e 21, todos os srs. oficiais e praças pelo entusiasmo no desejo de encontrar o inimigo e alegria ao marchar ao seu encontro, que se manifestaram em todas as ocasiões, desde a saída de Miranda, não só nos corpos que formavam a vanguarda, os quais desenvolveram muita atividade e vigilância, como nos demais, o que patenteou-se na passagem do rio Apa, o qual apesar de seu péssimo vau foi em poucos minutos transposto, ainda mesmo pela artilharia, cujo trem pesado faria crer em longa demora, dando-se o mesmo com o cartuchame. Ainda merece os meus elogios o bravo e denodado guia dessas forças José Francisco Lopes, o qual, impelido pelos sentimentos de pai e cidadão, pois tem a sua família prisioneira nesta República, nunca se esquivou a trabalhos e perigos, assim como os mais paisanos e fugitivos que ora me acompanham.

Sem resistência, o forte, que apenas consistia em sólida estacada de madeira, foi ocupado pelos brasileiros, assim como a vila. 


FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, (16ª edição brasileira) Edições Melhoramentos, São Paulo, 1963, páginas 59 e 154.



21 de abril

1919 - Pedra fundamental da biblioteca pública de Campo Grande


Projeto do prédio da primeira biblioteca de Campo Grande
Na administração municipal de Rosário Congro, é criada a primeira biblioteca da vila de Campo Grande, em terreno doado pela municipalidade, em local onde funcionou o Rádio Clube , o fórum e, finalmente, a Câmara de Vereadores. Arlindo de Andrade, que foi o primeiro juiz de direito da comarca e fundador do primeiro jornal (O Estado de Mato Grosso), foi um dos dirigentes da Sociedade Organizadora da Biblioteca Pública de Campo Grande, responsável pela administração da entidade, juntamente com seu colega advogado, José Jaime Ferreira de Vasconcelos.


FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1988, página 44.



21 de abril

1930 - Instalada a primeira escola normal de Campo Grande

Anexa ao ginásio estadual, na avenida Afonso Pena é instalada a primeira escola normal de Campo Grande. Seu primeiro diretor foi o professor Tessitore Júnior. O ato inaugural foi presidido pelo juiz de direito da comarca, Laurentino Chaves. que pronunciou "de improviso e com uma eloquência tão sua", proferiu discurso considerado "verdadeiro alarma contra o materialismo avassalador e absorvente ora dominando os homens". O prefeito Antero Paes de Barros, agradeceu ao governador Aníbal de Toledo pelo investimento do Estado no ensino público da cidade.

Em homenagem a Tiradentes, cuja data se comemorava, fez uso da palavra o capitão Eudoro Correa de Arruda.


FONTE: A Cruz (Cuiabá), 26/05/1930.






21 de abril

1951 - Circula o número 1 do jornal "O Progresso" de Dourados



Com direção do advogado Weimar Torres passa a circular em Dourados o semanário O Progresso. O título foi uma homenagem do editor ao seu genitor, o também advogado e jornalista José dos Passos Rangel Torres, que manteve um jornal com o mesmo nome em Ponta Porã. O Progresso estreou com um título ufanista e profético - VERTIGINOSA! A marcha de Dourados para o progresso - secundado por um lead que traduzia a azáfama da cidade naquele meado de século: "De uma terra inexpressiva e esquecida, passa Dourados a ser uma das regiões mais famosas da Pátria. Gente de toda parte se instala no município para explorar suas magníficas matas. Mais de 2.400 pessoas chegadas depois do recenseamento. Grandes vendas de terra, cinema, luz elétrica, linha de aviões diários, loteamento em massa, mais e mais casas de comércio, valorização acelerada dos imóveis, cafezais, produção imensa de algodão e cereais, instalação de grandes serrarias, um instantâneo polifórmico de uma esplêndida realidade".


FONTE: Regina Heloiza Targa Moreira, Memória Fotográfia de Dourados, UFMS, Campo Grande, 1990, página 117.




2

20 de abril

20 de abril

1867 – Camisão toma fazenda Machorra do governo paraguaio 







Na guerra do Paraguai, a força expedicionária brasileira, em ação no Sul de Mato Grosso, toma do exército inimigo e saqueia a sede da fazenda Machorra, de propriedade do marechal Lopez, localizada em território brasileiro, mais precisamente às margens do córrego José Carlos, afluente do rio Apa.

O relato de Taunay fecha do capítulo VII de sua Retirada da Laguna:

Uma linha de paraguaios, assaz extensa, fazia frente ao ataque, ao passo que grande número dos seus se encarniçava, com uma espécie de furor, em destruir a fazenda, incendiando quanto parecia poder arder. Ocupava-se nosso comandante da vanguarda em examinar uma ponte que cumpria atravessássemos para envolver o inimigo. Foi então que o tenente-coronel Juvêncjo lhe comunicou a ordem de estacar. Não permitiam as circunstâncias, porém, que a ela antecedêssemos. Concordaram os oficiais na imprescindível necessidade de se ocupar a posição, custasse o que custasse.

Imediatamente a nossa linha de atiradores atirou-se a correr para a frente oposta, e pela própria ponte, porfiando todos em ardor.

Recuaram os paraguaios mas em boa ordem. Tinham ordens, certamente, para não empenhar combate, mas somente reunir e tanger à retaguarda, cavalos e bois que não queriam deixar-nos; e deviam se numerosos, tanto quanto nos permitia avaliar a poeira que sua marcha ocasionava.

Foi o recinto ocupado: o tenente-coronel Eneias, ali, deu imediatamente nova formatura ao seu batalhão e o manteve numa série de posições que lhe valeu, posteriormente, não só a aprovação do Coronel como gerais parabéns. Foram os nossos os primeiros recebidos. Aplaudiram todos o espírito de disciplina de seus subordinados e o afã com que, logo à primeira voz, começaram a desentulhar o terreiro de objetos que o atravancavam, sem coisa alguma subtrair, assim como de quanto estava no interior da casa.

Autorizado pelas regras de guerra, permitiu-se o saque, também descrito com naturalidade por Taunay:

Vislumbrava-se um resto de crepúsculo, ainda quando o grosso da coluna chegou. Foi este o momento do atropelo e da balbúrdia: tantos objetos se avistaram sem dono, misturados e fadados à destruição. Cada qual tomou o seu quinhão, sendo exatamente os mesmos beneficiados aqueles que à presa mais tinham direito, pois o haviam comprado e adiantado por uma série de meses de privações e fome.

Das oito ou dez casas da Machorra, duas estavam reduzidas a cinzas que os próprios paraguaios lhes haviam posto. Foram as outras preservadas pelos nossos soldados. Alguns pedaços do madeiramento, alguns mourões abrasados serviam para cozinhar as batatas, a mandioca e as aves do inimigo. A Machorra, denominada fazenda do marechal Lopez, não passava realmente de terra usurpada, cultivada por ordem sua, além da fronteira.

O trabalho dos invasores, frutuoso como fora, vinha acrescer ao banquete a satisfação de um sentimento de reivindicação nacional. Autorizou-o o Coronel com um ar prazenteiro que jamais até então lhe percebêramos".

A invasão do Paraguai dar-se-ia no dia seguinte com tomada de Bela Vista

FONTE: Taunay, A Retirada da Laguna, (14ª edição brasileira), Edições Melhoramentos, S.Paulo, 1942, página 56.

FOTO: O Globo. Meramente ilustrativa.



20 de abril

1892 – Mato Grosso continua aparecendo na Europa



A notícia da independência de Mato Grosso, aventada por militares rebeldes de Corumbá, continua repercutindo na Inglaterra. No último dia 15, a notícia circulou no Daily Telegraph, desta vez está no Times londrino:

Os argentinos bem conhecem as vantagens que podem ganhar com um tamanho sucesso no Brasil e que sabe se não pensam em fazer com Mato Grosso o que os Estados Unidos fizeram com o Texas – primeiramente separando-o do México, em segundo lugar anexando-o. (...) agora que os argentinos favorecem certamente a independência de Mato Grosso é provável que a secessão daquela província seja o começo de um novo conflito internacional na América do Sul.



FONTE: Paulo Cimó Queiroz, As curvas do trem e os meandros do poder - o nascimento da Estrada de Ferro Noroeste, Editora UFMS, Campo Grande, 1997, página, 89.


20 de abril

1967 – Justiça absolve Pedrossian






Em sessão plena, o Tribunal de Justiça do Estado, tendo como relator o desembargador Wilian Drosghic (foto), decide arquivar o processo-crime instaurado contra o governador Pedro Pedrossian, por motivo de sua demissão a bem do serviço público do cargo de engenheiro da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. A decisão foi tomada em virtude do Procurador Geral do Estado, Benjamim Duarte Monteiro, ter pedido arquivamento, por não ter encontrado nos autos do inquérito administrativo indícios ou provas sérias para oferecimento da denúncia.


FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 321.


20 de abril 

1933 - Getulistas convocam povo para eleições de 3 de maio


Itrio Correa da Costa, líder do partido getulista


À frente o prefeito nomeado Ytrio Correa da Costa, de Campo Grande, a União Cívica Nacional, partido do governo provisório do presidente Getúlio Vargas, publica conclamação "Ao Povo de Mato Grosso," a comparecer às eleições para a Assembleia Nacional Constituinte:

Nesta hora histórica para a nacionalidade, em que o povo brasileiro, tocado de intensa vibração cívica, se prepara para o grande comício eleitoral de 3 de Maio p. vindouro; nesta hora em que os grandes líderes do pensamento revolucionário se congregam, sob a bandeira da grande e invicta União Cívica Nacional para a defesa daqueles mesmos postulados e daqueles mesmos ideais que impeliram a Nação à arrancada gloriosa de Outubro de 30, hoje consubstanciados no ante-projeto  constitucional e que o eminente Dr. Getúlio Vargas e seus dignos representantes civis e militares vêem concretizando belamente, não nos cabe a nós, nem a nenhum amigo do Governo Provisório, outro dever que o de cerrarmos fileiras, sem distinção de credos partidários, em frente única coesa e forte, para a sustentação da Nova República e de seu governo nas urnas.

Calem-se, portanto, os ressentimentos e divergências acaso existentes, para que inspirados pelo fogo sagrado do amor à grande causa e, sobretudo, imbuídos de uma espiritualidade superior, de desinteresse e de renúncia, possamos ter a honra de concitar a todos os nossos concidadãos, seja revolucionários ou não, mas amigos do Governo, a se arregimentarem sob o mesmo lábaro para a sustentação do ideal comum.

É preciso que Mato Grosso demonstre aos olhos da Nação Brasileira, que está igualmente integrado na Revolução para cujo advento e para cuja vitória tanto concorreu. É preciso que honremos as nossas tradições de civismo e correspondamos ao sacrifício de tantos mártires de nossa ressurreição administrativa e política.

Eia, povo de Mato Grosso!

"Unamo-nos, nobre e patrioticamente pelos laços indissolúveis do entranhado amor à causa e marchemos resolutos e certeiros, para o prélio e para a vitória.

VIVA A REVOLUÇÃO!

Campo Grande, 20 de Abril de 1933.

as). Ytrio Correa da Costa, Coronel Antonino Menna Gonçalves, Alfredo Correa Pacheco, Alvino Correa da Costa, Deusdedith de Carvalho, Adhemar Benevolo e Francisco Ferreira de Souza.

FONTE: Arquivo Público Estadual, Mato Grosso do Sul, trajetória 30 anos, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2007, página 43.





19 de abril

19 de abril

1867 – Primeiro confronto com tropas paraguaias 



Na vanguarda da coluna brasileira, dois dias após deixar a colônia militar de Miranda rumo ao Apa, o Batalhão 21 de Infantaria, sob o comando do major José Tomás Gonçalves (foto), faz seu primeiro ataque aos paraguaios. Sobre a ação, o comandante do batalhão, fez o seguinte registro:

...pouco distante do acampamento avistamos uma força inimiga, pouco mais ou menos de 60 a 80 cavaleiros, os quais, oferecendo linha de guerrilha, retiraram-se na nossa frente, em vista da marcha que levou o batalhão; ao passar uma pequena ponte que tem no córrego do Taquaruçu, mandei fazer a vanguarda do Batalhão por uma força de dezesseis atiradores comandados pelo alferes de comissão Sinfrônio dos Santos Ribas, a qual tendo passado em seguida do inimigo, que apresentou de novo uma linha de guerrilha na colina em frente do passo, fez-lhe esta uma descarga, do que resultou cair imediatamente um, disparando o cavalo que outros foram pegar, tendo neste ínterim os companheiros posto o ferido na garupa; e continuando o Batalhão na marcha acelerada,ouvi o toque de alto que V.Ex. tinha mandado fazer para poder consertar a dita ponte, a fim de passar a Artilharia: a esse toque de alto, os inimigos, vendo que não temos cavalaria, também pararam e se puseram a dar pasto aos cavalos, sempre em distância em que não poderiam ser ofendidos pela infantaria; logo que a Artilharia passou foram por esta feitos 3 tiros, que os disparou e saíram em debandada.



FONTE: Taunay, A Retirada da Laguna, 14ª edição, Edições Melhoramentos, S.Paulo, 1942. Página 150.


19 de abril

1953 - Inaugurada a estação ferroviária de Ponta Porã




É oficialmente inaugurado o ramal da Estrada de Ferro Noroeste ligando Campo Grande a Ponta Porã. "Com a chegada dos trilhos - relembra Pedro Ângelo da Rosa- começaram a chegar as levas de agricultores procedentes dos Estados do Norte do país, que se dirigiram, na quase totalidade, ao município de Dourados, dedicando-se ao trabalho nas colônias ali existentes, razão pela qual aquele município se tornou em breve tempo um dos mais ricos e populosos do Sul de Mato Grosso, nos dias de hoje".

O ramal que saia da estação Indubrasil em Campo Grande chegou a Maracaju em 1944 e a Itahum (município de Dourados) em 1949. Foi desativado em 1996 com a privatização da Rede Ferroviária Federal.


FONTE: Pedro Ângelo da Rosa, Resenha Histórica de Mato Grosso (Fronteira com o Paraguai), Livraria Ruy Barbosa, Campo Grande,1962, página 90. 
FOTO: Li Ribeiro

18 de abril

18 de abril

1892 – Jango Mascarenhas assume contra-golpe no Sul



Quartel de Nioaque, tomado pelo exército popular de Jango Mascarenhas

Voltando de Miranda a cavalo, em Nioaque, o coronel João Ferreira Mascarenhas passa a enviar circular aos seus amigos e liderados em toda a região, comunicando sua adesão ao movimento para debelar o golpe militar contra o governo de Manoel Murtinho. Está do lado de Generoso Ponce, o comandante da revolução. Miguel A Palermo, lugar-tenente de Mascarenhas dá detalhes:

“Não tenho, dizia ele, entre outras coisas na referida circular, notícias positivas de Cuiabá e da sorte de nossos irmãos de ali, muito menos lembraram-se de nós, para acompanhá-los nesses movimentos políticos, porém tem obrigação de fazê-lo espontaneamente, se existirem em nossa alma os princípios de patriotismo e se quisermos dar nome aos nossos municípios.


Tenho compreendido que chegou o momento de poder demonstrar à Nação inteira os elementos valiosos com os quais contamos neste torrão do Estado, a nossa índole, a nossa vontade e o nosso amor à Pátria – é certamente um sacrifício, mas devemos juntar-nos para que os inimigos da ordem e tranquilidade pública conheçam o próprio dever e respeitem a soberania popular, ultrajada por poucos ambiciosos, sustentados por um coronel insubordinado e rebelde ao governo federal e por oficiais indisciplinados que diariamente mancham a farda que deveriam manter impoluta.


Qualquer sacrifício é pequeno diante do nosso dever, e tenhamos presente que o nosso comportamento nesta justa causa será uma prova solene que daremos ao ilustre governador do Estado e a S. Ex. o Vice-Presidente da República do nosso devotamento, que, sem dúvida, frutará em nosso favor aquele afeto que deve procriar neles o amor do bem comum e a nossa felicidade e segurança serão somente objeto dos seus cuidados" etc. etc.



FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque evolução politica e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 49.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...