quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

29 de abril

29 de abril

1945 – Inaugurada a nova igreja matriz de Rio Brilhante



Capela de madeira, construída em 1906

Igreja matriz de Rio Briçhante, inaugurada em 1945



Com a presença do monsenhor Rodolfo Wohlrab, administrador da Diocese de Corumbá, o padre comissário Cipriano Bassler inaugurou a segunda sede da matriz de Rio Brilhante. Iniciada em dezembro de 1941, quando a cidade ainda se chamava Caiuás, a obra atendeu as atividades da igreja católica na cidade até 1972, quando foi inaugurado novo templo.

A missão de construir o novo templo em Rio Brilhante é revista pelo frei Pedro Knob:

Ao chegarem em Entre Rios, os franciscanos encontraram uma velha capela de madeira construída em 1906. Era pequena, com capacidade para umas cem pessoas. Dois anos antes, já havia sido formada uma comissão para angariar fundos para uma nova igreja. Era urgente a construção porque a antiga já estava a ponto de cair. Mas por falta de recursos não se começou logo. Ainda no termo da visita pastoral de 24 de maio de 1940, o bispo de Corumbá, D. Vicente B. M. Priante, registrou: "Exorto a começar logo que puder a nova igreja". Finalmente, após muitos anos de esforços, deu-se início à obra da nova igreja matriz no dia 3 de dezembro de 1941. Não havendo operários em condição de levantar a igreja, ficaram os alicerces abertos um ano inteiro. Além disso o povo começou a reclamar não ser possível fazer uma igreja tão grande. Então, o vigário Frei Leandro Schnabel, depois de conversar com diversos cidadãos e com as autoridades da cidade, resolveu erguer uma igreja de dimensões menores, reduzindo-a de 30x10 m para 23x8 m. Mas o padre visitador, Frei Mateus Hoepers, ao ver, em 1943, a igreja iniciada, considerou-a 'uma pequena capela'. Finalmente, em 29 de abril de 1945, ela ficou pronta e com a presença de monsenhor Rodolfo Wohlrab, o administrador da Diocese de Corumbá após a morte de D. Vicente, o padre comissário Frei Cipriano Bassler inaugurou solenemente a nova igreja matriz.


FONTE: frei Pedro Knob, A Missão Franciscana do Mato Grosso, Edições Loyola, São Paulo, 1988, página 226.


29 de abril


1984 – Trabalhadores sem terra ocupam gleba Idalina








Mais de mil famílias, oriundas do extremo Sul do Estado e do Paraguai, ocupam de madrugada a gleba Idalina, às margens do rio Guiraí no município de Ivinhema. A área de mata pertencia à empresa colonizadora Someco, de São Paulo. No dia 13 de maio ocorreu o despejo, considerado até então o maior da história de Mato Grosso do Sul. Esta invasão desencadearia o processo político da luta pela terra no Estado, coordenado pelo MST, Fetagri, CUT e outras organizações ligadas aos trabalhadores rurais. Os ocupantes de  Idalina, nas negociações frustradas para permanência na área invadida, tiveram o apoio da CPT, Comissão Pastoral da Terra, através do bispo Teodardo Leitz, de Dourados e do deputado Sergio Cruz (PMDB-MS). Era governador do Estado Wilson Barbosa Martins (PMDB) e secretário de Segurança Pública Aleixo Paraguassu.

Acampados numa área pertencente à igreja católica, na vila de São Pedro, em Dourados, os despejados em Idalina foram assentados numa fazenda adquirida pelo governo estadual no município de Nioaque, o assentamento Padroeira do Brasil. A área desocupada no município de Ivihema, foi desapropriada pelo governo Sarney e transformada no assentamento Novo Horizonte do Sul, formado por brasiguaios, brasileiros que estavam no Paraguai. Novo Horizonte do Sul foi emancipado em 1995.
 



FONTE: Sergio Cruz, Conflito de Ivinhema, violência contra os trabalhadores sem terra, Câmara dos Deputados, Brasília, 1984.

FOTO: Diário da Serra, de Campo Grande.

28 de abril

28 de abril

1853 – Nasce na Vacaria, Barnabé Barbosa Marques



Da segunda geração dos Barbosas no Sul do Estado, Barnabé Barbosa Marques. Aos onze anos foi prisioneiro de guerra, no conflito do Brasil com o Paraguai. Durante todo o período esteve na república vizinha, entregue a uma família que cuidava de guris prisioneiros. Na região da Vacaria montou a fazenda Memória.


FONTE: Emílio Barbosa, Os Barbosas em Mato Grosso, Editora Empresa Correio do Estado Ltda., Campo Grande, 1961, página 38.


28 de abril

1926 – Nasce em Campo Grande, Hélio Baís Martins






Filho de Vespasiano Martins e Celina Baís Martins, nasce em Campo Grande, Hélio Bais Martins. Formado em Engenharia pela Escola Nacional de Engenharia, em 1951, tendo como companheiros de turma três conterrâneos: Euclides de Oliveira, Cristóvão de Albuquerque e Luís Lotufo. Iniciou suas atividades profissionais, trabalhando na CER-MT, Companhia de Estradas de Rodagem, como coordenador da rodovia São Paulo-Campo Grande. Na área pública, foi secretário de Obras de Campo Grande, na administração de Marcílio de Oliveira Lima, quando projetou o Mercado Municipal. Na iniciativa privada foi o construtor de inúmeras obras, sendo mais conhecidas o edifício Elisbério Barbosa, na avenida Afonso Pena, as obras do complexo do Hospital do Pênfigo e a agência central da Caixa Econômica Federal, na rua 13 de Maio.
 



FONTE: Ângelo Arruda, Pioneiros da Arquitetura e da Construção em Campo Grande, Uniderp, Campo Grande, 2002, página 195.

FOTO: extraída do livro Campo Grande Memórias em Palavras, de Maura Simões Correa Neder Buainain.


28 de abril

1948 - Nuvem de gafanhoto sobrevoa Corumbá

Uma enorme nuvem de gafanhotos, procedente do Sul, passa por Corumbá, despertando enorme curiosidade da população: 

"Passou por esta cidade uma espessa nuvem de gafanhotos, procedente do Sul. Os acrídios foram até a fronteira com a Bolívia, donde retornaram em virtude do forte vento em contrário. O povo ficou alarmado, saindo às ruas para presenciar a passagem da nuvem. A propósito, destaca-se que há muitos anos não passava por Corumbá uma nuvem de gafanhoto".


FONTE: Correio Paulistano, 29/04/1948.




terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

27 de abril

27 de abril

1867 – Taunay dá notícias de Bela Vista no Paraguai



Homenagem a Taunay no quartel de Aquidauana



Pouco antes de partir para a fazenda Laguna, onde se daria o primeiro grande confronto com forças paraguaias, do forte Bela Vista, o tenente Taunay manda à sua irmã, no Rio, sua única carta de território paraguaio:

“Estamos presentemente destruindo a estacada que constituía este forte. Boas fogueiras ardem ao pé dos grossos paus de aroeira formando uma atmosfera agradável para combater o frio intenso que já se começa a sentir. Diante de nossos postos avançados estão os paraguaios que, conhecendo a nossa falta de cavalaria, observam do alto de uma eminência o incêndio da fortificação que defenderam tão mal.


Hoje achou a seguinte resposta a uma intimação que lhes foi dirigida em termos muito delicados:

 
Al Comandante de la fuerza brasileira – Lãs fuerzas Paraguayas siempre tienen oficiales com quienes hablar: pero em el estado pleno de guerra entre el Imperio y la Republica, solo com la espada em mano podrán tratar com vosotros... Los tiros que hábeis disparado contra nosotros, no nos ofendem; sobran campos para las armas republicanas.


Estiveram polidos e já é muito. A letra é linda e do próprio punho do major Urbieta, como reconheceram os fugitivos que estão entre nós. Entretanto, se tivéssemos aqui uns 50 soldados bem montados estaríamos de posse de imensa bagagem que os inimigos puderam por a salvo de nossa perseguição.

A posição de Lopez deve estar desesperada; senão ele teria mandado reforço depois de um mês de aviso de próximo ataque. Se esta guerra pudesse terminar breve e pudéssemos, enfim, abraçar-nos, daríamos por bem empregada a longa ausência de dois anos. O correio vai partir, adeus, mil saudades a Mamãe do grande filho condecorado. Alfredo".




FONTE: Taunay, in Mensário do Jornal do Comércio (Tomo XXI, volume II), Rio, fevereiro de 1943, página 349.





27 de abril

1892 - Deputado desmente separação de Mato Grosso

Passando por Montevideo em direção ao Rio de Janeiro, o deputado federal e oficial do exército, Caetano de Albuquerque, um dos autores do golpe que derrubou o governador Manoel Murtinho, desmente a notícia de que os rebeldes haviam proclamado a independência de Mato Grosso. As explicações do parlamentar foram publicadas no jornal La Razon:

"Tomo a liberdade de salientar a publicação destas linhas, cujo objetivo é desfazer a falsa notícia que em muito está prejudicando o Estado de Mato Grosso, que eu tenho a honra de representar no Congresso Brasileiro. Corre como certo aqui e em Buenos Aires, que Mato Grosso separou-se da União constituindo uma república independente. Asseguro ao sr. diretor que semelhante versão não tem fundamento algum, e gravíssimo erro, senão insensatez seria pretender que aquele estado rompesse os laços de solidariedade nacional. A semelhante tentativa eu opor-me-ia franca e energicamente, como altamente antipatriótica.

Em Mato Grosso pretende-se que o governo do digno marechal Floriano Peixoto reconheça, como é de justiça, a validade das eleições do mês de janeiro. Pelas notícias do Rio aqui publicadas, vejo que o governo central acha-se sob a ação de perversas informações, nem de outra forma poderia explicar a atitude desumana que ele está tomando em relação a um estado de escassa população, em uma contenda em que não é difícil um acordo.

Publicando estas linhas no seu importantíssimo jornal, prestaria V. um obséquio de muito valor a que subscreve-se seu atento servidor.- Caetano de Albuquerque, deputado por Mato Grosso.- Montevideo, abril 27".

FONTE: Jornal do Commercio (RJ), 7 de janeiro de 1893.


27 de abril

1921 – Novo código de Campo Grande



Arlindo de Andrade, o segundo da esquerda e os funcionários da intendência
Aprovado pela Resolução n. 48, de 27 de abril de 1921, passa a circular o novo código de posturas da cidade, também conhecido como Código do Dr. Arlindo, por ter sido uma iniciativa do intendente Arlindo de Andrade Gomes, “composto de 578 artigos e um quase igual número de parágrafos, ricos em detalhes, vazado em linguagem elegante e correta, tão rico em detalhes que transcende da matéria peculiar nos diplomas de tal gênero”, segundo Ulisses Serra.

“O legislador foi precavido, prescrevendo um sem-número de cautelas, inclusive quando proíbe a queima de bolas ardentes, busca-pés, morteiros e outros quaisquer fogos que pudessem lesar transeuntes, moradores e proprietários.

 
Foi generoso ao vedar, no artigo 323, touradas com mau trato aos animais e sem precatar-se convenientemente os artistas, como se isso fosse possível em diversões pela sua própria natureza violentas e emocionais".



O primeiro código de Campo Grande é de 30 de janeiro de 1905 e foi sancionado na administração do intendente Manuel Taveira.


FONTE: Ulisses Serra, Camalotes e guavirais, Editora Clássica Científica, São Paulo, 1971, página 45.



1961 – Jânio Quadros na reunião dos governadores





O presidente Janio Quadros, recém empossado, abre em Cuiabá, reunião dos governadores do Centro-Oeste. Era governador de Mato Grosso, pela segunda vez, o ex-prefeito de Campo Grande, Fernando Correa da Costa.

“Para Mato Grosso traçou-se um vigoroso, amplo e racional esquema de atividades, desde a constituição de grupos de trabalho para estudos relativos à defesa e adensamento, no seu próprio habitat, da poaia, da seringueira e da erva mate; navegação dos rios; prolongamento da Estrada de Ferro Araraquarense até Cuiabá; remodelação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, a exemplo do que se faz no território de São Paulo; pavimentação do eixo rodoviário Porto Quinze de Novembro, Campo Grande e Cuiabá; prosseguimento da construção da rodovia Cuiabá a Porto Velho e Acre, na penetração da Amazônia, até financiamento pelo BNDE e Caixa Econômica de empreendimentos de eletrificação de várias cidades".



FONTE: Demósthenes Martins, História de Mato Grosso, edição do autor, Campo Grande, sd., página 129.


27 de abril


1977 – Libelo contra a divisão de Mato Grosso






O governador de Mato Grosso, José Garcia Neto (foto) encaminha ao general Ernesto Geisel, presidente da República, suas razões contrárias à criação do Estado de Mato Grosso do Sul:

Mato Grosso, a despeito de suas dimensões, que muitos consideravam, no passado, o seu grande infortúnio, é hoje um Estado consolidado e satisfatoriamente integrado pelos meios modernos de transporte e comunicação, mantendo o Governo sob seu efetivo controle as instituições econômicas, sociais e políticas. Suas receitas correntes são maiores que as despesas correntes, o que não ocorre com algumas unidades da Federação.
Dividir Mato Grosso seria, a meu ver, transformar um Estado financeira e economicamente consolidado em duas unidades inviáveis, que não teriam sequer condições de atender às exigências das resoluções 62 e 93 do Senado Federal, quanto à capacidade de endividamento. Contrariaria, ainda, no meu entender, a tese vitoriosa no mundo inteiro das fusões, que visam diminuir as despesas administrativas, do que são exemplos o Mercado Comum Europeu e o Comecon, já não falando da própria experiência brasileira da fusão dos Estados do Rio e da Guanabara e de nossa adiantada legislação incentivando a fusão das empresas privadas que deflagrou um processo de associação a que aderiram numerosas organizações, entre as quais as instituições de crédito de mais de um século.


O desequilíbrio financeiro que a Divisão de Mato Grosso provocaria, geraria problemas de tal monta que o governo federal teria, para solucioná-los, que carrear grandes recursos para custeio da administração dos dois Estados, os quais somariam, no primeiro ano, cerca de 380 milhões de cruzeiros, a preços de 1977, quando neste mesmo ano o orçamento de Mato Grosso apresenta superávit de 70 milhões de cruzeiros, entre as receitas correntes e as despesas obrigatórias, inclusive amortização de dívidas".

 



FONTE: Pedro Valle, A divisão de Mato Grosso, Royal Court, Brasília, 1996, página 41.

26 de abril

26 de abril

1892 – Golpe militar: Jango Mascarenhas organiza resistência

Prefeitura de Nioaque, fotografia do início do século passado

O líder sulista, João Ferreira Mascarenhas, promove reunião na Fazenda Estância, de Atanásio de Almeida Melo, no município de Nioaque para falar do golpe contra o presidente Manoel Murtinho, em Cuiabá e organizar a resistência ao coronel Barbosa que, a partir de Corumbá, na condição de comandante militar do Estado, chefiava o movimento rebelde, inspirado na posição política do general Antonio Maria Coelho, solidário ao marechal Deodoro, presidente deposto e, consequentemente, em oposição ao vice-presidente Floriano Peixoto, que assumiu o governo, com poderes ditatoriais em 23 de novembro de 1891.

Miguel Palermo, seguidor de Jango e seu colaborador registrou: 
 
“...as ideias manifestadas por Mascarenhas triunfaram, tendo-se disposto juntar o povo, restabelecer a legalidade e obstacular todos os atos do coronel Barbosa e seus adeptos na comarca, respondendo assim, em concordância com os movimentos da capital estadual.
Formou-se uma comissão especial, composta dos cidadãos João Ferreira Mascarenhas, Atanásio de Almeida Melo, Antônio Vicente de Azambuja, Joaquim Augusto de Oliveira César e Eduardo Peixoto Freire Geraldes, os quais firmaram um manifesto que, circulando de casa em casa e de morador em morador, com a máxima celeridade, cativou em pouco tempo os corações patriotas do município"


Na circular Jango Mascarenhas proclamava:

"Tenho compreendido que chegou o momento de poder demonstrar à Nação inteira os elementos valiosos com os quais contamos neste torrão do Estado, a nossa índole, a nossa vontade e o nosso amor à Pátria - e certamente um grande sacrifício, mas devemos juntar-nos para que os inimigos da ordem e da tranquilidade pública conheçam o próprio dever e respeitem a soberania popular, ultrajada por poucos ambiciosos, sustentados por um coronel insubordinado e rebelde ao governo federal e por oficiais indisciplinados que diariamente mancham a farda que deveriam manter impoluta".

O exército popular, organizado por Jango Mascarenhas, ocupou Miranda, tomou o quartéis do exército de Nioaque e Ponta Porã e assumiu o controle no Sul do Estado, assegurando o sucesso do contragolpe na região e contribuindo decisivamente com o restabelecimento da ordem constitucional no Estado, sob o comando de Generoso Ponce. Manoel Murtinho reassume o governo e Jango Mascarenhas consolida sua liderança política no Sul do Estado, voltando à Intendência de Nioaque".



FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque evolução política e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992. Página 50.


26 de abril 

1892 - Confirmada república de Mato Grosso



Crescem os rumores da proclamação da República Transatlântica de Mato Grosso, feita por militares de Corumbá, resultante da golpe militar de 1892, que destituiu o governador Manoel Murtinho. O Jornal do Commercio, do Rio, transcreve notícia de jornal La Prensa da Argentina, desta data com o seguinte teor:

"O Rápido, que entrou no porto de Assunção as 7 horas da manhã de hoje, foi portador das mais graves do estado brasileiro de Mato Grosso.

Este paquete brasileiro havia saído há poucos dias deste porto em sua carreira ordinária até Corumbá. Chegando à vila Conceição encontrou-se o seu comandante com oito oficiais da armada brasileira, que o informaram de que vieram a bordo do vaporzinho Rio Verde até este porto, por terem resolvido não aderir à revolução. Estes oficiais chegaram hoje a Assunção a bordo do Rápido.

Estivemos esta tarde com o general Ewbank, nomeado presidente de Mato Grosso, em cuja presença deram-nos aqueles oficiais as notícias que transmitimos a nossos leitores.

Já se conhecia a decisão do povo de Corumbá de impedir que o general Ewbank tomasse posse da presidência, e que o coronel João da Silva Barbosa havia sido eleito para encarregar-se provisoriamente da direção dos negócios militares.

Posteriormente operou-se o regresso do general Ewbank a Assunção, do que também se teve oportunamente, conhecimento nesta capital.

O exército e a armada fazendo causa comum com o povo, depois de se recusarem a receber o general Ewbank, declararam-se agora nação independente, separando-se completamente da União Federal do Brasil.

O coronel Barbosa assumiu o comando do exército e da armada. Esta compõe-se do monitor Piauhy e das canhoneiras Fernandes Vieira e Iniciadora, sob as ordens imediatas do capitão-tenente Francisco Vieira que achava-se há pouco em Assunção.

Tanto a armada como o exército estão animadíssimos e dispostos a repelir qualquer força mandada pelo governo do Rio de Janeiro.

Mato Grosso constitui-se em República unitária e indivisível, adotando para sua bandeira as cores branca, azul e verde e uma estrela amarela. O Rio Verde já trazia esta nova bandeira.

Observa-se grande vigilância pelos navios do capitão Vieira, desde o rio Apa.

O arsenal de Ladário foi tomado pelo revolução.

O Diamantino estava disposto a seguir viagem hoje mesmo para Montevideo, levando os oito oficiais que transmitiram pelo telégrafo uruguaio estas notícias para o Rio de Janeiro.

O general prolongará a sua permanência em Assunção a espera dos resultados".

FONTE: Jornal do Commercio (RJ), 5 de maio de 1892.



26 de abril

1913 - Campo Grande tem sua primeira lei ecológica





Entra em vigor lei de iniciativa do vereador Amando de Oliveira que considera de utilidade pública terrenos que contenham matas e todas as aguadas e fontes que ainda se encontrem em terras devolutas. É intendente (prefeito) do município o sr. José Santiago.

FONTE: Edna Antonelli (coordenadora) 100 anos do Legislativo de Campo Grande, Prefeitura/Camara Municipal de Campo Grande, 2005, página 13.

26 de abril

1913 - Greve de ferroviários em Aquidauana. 

Reclamando atraso em seus pagamentos, ferroviários de Aquidauana, entram em greve, segundo toda publicada em jornal de Cuiabá:

"O pessoal da Noroeste declarou-se em greve hoje, não concorrendo ao serviço por falta de pagamento de seis meses de salários atrasados.

Os grevistas, em atitude pacífica, reclamam além dos salários atrasados, redução das horas de trabalho e morada gratuita nas casas construídas pela empresa.

Não correu trem de passageiros para Miranda.

Os grevistas tem tratado com toda deferência o engenheiro chefe, repelindo, porém, tentativas de conciliação, declarando só voltarem ao serviço depois de pagos os seis meses atrasados.

São gerais as simpatias aos grevistas, diante de sua justa e ordeira conduta". 

Apesar de justa e ordeira, por parte dos trabalhadores, houve extremada reação do comandante militar de Aquidauana ao movimento, conforme delata telegrama do advogado dos grevistas, Ries Coelho, em telegrama enviado ao jornal O Matto-Grosso, de Cuiabá:

"Por haverem recorrido ao meu patrocínio, requeri habeas-corpus a grande número de trabalhadores da Noroeste, violentamente presos na estação por não quererem trabalhar, logo após a chegada do trem de Miranda, pelo major Martins Pereira à frente da força do Exército, armada e embalada. Fui ameaçado mesmo pelo major em altas vozes, em frente ao hotel, perante muitos cidadãos, que já deram atestado por escrito, de que serei o primeiro a tomar bala, caso se der qualquer perturbação da ordem, aliás até agora não alterada, apesar das provocações.

Estão presos no quartel do Exército diversos trabalhadores, parecendo que não há autoridades civis ou que isto aqui é praça de guerra".


FONTE: O Matto-Grosso, Cuiabá, 5 de maio de 1913.

25 de abril

25 de abril

1866 – Tropas brasileiras deixam Coxim



Tropas brasileiras com destino a Laguna. Tela de De Santa Helena



Devidamente abastecidas as forças brasileiras iniciam a locomoção para a fronteira. Deixa Coxim a primeira brigada, segundo Taunay, composta do 17º batalhão de Voluntários da Pátria,que se formara em Ouro Preto, todo ele de mineiros e do corpo de Artilharia do Amazonas, escasso, composto de caboclos do extremo norte, que mal chegavam então talvez a uma centena de praças e do 21 de infantaria de linha.
 
"Obtidos esses meios que permitiam tomar enfim com mais acerto uma deliberação para a marcha em direção ao sul, e apesar de ser ela arriscada, a 25 de abril em conseqüência da resolução, cujas causas nos não compete averiguar, pôs-se em mvimento a 1ª. Brigada, tendo à sua frente o coronel comandante das forças, ficando, com exceção das repartições fiscal e caixa militar, no Coxim as outras repartições anexas e que deviam acompanhar a 2ª. Brigada, a qual, com certo intervalo de tempo, havia de marchar a reunir-se ao grosso da coluna".

 


FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942. Páginas 5 e 57.


25 de abril
 
1894 – Fuzilado o marechal barão de Batovi, ex-governador de Mato Grosso







É executado, o marechal-de-campo Manuel de Almeida da Gama Lobo Coelho d'Eça, o barão de Batovi. Presidente da província de Mato Grosso, em 1879, depois de destacar-se como herói da guerra do Paraguai, envolveu-se na revolução federalista, em seu Estado, o Rio Grande do Sul, onde caiu prisioneiro das forças federais e foi fuzilado.¹

Sobre o barão e sua execução sumária, a imprensa carioca destacou:

"Manoel de Almeida da Gama Lobo d'Eça, barão de Batovi, marechal e segundo na ordem hierárquica, de 65 anos, casado, oficial de artilharia: por sua bravura representou saliente papel na guerra do Paraguai na qual serviu de princípio a fim, comandando um regimento de cavalaria montada.

Foi presidente e comandante das armas da antiga província, hoje estado de Mato Grosso, e depois da proclamação da república exerceu por algum tempo o cargo de comandante do distrito militar do Rio Grande do Sul.

Em fevereiro de 1892 retirou-se para Santa Catarina, sua terra natal, onde se conservou em disponibilidade.

Em julho de 1893 foi chamado ao Rio de Janeiro pelo marechal Floriano, quando este pretendia depor o governo legal de Santa Catarina: sufocada a perturbação desse Estado, permitiu que o marechal Gama voltasse ao Desterro.

Ali encontrou a esquadra revolucionária, quando esta se apossou daquela cidade.

Era comandante da praça o coronel Julião Augusto da Serra Martins; para resolver a entrega convidara todos os oficiais ativos para as conferências que precederam à capitulação.

O marechal Gama foi o primeiro a subscrever o ato de rendição. 

Talvez tenha sido este o seu crime, porque nunca serviu à revolução, nem tampouco tomou parte ativa na política local.

Foi preso à meia noite do dia 21 de abril por uma escolta de alunos e apresentado no palácio do governador interino, coronel Antonio Moreira César: este desconheceu a sua qualidade de marechal do exército, denominando-o  - marechal de Gumersindo.

Esteve quatro dias preso no quartel do 25° de infantaria, em lugar imundo, e levado à fortaleza de Santa Cruz foi ali fuzilado no dia 25, a 1 hora da tarde.

O marechal protestou contra o assassinato que se ia praticar, apelando para um conselho de guerra, perante o qual se justificaria plenamente.

Pediu que deixassem vestir seu uniforme, no que não foi atendido.

Então, desabotoando o casaco e pondo a mão sobre o coração, pediu a escolta que sobre ele fizesse pontaria".²
       

FONTE: ¹Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Varzea Grande, 1994, páginas 555 e 573. ²Jornal O Apóstolo (RJ), 11 de dezembro de 1894.


25 de abril

1957 - Inaugurada fábrica de cimento em Corumbá



Governador João Ponce, presidente JK e Jorge Oliva, presidente da empresa


O presidente Juscelino Kubitschek foi o principal convidado da direção da fábrica de cimento de Corumbá ao ato de inauguração da empresa em Corumbá. O evento histórico foi alvo de reportagem da revista Brasil-Oeste:


No avião "Viscount", recentemente adquirido para as viagens presidenciais, o presidente Juscelino Kubitscheck seguiu na manhã de 25 de abril p.p. para a cidade de Campo Grande, de onde se transferiu para um "Douglas" que o conduziu a Corumbá. O chefe do Governo fez essa viagem para inaugurar a fábrica da Companhia de Cimento Portland Corumbá, na cidade do mesmo nome, e visitar a Base Naval de Ladário. Antes de regressar ao Rio de Janeiro, o presidente da República esteve em Belo Horizonte, onde pernoitou, para no dia seguinte proceder à inauguração de um cabo aéreo de 40 quilômetros, que transportará calcário da mina à fábrica de cimento em Minas, do mesmo grupo da "Corumbá".


O presidente Kubitschek chegou a Corumbá às 13h15 procedente de Campo Grande. Durante sua permanência em Campo Grande e em Corumbá o sr. Kubitscheck foi alvo de homenagens por parte do povo das duas cidades, bem como da oficialidade da 9a. RM, da Base Aérea e da Base Naval de Ladário, onde sua presença foi saudada por uma salva de 21 tiros. A todas essas homenagens estiveram presentes o governador do Estado de Mato Grosso, sr. João Ponce de Arruda, o general Arthur Hesket Hall, o almirante Muniz Freire, o bispo de Corumbá, autoridades civis e militares.


A comissão presidencial estava constituida pelo ministro da Viação e Obras Públicas, comandante Lúcio Meira; general Nelson de Melo, chefe da Casa Militar da Presidência da República; senador Filinto Müller (MT), líder do PSD na Câmara Alta; deputados federais Filadelfo Garcia (PSD-MT), Mendes Gonçalves (PSD-MT), Wilson Fadul (PTB-MT), Geraldo Starling Soares (PSD-MG), Guilherme de Oliveira (PSD-MG) e Benjamin Farah (PSD-DF). Faziam parte da comissão, também, os srs. Jorge Oliva, Olavo Guimarães Filho e Dirceu Sousa Coelho, diretores da Companhia Cimento Portland Corumbá.


No discurso que proferiu ao inaugurar a fábrica de cimento, em Corumbá, o presidente da República declarou: "Criando este centro de produção, que vai melhorar também as condições de vida da Bolívia e do Paraguai quero afirmar que os acordos comerciais que o governo vem fazendo com esses dois países visam apenas a dar ao continente  uma estrutura firme e sólida". Acentuou em seguida, que esse emprenho do Brasil está voltado também para o interesse de manter ligadas todas as nações americanas em torno do objetivo comum de luta pela defesa de uma filosofia que a todos pertence e que é a filosofia cristã.

FONTE: Revista Brasil-Oeste (SP), n° 10, fevereiro de 1957.




25 de abril


1984 – Cai a emenda das Diretas Já!






Derrotada na Câmara dos Deputados a emenda do deputado Dante do Oliveira (PMDB/MT) que restabelecia as eleição direta para presidente da República. Da bancada de Mato Grosso votaram a favor os deputados Dante de Oliveira, Gilson de Barros, Márcio Lacerda e Milton Figueiredo (PMDB) e votaram contra os deputados Bento Porto, Ladislau Cristino Cortes e Maçao Tadano (PDS) e de Mato Grosso do Sul votaram a favor os deputados: Albino Coimbra (PDS), Harry Amorim Costa, Plínio Barbosa Martins, Ruben Figueiró (PMDB), Saulo Queiroz (PDS) e Sergio Cruz (PMDB). Votou contra o deputado Ubaldo Barém e não compareceu para votar, Levy Dias, ambos do PDS.,



FONTE: Congresso Nacional.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...