sábado, 19 de fevereiro de 2011

12 de junho

12 de junho


1860 - Autorizada a criação da primeira escola pública da Corumbá

É aprovada pela lei n° 5 de a860, a primeira escola pública da povoação de Corumbá. A resolução é do presidente da próvíncia, Antonio Pedro da Alencastro:

"Art. 1° - Fica aprovada a Resolução de 21 de outubro do ano próximo passado, que ciou uma escola de instrução primária do 1° grau na Povoação de Corumbá para o sexo masculino com o ordenado marcado aos professores das Freguesias.

Art. 2° - Quando for suprimida uma cadeira, quer de instrução primária, quer de estudo secundário, o respectivo professor, sendo vitalício, e contando mais de dez anos de serviço, será aposentado com o ordenado por inteiro; e revogadas as disposições em contrário".


FONTE: Colleção das Leis Provinciais (MT), 1835 a 1912, pagina 32.



1867 – Termina oficialmente a retirada da Laguna


Homenagem do Exército brasileiro aos combatentes de Laguna em Porto
Canuto no município de Anastácio
Tendo chegado os sobreviventes um dia antes em Porto Canuto, à margem esquerda do rio Aquidauana, desfaz-se oficialmente, a retirada da Laguna, considerada a maior aventura da guerra do Paraguai. O major José Tomás Gonçalves, seu último comandante, baixou ordem do dia, encerrando a campanha, que durou 35 dias:


A retirada, soldados, que acabais de efetuar, fez-se em boa ordem, ainda que no meio das circunstâncias as mais difíceis. Sem cavalaria contra o inimigo audaz que a possuía formidável, em campos onde o incêndio da macega, continuamente aceso, ameaçava devorar-nos e vos disputava o ar respirável, extenuados pela fome, dizimados pela cólera que vos roubou em dois dias o vosso comandante, o seu substituto e ambos os vossos guias, todos esses males, todos estes desastres vós os suportastes numa inversão de estações sem exemplo, debaixo de chuvas torrenciais, no meio de tormentas de imensas inundações, em tal desorganização da natureza que parecia contra vós conspirar. Soldados! Honra à vossa constância, que conservou ao Império os nossos canhões e as nossas bandeiras!


O governo paraguaio festejou o final da marcha brasileira como uma vitória de seu exército.


FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 137.


12 de junho


1874 - Criados os cartórios judiciais em Corumbá


Pela lei nº 8, do presidente José de Miranda da Silva Reis, o governo da província de Mato Grosso, cria os cartórios da comarca de Corumbá, a saber:

"Artigo único. - Ficam criados no Termo de Santa Cruz de Corumbá os ofícios 1° e 2° tabeliães; servindo o 1° de Tabelião do público, judicial e notas e do escrivão da Provedoria e do juri e execuções criminais; e o 2° de Escrivão de Órfãos e ausentes que lhe fica anexo; revogadas as disposições em contrário".

FONTE: Coletânia de leis da província de Mato Grosso, 1835 a 1912, página 14.


1882 – Nasce em Nioaque Antônia de Moraes Ribeiro, dona Neta


Dona Neta (ao centro) com familiares
Nasce em Nioaque, Antonia de Moraes Ribeiro. Estudou em Cuiabá onde casou-se com Antônio Correa da Costa, de tradicional família cuiabana. O casal muda-se para a fazenda Chapada, da família dela, em Nioaque. Em 1913, com seis filhos e já com o carinhoso apelido de dona Neta, muda-se de vez para Campo Grande. Em 1921 morre-lhe o marido, vítima de febre tifóide, contraída em Três Lagoas. Viúva aos 36 anos, com oito filhos, “dona Neta, com invulgar bravura, enfrentou a situação, conseguiu dirigir as fazendas Chapada, em Nioaque, Guanandi e Cedro em Ponta Porã.”

Faleceu
aos 81 anos, em 1963. Paulo Coelho Machado, seu biógrafo, conta que pouco antes de morrer dona Neta convocou todos os filhos e a cada um fez “agradecimento emocionante pela solidariedade que ininterruptamente lhe deram, adicionando pequenas recomendações como últimas lições de vida tiradas da própria experiência.”
Deixou 15 netos e 38 bisnetos e um saudável casarão na avenida Afonso Pena, que seria demolido para dar lugar à galeria Dona Neta.



FONTE: Paulo Coelho Machado, A grande avenida, Funcesp/UBE, Campo Grande, 2000, página 206.



12 de junho

1910 - Fundada a Associação Comercial de Corumbá

Reunidos na tarde de domingo, as 14 horas, no edifício da Câmara Municipal, empresários de Corumbá decidem criar a associação comercial da cidade: O Correio do Estado fez o registro:

"O n´mero de pessoas que compareceram à reunião tão foi grande, mas a qualidade dessas mesmas pessoas, reconhecidamente corajosas e empreendedoras, representava uma grande força, que é do que realmente dependem os mais difíceis e importantes cometimentos".

Sobre a importância da nova entidade, o jornal destacou o foco dos empresários "na urgência de por em prática uma ação em comum a bem dos interesses do já desenvolvido comércio desta praça, certos de que só unidos  é que poderão resistir a todas as lutas que contra os seus direitos forem abertas, - esses bons elementos que compareceram à reunião de domingo resolveram iniciar os trabalhos para organização da Associação Comercial de Corumbá".

O primeiro presidente, escolhido pela unanimidade dos fundadores, foi Salustiano Msaciel, sócio da empresa M. Cavassa Filho e Cia, que indicou Alvaro Armando para secretário. O primeiro ato do presidente foi a criação de uma comissão para elaboração dos estatutos da entidade, com os seguintes componentes: Salvador Paes de Campos, Eugênio Ferreira da Cunha, Hipólito Rondon, Ciriaco de Toledo e Joaquim Teodoro da Rocha.

FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 15 de junho de 1910.



12 de junho

1979 - Exonerado o primeiro governador de Mato Grosso do Sul





Nomeado pelo presidente Ernesto Geisel, com base na Lei Complementar n° 31/77 (Lei da Divisão) e empossado em 1° de janeiro, é exonerado do cargo de governador de Mato Grosso do Sul, o engenheiro gaúcho Harry Amorim Costa. Enfraquecido em Brasília com a posse do general João Batista Figueiredo, Harry não obteve o apoio do senador Pedro Pedrossian, então o mais prestigiado líder político do Estado, que conseguiu sua demissão e a indicação de seu sucessor, o prefeito de Campo Grande, engenheiro Marcelo Miranda. Assumiu em seu lugar até o dia 29, data da posse do novo governador nomeado, o deputado Londres Machado, presidente da Assembleia Legislativa. 

O legado de Harry Amorim seria o seu projeto de governo moderno para um estado modelo, desprezado por seu sucessores. A única obra que conseguiu realizar no curto espaço de tempo de seu governo foi a pavimentação do trecho da BR-60 entre Campo Grande e Sidrolândia.

Em 1982 foi eleito deputado federal pelo PMDB. Em 1987 foi nomeado secretário de Maio Ambiente no governo de Marcelo Miranda, vindo a falecer, em acidente automobilístico em 19 de agosto de 1988.

11 de junho

11 de junho


1867Retirantes de Laguna chegam a porto Canuto


Paisagem do rio Aquidauana em desenho de Taunay



Depois de cinco dias de marcha, desde a saída em Nioaque, sempre fustigados pela cavalaria inimiga, os expedicionários brasileiros finalmente chegam à margem esquerda do rio Aquidauana, termo da retirada de Laguna. O momento é registrado por Taunay:

A 11 chegamos ao porto do Canuto à margem esquerda do rio Aquidauana. Tal o último trecho de nossa penosa retirada. Ali findou o nosso doloroso itinerário que, como expiação de nossas temeridades, nos fizera curtir tantas misérias quantas pode o homem suportar sem sucumbir. No Canuto nos despojamos dos miseráveis andrajos que nos cobriam, libertando-nos, afinal, da mais horrível sevandija e dos parasitos do campo, que, perfurando a pele, nela produzem dolorosas úlceras. Oferecia-nos o rio magnífico ensejo para nossas abluções. Todas estas paragens podem ser chamadas: a terra das águas belas.


Segundo ele, no dia da invasão do território paraguaio, “em abril de 1867, era o efetivo da coluna de 1680 soldados. A 11 de junho reduzira-se a 700 combatentes. Perderamos pois 980 soldados pela cólera e o fogo. Morreram além disto grande número de índios, mulheres e homens negociantes ou camaradas que haviam acompanhado a marcha agressiva do nosso corpo”.


A campanha seria oficialmente encerrada no dia seguinte, 12 de junho de 1867.



FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, SP, 1942, página 137.




11 de junho

1911 - Instalada a comarca de Bela Vista


Criada pela lei n° 549, de 20 de julho de 1910, foi instalada a comarca de Bela Vista. Tomou posse como primeiro juiz de direito, o dr. Augusto Cavalcanti de Mello, que designou promotor de justiça ao cidadão Fernando de Vasconcelos.

FONTE: Sydney Nunes Leite, Bela Vista - uma viagem ao passado, edição do autor, Bela Vista, 1995, página 38

10 de junho

10 de junho

1888 - Chega a Cuiabá a notícia da abolição da escravatura

Tendo aparecido em primeira mão no jornal OÁSIS, de Corumbá em 27 de maio, é publicada, no jornal A Província de Mato Grosso (Cuiabá) a notícia da abolição da escravatura no Brasil, pela publicação da lei Áurea,sancionada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888.

 


1907Nasce em Corumbá Gabriel Vandoni de Barros




Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de São Paulo. Candidato a deputado federal em 1933, teve seus direitos políticos cassados por haver participado da revolução constitucionalista de 1932. Foi deputado à 
Constituinte estadual de 1936 e Secretário Geral no governo de Mário Correa da Costa. 

FONTE: Rubens de Mendonça, Dicionário biográfico mato-grossense, edição do autor, Cuiabá, 1971, página 28.




10 de junho


1914Morto o vereador Amando de Oliveira


Amando de Oliveira e família, pouco antes de seu assassinato
É assassinado em Campo Grande, as 17 horas, quando se dirigia à sua fazenda Bandeira, o vereador Amando de Oliveira. Líder do Partido Republicano, empresário moderno e empreendedor, foi o construtor da primeira casa de alvenaria na vila. Autor de vários projetos aprovados pela Câmara, entre eles o que doou áreas para a Noroeste construir sua estação; que proibia a alienação de terras públicas urbanas às margens de córregos; e da primeira escola mista da cidade. 

Sua morte não foi esclarecida. Foram acusados como mandante o fazendeiro Joaquim Gomes Sandim e executores Procópio Souza de Mello e Antonio Elysio Emendias, que, denunciados pelo promotor Brasílio Ramoya, não chegaram a ser pronunciados. O juiz Manoel Pereira da Silva Coelho por falta de “indício veemente”, libera os acusados e manda o delegado reabir o inquérito, o que não ocorreu. Amando de Oliveira é nome de uma escola estadual na vila Piratininga, próxima à antiga sede de sua fazenda e de uma rua no bairro Amambaí. 



FONTE: Sergio Cruz, Sangue de herói, Primeira Hora e Açu Porã/Funcesp, Campo Grande, 2002, páginas 177 e 186.





10 de junho


1925Organiza-se a Coluna Prestes


A coluna Prestes e seu comando, organizado em Camapuã
Acampados na fazenda Cilada, em Camapuã, no sul de Mato Grosso os revolucionários, até então tidos apenas como revoltosos, decidem formalizar a coluna rebelde, que passou a ser chamada de Coluna Miguel Costa-Carlos Prestes e ficou popularmente conhecida como Coluna Prestes. Sua organização inicial foi a seguinte:

Comandante: General Miguel Costa; Chefe do Estado-Maior e comandante de fato: Coronel Luis Carlos Prestes; sub-chefe do Estado Maior: ten.-cel. Juarez Távora; secretário: capitão Lourenço Moreira Lima. Membros do Estado Maior: majores Paulo Kruger e Mário Geri; capitães Alberto Costa e Ítalo Landucci; tenentes Sadi, Nicário e Morgado; piquete do QG: tenente Hermínio; chefe de saúde: dr. Athaíde.


1º. Destacamento: Cordeiro de Farias, tendo como fiscal o major Virgílio dos Santos;
2º. Destacamento: João Alberto, tendo como fiscal o major Manoel Lira;
3º. Destacamento: Siqueira Campos, tendo como fiscal o capitão Trifino Correa; e 4º. Destacamento: Djalma Dutra, tendo como fiscal o major Ary Salgado. 



FONTE: Glauco Carneiro, O revolucionário Siqueira Campos, Recor Editora, Rio, 1966, página 363.


10 de junho

1929 - Avião desaparecido, encontrado no Pantanal

                                                         A NOITE (RJ) 6-9-2929
                         
Hans Gusy, o piloto do avião sinistrado


O avião "Mário Correa", desaparecido num voo entre Corumbá e Aquidauana é encontrado no Pantanal, nas proximidades do forte Coimbra. A informação é dada pelo diretor geral dos Correios, no Rio de Janeiro, que recebeu mensagens do chefe do distrito e encarregado de estações próximas ao local: 

"De Corumbá - Urgente - Aviador Hans, piloto do avião Presidente Mário Correa, que regressava de Cuiabá e desaparecido desde o dia 4, foi encontrado ontem em pleno pantanal, nas proximidades do Forte Coimbra, por cuja guarnição foi salvo. Consta aqui que um morador do Morro Grande, viajando pelo pantanal, viu de longe a descida do aparelho, indo comunicar o fato ao comandante do forte, que tomou as providências necessárias.

O aviador está em boa saúde, sendo conduzido para o forte onde se encontra. Diz que o aparelho está inutilizado. (a) Arnaldo Azeredo, chefe do distrito".

A pequena aeronave, pilotada pelo alemão Hans Gusy, retornava de Cuiabá, onde participou de uma competição, promovida pela governo do Estado. A primeira escala foi em Corumbá e a segunda seria em Aquidauana, para onde levantou voou no dia 1° de junho. No trajeto deu-se o desaparecimento.²



FONTE: ¹Correio Paulistano, 11/06/1929, A Cruz (Cuiabá), 29/06/1929.


9 de junho

9 de junho


1867 Retirantes de Laguna atravessam o rio Taquaruçu


Rio Taquaruçu, a última travessia dos retirantes da Laguna (no destaque)
Deixando Nioaque no dia 5 de junho, os expedicionários, sob o comando do major José Tomás Gonçalves, a 6 acampam à margem do ribeirão Areias; a 7, ganham o rumo do Taquaruçu, que estava transbordando. A 9, vadeiam o Taquaruçu, última travessia fluvial antes do fim da viagem. Relendo Taunay, Acyr Vaz Guimarães detalha:

A natureza... sim a natureza parecia vedar-lhes o caminho; junho não é um mês chuvoso e os rios deveriam estar, em anos de chuvas normais, com pouca água. Mas o Taquaruçu rolava bravio, espumante, inundando margens... Fez-se acampamento esperando vazar todo aquele caudal avermelhado, que trazia terra da serra de Maracaju, onde brotam seus primeiros filetes. Já havia mais sossego e os sentinelas mais tranqüilos não tinham sinais da presença ameaçadora dos paraguaios.
Afinal, a tropa acampada à margem do Taquaruçu ouviu, não muito longe, os clarins e tambores paraguaios que soavam com sua cavalaria em retirada para Nioaque, deixando a perseguição que haviam encetado no Apa. Inglórios momentos para aqueles valentes guerreiros. Faltara-lhes talvez um bom comandante.

A 9 de junho, livre da sanha inimiga, a tropa de José Tomás, já alimentada por víveres que o bondoso Vieira de Resende lhe remetera por porto Canuto, alegre porque sabiam todos estarem próximos ao caudaloso rio Aquidauana, vadeia o rio e ganha a direção do morro Azul, bonito e altaneiro, sinal que tinha para alcançar o novo acampamento.




FONTE: Acyr Vaz de Vasconcelos, Seiscentas léguas a pé (A Campanha do Apa), Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1988, página 111.

8 de junho

8 de junho

1850 - Criadas agências dos Correios em Corumbá e Miranda

O ministro da Fazenda do Império comunica ao presidente da Província de Mato Grosso, a criação pela Diretoria Geral dos Correios de uma agência dos correios em Albuquerque (Corumbá) e outra em Miranda.

Diário do Rio de Janeiro, de de julho de 150.


8 de junho

1867 - Paraguaios encerram perseguição aos retirantes da Laguna


Cerrado, cenário típico da retirada na Laguna no Sul de Mato Grosso


No encalço da força brasileira desde a fazenda Laguna, no Paraguai, os cavalarianos inimigos, finalmente encerram sua implacável perseguição. O almejado momento é anotado pelo tenente Taunay, o atento escriba da retirada:

À medida que percorríamos estes terrenos a nós familiares e aos paraguaios menos conhecidos, cada vez mais frouxa e inofensiva se tornava a perseguição, embora não houvesse inteiramente cessado. Fizemos neste dia ponto junto a um lindo ribeirão chamado Areias. No dia seguinte, 7, quase vencemos as quatro léguas que medeiam deste ponto ao rio Taquaruçu. Atingimo-lo a 8 e, como a alturas das águas não nos permitisse vadeá-lo, acampamos à sua margem.

Noite para nós memorável, esta! Foi aí que os paraguaios, avistados à alguma distância, se decidiram, enfim, a desaparecer. Deles próprios partiu o aviso da retirada, com uma fanfarra prolongada de clarins que tal sinal deu, mais lisonjeiro a nós outros do que a eles. Não se fizeram nossas cornetas rogadas, aliás, em associar-se àqueles toques com um estrépito a cujos ecos estremeceram longamente aquelas solidões. Soubemos alguns dias mais tarde, que se haviam dirigido para Nioac, e, depois de recolhidas todas as suas patrulhas, pelo Apa regressado ao território de sua república.


FONTE: Taunay, A Retirada da Laguna, (XVI edição brasileira) Edições Melhoramentos, São Paulo, página 136.



8 de junho

1868 - Paraguaios arrasam e abandonam Corumbá

Menos de um ano depois de retomar dos paraguaios a vila de Corumbá e abandoná-la, fustigado por um surto de varíola, o tenente-coronel Antonio Maria Coelho, manda à localidade em missão de inteligência, uma patrulha, comandada por um major em comissão, para observar o inimigo, que desde então, reocupara o lugar. De volta a Cuiabá, recebeu  o seguinte relatório:

"Em virtude das ordens que v.s. se dignou dar-me em portaria de 24 de abril do corrente ano, passo a expor a v.s. as ocorrências havidas na viagem de exploração ao ponto de Corumbá, por mim empreendida em cumprimento às referidas ordens.

Cheguei em 20 de maio pela tarde no lugar denominado Arancuan, donde observei Corumbá, mas não podendo observá-la completamente, o fiz no dia seguinte, 21, depois das 9 horas da manhã, em consequência da grande cerração. 

Do lugar onde me achava observei que não havia gente em Corumbá, nem navios no porto, que as trincheiras e todas as casas se achavam arrasadas, salvo muito poucas, que presumo sejam dos estrangeiros; que na praça pastavam livremente algumas reses, o que confirmava a não existência de gente ali; à vista disto determinei saltar na vila, não só para examiná-la minuciosamente, com também para prover-me de carne visto já me achar desprovido de víveres, o que de fato fiz.

Na ocasião de embicar a canoa apareceu uma sentinela que se ocultava num telheiro existente junto à margem do rio e disparou na direção da canoa sua espingarda, o que me fez retirar para o meio do rio, donde vi que um homem, em consequência do sinal da sentinela, saiu a cavalo para a estrada que chamam de Barão; observai mais que na popa de uma escuna, que existia na praia, se achava uma outra sentinela, que nenhum sinal deu com a minha chegada ali.

Depois desta ocorrência julguei necessário continuar a observação, a ver se apareciam alguns inimigos, para o que passei para o lado oposto, onde, convenientemente colocado, continuei a observar, porém, nada mais vi, nem ouvi sinal algum que indicasse existência de forças nas imediações. Julgando ter satisfeito o conteúdo da segunda parte das instruções, retirei-me um pouco para cima, onde fiz pouco e regressei no dia seguinte.

De volta da exploração, cheguei no acampamento do Cagange e 1 do corrente.

Tendo narrado fielmente todas as ocorrências que se deram em minha viagem.

Quartel do 1° batalhão provisório de infantaria, em Cuiabá, 8 de junho de 1868.- Ilm. sr. tenente-coronel Antonio Maria Coelho - Antonio de Oliveira Jamacuru, capitão em comissão.


FONTE: Correio Paulistano, 19/08/1868


8 de junho


1867Cuiabá entra na guerra do Paraguai


Realiza-se na capital do Estado, no antigo largo do Palácio, atualmente praça Alencastro, uma formatura geral do segundo corpo expedicionário, organizado pelo presidente Couto Magalhães e destinado a reconquistar a vila de Corumbá, ainda nesse tempo em poder dos paraguaios. Dois dias depois essa força seguia para Corumbá, sob o comando do major Antonio José da Costa. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página, 279.








7 de junho

7 de junho


1861 – Nasce Joaquim Augusto da Costa Marques


Filho de Poconé, Costa Marques fez o primário em sua cidade e o secundário em Cuiabá. Em 1891, bacharela-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo e volta para Mato Grosso, instalando-se em São Luiz de Cáceres. Na política, filia-se ao antigo partido nacional, mais tarde democrata, participa ativamente do movimento que derrubou o presidente Manuel Murtinho, em 1892. Em 1899, com a cisão do Partido Republicano, adere à liderança do coronel Generoso Ponce.

“Sempre solidário com o povo de sua terra nas suas memoráveis reivindicações – lembra Nilo Póvoas – não hesitou em participar do movimento revolucionário de 1906, tendo comandado uma brigada de que se compunha o Exército Libertador que pôs cerco à capital matogrossense, fazendo ruir por terra o despotismo do coronel Antônio Paes de Barros.”


Deputado federal, elegeu-se governador em sucessão ao coronel Pedro Celestino Correa da Costa. Governou de 1911 a 1915. Foi o primeiro governante estadual a visitar Campo Grande, em 11 de outubro de 1912. Em sua homenagem a municipalidade colocou o seu nome na principal praça da cidade, atualmente praça do Imigrantes, no final da rua 26 de Agosto. Faleceu em Cáceres a 2 de dezembro de 1939. 



FONTE: Nilo Póvoas, Galeria dos varões ilustres de Mato Grosso, Fundação EStadual de Cultura, Cuiabá, 1978. Página 95.





7 de junho

1883 - Nioaque ganha sua primeira escola pública e retoma nome original



Resolução nº 612, do governador Barão de Batovi, da província de Mato Grosso, devolve o nome original da vila e cria a primeira escola de Nioaque:

"Art. 1º - A freguesia de Levergeria, criada pela lei provincial n. 606 de 24 de maio de 1877, se denominará d’ora em diante – freguesia de Santa Rita de Nioaque.

Art. 2° - Fica criada uma cadeira de instrução primária para ambos os sexos na mesma freguesia.

Art. 3° - O professor nomeado para reger a mesma cadeira perceberá o ordenado anual de 600$000 réis e a gratificação de 200$000, revogadas as disposições em contrário.

Mando portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e a execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como nela se contém. O secretário da província a faça imprimir, publicar e correr. Cuiabá, aos sete dias do mês de junho de 1883, 62° da independência e do império.

Barão de Batovi".

 


7 de junho


1964Americanos em Urubupungá



Lincoln Gordon (de óculos escuros) vistoria obras de Jupiá com o governador
Fernando Correa da Costa, o primeiro à esquerda
Durante visita ao Estado, o embaixador americano Lincoln Gordon esteve em Cuiabá, Corumbá, Campo Grande e Dourados, encerrando a viagem no dia 7 com visita às obras de Urubupungá. No dia 5, o diplomata assinou com o governador Fernando Correa da Costa, convênio de financiamento da Aliança para o Progresso ao Plano de Eletrificação de Mato Grosso no valor de US$ 6.230.000,00. Em Jupiá, acompanhados do governador e do ministro Roberto Campos, do Planejamento, os americanos percorreram as obras da usina de Urubupungá, “sendo então informados de que o cronograma vem sendo cumprido, de forma que as primeiras unidades poderão iniciar a produção de eletricidade em princípios de 1967".

A usina de Jupiá entrou em funcionamento em 14 de abril de 1969.



FONTE: Revista Brasil-Oeste, n° 94. Página 42.

6 de junho

6 de junho


1886Impressões de Campo Grande




Vila de Campo Grande, rua 13 de Maio no início do século passado

Relato escrito pelo fazendeiro João Vieira Honório de Almeida, mostra o povoado de Campo Grande na penúltima década do século XIX:

Campo Grande, 6 de Junho de 1886. Hoje desenganei-me de que não podemos ser moradores no Campo Grande; não achei fazenda que me satisfizesse; as melhores já estão tomadas; as que nos informaram lá não nos servem. O que achei bom é para se ter um negocinho cá, por essa razão é que me esforcei por achar campanhas. A população deste distrito que é o 3º de Miranda é de 7 mil almas; é com efeito um campo grande; é uma povoação rica, muitos carros a trançam; muitos cavaleiros para baixo e para cima, mulheres em cilhão nos domingos e dias de serviço, todos em trajes próprios; duas grandes olarias bem montadas, grande influência em geral nos povos para construírem casas boas; há negociozinhos que resumindo o que eles têm não dá para um sortimento pequeno e é por essa razão que vem mascates em carroças paraguaias, como aqui encontrei um que trazia uma carroça carregada de faturas vendeu a gado no prazo de 3 meses e foi até o Jataí... um negociante aqui com um sortimento de tudo, faz grande interesse recebendo em gado e depois tocando para o Paraguai... O Lázaro Borges, um velho bom e homem honrado tem um engenho de serra que acabou de aprontar depois que aqui cheguei, obra esta magnífica, cousa muito boa; há 2 ferreiros bons, em serviço; mas está uma povoação florescente e animada; já há algumas pequenas intriguinhas mas isto é tão natural de Humanidade que parece mesmo ser preciso para distinguir os bons dos ruins; os fazendeiros aqui não podem criar bois, desde um ano de idade muitos compradores para os mesmos e vendem desta idade de 4$ a 16$; os negociantes só aceitam a 10$ com o que ganham muito dinheiro com esta especulação; terrenos os mais aprazíveis que os meus olhos têm visto, as crianças, os moços, as moças, as mulheres, os homens são todos corados e animados, em uma palavra, não esperava encontrar esta animação do (no?) pessoal; porém, o que me aconteceu de não achar fazenda está acontecendo a muitos que estão seguindo para adiante e são tantos que é difícil enumerar, e estão povoando da mesma forma que aqui, os Dourados, já tem gentes fazendo morada em Santa Maria, Passa Cinco e outros lugares que dizem todos em geral que tão bons não pode haver em mundo nem um. Eu, informado pelo tenente José Ribeiro de Oliveira vou em direitura para a lagoa rica ou de São Domingos que é especial (superior) a todos os lugares, esta lagoa parece beira mar de grande e bonita, propriedades como nem uma vi nem pode haver tanto assim que vou destinado a tal lugar sem menor receio de arrepender... 


O acontecimento mais importante de Campo Grande em 1886 foi a primeira visita do bispo de Cuiabá ao vilarejo, cuja chegada deu-se a 28 de setembro.

FONTE: Revista Folha da Serra (Campo Grande), 26/08/1936.


6 de junho

1889 - Cogitada mudança da capital de Cuiabá para Corumbá




Notícia publicada em jornal oposicionista de Cuiabá, dá conta de cogitação do governo em mudar a capital de Cuiabá para Corumbá. A pretensão, não desmentida, teria sido do penúltimo presidente da província, Souza Bandeira:



Os rumores não prosperaram, até porque o governante foi, em seguida substituído, mas a ideia de mudança, que, mais tarde se juntaria ao separatismo, ganhou força. A princípio a cidade indicada para sediar a capital da província foi Corumbá, já no regime republicano, Aquidauana e Campo Grande dominaram a preferência, sendo, finalmente, a partir de 1930, Campo Grande, com a consolidação do transporte ferroviário, a cidade sulista a disputar o direito de tornar-se a capital do Estado.


FONTE: Jornal A Gazeta (Cuiabá), 6 de junho de 1889.






OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...