domingo, 6 de fevereiro de 2011

12 de abril

12 de abril

1927 – Município doa área para construção de igreja



Praça do Rádio, hoje, no lugar da igreja que  foi construída em outro local

Com parecer contrário do vereador Tertuliano Meirelles, a projeto de iniciativa da intendência geral do município, a câmara municipal aprova doação de terreno (atual praça do Rádio Clube) à paróquia de Campo Grande, destinada à construção da igreja matriz da cidade. O voto divergente do vereador foi justificado pelo seguinte relatório:
 
No regime político extinto do Brasil imperial, as ordens monárquicas, as congregações religiosas, as confrarias e irmandades eram consideradas pessoas jurídicas de direito privado sujeitas ao competente registro para que pudessem operar como entidades coletivas. A formalidade do registro era estatuida pelo decreto n°  2711 de 1860. Com o advento da República vem o decreto 119-A de 1890, do governo provisório, decreto esse que tem forças de lei, e que nos artigos 3, 4, e 5 reconheceu a personalidade jurídica das igrejas, congregações religiosas, institutos e agremiações eclesiásticas, etc., as quais para gozarem desse predicamento, deveriam inscreverem-se no registro estabelecido pela lei n° 173, de 1º de setembro de 1893. Com a promulgação do Código Civil nenhuma alteração foi feita nessa matéria, continuando assim a serem tidas como pessoas jurídicas de direito privado, de acordo com o disposto no art. 16, n° 1, todas as entidades referidas neste parecer que se submeterem aos preceitos do registro, exigido no art. 18 do Código sem o qual elas não terão existência jurídica.


Conclui o relatório julgando:


Em virtude do exposto no texto do Código, as pessoas jurídicas quaisquer que elas sejam, só terão a existência legal, a partir de sua inscrição no registro. Ora, na hipótese, não existe nenhum registro em virtude do qual ficasse primada a organização das associações a que alude a Resolução n° 98, de 25 de junho de 1915, o que quer dizer que elas, a ordem de Santo Antonio e a de N. Sra. da Abadia – juridicamente não tem existência (...). A concessão dos lotes a que se reportam os documentos nºs. 1 e 2, racaiu pois sobre entidades de existência imaginária, estando esses bens na categoria dos chamados bens de evento, sem dono, verdadeiro res nullius, o que os torna incompatíveis com a noção de propriedade, cujo requisito precípuo é fundar-se em causa certa e estável, definida, orgânica e protegida por um agente tutelar de direito.


O projeto foi aprovado, mas a igreja não chegou a ser construída no local. A matriz, inaugurada em 1930, ocupou a mesma área da capelinha erigida por José Antonio Pereira, onde na década de 70 do século XX deu lugar à catedral metropolitana de Campo Grande.


FONTE: Cleonice Gardin, Campo Grande entre o sagrado e o profano, Editora da UFMS, Campo Grande, 199, página 153

11 de abril

11 de abril

1853 – Habilitado o porto de Corumbá



Porto de Corumbá, no início do século passado. Um dos maiores do Brasil

A notícia, de Ferreira Moutinho em sua “Notícia sobre a Província de Mato Grosso”, é citada por Lécio G. de Souza:

O decreto de 11 de abril de 1853 habilitou seu porto para o comércio e criou na povoação uma mesa de rendas. No ano seguinte, a Resolução de 5 de julho autorizou a presidência a transferir a sede de Albuquerque Novo para ela, o que não se verificou senão em 1862, por força da lei 1º de julho, demarcando a provisão de 5 de fevereiro do ano seguinte os limites da nova freguesia.



FONTE: Lécio Gomes de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd., página 33.


11 de abril

1867 -  Fugitivo, filho do Guia Lopes alcança coluna brasileira




Tendo conseguido escapar do cativeiro no Paraguai a 25 de março, consegue alcançar a coluna em marcha para a fronteira, um grupo de brasileiros que haviam sido aprisionados pelo exército de Lopes no início da guerra, entre eles um filho de José Francisco Lopes, o guia da coluna. Ao comandante, coronel Camisão, foi dito que "conseguiram apossar-se de bons cavalos paraguaios, e, como não se iludissem acerca do destino que os aguardava caso fossem novamente capturados, tinham se arriscado a caminhar à noite, e de mata em mata, fazendo contínuos rodeios, em direção à fronteira. Atingindo-a felizmente, atravessaram o Apa e depois, deixando à direita a estrada da colônia, subiram ao norte, em direção à estância do Jardim, de onde desceram ao nosso encontro".

O reencontro de pai e filho é registrado por Taunay:

Anunciou-se neste momento a volta do 17º batalhão que acompanhara o velho Lopes. Era geral o desejo de assistir ao primeiro encontro do pai e do primogênito que lhe voltava aos braços.

Passando pelos postos avançados soubera o nosso guia da grande notícia.
Vinha pálido, lacrimejante, em direção ao filho que, respeitosamente, o esperava, descoberto. Não descavalgou; estendeu a dextra trêmula ao filho, que a beijou; depois o velho guia deu-lhe a bênção e passou sem palavra.

Foi uma cena patriarcal, e como seja o coração humano sempre sensível aos grandes lances, atônitos, olhávamos uns para os outros, como a indagar se não seria fraqueza entre soldados nem sempre poder conter as lágrimas.

Que emoção devia sentir o velho vendo o filho escapo ao inimigo! E quanta dor, ao pensar que os outros membros da família, ainda cativos, haviam perdido o mais valente defensor!


FONTE: Taunay, A Retirada da Laguna (16a. edição brasileira) Edições Melhoramentos, São Paulo, 1963, página 46.  

FOTO: Tela de Ruy Martins Ferreira.


11 de abril

1881 - Morre em Miranda, o homem mais "velho do mundo".


Faleceu em Miranda, Francisco José Cardoso Guaporé¹, agente dos correios da vila, último cargo público que exerceu, tendo falecido com idade muito avançada, cujo tempo de vida foi calculado entre 120 e 150 anos, conforme comentário irônico e discriminatório do correspondente de um jornal de Corumbá e obituário publicado no mesmo jornal:

"Tenho sido mais que irregular na remessa de minhas missivas ao público, não por carência de matérias, como talvez possa acontecer n'outros pontos da província, mas sim pela falta de confiança nos portadores que de aqui seguem para essa cidade, bem como na agência do correio, contra a qual em vão tantas queixas e clamores levantam os prejudicados na remessa de suas correspondências. Longe estou de acusar o atual agente de corrupto, venal ou desidioso no cumprimento de seus deveres, mas sim pela sua decrepitude e imprestabilidade para qualquer função pública, pois que no século presente, de pronunciada degeneração da espécie humana, o homem de cento e cinquenta anos, como ele que há pouco festejou o seu natalício, de há muito não deverá pertencer ao rol dos vivos. Prescindindo porém de adiantar-me mais sobre o anti-diluviano Francisco José Cardoso Guaporé, permitir-me-á tratar de outros assuntos".²

O mesmo jornal, por ocasião de se falecimento, dá a seguinte nota:

"Faleceu em Miranda o ancião Cardoso Guaporé, que exercia ali os cargos de coletor e agente do correio. Dizem-nos que contava mais de 120 anos de idade. Paz à sua alma".³


FONTE: ¹A Província de Mato Grosso (Cuiabá), 15/07/1881, ²O Iniciador (Corumbá), 26/12/1880, ³Idem, 21/04/1881.

10 de abril

10 de abril

1900 – Criado o distrito de Ponta Porã




De acordo com a resolução 225, do governo do Estado de Mato Grosso, é criado o distrito de Ponta Porã, com a nomeação de João Antônio Trindade para o cargo de juiz de paz, tendo como escrivães, sucessivamente Orcírio Freire, Júlio Alfredo Mangani e Policarpo de Ávila. Ponta Porã então subordinada à jurisdição da comarca de Nioaque, passando a constituir Distrito Policial de Bela Vista, quando em 1908 foi criado aquele município.

A emancipação política de Ponta Porã viria a ocorrer em 18 de julho de 1912, com a transformação do distrito em município. 




FONTE: Gilmar Arruda, Heródoto, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 343.

FOTO: Ponta Porã no início do século XX. Foto extraída do Album Graphico de Matto-Grosso (1914)



10 de abril


Ponce responde ultimato de Totó Paes


Cercada a Assembleia Legislativa em Cuiabá por forças mercenárias, a serviço do do coronel Antonio Paes de Barros, o Totó Paes, este encaminha em 9 de abril, ofício ao presidente da casa e seu principal adversário, Generoso Ponce, dando um sutil ultimato no sentido de anular a eleição para presidente do Estado, cujos votos estavam sendo conferidos pelos deputados. Sem nenhum requinte, Ponce responde ao adversário:

Assembleia Legislativa de Mato Grosso - em Cuiabá, 10 de abril de 1889. Sr. Cel. Antonio Paes de Barros. Com a data de ontem, acaba de ser-me entregue, agora, 9 horas da manhã, um ofício vosso, no qual me comunicais que nesta Capital já se acha uma divisão denominada de Campo Sales - organizada segundo dizeis, com o fim especial de garantir esta Assembleia, no julgamento da eleição procedida a 1° de março último para os cargos de Presidente e vice-presidentes do Estado, no futuro quadriênio a começar a 15 de agosto, oferecendo à mesma Assembleia o apoio da dita força para que possa obrar mais livremente, anulando ou aprovando, como entender em sua sabedoria, as eleições que vão ser apuradas. Respondo ao vosso citado ofício e faço unicamente em homenagem à vossa pessoa, tenho a dizer-vos que se esta Assembleia se sentisse coata para o livre exercício de suas atribuições, que lhe foram conferidas pela Constituição do Estado, ela saberia cumprir o seu dever, pedindo aos poderes competentes do Estado e da República, as indispensáveis garantias para o desempenho de sua soberania, não podendo de modo algum aceitar o apoio de uma força ilegalmente constituída, que atenta a ordem pública e sob o comando de um interessado no julgamento da eleição a que aludis no vosso citado ofício. Saúde e fraternidade. -  Generoso Paes Leme de Souza Ponce.

O episódio teria desfecho com a anulação da eleição e a realização de um novo pleito em 15 de agosto, com a eleição dos candidatos apoiados pelos novos aliados, Totó Paes e Murtinho e a marginalização de Generoso Ponce e seu partido.

FONTE: FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967. Páginas 71.



10 de abril

1934 – Tenente Brito assume base aérea



Em funcionamento desde março de 1932, quando abastecia e dava manutenção aos aviões que demandavam a Mato Grosso, a Base Aérea de Campo Grande passa a ser comandada por um oficial, cargo confiado até então a um sargento.
Assume o 1º tenente aviador engenheiro Hortêncio Pereira Brito.
Nesse ano, segundo J. Barbosa Rodrigues, “com pequenos aviões foi estendido o ‘Correio da Fronteira’ que atendia a fronteira sul do Estado, constituindo-se na primeira linha regular do Destacamento”.



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980. Página 143.

9 de abril

9 de abril

1870 - Isenção para os ingleses em Corumbá

Acusando o recebimento de aviso do fim da Guerra do Paraguai, o governo britânico aproveita para agradecer ao Brasil a concessão de "isenção, concedida por dois anos, dos direitos de exportação e consumo ao porto de Corumbá, em Mato Grosso":

Legação de Sua Majestade. Petrólis, 9 de abril de 1870 - sr. ministro - Tenho a honra de acusar a recepção de circular de V. Ex. de 4 do corrente, comunicando-me oficialmente a grata notícia da terminação da guerra no Paraguai.

Renovando a V.Ex. as minhas congratulações pelo feliz restabelecimento da paz, aproveito-me com prazer desta ocasião para reconhecer de novo, da maneira mais veemente, a humanidade, o cuidado e a bondade que tiveram com os súditos britânicos no Paraguai, S.A. Real o comandante em chefe , os oficiais e as praças das forças brasileiras naquele país, aos quais muitos deles devem a vida.

Concordo inteiramente com V.Ex. em que a livre navegação dos rios, que banham a república, deve contribuir para promover os interesses gerais da civilização e do comércio, e posso assegurar a V.Ex. que o governo de Sua Majestade terá com grande satisfação conhecimento das vistas do governo de Sua Majestade Imperial relativamente à importância da livre eleição do governo do Paraguai.

Comunicarei imediatamente ao meu governo a isenção concedida por dois anos, dos direitos de exportação e consumo ao porto de Corumbá, em Mato Grosso.

Aproveito-me desta oportunidade para renovar a V.Ex. a segurança de minha mais alta consideração.

- À S.Ex. o sr. barão de Cotegipe, etc.etc. - Geroge Backley Mathew.

FONTE: Jornal do Commercio (RJ) 14 de abril de 1870.

9 de abril
1899 – Totó Paes cerca a Assembléia em Cuiabá








Não reconhecendo o resultado da eleição que favorecia ao coronel Generoso Ponce e ao seu candidato João Felix, o usineiro Antônio Paes de Barros, Totó Paes, aliado aos Murtinhos, dissidentes de Ponce, com exército de mercenários, invade Cuiabá e decide impedir à força o reconhecimento do resultado eleitoral pela Assembleia Legislativa, que é cercada e o seu presidente, o próprio Generoso Ponce, recebe, redigido com irônica sutileza, o seguinte ultimato:
 
Tenho a honra de comunicar-vos que se acha a Divisão Patriótica – Campos Salles – organizada com o fim especial de garantir a Assembleia Legislativa do Estado no julgamento da eleição procedida a 1º de março último nos cargos de presidente e vice-presidente do Estado no futuro quatriênio a começar de 15 de agosto. A notícia de tratar-se do assunto do corpo de polícia militar, do armamento de paisanos em grande número, vindo do interior, do entrincheiramento das ruas desta cidade principalmente das que rodeariam o edifício onde funciona a Assembléia, de todo este aparato bélico de que é testemunha a população inteira desta capital, tomada de natural terror, inspirou a idéia de reunir a divisão patriótica sob o meu comando afim de assegurar no meio desta atmosfera de ameaças à independência dos representantes do povo sobre cujo ânimo talvez se tenha pretendido atuar por tal forma para alcançar a aprovação de uma série de atas de eleições simuladas em prejuízo da justiça e da verdade do regime republicano.


Contando com o apoio patriótico que lhe é oferecido, poderá a Assembleia no exercício de uma das suas mais elevadas atribuições, obrar mais livremente, anulando ou aprovando como entender em sua sabedoria, as eleições que vão ser apuradas sem que os seus dignos membros tenham a recear qualquer consequência de votos que derem no desempenho da delicada missão a eles conferidas por lei.

 
Na persuasão de que prestamos assim um serviço às instituições que nos regem, assegurando o seu funcionamento regular na situação anormal que atravessa o Estado, cabe-me solicitar que transmitais à Assembleia o conhecimento das verdadeiras intenções que animam a divisão patriótica e o seu respeito e acatamento às deliberações que forem legitimamente decretadas por ela. Saúde e fraternidade. Antônio Paes de Barros.



No dia seguinte, Ponce envia ofício ao coronel Totó Paes,  recusando o "apoio". CLIQUE AQUI e veja a resposta de Ponce.
 

FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967. Páginas 68 e 69.


FOTO: prédio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso em Cuiabá, na atual rua Pedro Celestino, esquina com a rua Campo Grande. Foto extraída do Album Grphico de Matto-Grosso, 1914.


9 de abril

2019 - Acadêmico morto por engano desencadeia a maior operação policial de MS





A execução do acadêmico de Direito, Matheus Coutinho Xavier, de 19 anos, foi um crime que chocou a sociedade de Mato Grosso do Sul e ocasionou a operação Omertà, do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O jovem foi morto quando manobrava o veículo do pai na garagem de casa, no jardim Bela Vista, em Campo Grande. Matheus foi assassinado com tiros de fuzil AK-47.

O alvo do assassinato era o pai dele, o capitão da reserva da PM, Paulo Roberto Xavier e, em menos de dois anos, a força tarefa de investigação, havia formulado a denúncia contra os suspeitos, acusando  Jamil Name e seu filho Jamil Name Filho, como mandantes e os ex-guardas municipais José Moreira Freires, o Zezinho e Juanil Miranda Lima. Foram indiciados como integrantes da quadrilha, o policial civil aposentado Valdenilson Daniel Olmedo, apontado como um dos gerentes do grupo, o ex-guarda civil Mercelo Rios e de Eurico dos Santos Mota, hacker contratado para monitorar o capitão Xavier.

Antes mesmo da formalização da denúncia, a 26 de novembro, o juiz da 2a. Vara Criminal de Campo Grande, já havia decretado a prisão preventiva dos sete por esse homicídio.

A investigação evoluiu para a descoberta de uma milícia, ligada ao jogo-do-bicho e ao crime de pistolagem, supostamente envolvida na execução de mais dois homicídios em Campo Grande.

Jamil e Jamil Filho foram mandados para o presídio federal de Mossoró,  no Rio Grande do Norte. Antes de ser julgado, Jamil Name morreu por complicações da Covid-19, em 27 de junho de 2021, num hospital em Mossoró.

FONTE: G1/MS, 17/12/2019



8 de abril

8 de abril

1719 – Fundação de Cuiabá



Monumento a Pascoal Moreira Cabral em Cuiabá

É oficialmente fundada a cidade de Cuiabá, atual capital do estado de Mato GrossoTermo firmado nessa data pelo bandeirante paulista, Pascoal Moreira Cabral e seus comandados dá notícia do descobrimento de ouro no Coxipó e do surgimento do arraial:

Aos oito dias do mês de abril de mil setecentos e dezenove anos, neste arraial de Cuiabá, fez junta o capitão-mor Pascoal Moreira Cabral com seus companheiros e lhes requereu a eles este termo de certidão para a notícia do descobrimento novo que achamos no rio Coxipó, invocação de Nossa Senhora da Penha de França, depois que foi o nosso enviado, o capitão Antônio Antunes, com as amostras que levou do ouro ao Senhor General com a petição do dito capitão-mor, fez a primeira entrada onde assistiu um dia e achou pinta de um vintém, de dois e de quatro vinténs e meia pataca, e a mesma pinta fez na segunda entrada, em que assistiu sete dias, e todos os seus companheiros, às suas custas, com grandes perdas e riscos, em serviço de sua Real Majestade e como de feito tem perdido oito homens, fora negros, e para que todo o tempo vá isto a notícia de Sua Real Majestade e seus governos para não perderem seus direitos e por assim ser verdade nós assinamos neste termo, o qual eu passei e fielmente a fé do meu ofício como escrivão deste arraial. Pascoal Moreira Cabral, Simão Rodrigues Moreira, Manoel dos Santos Coimbra, Manoel Garcia Velho, Baltazar Ribeiro Navarro, Manoel Pedroso Louzano, João de Anhaia de Lemos, Francisco de Siqueira, Ascenso Fernandes, Diogo Domingos, Manoel Ferreira, Antonio Ribeiro, Alberto Velho Moreira, João Moreira, Manoel Ferreira de Mendonça, Antonio Garcia Velho, Pedro de Góes, José Fernandes, Antonio Moreira, Ignácio Pedroso, Manoel Rodrigues Moreira, José da Silva Paes.

 
No mesmo dia, mês e ano atrás nomeados, elegeu o povo em voz alta o capitão-mór Pascoal Moreira Cabral por seu guarda-mór regente até a ordem do Senhor General para poder guardar todos os ribeiros de ouro, socavar, examinar, fazer composições com os mineiros e botar bandeiras, tanto aurinas como aos inimigos bárbaros, e visto elegerem ao dito lhe acatarão o respeito que poderá tirar autos contra aqueles que forem régulos, como é amotinador e aleves, que expulsará e perderá todos os seus direitos e mandará pagar dívidas e que nenhum se recolherá até que venha o nosso enviado, o capitão Antônio Antunes, o que todos levamos a bem hoje, 8 de abril de 1719 anos, e eu Manoel dos Santos Coimbra, escrivão do arraial, que o escrevi. – Pascoal Moreira Cabral.


A bandeira de Pascoal Moreira Cabral fez o trajeto Porto Feliz, Tietê. (São Paulo), Paraná, Pardo, Anhanduí, Aquidauana, Paraguai e Cuiabá. Este caminho seria trocado mais tarde pela passagem por Camapuã.



FONTE: Virgílio Correa Filho, Mato Grosso, Coeditora Brasílica, Rio, 1922, página 43.




8 de abril

1928 – Matte empresta dinheiro ao Estado de Mato Grosso



Matte Larangeira do Sul de Mato Grosso para o mundo


É efetuada a segunda operação do gênero. Desta vez o empréstimo foi de mil contos de réis, com as seguintes condições:

Prazo máximo para a liquidação (...) de quatro anos; juros oito por cento anuais cobrados semestralmente. Garantia terras que serão escolhidas dentro da área arrendada à Companhia, pelo preço estipulado atualmente em lei. Os juros serão elevados à taxa de dez por cento ao ano em caso de mora.

 
A propósito, Odélia da Conceição Deniz Bianchini comenta:

 
Ora, não é difícil avaliar-se a forma pela qual, a Matte Larangeira fora se transformando de arrendatária em proprietária, de direito e de fato, das terras arrendadas. Um Estado como Mato Grosso, quase sempre em dificuldades financeiras, encontrava na Matte uma forma de sair delas ou pelo menos de atenuá-las e a Companhia por sua vez, como empresa particular, tratava de procurar os meios que lhe garantissem o retorno dos investimentos.



FONTE: Odaléia C. Denis Bianchini,  A Companhia Mate Larangeira e a ocupação da terra do Sul de Mato Grosso (1880-1940) Editora da UFMS, Campo Grande, 2000. Página 144.


IMAGEM extraida de Luiz Alfredo Marques Magalhães, Retratos de uma época (2a.edição), Gráfica e Editora Alvorada, Campo Grande, 2013, página 52.

8 de abril

1943 - Morre em Campo Grande o ex-prefeito Manoel Taveira

Manoel Inacio de Souza (o Manoel Taveira)

Faleceu aos 67 anos em Campo Grande, Manoel Inácio de Souza, (Manoel Taveira). Em Campo Grande desde os 14 anos de idade, dedicou-se à sua profissão de carpinteiro e ao comércio de secos e molhados. Político, fez parte da primeira legislatura da câmara municipal, tendo como companheiros de bancadas os vereadores Joaquim José de Santana, João Correa Leite, José Vieira Damas e João Antonio da Silva. Não chegou a exercer o mandato porque o legislativo municipal viria a reunir-se somente em 1905.
Em 1903, elege-se intendente geral do município (prefeito municipal), tendo assumido em 1° de novembro de 1904 e exercendo até 1° de janeiro de 1909. É o segundo intendente eleito. Na sua gestão a prefeitura funcionou em sua casa à rua 26 de Agosto. A intendência teria o seu prédio próprio somente em 2013. Iniciou as primeiras providências para o alargamento da rua Velha (atual 26 de Agosto), única artéria da vila, com cerca de 50 casas, sem o devido alinhamento.
É de sua iniciativa o primeiro código de posturas e do plano de alinhamento das ruas do povoado, iniciado em 1905 e interrompido, com reinício e conclusão na administração de seu sucessor em 1909. 
Em 1913 volta a ser vereador na 4ª legislatura tendo como colegas Clemente Pereira Martins, Sebastião da Costa Lima, José Marcos da Fonseca, João Alves Pereira e Amando de Oliveira. O Taveira, sobrenome como ficou conhecido, vem de seu padrasto José Alves Taveira. Em dois casamentos, teve 15 filhos.

FONTE: Maria Emilia Souza Paes de Barros Mesquita, Manoel Inácio de Souza, o administrador e político hábil que deu início ao planejamento da cidade, in Série Campo Grande Personalidades, Funcesp/Arca, Campo Grande, 2004, página 11.

7 de abril

7 de abril

1866 – Taunay chega ao rio Negrinho 


A comissão de engenheiros das forças brasileiras na guerra do Paraguai, acampadas em Coxim, continua abrindo caminho para a jornada a Miranda e fronteira Brasil-Paraguai, conforme relato de seu escriba, o tenente Taunay:

Tentamos hoje lançar sobre o rio Negrinho um pontilhão e para isso começamos por fazer derrubar uma grande árvore; mas tivemos o desgosto de ver abortar a nossa ideia pela grande repugnância que demonstram as praças em serviço, queixando-se umas de doentes e outras de fraqueza, e só conseguimos com muita dificuldade abrir caminho na mata que borda este rio para animais carregados e carros, pois que apenas existia um simples e tortuoso trilho para infantes. Entretanto, o vau é cômodo na baixa das águas.

 
As praças já não têm carne há quatro dias, farinha há dois e o sal acabou-se hoje. Como voltassem os campeiros sem ter encontrado gado, resolvemos continuar viagem até o Potreiro onde chegamos às 4 ½ horas, tendo deixado o rio Negrinho às 2. Aqui não encontramos recursos de qualidade alguma.



FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Companhia Melhoramentos, SP, sd. página 144



7 de abril


1947 – Deputado contra leilão de fazenda dos ingleses em Campo Grande


Capão Bonito, década de 20 do século passado. Lavra da terra para plantação

O deputado Mena Gonçalves ocupa a tribuna da Assembléia Estadual Constituinte para encaminhar requerimento ao presidente da República, com apelo “no sentido de que seja sustada a venda em hasta pública da fazenda Capão Bonito, encampada pela federação, Brasil Land Catte and Pactuty C., destinando-se exclusivamente à agricultura, ao estabelecimento de campos experimentais e de postos de monta. Justificou seu requerimento revelando os conhecimentos que tinha da matéria e dizendo ainda da utilidade dessas terras, talvez as melhores do Estado, constituindo por isso mesmo um sério perigo entregá-la novamente às mãos de latifundiários”.


FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 308.

6 de abril

6 de abril

1856 – Tratado Brasil-Paraguai





Foi assinado pelos plenipotenciários José Maria Paranhos (foto) do Brasil e José Borges, do Paraguai, tratado que franqueou o rio Paraguai aos navios brasileiros. Quanto à fronteira foi ajustado que ambos os governos “se obrigam a nomear, logo que as circunstâncias o permitam, e dentro do prazo de 6 anos, contados da data desta convenção, seus plenipotenciários a fim de examinarem de novo e ajustarem definitivamente a linha divisória dos dois países.”¹

O tratado que veio a ser regulamentado apenas dois anos depois, dispunha em seu art. 1° que a "navegação dos rios Paraguai e Paraná, na parte em que permanecem ao Brasil e à República do Paraguai, é livre para o comércio de todas as nações até os portos habilitados, ou que para esse fim forem habilitados em cada um dos ditos rios, pelas duas altas partes contratantes, conforme as concessões por ela já feitas em seus decretos concernentes a essa navegação fluvial".²

O referido tratado vigorou precariamente até o início da guerra, em dezembro de 1864.



FONTE: ¹Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Varzea Grande, 1994. (II), página 535.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...