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sábado, 19 de fevereiro de 2011

3 de junho

3 de junho


1867Tropas da retirada da Laguna chegam a Nioaque


Homenagem a Taunay, em Nioaque
A força expedicionária brasileira, em retirada da fazenda Laguna, no norte do Paraguai, chega finalmente a Nioaque. O povoado havia sido abandonado dois dias antes pela defesa brasileira, receosa de um ataque inimigo e ocupada pela cavalaria paraguaia, que durante toda a marcha, vanguardeou os retirantes:

Esta bonita povoação, abandonada, ocupada e pela segunda vez, desde o início da guerra, devastada, convertera-se num montão de destroços fumegantes. O grande galpão que outrora nos servira de armazém de mantimentos e ainda achamos de pé, sobre os esteios incendiados, mostrava renques de sacos que nossa gente, sem dúvida, não tivera tempo de carregar e já serviam de pasto ao incêndio. O arroz e a farinha carbonizados, exteriormente; o sal, gênero esse tão escasso e precioso no interior do país, negrejara e fundia sob as nossas vistas.


Aqui e acolá jaziam muitos cadáveres, todos de brasileiros. Constatamos que muitos desses infelizes mortos haviam servido em nossas fileiras. Desertando por ocasião do exacerbamento de nossas misérias, e morrendo de fome pelas matas, haviam se apressado, embora correndo o perigo de serem reconhecidos, em tomar parte do saque.
Fora um deles, de pés e mãos amarrados, sangrado como um porco. Jazia outro, crivado de feridas, e uma velha estirada a seu lado, de goela aberta e seios decepados, nadava no próprio sangue.

Foi quase toda a coluna acampar por esta noite atrás da igreja, sobre o grande terrapleno que descrevemos e onde, escalonados com os canhões nos ângulos, para maior segurança contra o inimigo, nos apoiávamos à mata do rio. Ali, gozamos, enfim, um pouco de verdadeiro descanso. Dupla e tripla ração se distribuiu; permitiam-no as circunstâncias; sentia-se o comandante feliz por contentar os soldados, quanto possível. Pela primeira vez e desde muito, podíamos contar com o dia de amanhã. Restavam-nos, apenas, para nos por fora de qualquer perigo eventual, fazer quinze léguas, a caminhar por excelente estrada, de Nioac ao Aquidauana, onde éramos esperados. E para tal marcha tínhamos víveres sobejos.

FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1942, página 134.



sexta-feira, 4 de março de 2011

19 de julho


19 de julho

1881 - Descoberta jazida de ferro em Corumbá

Liberadas análises químicas de uma jazida nas proximidades de Corumbá. A análise feita pela Casa da Moeda deu: ferro 53,701%, sílica 21,783%. Em outra análise feita na Inglaterra, o resultado foi o seguinte: óxido de ferro, 59,4 e ferro metálico, 41,58. A diferença é explicada pela diversidade das amostras apresentadas.

"O sr. engenheiro Leandro Dupré afirma conhecer aquela jazisa, que vai de Piraputangas (margem do rio Paraguai) até o sítio do Colombo, numa extensão de cinco a seis léguas, oferecendo grande quantidade de minérios que pode ser extraído a céu aberto. Havendo à mão boas matas para fornecerem o combustível, mananciais para darem a força motriz e numerosos rios com o Paraguai, São Lourenço, Cuiabá, Jauru e outros para oferecerem transporte barato, entende o mesmo engenheiro que uma fábrica ali estabelecida, poderia suprir vantajosamente com os seus produtos não só a mesma província de Mato Grosso, mas ainda a de Goiás e a vizinha República do Paraguai, sendo o ferro excessivamente caro por todas aquelas redondezas".

FONTE: Jornal do Comercio (RJ), 21/07/1881.

19 de julho


1923Nasce em Corumbá Mário Calábria
 


Bacharel em Direito pela Universidade do Brasil, em 1945. Cônsul de 3ª classe em 1945. Vice-consul do Brasil em Frankfurt, consul em Munique e Berlim, na Alemanha. Secretário da delegação do Brasil à Assembléia da ONU em 1946. Designado para tomar parte nos trabalhos preparatórios de organização da Conferência Interamericana para Manutenção da Paz e da Segurança do Continente, em 1947; assistente do secretário geral da Conferência da Paz e da Segurança no Continente em 1947.

Calábria é autor de De Corumbá a Berlim e Memórias de um diplomata, livros sobre sua trajetória profissional.

Apaixonado por Corumbá, dedicou várias crônicas à sua cidade natal, publicada em jornais do Estado. A extensão do trilhos da Noroeste de Porto Esperança a Corumbá, com a chegada da maria-fumaça à cidade branca, Calábria registrou>

Hoje, é Corumbá. Minha cidade querida o onipresente. Agora, o trem da Noroeste vai passar depressa por Campo Grande, apitando rápido, só porque tem encontro marcado com Corumbá. A velha locomotiva, de trinta e cinco quilômetros por hora, não irã mais dormir em Porto Esperança. Não. Agora dormirá em Corumbá, descansará na estação de Porto Carrero e se preparará todinha para, na manhã seguinte, iniciar fogosa a aventura boliviana. Minha cidade tem rio e tem montanhas, ó gentes, tem ferro, tem apito de trem, tem meninas bonitas também! Coisas que juntas a vossa não tem.²


FONTE: ¹Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Matogrossense, edição do autor, Cuiabá, 1971. Página 37. ²O Estado de Mato Grosso (Cuiabá) 25 de setembro de 1947.




19 de julho


1932 – Primeiro filme de Campo Grande estreia no Rio de Janeiro


Cena de Alma do Brasil, o primeiro filme rodado no Sul de Mato Grosso
Em plena revolução constitucionalista é exibido para a imprensa carioca Alma do Brasil, o primeiro filme nacional de reconstituição histórica, inteiramente sonorizado, produzido em Campo Grande. Sobre a produção de Alexandre Wulfes e Líbero Luxardo, assim manifestou-se a crítica:

A Fan-Film exibiu ontem para a imprensa ‘Alma do Brasil’, no Cinema Broadway, interessante e instrutivo tomado quando foi das manobras de Nioaque pelas tropas da guarnição de Mato Grosso, pretexto para a evocação, no cenário histórico da tragédia que foi a Retirada da Laguna, feito heroico imortalizado no livro de Taunay.


A impressão causada por esse trabalho, que é sincronizado pelo sistema R.C.A. Victor, foi magnífica. Ali se estampam nitidamente aspectos do Brasil bárbaro e selvagem dos campos, banhados e capoeirões de Mato Grosso e do trabalho quase ignorado mas soberbo do Exército Nacional nessas longínquas paragens, que respiram brasilidade através da instrução militar fornecida aos recrutas.


A dramática evocação das cenas cruéis da retirada da Laguna é bem feita, emociona e confrange. Vale por uma bela e justa homenagem ao bravo que foi o coronel Camisão.


"Alma do Brasil" vai ser exibido no Broadway e deve despertar, por sua oportunidade, o mais vivo interesse.


O trabalho fotográfico é excelente. 


(Mário Nunes - Jornal do Brasil)


CLIQUE E VEJA O FILME
 


FONTE: José Octávio Guizzo, Alma do Brasil, edição do autor, Campo Grande, 1984. Página 69.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

22 de maio

22 de maio


1867 - Tomada de Bela Vista: coronel Camisão presta contas


Rio Apa, fronteira Brasil - Paraguai




A caminho de volta a Nioaque, na retirada da Laguna,o comandante das forças brasileiras na fronteira, coronel Carlos Camisão,  apresenta breve relatório sobre a tomada de Bela Vista, ocorrida em 21 de abril:

O programa que apresentei às forças, ao partir da Colônia de Miranda, acha-se concluído em toda a sua brilhante plenitude. O inimigo fugiu aos primeiros passos da briosa força brasileira e nos abandonou seus entrincheiramentos, incendiando as suas propriedades e devastando brutalmente o trabalho de longos anos. - O conflito em que devia patentear-se a coragem que é própria do soldado brasileiro, não se deu: bastou a simples demonstração de sua placidez e energia. - Deus, em sua resplandecente justiça permitiu a completa reação da injusta invasão do distrito de Miranda, tocando-nos a glória imensa de executá-la em todo o seu elastério. - Orgulhoso por me achar à testa de tão distinta expedição, louvo em extremo, nesta ocasião, aos empregados do quartel deste comando, srs. engenheiros, médicos, oficial pagador, comandantes dos corpos de caçadores e de cavalo, provisório de artilharia, dos batalhões ns. 17, 20 e 21, todos os srs. oficiais e praças pelo entusiasmo no desejo de encontrar o inimigo e alegria ao marchar ao seu encontro, que se manifestaram em todas as ocasiões, desde a saída de Miranda, não só nos corpos que formavam a vanguarda, os quais desenvolveram muita atividade e vigilância, como nos demais, o que patenteou-se na passagem do rio Apa, o qual apesar de seu péssimo vau foi em poucos minutos transposto, ainda mesmo pela artilharia, cujo trem pesado faria crer em longa demora, dando-se o mesmo com o cartuchame. Ainda merece os meus elogios o bravo e denodado guia dessas forças José Francisco Lopes, o qual, impelido pelos sentimentos de pai e cidadão, pois tem a sua família prisioneira nesta República, nunca se esquivou a trabalhos e perigos, assim como os mais paisanos e fugitivos que ora me acompanham.




FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14ª edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 154. 



22 de maio

1888 - Abolicionistas de Corumbá festejam lei Áurea

A Sociedade Abolicionista Corumbaense publica anúncio convocando a população para ato de comemoração à assinatura da Lei Áurea que a 13 de maio, extinguiu a escravidão humana no Brasil:

"SOCIEDADE ABOLICIONISTA CORUMBAENSE - A diretoria desta sociedade convida a todos os sócios e abolicionistas em geral a comparecerem em casa do vice-presidente Luiz Esteves no  dia da chegada do paquete às seis horas da tarde para tomarem parte nos festejos que se hão de realizar em regozijo pela extinção dos escravos no Brasil; outrossim convida a mesma diretoria a todos os habitantes desta cidade, para que na noite em que se realizar o programa da festa da liberdade iluminem as frentes de suas casas.

PROGRAMA

1° - A Sociedade abolicionista subirá da casa de residência do vice-presidente e dirigir-se-á à casa da Câmara Municipal.

2° - Far-se-á a entrega do arquivo da sociedade à mesma ilustríssima Câmara, e entregues serão também na mesma ocasi~]ao os objetos oferecidos por senhoras de Montevideo em benefício à escravidão, os quais são agora destinados pela diretoria \á casa de caridade de Corumbá.

3° - Seguir-se-á depois em MARCHE FLAMBEAUX às residências dos Srns. Dr. Juiz de Direito, coronel comandante da Fronteira, Dr. Juiz Municipal e aos consulado.

4º - Percorridas todas as ruas da cidade estarão terminados os festejos e com estes a missão da Sociedade Abolicionista Corumbaense.

Corumbá, 22 de maio de 1888. A DIRETORIA.

O paquete, com a notícia oficial da sanção da Lei Áurea chegou a Corumbá em 27 de maio.

FONTE: Oasis (Corumbá), 27 de maio de 1888.

terça-feira, 1 de março de 2011

8 de julho

8 de julho


1865Comenda para os heróis da resistência


É criada pelo governo da província de Mato Grosso, a medalha militar do Forte de Coimbra, “a fim de galardoar os oficiais, praças e paisanos que tomaram parte na defesa daquele ponto, em dezembro de 1864,” por ocasião da invasão do exército paraguaio ao território brasileiro. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, 1973, página 20.



8 de julho



1867 - Taunay se despede do território sulmatogrossense


Margens do rio Paranaíba (desenho a crayon de Taunay)

Egresso da célebre retirada da Laguna, depois de viajar vinte e cinco dias entre Porto Canuto, no rio Aquidauana e Paranaíba, a pequena comitiva do tenente Taunay despede-se do Estado de Mato Grosso. O registro está em seu diário de viagem:

Às 3 horas da madrugada estávamos de pé, acordado pelo sino da matriz, que anunciava a missa encomendada de véspera por nós ao vigário, e envolvidos em ponche à luz da lua,que então brilhava serena, para lá nos dirigimos acompanhados de nossos camaradas.

Eram os primeiros expedicionários ao norte do Paraguai que diante do altar de Deus agradeciam a Ele a quase milagrosa salvação, e podemos asseverar que todos nós seguimos o santo sacrifício da missa com a emoção com que assistiríamos ao mais solene Te-Deum. Era, a um só tempo, um hino de gratidão, de júbilo, uma expressão de tristeza e de luto pelos companheiros que a fatalidade nos havia roubado, por esses que ficaram cobertos da terra estrangeira ou cujas ossadas ainda branqueiam insepultas.

Às 11 horas da manhã deixamos a vila e depois de uma e meia légua de marcha passamos pela lagoa que dá nome a um pouso e entramos na mata do rio Paranaíba, a qual conservava em seus terrenos enatados,lodacentos, e nos troncos de suas árvores, sinais de uma grande cheia, não remota. Desse centro é que irradiam as febres; a putrefação vegetal, tão fatal aos homens aí se efetua incessantemente, inficionando a atmosfera três a quatro léguas ao redor.

As margens do Paranaiba são naturalmente barrancosas; as águas claras, têm velocidade considerável,que a constante inclinação e esforço dos sarandys, em em alguns pontos mais próximos das ribanceiras, indicam, a largura é de 350 a 400 braças.Para atravessá-las existe uma barcaça composta de duas estragadas canoas de tamboril mantida pela barreira provincial de Mato Grosso, que daí tira algum rendimento.

Havíamos enfim transposto aquela divisa famosa nas lendas e conversas do sertão.

A comitiva do escriba da retirada da Laguna, finalmente, ganha o território das Minas Gerais.


FONTE: Taunay, Viagens de outr'ora (segunda edição), Companhia Melhoramentos de São Paulo, São Paulo, sd, página 65.




8 de julho


1892Ponce recebe presidente do Estado em Corumbá


Havendo chegado a Corumbá no início do mês, onde fora homenageado com festas, pela derrota dos golpistas ligados ao general Antonio Maria Coelho e coronel Barbosa, o coronel Generoso Ponce recebe no porto dessa cidade, o general Ewbank, novo comandante militar do Estado e o presidente deposto Manoel Murtinho, que estavam retidos pelos rebeldes no Forte Coimbra, desde o golpe de 22 de janeiro. No dia seguinte, Ponce e Murtinho seguiram para Cuiabá, onde este reassumiria o governo. O general Ewbank permaneceu em Corumbá, sede do distrito militar de Mato Grosso. 



FONTE: Generoso Ponce Filho, Generosos Ponce, um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 126.




8 de julho


1932Klinger perde comando militar de Mato Grosso








Por discordar publicamente da nomeação do general Espírito Santo para o ministério da Guerra, o general Bertoldo Klinger é reformado administrativamente e perde o comando da Circunscrição Militar de Mato Grosso, sediada em Campo Grande. Na despedida, o general expediu o seguinte boletim:

Quartel-General em Mato Grosso, 8 de julho de 1932.


1º – Telegrama, via T. N. e rádio recebido às 14 horas e objeto também diretamente notificado pelo M. G. a todos os comandantes de corpos da Circunscrição:- Dia 8, hora 13:15 urgente.- Comunico-vos que Chefe Governo provisório vos reformou administrativamente, pelo que deveis passar comando Circunscrição ao substituto legal imediatamente.


a) General Espírito Santo
Ministro da Guerra.


2° , Em cumprimento a essa ordem passo o comando ao sr. Coronel Oscar Saturnino de Paiva.


3° –a) Ao despedir-me dos meus camaradas, que constituem o quadro da tropa da Bda. Max. do Exército e da F. P. deste Estado, não é azada a hora para agradecimento e louvores que viriam diminuídos da eiva da comoção.
Em conjunto, cada qual sabe o juízo que dele fui formando, o reconhecimento de que me sei devedor.


Em síntese, já o disse uma vez e não me farto de o sentir: orgulho-me de os haver comandado.


b) Pouco é este o meu sacrifício. Ele fora previsto, entrara plenamente em minhas previsões. Era a contribuição que eu podia dar.
Caio de pé, pois que me mantenho ereta a consciência profissional e cívica de haver cumprido um dever, na defesa duma personalidade laboriosamente formada e da seara dos interesses que me estavam confiados. Exorto os meus camaradas a que se mantenham em calma, dentro da ordem, na verdadeira disciplina, racionada e consentida, vistas em seus camaradas chefes, pensamento no Exército – a síntes das forças vivas, materiais e morais duma nação.


A susbsituição de Klinger do comando de Mato Grosso precipitou a revolução constitucionalista de São Paulo, da qual o general seria o chefe militar.



FONTE: Euclides Figueiredo, Contribuição para a História da Revolução Constitucionalista de 1932, Livraria Martins Editora, S. Paulo, 195, página 89.




13 de julho

13 de julho


1867 - Paraguai festeja final da retirada da Laguna






Em seu relatório sobre a retirada de Laguna, publicado no órgão oficial do governo, o Paraguai contabilizou a marcha da coluna brasileira como vitória da falange Paraguaia do Norte e felicitou seus soldados como verdadeiros heróis:

El ejercito que venia a apoderarse de nuestras poblaciones, esclavizar nuestras famílias, y trazer su linea divisoria, despedazando nuestro pais, há sucumbido a la aparicion de la falange Paraguaia del Norte. Ella puede decir, como César, llegué, vi, venci.

El desastre de ese Ejército repercutirá com un golpe terrible sobre el ambicioso Emperador, que vê desecha una de sus mas grandes esperanzas, y le llevará una conviccion mas de que sus esclavos jamas conquistaran la tierra de los libres.

Estamos poes de felicitaciones por el importante suceso que acaba de alcanzar el esfuerzo de nuestro brazo: es una venganza terible que debe horrorizar el invasor y echar por tierra su espírito abatido.

Felicitamos ardentemente a la Pátria por la nueva glória, y al Gefe Supremo de la República, cuya prevision y tino guerreiro ha arrancado del enemigo tan valioso laurel.

Felicitamos a la denodada coluna del Norte, castigo y terror del cobarde invasor.

A retirada da Laguna foi oficialmente encerrada em 12 de junho de 1867, no porto Canuto, à margem esquerda do rio Aquidauana.



FONTE: Jornal El Semanário (Assuncion, PY) 13 de julho de 1876.


13 de julho

1896 Lançada a estrada de ferro  de Uberaba (MG) para Coxim


Estação ferroviária de Uberaba no início do século XX

Realiza-se em Uberaba, Minas Gerais, o ato de lançamento de uma estrada de ferro ligando Minas a Mato Grosso, iniciando naquela cidade, com terminal em Coxim. “A essa solenidade – conta Estevão de Mendonça – compareceram, além das autoridades locais, comerciantes e industriais, os representantes de Mato Grosso, Minas e Goiás. Ao mais antigo jornalista do triângulo mineiro, coronel Antonio Borges Sampaio, coube a honra de bater o prego inaugural da primeira estaca.” ¹

Este evento atendia as disposições do decreto 862, de 16.10.1890, que propunha um sistema de viação geral ligando diversos Estados da União à Capital Federal, incluindo dentre as ferrovias concedidas, duas para Mato Grosso: 1) a estrada de Catalão (Goiás) à fronteira com a Bolívia, passando por Cuiabá e Cáceres; e 2) a estrada que partindo de um ponto entre Uberaba e São Pedro de Uberabinha, se dirigisse à vila de Coxim, no Estado de Mato Grosso. "A primeira - segundo Paulo Cimó - veio a ser declarada caduca em 1903, por não terem os concessionários apresentado os respectivos estudos e orçamentos," e a segunda, que ligaria  Coxim à Estrada de Ferro Mogiana, seguindo de Uberaba a Campinas e ao porto de Santos, foi arquivada em 1904, com a alteração do projeto da NOB que previa um novo traçado a partir de Bauru e terminal em Cuiabá, que resultaria no traçado definitivo do engenheiro Emílio Schnoor, começando em Bauru e terminando em Corumbá,com passagem por Campo Grande.²

Era presidente do Estado de Mato Grosso o engenheiro Antonio Correa da Costa e presidente da República Prudente de Moraes. A mais expressiva liderança política do Estado era o senador Joaquim Murtinho que, em dezembro de 1896, assumiu o Ministério de Indústria, Viação e Obras Públicas.

Era presidente da República o paulista Prudente de Moraes e presidente de Mato Grosso, Antonio Correa da Costa.



FONTE: ¹Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 33;²Paulo Roberto Cimó Queiroz, As curvas do trem e os meandros do poder, o nascimento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, Editora UFMS, Campo Grande, 1977, página 21.


13 de julho

1930 - Rondon em Corumbá


Chega a Corumbá, o general Candido Rondon à frente da Comissão de Inspeção Geral das Fronteiras:

"O ilustre viajante - segundo o Jornal do Comércio - com a sua comitiva, pela lancha "Rosa Boróro, tendo sido visitado a bordo logo após sua chegada, pelos membros representativos da nossa sociedade, dentre os quais o Exmo. Sr. Cel. Nicola Scaffa, digno Intendente Municipal, cel. Salustiano A. Maciel, operoso presidente de nossa Câmara, imprensa, autoridades militares e inúmeros amigo, tocando ao porto de desembarque abanda 17 Batalhão de Caçadores.

Em Corumbá, Rondón encerrou a primeira fase das inspeções nas linhas limítrofes de Norte e de Oeste, perfazendo cerca de 23.500 quilômetros, desde "sua partida do Rio de Janeiro até esta cidade, via Aragua".ia, Tocantins, Belém, Manaus e nossas fronteiras com Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia".

De Corumbá, a comissão prosseguiu seus trabalhos até o arroio Chuí, no extremo Sul do país.


FONTE: Jornal do Comércio (Campo Grande), 16 de julho de 1930.




13 de julho

 

Criada a Faculdade de Odontologia e Farmácia de Campo Grande

 

     É publicada na Gazeta Oficial, em Cuiabá, o ato de criação da Faculdade  de Odontologia e Farmácia de Campo Grande, a primeira instituição de ensino superior do Estado.

 

     Mantida por uma sociedade anônima, à frente o dentista Agostinho dos Santos, os dois cursos começaram no início deste ano, com professores escolhidos entre profissionais de saúde da cidade, entre eles, os médicos Vespasiano Barbosa Martins e Tertuliano Meireles.

 

     Em 1932 teve as aulas interrompidas e suas dependências ocupadas, depois da derrota dos constitucionalistas. Em 1933, frustrada a tentativa de conseguir inspeção federal para reconhecimento dos cursos, o diretor Agostinho dos Santos, transfere a direção da sociedade para o médico Tertuliano Meireles e muda-se para o Rio de Janeiro.³

 

     A faculdade chegou a formar uma turma de dentistas e outra de farmacêuticos e, não conseguindo o credenciamento federal, encerrou suas atividades.

 

 



1962 - Morre o ex-governador Aníbal de Toledo


Anibal de Toledo, último governador
de Mato Grosso na República Velha

Nascido a 21 de junho de 1881, em Miranda, falece no Rio de Janeiro, o advogado Aníbal José de Toledo. Filho de Daniel Benício de Toledo e Maria José de Oliveira Toledo, realiza seus estudos primários em Cuiabá. Graduou-se em Direito a 6 de dezembro de 1906 pela Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, com bolsa do governo do Estado. Juiz substituto em Cuiabá (1907/1908), afastou-se da judicatura para assumir a chefia de polícia no governo de Pedro Celestino. Deputado federal de 1912 a 1929. Foi secretário da Câmara dos Deputados e teve atuação em assuntos importantes,destacando-se a ponte sobre o rio Paraná, o vale do rio Madeira, o Tratado de Petrópolis, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e a rumorosa questão de limites entre Mato Grosso e Goiás.

Participou diretamente dos acontecimentos que culminaram com a Caetanada, nome dado ao movimento que culminou com a renúncia do general Caetano de Albuquerque, do governo do Estado, tendo sido ele o denunciante perante a Assembleia Legislativa.

Em 1930 elege-se presidente do Estado de Mato Grosso, tendo sido neste mesmo ano derrubado pela revolução liderada por Getúlio Vargas. 
"Depois de haver sofrido o vexame de uma prisão violenta a injusta - descreve seu biógrafo - decepcionado e pobre, retirou-se definitivamente o dr. Aníbal de Toledo das atividades políticas, entregando-se inteiramente ao exercício da sua profissão no Rio de Janeiro, como advogado da Empreza Mate."

FONTE: Nilo Póvoas, Galeria dos Varões Ilustres de Mato Grosso, Fundação Cultural de Mato Grosso, Cuiabá, 1978, página 15

sábado, 22 de janeiro de 2011

24 de janeiro

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

28 de maio

28 de maio

1800 - Condenados são enforcados em Cuiabá



Grande juri realizado em Cuiabá, condenou vários presos da sede do distrito e adjacências, sendo quatro condenados à pena de morte, executada nesta data. A história confirma:

Porque os assassínios e roubos eram frequentes nesta vila como nos seus contornos Sua Excelência fazer processar os réus que se achavam presos por semelhantes delitos. Para este fim convocou-se junta de justiça; foram deputados, relator o doutor desembargador ouvidor geral da comarca Francisco Lopes Ribeiro inquiziam Francisco Lopes de Souza Ribeiro de Faria e Lemos: juízes adjuntos o doutor Juiz de Fora desta vila, Joaquim Inácio Ferreira da Mota, o doutor secretário do Governo Joaquim José Cavalcante de Albuquerque Lins; o Doutor João Batista Duarte juiz de fora que tinha sido desta vila. O capitão Joaquim da Costa Siqueira, vereador mais velho atual da câmara; e Manoel Leite Penteado que já havia sido deputado adjunto na junta de Vila Bela, enfim em vinte e dois de maio sentenciados vários réus a açoites, degredo e pena última, a qual se executou em quatro réus, a saber: dois pilotos do caminho de povoado inquam do caminho do rio Domingos Teixeira e José Cardoso que foram assassinos do cirurgião Francisco de Paula de Azevedo João Rodrigues/ por alcunha o Surdo/ que assassinou a José Barbosa de Lima no sítio do Quilombo, e ultimamente um preto escravo de Manoel Nunes Martins por assassínio de uma preta no arraial de São Pedro d'el Rei.

Em 28 do mesmo mês se deu a execução de pena última aos sobreditos quatro réus, que padeceram em uma forca ereta para este fim no largo de entrada desta vila e caminho do porto geral, sendo depois decapitados enviadas as cabeças aos sítios de seus delitos. Foi admirável a caridade do Mt° R.° vigário e mais sacerdotes desta vila na contínua assistência que fizeram a estes miseráveis quando se achavam no oratório, e ainda no ato da execução pois acompanhados da Irmandade das Almas/ que nesta Vª faz as vezes de Misericórdia/ assistiram e confortaram aos réus até o último instante deixando edificado o inumerável povo que acudiu a ver a execução. Esta é a segunda vez que o Cuiabá viu semelhante espetáculo como consta da memória geral deste mesmo livro a folha 13.

FONTE: Annaes da Câmara do Senado de Cuiabá (1800).

FOTO: meramente ilustrativa



1867 – Incêndio, arma do inimigo






Um dos mais cruéis recursos da guerrilha paraguaia durante a retirada da Laguna, foi atear fogo no cerrado:

Poucos minutos depois da chegada lançaram os paraguaios fogo ao capim da colina em que se achavam, fogo que, tangido por um violento vento de N, em breve cobriu-nos de espessa fumaça, obrigando-nos a formar um aceiro para impedir a entrada das chamas na área que ocupávamos. – Imediatamente rompeu violenta fuzilaria a que os nossos soldados responderam, apesar de sufocados e quase asfixiados. Com as abertas que as rajadas de vento de quando em quando abriam na fumaça, reconheceu o Batalhão haverem-se aproximado do banhado cento e tantos infantes, os quais, deitados no chão, faziam continuado fogo. – Aproveitando as ocasiões, procuramos ofender ao inimigo, o que conseguimos, pois que, antes da terminação da fumaça, cessaram os tiros da fuzilaria.


FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Melhoramentos, S.Paulo, 1942, página 172.

FOTO: meramente ilustrativa.




28 de maio



1914 Chega a Campo Grande o primeiro trem







O povoado de Campo Grande liga-se por ferrovia a Aquidauana, Miranda e Porto Esparança. O jornal O Estado de Mato Grosso, do ex-juiz Arlindo de Andrade Gomes, dá a alvissareira notícia:

O povo parecia haver cansado de esperá-lo todo mês, toda semana, todo dia.
Mas, afinal, chegou. Uma locomotiva já desceu a encosta e acordou os habitantes a silvar.


Outras tem vindo, alegremente, na faina cyclopica da grande obra nacional. Todo mundo alegrou-se neste bendito rincão brasileiro.


Aos operários cobertos de poeira, misturam-se os habitantes da cidade. São gregos, italianos, japoneses, portugueses e brasileiros de toda casta.


No local da futura estação, grupos de famílias, rapazes, velhos e crianças, irmanam-se como os homens que fazem o caminho do progresso.


Para Paulo Coelho Machado, aquele 28 de maio é “só comparável a outro dia de maio, sessenta e três anos depois, quando chegou pelo telefone a notícia de que fora decidida a criação do Estado de Mato Grosso do Sul, com a indicação de Campo Grande para a capital da nova unidade da federação".¹


O jornalista Valério d'Almeida, testemunha do evento, descreve-o, 44 anos depois:

"A 28 de maio de 1914, resfolegando, espalhando vapor à direita e à esquerda, embadeirada e apitando estrepitosamente, entrava, puxando algumas gôndolas, numa plataforma improvisada, feita de dormentes, erguida à frente de um carro de cargas, à guisa de estação, a primeira locomotiva da estrada de ferro em carater oficial na povoação de Campo Grande.

Margeando a estrada carreteira, que rumava para o "Cascudo" e "Lagoa da Cruz", a esplanada da estação era a mesma de hoje, que se encontra tomada pelas construções gerais da Noroeste, naquele tempo completamente limpa, tomando a distância que vai da Avenida Mato Grosso e Serraria Tomé.

Para o lado norte, aquém da serraria, junto à estrada que vai ao campo de aviação, existia a morada do saudoso Joaquim Bertolino de Proença, que ali possuía uma pequena padaria e armazém e para o lado deste, a chácara dos Medeiros, pretos vindos da missão de Camapuã.

Vasta, portanto, a esplanada que serviu de berço às belas e atraentes construções que hoje se ostentam ao redor, graciosamente.

Corria mundos a fama de assassinatos e chacinas praticados friamente neste pedaço de Mato Grosso, completamente abandonado pelos poderes públicos, ficando tudo na mais absurda impunidade.

Dizia-se de nós tanta barbaridade, que até se nos confrange o coração ao fazer-lhe referência, sob qualquer aspecto.

Crenças as mais inverossímeis se tinham a nosso respeito. Entre muitas a de que o indivíduo que comprava um revólver, para experimentá-lo chamava o primeiro transeunte que passasse, e este, ao voltar-se, recebia em cheio a descarga.

Se a vítima tombasse em seguida, o comprador fechava o negócio, caso contrário, esta só cambaleasse e apavorada procurasse esconder-se, estava dito por não dito, isto é, o revólver voltava às mãos do dono sem mais conversa...

Assim sendo, pode-se imaginar o ambiente encontrado por incalculável número de trabalhadores, entre os quais verdadeiros párias sociais que não tinham mais cabida em parte alguma.

Escavando, aplainando, descarregando dormentes e trilhos, assentando-os no solo revolvido, viam-se japoneses, chineses, russos, romenos, húngaros, austríacos, alemães, italianos, franceses, belgas, ingleses, americanos, negros do Congo e da Angola, portugueses, espanhóis e por fim nordestinos de gaforinha ao vento, nariz achatado e que nos buchinchos formados, ànoite, em antros de mulheres, por dá cá aquela palha, punham os intestinos dos outros à mostra.

E foi assim que, pelas nove horas da manhã de 28 de maio de 1914, penetrou dentro da vila a primeira locomotiva da Itapura-Corumbá.

Como homenagem ao direito da força e da bala, os trabalhadores escolheram para esta estreia a locomotiva numero 44, cuja caldeira bojuda chamada, desde logo, a atenção do expectador. 

Entrou pela plataforma improvisada, cheia de gente, aos gritos e aos vivas entusiásticos sob a divisa tristemente desabonadora contra nós e que era repetida de boca em boca:

"A máquina leva o número 44 prestando honras à justiça de Mato Grosso".

Foi assim que os trabalhadores da Itapura-Corumbá festejaram um dos dias mais importantes da existência de Campo Grande, naquela linda e fria manhã de maio...

Embora sob a égide simbólica de uma arma de fogo, trouxeram no bojo da máquina a imagem do progresso para entregá-la ao povo que nascia predestinado a grandes conquistas".²



A ligação das duas frentes de trabalho (de São Paulo e Porto Esperança),com o término da obra, dar-se-ia a 31 de agosto



FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade, o primeiro juiz de direito de Campo Grande, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1988, página 28. Valério d'Almeida, A primeira locomotiva que penetrou na antiga vila de Campo Grande, revista Brasil Oeste, São Paulo, março de 1958, página 39.




28 de maio


1940 - Policia censura discussões sobre a guerra mundial 


Iniciada em 1939, o Brasil mantinha neutralidade na segunda guerra mundial, apesar do governo Vargas mostrar sensível simpatia pela Alemanha e potências do Eixo. O país só entraria no conflito em 1942, ao lado dos aliados, depois que submarinos alemães atacaram navios brasileiros. Em Campo Grande, temendo desordem entre moradores nas discussões sobre o conflito, as autoridades policiais publicaram a seguinte portaria:





 FONTE: Jornal do Comércio, Campo Grande, 3 de junho de 1940.


28 de maio

1950 - Presidente Dutra em Ponta Porã

Durante sua visita oficial ao Estado, o presidente Eurico Gaspar Dutra, incluiu em sua agenda, a cidade de Ponta Porã, cidade em que serviu como oficial do exército:

"Procedente de Campo Grande, o presidente Dutra chegou a esta cidade fronteiriça, precisamente às 15,30 horas de ontem, recebendo ao desembarcar as continências militares de praxe, que lhes foram prestadas pela tropa do Exército aqui sediada.

A seguir, em companhia do governador do Estado de Mato Grosso, sr. Arnaldo Estevão de Figueiredo; do ministro do Trabalho e interino da Justiça; sr. Honório Monteiro. senador Novaes Filho, titular da Agricultura; ministro Henrique Coutinho, presidente do Tribunal de Contas; coronel Carlos Rodrigues Coelho, sub-chefe do gabinete militar da Presidência da República e membros da comitiva, o chefe do governo recebeu os cumprimentos das autoridades do município.

O presidente Dutra assistiu, depois, a um desfile militar em sua honra, findo o qual efetuou demorada visita às instalações do quartel local, percorrendo também a cidade, que é importante centro da indústria ervateira do país".

FONTE: A Manhã (RJ), 30/05/1950

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...