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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

14 de abril

14 de abril

1867 – Expedicionários deixam a colônia de Miranda rumo ao Apa






Em direção à fronteira e invasão da república paraguaia, os expedicionários brasileiros deixam a colônia de Miranda às margens do rio Miranda. No dia anterior, o coronel Camisão, comandante da força brasileira, dirige aos seus soldados a seguinte proclamação:

Camaradas! Amanhã sairemos para o Apa! Nas margens daquela divisa do território brasileiro flutuará pela primeira vez o Pavilhão Nacional! Seja a sua aparição saudada pelo clamor uníssono dos peitos patriotas, mantida constância e coragem, sustentada pela dignidade do militar. – Os exércitos do Sul alcançando a glória que Deus distribui aos homens inflamados pelo amor da Pátria, traçarão a linha que deveis seguir. – Cercando a bandeira, emblema de nossa civilização, de nossa constituição política, de nossa honra, levantai-a tão alto que o Brasil em peso nos atire as bênçãos de reconhecimento e que o mundo declare haveis bem merecido de vosso país. – Confiai sempre em vós, nos vossos chefes, na Estrela do Império. O Deus das Batalhas nos protegerá e o anjo da Vitória, adejando sobre vossas frontes, arrebatará à imortalidade os mártires, coroando aos vitoriosos.

- Carlos de Moraes Camisão, coronel comandante.

Conforme

O alferes Amaro Francisco de Moura, Secretário Militar.

Taunay detalha o evento, ressaltando a ausência de cavalos para a tropa:

Já a vanguarda, contudo, devia dar-lhe motivos para reflexão, composta como era de nossa cavalaria desmontada. E com efeito já relatamos que não tínhamos mais cavalos, todos vitimados na região de Miranda por uma epizootia do gênero de paralisia reflexa que a nós mesmos, tão cruelmente, viera provar. Quando muito pudera o serviço de faxina conservar alguns muares. Faltava-nos o elemento primordial da guerra nestes terrenos, a cavalaria; e não havia quem com isto não se impressionasse.

"Mal grado a diferença de feição - continua o historiador da marcha - a que se rinham de resignar, nada perderam os nossos caçadores do aspecto marcial. Após eles marchava o 21º batalhão de linha, precedendo uma bateria de duas peças raiadas; depois o 20º batalhão, outra bateria igual à  primeira, acompanhada pelo 17º de Voluntários da Pátria; e afinal as bagagens, o comércio, com a sua gente e material, e as mulheres dos soldados, bastante numerosas.

Ocupava o gado o flanco esquerdo, com as carretas de munições de guerra e de boca, massa confusa protegida por forte retaguarda".





FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 16a. edição, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1942, páginas 150 e 49.

FOTO: Ilustração da capa da 16a. edição do livro Retirada da Laguna, de Taunay.






14 de abril

1969 – Entra em operação a usina de Jupiá



Jupiá a primeira usina do complexo hedrelétrico do rio Paraná
Iniciada em 1961, no governo do presidente Juscelino Kubitscheck, passa a funcionar a primeira unidade geradora da hidrelétrica de Jupiá, a pioneira do complexo energético de Urubupungá, no rio Paraná. “A construção ao longo de treze anos – atesta Jesus H. Martin – representou a conquista de uma tecnologia integralmente nacional para a edificação de grandes barragens, propiciando ao mesmo tempo a formação de um canteiro industrial. Em virtude de sua localização, distante cerca de 670 quilômetros da capital, foi necessária a construção de um linhão que atravessa todo o Estado. Este linhão transportava a energia gerada até a Grande São Paulo, considerado o maior centro consumidor da América Latina”.

O último dos 14 geradores, entrou em operação em 30 de junho de 1974.




FONTE: Jesus H. Martin, A História de Três Lagoas, edição do autor, Três Lagoas, 2000, página 72.


14 de abril

1977 - Corumbá faz companha contra a divisão do Estado


Cássio Leite de Barros, vice-governador de Mato Grosso

Menos de um mês antes do anúncio oficial da divisão de Mato Grosso, ocorrida em 3 de maio de 1977, era intensa a campanha de políticos e população corumbaense contra a separação. Na verdade, a cidade branca acalentava o sonho de ser transformada em terceiro estado, como capital de uma unidade federativa juntando os municípios do Pantanal do Norte e do Sul. A contestação de Corumbá foi registrada pelo Jornal do Brasil (Rio) com nota encimada pelo título Corumbá contesta divisão:

"Cuiabá - A população de Corumbá, que na década de 60 acalentou o sonho de pertencer a um território independente ou mesmo um Estado, teme que a anunciada divisão de Mato Grosso prejudique o desenvolvimento do município, quase todo encravado na bacia do Pantanal e cuja maior riqueza é a pecuária.

A preocupação que deu origem ao slogan Nem com o Sul, nem com o Norte, como Estado Corumbá será mais forte, é também das autoridades estaduais, como o vice-governador Cássio Leite de Barros, que reside em Corumbá, onde, além de outros interesses, possui uma das maiores criações de gado da região pantanosa".

FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 14 de abril de 1977.

FOTO: Governo do Estado do Mato Grosso.

sexta-feira, 4 de março de 2011

23 de julho

23 de julho


1775Expedição ao Fecho dos Morros


Com destino à fronteira do baixo Paraguai, a fim de fundar o presídio de Coimbra, parte de Cuiabá, o capitão Mathias Ribeiro da Costa. Os Anaes do Senado de Cuiabá registram:

...A outra maior empresa o conduzem os seus desvelos (referindo-se a Luís de Albuquerque), que é segurar os domínios da monarquia com a veloz atividade do seu ardente espírito pelo bem da pátria; faz logo expedir de Vila Bela para esta, ao capitão de auxiliares agregado Mathias Ribeiro da Costa, com as ordens necessárias para os chefes das milícias e ordenanças prontificaram-lhe a gente precisa para ir procurar o Fecho dos Morros, tão célebres dos anais sertanistas, em que julgavam estes que posta uma guarnição ficavam inteiramente divididos os portugueses dos espanhóis e seguros os inimigos bárbaros que tanto nos têm hostilizado.


Chega Ribeiro e apresenta as ordens, prontificam-se-lhe toda a sorte de gente, auxiliares e ordenanças, em número que se julga competente a acompanhar para aquela não só interessante como mais importante empresa, que tudo se conduz em canoas com o trem de guerra e munição precisa para a boca. 


Partem do porto desta vila no dia 23 de julho, segundo as ordens do nosso general, e depois de um mês de derrota, acham a situação de dois morros pelo meio dos quais emboca a madre do rio Paraguai, e aí mesmo, em conseqüência das ditas ordens, na fralda do morro que nos fica à direita, lançando-se a primeira pedra para sua fundação, em nome de Sua Majestade Fidelíssima.


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 49.






23 de julho


1923Campo Grande pede monumento da guerra



O Rio de Janeiro ganhou o monumento reivindicado por Campo Grande

Em ofício ao Ministro da Guerra, no Rio de Janeiro, o intendente Arlindo de Andrade, requer a colocação do monumento à retirada da Laguna, em construção, em sua vila, pelas seguintes razões:

“Campo Grande é hoje o maior centro de atividade do Estado de Mato Grosso, ligando-se por automóvel a todas as cidades do sul, ponto obrigatório de permanência de quantos vêm à fronteira. Na planta da cidade estão consagradas as ruas: Visconde de Taunay, Cel. Camisão, Guia Lopes, Antônio João, praça Retirada da Laguna, etc. etc., - como conhecimento cívico da maior população de Mato Grosso aos heróis da guerra. Além disso, Campo Grande tem várias escolas, colégios, grupo escolar e terá dentro em breve um ginásio. Terá assim a mocidade que precisa amar a pátria e venerar os seus monumentos. A população de todo o sul, busca Campo Grande para a saúde, para o comércio, para os estudos. Aqui, parece-me interpretar melhor o monumento projetado. Aqui residem mais de quarenta descendentes do velho Guia Lopes. Campo Grande está em condições de guardar com carinho, adorando-o em dias de festas o monumento que o patriotismo de V. Exa. mandou executar. A municipalidade auxiliará a sua colocação na praça da República, ajardinando o local e fazendo outras decorações. Neste pedido eu tenho o consentimento e o desejo de todos os habitantes de Campo Grande".






O monumento reivindicado por Campo Grande, terminou sendo construído na praia Vermelha, no Rio de Janeiro, inaugurado em 1938 pelo presidente Getúlio Vargas.

 

FONTE: Cleonice Gardin, Campo Grande entre o sagrado e o profano, Editora UFMS, Campo Grande, 1999, página 43.






segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

21 de abril

21 de abril

1867 - Tropas de Camisão ocupam o forte Bela Vista no Paraguai



Forte de Bela Vista do Paraguai, em esboço de Taunay



Na guerra contra o Paraguai, coluna brasileira, que viveria a dramática retirada da Laguna, entra em território inimigo e ocupa o forte de Bella Vista. O relato é do cadete Taunay:

“No dia seguinte, 21 de abril, às 8 da manhã, deram os clarins do quartel general o toque de marcha: nada menos significativa do que transpormos a fronteira, entrar em território paraguaio e atacar o forte de Bela Vista, que, deste lado, é a chave de toda aquela região. Não havia quem não compreendesse o alcance da operação, redobrando por este motivo a animação geral. Cada um envergava o mais luzido uniforme; e como às nossas antigas bandeiras não prestigiasse ainda feito notável algum, foram substituídas por outras, cujas cores vivas se destacavam no céu formoso das campinas paraguaias.


Deixando a Machorra, adotara-se a ordem compacta. Dos dois lados da coluna, e para facilitar o movimento, os atiradores, que a flanqueavam, cortavam a macega; pois mudara a natureza do terreno. Não mais tínhamos a grama curta e fresca dos prados que acabávamos de atravessar. Estava o solo coberto desta perigosa gramínea que atinge a altura de um homem, e a que chamam macega, e cujas hastes duras e arestas cortantes tornam, em muitos lugares do Paraguai, a marcha tão penosa. Transpusemos o Apa em frente a Bela Vista; o 20° de infantaria de Goiás formava a vanguarda, sob o comando do capitão Ferreira de Paiva. Avançando à frente dos batedores, a quem comandava, jovem e valente oficial, de nome Miró, fadado à morte próxima, víamos o velho Lopes, apressurado, montando belo cavalo baio, um daqueles animais que o filho e os companheiros deste haviam tomado aos paraguaios.

Estava no auge da alegria, o olhar como o de um rapineiro, a fitar Bela Vista, que começávamos a avistar. De repente, no momento em que acabávamos de chegar ao seu lado, percebemos que a fisionomia se lhe anuviara: 'A perdiz, disse-nos, voa do ninho e nada nos que deixar, nem os ovos'. Mostrava ao mesmo tempo tênue fumo que subia aos ares. 'São as casas de Bela Vista que incendiaram'.

Foi a notícia levada ao Coronel que, avisado também por um sinal do alferes Porfírio, do batalhão da frente, fez acelerar a marcha. Começamos a correr, precipitando-se a linha de atiradores do 20° para o rio; mas à sua frente já se antecipara pequeno grupo de que fazia parte o nosso guia. Com grande espanto nosso não pareciam os inimigos pretender disputar-nos o passo; retiravam-se do Apa como já se haviam afastado da Machorra, indo estacar a uma distância grande, imóveis sobre os cavalos".

Em 22 de maio seguinte, o comandante da coluna, coronel Camisão liberou o seguinte relatório:

O programa que apresentei às forças, ao partir da Colônia de Miranda, acha-se concluído em toda a sua brilhante plenitude. O inimigo fugiu aos primeiros passos da briosa força brasileira e nos abandonou seus entrincheiramentos, incendiando as suas propriedades e devastando brutalmente o trabalho de longos anos. - O conflito em que devia patentear-se a coragem que é própria do soldado brasileiro, não se deu: bastou a simples demonstração de sua placidez e energia. - Deus, em sua resplandecente justiça permitiu a completa reação da injusta invasão do distrito de Miranda, tocando-nos a glória imensa de executá-la em todo o seu elastério. - Orgulhoso por me achar à testa de tão distinta expedição, louvo em extremo, nesta ocasião, aos empregados do quartel deste comando, srs. engenheiros, médicos, oficial pagador, comandantes dos corpos de caçadores e de cavalo, provisório de artilharia, dos batalhões ns. 17, 20 e 21, todos os srs. oficiais e praças pelo entusiasmo no desejo de encontrar o inimigo e alegria ao marchar ao seu encontro, que se manifestaram em todas as ocasiões, desde a saída de Miranda, não só nos corpos que formavam a vanguarda, os quais desenvolveram muita atividade e vigilância, como nos demais, o que patenteou-se na passagem do rio Apa, o qual apesar de seu péssimo vau foi em poucos minutos transposto, ainda mesmo pela artilharia, cujo trem pesado faria crer em longa demora, dando-se o mesmo com o cartuchame. Ainda merece os meus elogios o bravo e denodado guia dessas forças José Francisco Lopes, o qual, impelido pelos sentimentos de pai e cidadão, pois tem a sua família prisioneira nesta República, nunca se esquivou a trabalhos e perigos, assim como os mais paisanos e fugitivos que ora me acompanham.

Sem resistência, o forte, que apenas consistia em sólida estacada de madeira, foi ocupado pelos brasileiros, assim como a vila. 


FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, (16ª edição brasileira) Edições Melhoramentos, São Paulo, 1963, páginas 59 e 154.



21 de abril

1919 - Pedra fundamental da biblioteca pública de Campo Grande


Projeto do prédio da primeira biblioteca de Campo Grande
Na administração municipal de Rosário Congro, é criada a primeira biblioteca da vila de Campo Grande, em terreno doado pela municipalidade, em local onde funcionou o Rádio Clube , o fórum e, finalmente, a Câmara de Vereadores. Arlindo de Andrade, que foi o primeiro juiz de direito da comarca e fundador do primeiro jornal (O Estado de Mato Grosso), foi um dos dirigentes da Sociedade Organizadora da Biblioteca Pública de Campo Grande, responsável pela administração da entidade, juntamente com seu colega advogado, José Jaime Ferreira de Vasconcelos.


FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1988, página 44.



21 de abril

1930 - Instalada a primeira escola normal de Campo Grande

Anexa ao ginásio estadual, na avenida Afonso Pena é instalada a primeira escola normal de Campo Grande. Seu primeiro diretor foi o professor Tessitore Júnior. O ato inaugural foi presidido pelo juiz de direito da comarca, Laurentino Chaves. que pronunciou "de improviso e com uma eloquência tão sua", proferiu discurso considerado "verdadeiro alarma contra o materialismo avassalador e absorvente ora dominando os homens". O prefeito Antero Paes de Barros, agradeceu ao governador Aníbal de Toledo pelo investimento do Estado no ensino público da cidade.

Em homenagem a Tiradentes, cuja data se comemorava, fez uso da palavra o capitão Eudoro Correa de Arruda.


FONTE: A Cruz (Cuiabá), 26/05/1930.






21 de abril

1951 - Circula o número 1 do jornal "O Progresso" de Dourados



Com direção do advogado Weimar Torres passa a circular em Dourados o semanário O Progresso. O título foi uma homenagem do editor ao seu genitor, o também advogado e jornalista José dos Passos Rangel Torres, que manteve um jornal com o mesmo nome em Ponta Porã. O Progresso estreou com um título ufanista e profético - VERTIGINOSA! A marcha de Dourados para o progresso - secundado por um lead que traduzia a azáfama da cidade naquele meado de século: "De uma terra inexpressiva e esquecida, passa Dourados a ser uma das regiões mais famosas da Pátria. Gente de toda parte se instala no município para explorar suas magníficas matas. Mais de 2.400 pessoas chegadas depois do recenseamento. Grandes vendas de terra, cinema, luz elétrica, linha de aviões diários, loteamento em massa, mais e mais casas de comércio, valorização acelerada dos imóveis, cafezais, produção imensa de algodão e cereais, instalação de grandes serrarias, um instantâneo polifórmico de uma esplêndida realidade".


FONTE: Regina Heloiza Targa Moreira, Memória Fotográfia de Dourados, UFMS, Campo Grande, 1990, página 117.




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domingo, 27 de fevereiro de 2011

21 de junho

21 de junho

1867 - Retomada de Corumbá: governador presta contas




Por ocasião de sua saída de Cuiabá, o governador de Mato Grosso, Couto Magalhães, que se dirige a Corumbá, em apoio à retomada ocorrida em 13 de junho, envia ofício ao ministro da Guerra, no Rio de Janeiro, com informações gerais sobre aquele acontecimento histórico:

"Comunico à V. Ex. que a praça de Corumbá assaltada dia 13 do corrente pela vanguarda do 2° corpo de operações desta província caiu em nosso poder, e com ela toda a fronteira do baixo Paraguai brasileiro, menos Coimbra.

A guarnição paraguaia morreu quase toda em desesperada resistência, inclusive o comandante desta praça o coronel paraguaio Hermogenes Cabral.

Os vapores Anhambahy e Rio Apa conseguiram evadir-se com muita perda depois de sofrerem o fogo combinado de duas peças raiadas e de nossa infantaria.

Tudo quanto estava em poder do inimigo caiu em nossas mãos, grande quantidade de armamento, 8 canhões, depósito de víveres, e, o que é mais precioso, cerca de 500 patrícios nossos, que há quase três anos ali sofriam os tratos do mais duro cativeiro.

Estão vingados com o sangue inimigo as mortes por lanceamentos, e depois de açoites que ali sofreram nossos compatriotas, com barbaridade que desonra a humanidade.

Não tenho tempo para entrar em mais detalhes, porque julgo urgente reforçar aquele ponto para evitar alguma tentativa do inimigo contra a vanguarda que está isolada, e, enquanto a força com que aqui estou acampado esteja cansada, porque temos vindo a marchas forçadas, contudo como o rio está agora desembaraçado, eu aproveito a noite para seguir já com a flotilha, rebocando 1000 homens e amanhã estarei em Corumbá com quatro navios de guerra, de sete bocas de fogo para as da flotilha dois mil homens dispostos a vingar a honra nacional, tão gravemente comprometida nesta província e a quem a recente vitória deu consciência de sua força.

O governo imperial deve tomar em toda consideração e o patriotismo, dedicação e energia do comandante da vanguarda tenente coronel de comissão Antonio Maria Coelho, dos distintos oficiais que o acompanharam e dos bravos soldados, que depois de uma rápida marcha através de oitenta e quatro léguas de pantanais restauraram a integridade do Império e a honra desta província".

FONTE: Diário do Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1867.



21 de junho

1872 - Governo manda indenizar família do Guia Lopes da Laguna

Atendendo apelo do visconde de Taunay, o governo imperial mandou indenizar, dona Senhorinha Barbosa, viúva de José Francisco Lopes, e filhos. A notícia é dada pelo próprio Taunay:

"A promessa feita por mim ao guia da coluna de Mato Grosso não foi esquecida. Lavrei-a em termos positivos na minha história da retirada da Laguna, e apelei para o governo brasileiro.

Hoje posso com entusiasmo declarar solvido o compromisso que existia entre a nação e a sombra daquele homem que, na esfera, foi um verdadeiro herói.

Graças à conscienciosa informação do major Cândido Pires de Vasconcelos, empregado de fazenda, testemunha e participante da retirada da Laguna, caráter sisudo e bom companheiro, o governo imperial mandou, por despacho de ontem datado, pagar em Cuiabá à viúva e filhos de José Francisco Lopes, não só as reses consumidas pela força brasileira, como os vencimentos que ele deixara de receber.

Esse ato, que à primeira vista parece de poucas consequências, entra no número daqueles rasgos singelos que a antiguidade tanto apreciava, porque abalam as fibras íntimas da alma dos que vêm neste transitório mundo alguma coisa mais do que força e matéria e colocam acima das contingências do acaso ou das combinações do espírito positivo e da razão fria e calculista um movimento nobre e generoso do coração.

ALFREDO D'ESGRAGNOLLE DE TAUNAY

Rio, 22 de junho de 1872".

FONTE: Jornal do Comercio (RJ) 23 de junho de 1872.



21 de junho
 


1872 - José Antônio Pereira chega a Campo Grande

 


De Monte Alegre, Minas Gerais, com uma pequena caravana, chega a Campo Grande e acampa na cabeceira do Anhanduí, onde o tributário do rio Pardo é formado pelas águas dos atuais córregos Prosa e Segredo, o José Antonio Pereira. 

Epaminondas Alves Pereira, neto do fundador da cidade resume o longo percurso de sua primeira viagem a Mato Grosso, desde o triângulo mineiro:

“Em 4 de março de 1872, a pequena caravana partiu de Minas rumo a estas paragens, trilhando os caminhos deixados pelos nossos soldados que combateram os invasores do território brasileiro na Guerra do Paraguai.
A comitiva, após três meses de caminhada, chega a 21 de junho à confluência de dois córregos, mais tarde denominados Prosa e Segredo. José Antônio Pereira, com seus quase cinquenta anos de idade, alquebrado pela longa viagem, mas satisfeito com o panorama que a seus olhos se descortinava, deu por finda a excursão.


"Enquanto descansam, constroem um rancho coberto de folhas de buriti; em seguida, derrubam pequena mata que existia entre os dois córregos. Numa área, de aproximadamente um quarto de alqueire, procedeu-se o preparo da terra e o plantio de milho e arroz, cuja lavoura, devido à fertilidade exuberante do solo, correspondeu plenamente à experiência otimista de José Antônio e seus companheiros de jornada.
” 



1872 é historicamente tido como o ano da fundação de Campo Grande, apesar de ser oficialmente festejado o 1899 ano em que a 26 de agosto o povoado é transformado em município, como o dia do aniversário da cidade, feriado municipal, desde 1919, por decreto do intendente Rosário Congro. Em 1972, na gestão do prefeito Antonio Mendes Canale, o município chegou a festejar o seu centenário, evento repetido em 1999. Tanto 1872 com 1899 estão na bandeira e demais símbolos da cidade.



FONTE: E. Barsanulfo Pereira, História da fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001, página 32.




21 de junho


1881 - Nasce em Miranda, Aníbal de Toledo



O último governador de Mato Grosso na república velha
Seus primeiros estudos foram feitos em Cuiabá. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Livre do Rio de Janeiro, em 1906. Iniciou sua vida pública pela magistratura, como juiz substituto de Cuiabá, entre 1907 e 1908, afastando-se no governo de Pedro Celestino, onde ocupou a chefia de polícia. Em 1909 retorna à judicatura, como juiz federal, permanecendo até outubro de 1911. Deputado federal, representou o Estado no Congresso Nacional por quatro legislaturas seguidas, de 1912 a 1929. Em 1930 elegeu-se para o governo do Estado, ficando no cargo por poucos meses, deposto pela revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas. “Depois de haver sofrido o vexame de uma prisão violenta e injusta - deplora Nilo Póvoas - decepcionado e pobre, retirou-se definitivamente o dr. Aníbal de Toledo das atividades políticas, entregando-se inteiramente, ao exercício da sua profissão no Rio de Janeiro, como advogado da Empresa Mate.” Faleceu no Rio a 13 de julho de 1962. 


FONTE: Nilo Póvoas, Galeria dos varões ilustres de Mato Grosso, volume 2, Fundação de Cultura do Estado, Cuiabá, 1978, página 17.




21 de junho


1904 - Fundada a companhia Noroeste do Brasil


Realizou-se no Rio de Janeiro a assembleia constitutiva da sociedade anônima denominada Companhia de Estradas de Ferro Noroeste do Brasil, com a finalidade definida no artigo 2° de seus estatutos:

“aquisição de privilégio, garantia de juros e outros favores concedidos ao Banco União de S. Paulo por decreto do governo federal brasileiro no 862, de 16 de outubro de 1890 e, portanto, 1. A construção e exploração de uma estrada de ferro que, partindo de um ponto situado no prolongamento da Estrada de Ferro Mogiana, entre Uberaba e S. Pedro de Uberabinha, ou de outro ponto que seja julgado mais conveniente, vá terminar em Coxim, no Estado de Mato Grosso.” 




FONTE: Paulo Roberto Cimó Queiroz, As curvas do trem e os meandros do poder, o nascimento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, Editora UFMS, Campo Grande, 1997, página 21.




21 de junho


1917Nasce em Rio Brilhante, Wilson Barbosa Martins


Wilson (à direita) e a infância na fazenda São Pedro na Vacaria
Filho Adelaide e Henrique Martins, nasce na fazenda São Pedro, hoje município de Rio Brilhante, Wilson Barbosa.Iniciou seus estudos em Entre Rios (Rio Brilhante),completando o ensino médio em Campo Grande, no Colégio Dom Bosco.Em 1939 forma-se em Direito pela faculdade do largo São Francisco em São Paulo. De 1946 a 1950 exerce o cargo de secretário geral da Prefeitura Municipal de Campo Grande na gestão de Fernando Correa da Costa. Em 1950 candidata-se a prefeito de Campo Grande (UDN) e é derrotado por Ari Coelho de Oliveira (PTB). De 1958 a 1962, exerce o cargo de prefeito de Campo Grande, quando concurso promovido pelo IBAM e revista O Cruzeiro elege a cidade um dos cinco municípios de maior progresso no Brasil.

Em 1962 elege-se deputado federal, cargo que exerce até dezembro de 1968, quando é cassado pelo AI-5. Em 1966 fundou o MDB em Mato Grosso e tornou-se seu primeiro presidente. Em 1979 recupera seus direitos políticos e é eleito o primeiro presidente da OAB de Mato Grosso do Sul. 


Em 1982 torna-se o primeiro governador do Estado em eleições diretas, pelo PMDB. Em 1986 é eleito senador Constituinte. Em 1995 ocupa seu segundo mandato de governador do Estado, encerrando sua carreira política.




FONTE: Wilson Barbosa Martins, Memória janela da história, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010. 



21 de junho


1925 - Coluna Prestes inicia retirada de Mato Grosso para Goiás

Depois de seguidos confrontos com o inimigo, a coluna Prestes deixa Mato Grosso e entra em Goiás. Desde as cabeceiras do Camapuã, onde estruturou-se de vez a organização guerrilheira, Siqueira Campos sustentou vários combates parciais, na ponte de Capela, sobre o rio Sucuriu e nas cercanias da Fazenda Dois Córregos, com tropas legalistas sob o comando do Major Bertoldo Klinger. Este no primeiro momento, repeliu o ataque à ponte da capela, mas não conseguindo contato com a sua retaguarda,interceptada que fora  pelo 4° Destacamento, de Djalma Dutra, tentou,com duas ou três investidas, romper, pelo norte, o cerco que o constrangia. Foi,porém repelido pelas forças de Siqueira Campos, que então contra-atacaram, tomando-lhe parte do acampamento - situado na margem direita do arroio Dois Córregos - um fuzil metralhador e certa quantidade de munição. Embora sitiado desde o meio-dia de 19 de junho, o Major Klinger ocupava uma posição privilegiada, excelente para a defensiva. Uma vitória esmagadora da Coluna naquela circunstância iria ser um verdadeiro desastre em perda de tempo e de material humano e armamento." Com efeito, a Coluna levantou o cerco na madrugada de 21, e iniciou a retirada para o vizinho estado de Goiás. O grosso da tropa passou e Siqueira Campos,com o seu 3° Destacamento ocupou-se em fixar o inimigo.  


FONTE:Glauco Carneiro, O revolucionário Siqueira Campos, Recor Editora, Rio, 1966, página 375.





21 de junho


1931 - Vespasiano nomeado prefeito de Campo Grande


 Vespasiano Barbosa Martins, na praça do Rádio em Campo Grande
Por decreto do interventor estadual Arthur Antunes Maciel, Vespasiano Barbosa Martins assume o cargo de prefeito municipal, permanecendo até julho de 1932, quando é guindado à condição de governador revolucionário de Mato Grosso, por indicação do general Klinger, chefe militar da revolução constitucionalista do Estado de São Paulo. 


FONTE: Nelly Martins, Vespasiano, meu pai, edição da autora, Brasilia, 1989, página 59.


21 de junho

1933 - Trânsito agitado preocupa em Campo Grande





Crônica publicada no Jornal do Commercio, assinada sob o pseudônimo de Rolan do Toras, reclama providências das autoridades estaduais e municipais para os perigos que representa o tumultuado tráfego de veículos no perímetro urbano da cidade.




FONTE: Jornal do Commercio, 21 de junho de 1933.


FOTO: Rua 14 de Julho na década de 30, acervo ARCA.



21 de junho

2001 - Ramez Tebet assume o Ministério da Integração Nacional


Ramez Tebet toma posse no ministério de Fernando Henrique Cardoso


Nomeado pelo presidente Fernando Henrique, assume o Ministério da Integração Nacional o senador Ramez Tebet (PMDB/MS). Na posse, o presidente destacou as tarefas a serem encaradas pelo novo titular da pasta:

"Quero ressaltar que o ministro Ramez Tebet assume esta pasta em um momento de profunda transformação na estrutura de seu Ministério, da criatividade e discernimento. Estas foram as características que FHC elegeu para o novo Ministro, com perspectiva de melhoramentos. Quem estiver aqui neste palácio há de saber que, neste país, há um problema emergente. É emergente falar sobre pessoas abandonadas que não têm onde ficar, referido-se aos flagelos da seca e às enchentes que podem ocorrer simultaneamente em diferentes regiões do país."

Em setembro Ramez deixou o ministério para assumir a presidência do Senado.  


FONTE: Castilho Coaraci, Simplesmente Ramez Tebet, Life Editora, Campo Grande, 2007, página 139. 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

25 de fevereiro

25 de fevereiro

1866 - Expedicionários brasileiros atravessam o rio Negro

Rumo à Miranda, onde esperaria um ano até mudar-se para Nioaque e de lá para a fronteira, a força expedicionária brasileira, procedente de Coxim, transpõe o rio Negro. O relato é de Taunay, membro da comissão de engenharia e escritor da expedição:

No dia 25 de fevereiro, passamos o rio Negro numa pelota, transportando-nos para a sua margem esquerda, baixa, paludosa e coberta da mesma vegetação que já tínhamos observado do outro lado. Por espaço de que quarto de légua, nela lutamos com os obstáculos provenientes das enchentes do rio, sendo obrigados a novas passagens em pelota de corixas cheias de pyrisaes (lugares alagados) e à marcha em terreno sempre úmido e atoladiço. Abre-se depois o campo com cerrados ao longe, e achamo-nos na base da serra de Maracajú, que era o único meio de direção na procura da trilha que diziam ter sido aberta pelos fugitivos de Miranda, por ocasião da invasão deste distrito no ano passado. Com efeito avistávamos uma longa e continuada serrania que devíamos deixar à esquerda, fraldejando a sua aba e fugindo das águas que cobriam a estrada seguida no tempo seco até o rio Aquidauana.

FONTE: Taunay, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd, São Paulo, página 116. 


25 de fevereiro

1867 - Tropas deixam Nioaque rumo à fronteira paraguaia



A RETIRADA DA LAGUNA - Composição de Álvaro Marins (Seth)


Um mês acampada em Nioaque, depois de longa permanência em Miranda, as forças brasileiras, sob o comando o coronel Camisão, finalmente, iniciam a marcha sobre a fronteira paraguaia. O tenente Taunay,economizou palavras para registrar o fato:

Arrancou a coluna a 25 de fevereiro de 1867, indo acampar a uma légua da vila, à margem do rio Nioaque. Logo que pudemos, visitamos o comandante. Tinha a barraca sobre um montículo pedregoso, a meio abrigado por palmeiras que tornavam aprazível aquele local. Estava agitado: já para o rancho da tarde faltava gado.



FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1942, página 41.



25 de fevereiro

1891 - Anuladas as eleições para a Constituinte estadual



Assumindo o governo a 15 de fevereiro, por decreto estadual, o coronel Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, anulou as eleições de 3 de janeiro, realizadas em ambiente conturbado, verificando-se “elevada abstinência, tanto na sede do governo como nas demais cidades, dos amedrontados eleitores republicanos e, destarte, triunfara o Partido Nacional”, do presidente Antônio Maria Coelho, demitido do cargo pela denúncia de prática de arbitrariedades, antes e durante o pleito eleitoral. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 106

25 de fevereiro

1934 - Pane seca: acidente com avião da Condor entre Corumbá e Cuiabá

Aeronave da empresa Condor cai por falta de combustível no trajeto entre Cuiabá e Corumbá. É o segundo acidente em menos de três meses, conforme lamenta o Jornal do Comércio, de Campo Grande, em sua edição de 4 de março de 1934:










25 de fevereiro

1967 - Impeachment: Filinto defende Pedrossian


Filinto: senso de justiça e atitude coerente

Em carta ao seu sobrinho Gastão Müller, o senador Filinto Müller, assume a defesa do governador Pedro Pedrossian, que, sob a ameaça de cassação pela Assembleia Legislativa, sofria verdadeiro bombardeio da oposição e de setores de seu próprio partido, o antigo PSD:

(...) Todo o Mato Grosso sabe que defendi o Pedro das acusações que lhe eram feitas, não simplesmente porque era ele o nosso candidato, mas, essencialmente porque as considerava injustas, fruto do ódio, de despeito, de má fé. Como é que agora, quando os mesmíssimos inquéritos administrativos de há quase dois anos passados, sem tirar nem por, vêm à decisão final, posso eu ‘lavar as mãos’, recolher-me a uma atitude de indiferença? Essa não seria uma atitude digna. Se repudiei antes do pleito de 3 de outubro de 1965, tenho o dever de continuar a repudiá-las hoje. Não importam as consequências que eu possa vir a sofrer - como você imagina - por empenhar-me a fundo na defesa do Pedro e no repúdio aos inquéritos administrativos.


(...) O que importa é manter eu a coerência de atitudes que somente ela nos assegura o respeito próprio e, às vezes, o respeito dos demais... Admitindo, para argumentar, que o Pedro houvesse sido um carrasco para os nossos amigos, que houvesse desmandado no governo, que houvesse malbaratado a fortuna pública, ainda assim, eu continuaria a sustentar a atitude que mantive inalterada nestes dois anos quase, afirmando serem as acusações dos inquéritos administrativos do Ministério da Viação fruto de uma trama sórdida, uma iniqüidade, uma clamorosa injustiça. Estou certo de que você aplaudirá estas minhas atitudes. A esta hora você já terá lido, em mãos do Pinheiro, a exposição que fiz sobre o desfecho dos inquéritos. Você terá verificado, portanto, que mantive a minha coerência.




FONTE: Maria Manuela Renha de Novis Neves, Relatos políticos, Mariela Editora, Rio de Janeiro, 2001, página, 282.




sábado, 22 de janeiro de 2011

11 de janeiro

11 de janeiro

1836 - José Garcia Leal é nomeado líder de Paranaíba

 

É nomeado o capitão de milíacias José Garcia Leal para o cargo de diretor da povoação de Santana do Paranaíba, localidade de 30 casas no vão dos rios Sucuriu, Paraná e Paranaíba. "Homem de ânimo decidido, empreendedor e inteligente - constata Estêvão de Mendonça - exercendo imensa preponderância sobre a família Garcia Leal, que era numerosa, a sua deliberação, estabelecendo-se no ângulo formado formado pelos rios Paranaíba e Aporé, atraiu para o mesmo lugar seus irmãos Januário, Pedro e Joaquim Garcia Leal."

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 34. 

FOTO: Hildebrand Campestrine, Santana do Paranaíba de 1700 a 2002 (segunda edição), Insituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2002,página 123. "Foto atribuída pela tradição oral a José Garcia Leal."

 

11 de janeiro


1867 -  Retirada da Laguna: tropas brasileiras mudam-se de Miranda para Nioaque

As forças brasileiras aquarteladas em Miranda, sob o comando do coronel Camisão, levantam acampamento com destino a Nioaque, escala para a fronteira, onde teve início a trágica retirada da Leguna. Correspondência da época, detalha o episódio:

Levantamos acampamento para Nioaque, a 11 de janeiro último, apesar do grande desarranjo que havia para condução do cartuchame e mesmo falta de outros recursos para transportar-se os enfermos mais perigosos!

Tivemos precisão de falhar daí a três léguas, porque a maior parte da bagagem reuna ficara espalhada pela estrada, sendo, pois necessário reunir-se tudo.

A demora foi de três dias, quando o gado que trazíamos estava calculado para a marcha regular até Nioaque!

Seguimos viagem no dia 15 do mesmo mês e somente a 24 deste mês é que chegamos extenuados e em completa desordem a Nioaque, 25 léguas distantes de Miranda e havendo-se gasto 14 dias de viagem!!!

Chegadas que foram as forças a este ponto militar tivemos de mandar buscar grande ou a maior parte do cartuxame deixado em Miranda, sob a guarda apenas de 20 praças e sujeito a qualquer surpresa dos paraguaios, subindo o rio!...isso também não admiraria nesta província, porque está acostumada a ver entregar tudo sem o menor escrúpulo de consciência a responsabilidade militar!

FONTE: Correio Mercantil (RJ), 25 de junho de 1867. 

1900 – Morre José Antônio Pereira


Homenagem de Campo Grande ao seu fundador

Aos 74 anos, morre José Antonio Pereira, o fundador de Campo Grande. Foi sepultado no cemitério, localizado no atual bairro Amambaí. Em seguida seus restos mortais foram trasladados para o cemitério Santo Antônio. Nascido em Barbacena, Minas Gerais, casou com Maria Carolina de Oliveira em São João Del-Rei e fixou residência no arraial de São Francisco das Chagas do Monte Alegre, em meados do século XIX. Em 4 de março de 1872 deixa Monte Alegre e na trilha dos soldados da guerra do Paraguai, alcança em 21 de junho o Campo Grande, descrito por Taunay, da comissão de Engenharia dos retirantes da Laguna, em seu retorno ao Rio de Janeiro. Na confluência dos córregos Prosa e Segredo, plantou a primeira roça, onde nasceria o povoado dos mineiros, Santo Antonio de Campo Grande. 


FONTE: Eurípedes Barsanulfo Pereira, História da fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001..

11 de janeiro

1950 - Aumento abusivo em tarifa de energia revolta população de Corumbá

Tendo por fonte o semanário Atualidade, de Corumbá, imprensa cuiabana dá destaque â "violenta reação que encontrou na cidade branca uma descabida e odiosa medida tomada pela Cia. Matogrossense de Eletricidade, que fornece luz e energia àquela cidade: a de aumentar em mais de 100% os preços de luz e força cobrados ao povo corumbaense, os quais já eram bem altos. Assim, de acordo com a nova tabela, que por sua vez se apoia em estranha portaria do ministro da Agricultura, baixada à revelia da prefeitura daquele município, os preços de energia deverão passar, ali, Cr$ 120,00 a Cr$ 250,00! Corumbá deverá dessa forma, ter a energia mais cara do mundo"!

O primeiro impacto da medida é que o "aumento foi feito abruptamente, sem qualquer estudo ou aviso, tendo apanhado o povo, o prefeito e as demais autoridades completamente desprevenidos. Por isso mesmo dia em que se teve da absurda medida, o povo foi para a praça pública, onde improvisou, com a adesão das autoridades um comício monstro de protesto contra o inominável assalto".

"Ao mesmo tempo, foi organizada uma comissão tendo à frente o presidente da Câmara Municipal, e constituída de elementos de todas as classes e representantes de todos os partidos políticos, que já seguiu para o Rio, afim de fazer entrega ao presidente da República de um memorial de protesto contra o aumento absurdo, que o povo não está em condições de suportar".

A notícia é finalizada com trechos do editorial do semanário corumbaense:

"Foi contra essa providência tomada tumultuariamente, sem uma prévia e necessária consulta à nossa municipalidade e ao povo de Corumbá, procedimento esse que processou-se intra-muros, num verdadeiro e condenável sigilo, que o nosso povo saiu à praça pública, numa justa manifestação de repulsa a ofensa aos seus mais sagrados direitos, lançando o seu veemente protesto contra mais esse assalto que a desmantelada Cia. Matogrossense de Eletricidade, uma entidade mal dirigida e mal orientada nesta cidade, pretende consumar, zombando das cláusulas do contrato que firmou com a nossa municipalidade para a execução de seus serviços que, de longo tempo a esta parte, descambaram para um verdadeiro caos sob um incrível descaso e mistificações de toda sorte".

FONTE: O Estado de Mato Grosso (Cuiabá), 11/01/1950.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...